Representação do espaço

Compondo a fotografia com o espaço negativo e positivo e com a profundidade de campo.

Compondo a fotografia com o espaço negativo e positivo e com a profundidade de campo.

A representação do espaço é uma forma de mostrar um lugar, pessoas e objetos. Essa representação pode ser diferente dependendo do fotógrafo, da forma que a foto foi tirada e da ideia que a imagem quer passar. Assim, uma fotografia pode ser considerada um reflexo de como vemos o mundo. Sendo ela uma seleção dos interesses do fotógrafo.

A representação do espaço na fotografia pode ser feita utilizando técnicas de composição, como, o espaço positivo e negativo e a profundidade de campo. Essas técnicas ajudam na dimensão percebida na imagem, além de direcionar o olhar para o objeto principal.

Como representar o espaço na fotografia?

Esta imagem mostra um vaso de cerâmica branca com uma cor de destaque laranja, preenchido com um buquê de flores rosa e brancas. O vaso está sobre uma superfície plana em frente a uma parede, e as sombras projetadas pelo arranjo criam um contraste interessante contra o fundo claro. As flores são dispostas de tal forma que parecem estar caindo do topo do vaso, criando uma exibição atraente. Além disso, há também algumas folhagens visíveis no fundo do vaso que adicionam textura e profundidade a esta composição de natureza morta.]
A. f/3.9, V. 1/25s, I. 400 | Nathália Paes

O espaço negativo e o positivo podem ser combinados para criar uma foto que seja agradável de se olhar. Para entender melhor, imagine que exista uma hierarquia na fotografia, ou seja, algumas partes na imagem são mais importantes do que outras. Esta hierarquia também vai indicar o que o observador irá ver primeiro. 

O espaço positivo é aquele objeto onde se encontra o foco da fotografia, é ele que atrai o olhar do observador primeiro. O espaço negativo são as áreas vazias na fotografia, por exemplo, aquele espaço com céu, água ou parede. É aquela área que não chama muita atenção, pois ela fornece uma área de respiro para a composição. Assim, o espaço negativo impede que a fotografia fique cheia de elementos, o que ajuda a focar apenas no objeto principal. Então, podemos dizer que o espaço positivo é o objeto principal, e o espaço negativo, é a área ao redor do objeto principal.

Esta imagem mostra uma mesa com vários itens de papelaria. Do lado esquerdo da mesa, há um caderno com anotações. À direita deste, existem várias canetas de cores diferentes dispostas em grupo e um vaso cheio de flores. Na frente deles está outro caderno encadernado com espiral e contém caneta e lápis. Mais à direita, há um caderno roxo sobre uma superfície branca. Por fim, na parte inferior central da imagem, há um close-up de papel e uma única caneta horizontalmente sobre ele.
A. f/3.9, V. 1/20s, I. 400 | Nathália Paes

O espaço negativo e o positivo podem ser combinados para criar uma foto que seja agradável de se olhar. Para entender melhor, imagine que exista uma hierarquia na fotografia, ou seja, algumas partes na imagem são mais importantes do que outras. Esta hierarquia também vai indicar o que o observador irá ver primeiro. 

O espaço positivo é aquele objeto onde se encontra o foco da fotografia, é ele que atrai o olhar do observador primeiro. O espaço negativo são as áreas vazias na fotografia, por exemplo, aquele espaço com céu, água ou parede. É aquela área que não chama muita atenção, pois ela fornece uma área de respiro para a composição. Assim, o espaço negativo impede que a fotografia fique cheia de elementos, o que ajuda a focar apenas no objeto principal. Então, podemos dizer que o espaço positivo é o objeto principal, e o espaço negativo, é a área ao redor do objeto principal.

Esta imagem captura a vista da cidade de Mariana, com telhados vermelhos e árvores. A cena é dominada pela vasta extensão do céu, que é preenchido com nuvens brancas que se estendem até onde a vista alