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Erick Dau
Nascido no Rio de Janeiro, Erick Dau, formou-se em jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde cursou também, mestrado e doutorado em comunicação. Trabalhou um tempo como freelancer, e teve fotos, publicadas em jornais nacionais e internacionais. Foi assistente do jornalista Glenn Greenwald, para o The Intercept, no qual trabalhou também como editor de fotografias. Fotografou para organizações como Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e ONU Mulheres e diversos movimentos sociais. Atualmente, fotografa para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos em Washington, EUA e é membro do coletivo fotográfico Farpa.
Suas fotografias possuem característica de caráter documental, onde ele sobrepõe um olhar sensível e parafraseando Sontag, atribui importância aos registros sociais no qual compromete retratar.
Confira abaixo, uma seleção de imagens do trabalho documental de Erick Dau. Os registros são seleções de fotografias retiradas de seu site e do instagram. As legendas que acompanham são compostas por pequenos textos que direcionam ou retratam geograficamente a zona de conflito registrada por ele.
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Indígenas da Nación Qhara Qhara, da Bolívia, que nesse momento marcham em direção a La Paz, lutando pela restituição de seus territórios ancestrais. |
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Wayuu |
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Día de Muertos – Oaxaca, México |
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A população na rua pra barrar a PEC, e a PM pra defender. Fora PEC, fora Temer. |
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Cinelândia, depois de algum protesto, em 2014 |
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Dia da independência |
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Na Lapa também tem democracia |
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Tá achando difícil? Imagina estar em uma solitária num presídio no Chile. |
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Na Lapa também tem laticínios |
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Referencias
Luzes e Sombras
Brassaï – Paris de Nuit (Paris à Noite) Descrição: Fotografia de uma coluna de concreto encostada a um muro, onde sua sombra se reflete. |
Brassaï – Paris de Nuit Descrição: Fotografia de uma rua sinuosa com árvores e postes. O chão está molhado. |
Brassaï – Paris de Nuit Descrição: Fotografia de uma calçada onde, ao lado direito, árvores seguem a sua extensão e, ao lado esquerdo, há um muro em que as sombras das árvores se projetam. |
Brassaï – Paris de Nuit Descrição: Fotografia de um casal entre uma parede e um poste. Eles se encaram com intimidade e apenas a luz do poste ilumina seus rostos. |
Referências
- FHOX
- HEDGECOE, John. O novo manual de fotografia. São Paulo: Senac, 2005.
- Photo Stories
The Journey Is The Destination
A foto mostra o personagem principal, um homem caucasiano, olhando diretamente para a frente, com uma câmera nas mãos. Ele se encontra do lado esquerdo da imagem. Do lado direito vemos uma estrada de terra, com um veículo muito utilizado em safáris.
The Journey is the Destination é um filme baseado em uma história real, dirigido por Bronwen Hughes, que conta a história do fotógrafo Dan Eldon.
Do início ao fim, o filme prende nossa atenção de uma forma inexplicável. Não apenas pelo seu roteiro, mas pelo uso da fotografia que o compõem, usando cores de tons fortes e chamativos para destacar algumas cenas mais descontraídas, os tons frios para momentos sérios e a utilização de tons terrosos nas cenas de conflitos, além de espetaculares recortes e ângulos.
The Journey is the Destination é um filme baseado em uma história real, dirigido por Bronwen Hughes, lançado em 2016, que conta a história do fotógrafo Dan Eldon. Está disponível na plataforma Netflix, mas pode ser encontrado facilmente de forma gratuita na internet.
Nascido em Londres em 1970, com sua família, mudou-se para o Quênia, na África oriental, em 1977. Embora sua vida tenha sido curta, pois tinha apenas 22 anos quando foi perseguido e morto por uma multidão enfurecida na Somália, Eldon era um dos mais jovens fotógrafos do Continente Africano. Seu trabalho jornalístico, publicado na Revista Time, mostrava apenas uma pequena parte de todo seu talento. Destacou-se também como artista em suas colagens, que combinavam suas fotografias de toda África com tintas, imagens da cultura pop, anúncios e documentos oficiais.
O filme inicia-se com Eldon em uma beira de estrada pedindo carona. Ao ver que não conseguiria uma, o personagem senta-se na beira da estrada e continua escrevendo em seu álbum de fotografias e colagens, que possui o mesmo título do filme. Já no início podemos ver Dan Eldon fazendo uma das coisas que mais amava, que era fotografar pessoas do continente africano em suas diferentes culturas.
Após as cenas iniciais, o filme volta alguns meses antes, na formatura de Dan Elton. Logo após, juntamente com amigos, o personagem sai em um safari. Lá, ele começa a fotografar, e logo surge um dos primeiros conflitos em que deu cobertura. Logo após, podemos ver seu trabalho como designer gráfico para a Revista Mademoiselle. Centenas de pessoas morriam todos os dias na Somália, mas isso não era registrado na mídia internacional. Foi aí que a aventura de nosso personagem principal inicia-se. Eldon estava disposto a tentar se destacar como um jovem fotógrafo, registrando todo o conflito da Somália e mostrando ao mundo através de seu trabalho, toda fome que assolava o país. Juntamente com o trabalho na revista, o personagem vive seus anos com grande paixão liderando uma missão de ajuda humanitária, sendo muito bem retratada no filme.
Ao final do filme, vemos as cenas de acontecimentos que levaram o fotógrafo a sua trágica e inesperada morte, aos 22 anos.
Assistindo o filme, percebi que houve uma tentativa muito realista de mostrar todo o acontecimento, com imagens até mesmo muito pesadas de conflitos, com corpos mutilados, introdução de cenas reais das imagens de pessoas desnutridas passando fome. Não é um tipo de filme que você deva assistir como apenas um passatempo. Ele traz variadas reflexões acerca sobre a vida, sobre ter dignidade frente a alguns acontecimentos e sobre essencialmente ser humano com relação aos outros. Nos faz enxergar o outro muito além da sua imagem. Podemos sempre lembrar que o fato que a fotografia pode ajudar outras pessoas, ao expor grandes tragédias, como tornou-se para Dan Eldon um trabalho mais urgente.
Assista o filme e nos diga sua opinião!
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#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quinta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.
Links, referências e créditos
Dorothea Lange
Dorothea Lange foi uma das mais importantes profissionais da fotografia norte-americana. Ficou conhecida pelas imagens da Grande Depressão e da situação dos imigrantes nos Estados Unidos.
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Dorothea Lange in Texas on the Plains, 1932, Paul S. Taylor
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Lange nasceu em Hoboken, uma pequena cidade de Nova Jersey, em maio de 1895, em uma família de imigrantes alemães. Passou a se interessar por fotografia após o abandono do pai, quando tinha 12 anos.
Na Universidade de Columbia, Nova York, entrou de cabeça no universo fotográfico e começou a trabalhar como aprendiz em diversos estúdios da cidade. Em 1918 se mudou para São Francisco, na Califórnia, onde abriu o próprio negócio. Na mesma época, se casou com o primeiro marido, o pintor Maynard Dixon, com quem teve dois filhos.
Com a crise de 1929, passou a fotografar as ruas. Seu talento nato e sua temática de desempregados e moradores de rua, chamou a atenção de fotógrafos mais experientes, o que a levou a trabalhar para a “Farm Security Administration” (FSA), um programa criado pelo governo para promover o desenvolvimento de áreas agrícolas americanas, para combater a crise.
Durante seu trabalho com o governo, que durou entre 1935 e 1941, retratou o sofrimento dos pobres, dos esquecidos, dos desempregados e, principalmente, das famílias rurais deslocadas e dos trabalhadores imigrantes. Suas imagens eram distribuídas gratuitamente a jornais de todo o país, o que fez com que suas fotografias extremamente representativas e impactantes ficassem cada vez mais conhecidas.
A fotografia mais conhecida deste período é a “Migrant Mother” (“Mãe Imigrante”), um dos mais icônicos registros da fotografia, a qual retrata uma imigrante chamada Florence Owens Thompson com três de seus sete filhos. É o símbolo da Grande Depressão, o pior e mais longo período da recessão econômica do século XX.
Faleceu em 1965. Durante os últimos anos de vida, enfrentou diversos problemas de saúde. Hoje, mais de cinco décadas após sua morte, toda sua obra é cada vez mais celebrada e estudada nas universidades do mundo todo.
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Migrant Mother, 1936, Dorothea Lange |
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Cars on the Road, 1936, Dorothea Lange |
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Damaged Child, 1936, Dorothea Lange |
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Family Walking on Highway – Five Children, 1938, Dorothea Lange |
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Woman of the High Plains, 1938, Dorothea Lange |
#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.
Links, Referências e Créditos
Como citar essa postagem
COSTA, Clara. Dorothea Lange. Cultura Fotográfica. Publicado em: 9 de set. de 2020. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/galeria-dorothea-lange/. Acessado em: [informar data].
Panning
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Max Verstappen of Netherlands and Aston Martin Red Bull Racing drives his RB14 during the Austrian Formula 1 Grand Prix at Red Bull Raing on July 01, 2018 in Spielberg, Austria | Vladimir Rys |
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Romain Grosjean of France and Haas F1 Team drives his VF18 during practice for the Chinese Formula 1 Grand Prix at Shanghai International Circuit on April 13, in Shanghai, China | Vladimir Rys |
Referências
O Abutre
O filme de 2014 faz um comentário sobre a produção de imagens violentas e a relação do público com elas.
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Cena do filme O Abutre (2014) Descrição: em uma sala, um homem filma bem de perto uma mulher que parece estar sentada em um sofá, mas como tem sangue em sua blusa, podemos assumir que ela está morta. |
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Cena do filme O Abutre (2014) Descrição: um homem sobre uma escada enquanto filma algo no topo com o olhar vidrado. A escada está suja de sangue em alguns pontos. |
Links, Referências e Créditos
- O próprio filme
Bernd e Hilla Becher
Bernd e Hilla Becher ficaram conhecidos por suas fotografias de instalações industriais, minimalistas e documentais.
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Bernd e Hilla Becher, Autoria não identificada. Descrição: foto em preto e branco de um casal de idosos encarando a câmera com uma expressão tranquila. Atrás deles há um muro de tijolos. |
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Bernd e Hilla Becher, Coal Bunkers (1966, 1999). Descrição: série de fotografias em preto e branco de antigas instalações industriais. |
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Bernd e Hilla Becher, Coal Bunkers (1974). Descrição: série de fotografias em preto e branco de antigas instalações industriais. |
Boa parte das fotografias dos Becher foram publicadas em livros, já que este seria o meio ideal para apreciar tanto os detalhes de cada foto, mas também o efeito das montagens. O primeiro livro foi o “Esculturas Anônimas” publicado em 1970.
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Bernd e Hilla Becher, Pitheads (1974). Descrição: série de fotografias em preto e branco de antigas instalações industriais. |
As fotografias de Bernd e Hilla Becher são um registro documental muito importante do que um mundo foi durante uma época.
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Bernd e Hilla Becher (1966). Descrição: foto de uma antiga estrutura industrial que se assemelha a um guindaste. |
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Bernd e Hilla Becher (1984). Descrição: instalação industrial antiga formada de vários tubos. |
Links, Referências e Créditos
A revolucionária fotografia de Cidadão Kane
Cidadão Kane é um filme de 1941 dirigido e estrelado por Orson Welles.
Cidadão Kane é um filme de 1941 dirigido e estrelado por Orson Welles. O longa teve uma estreia um tanto quanto morna, ele não foi um sucesso de bilheteria e mesmo tendo concorrido a nove categorias do Academy Awards ganhou apenas uma. Porém, hoje, ele é visto como ums dos melhores filmes já feitos na história, tanto pela direção de Welles quanto pela magnífica cinematografia de Gregg Toland. |
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Pôster do filme |
O filme se inicia com a morte do protagonista Charles Foster Kane, que em seu último suspiro pronuncia a palavra “rosebud”. Como ele era um homem muito rico e poderoso, dono de várias empresas e um magnata da comunicação, os jornais passam a investigar qual seria o significado da última palavra proferida por Charles.
O brilhantismo do filme se dá tanto por sua narrativa com progressão não linear, quanto pelas técnicas de fotografia empregadas na composição das cenas que não somente trazem beleza as imagens do filme, mas também por serem usadas como ferramentas que contribuem muito para o desenvolvimento da história.
A utilização de longos planos sequência que dão mais ênfase na interpretação dos atores, ou os enquadramentos em contra-plongée que muitas vezes são usadas para demonstrar a grandeza de Kane são exemplos de técnicas que serviram como base para vários outros filmes. Contudo, o artifício que se sobressai é a grande profundidade de campo. Essa não foi uma técnica inédita no cinema, mas o modo como ela foi aplicada, sim.
Com uma grande profundidade várias coisas puderam ser feitas de maneira diferente dos padrões cinematográficos da época, como por exemplo o modo como os atores entravam em cena, que costumava ser apenas pelas laterais, agora pode ser feitos de maneiras mais variadas ou os cortes constantes para mostrar elementos diferentes agora não eram mais necessários. Uma cena interessante em que podemos ver a profundidade de campo sendo usada, é quando Kane e sua segunda esposa Susan Alexander estão conversando dentro da grande mansão Xanadu.
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Cena com Charles Kane e Susan Alexander conversando na mansão Xanadu |
Nesta cena, a profundidade de campo é utilizada para mostrar vários elementos de uma só vez, ela serve tanto para nos dar noção do quão grande é a mansão, mas também demonstra, de maneira simbólica, que o casal já está se distanciando, e ainda passa ao espectador o sentimento de solidão que encaixa perfeitamente nas emoções do personagem principal, e são cenas como essa que tornam esse filme quase que como obrigatório na repertorio de qualquer cinéfilo, ou apaixonado por fotografia.
Agora é sua vez de ver o filme e ficar com olhos atentos nesses elementos! E não se esqueça de contar suas impressões sobre o filme para outros fãs de cinema e fotografia no nosso grupo do facebook!
Links, Referências e Créditos
- http://www.enecult.ufba.br/modulos/submissao/Upload-484/112271.pdf
- https://www.youtube.com/watch?v=0xdN25Td_AE&t=536s
- https://en.wikipedia.org/wiki/Citizen_Kane
Como citar esta postagem
CAVALHEIRO, Pedro Olavo PedrosoA revolucionária fotografia de Cidadão Kane. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/a-revolucionaria-fotografia-de-cidadao-kane/>. Publicado em: 28 de agos. de 2020. Acessado em: [informar data].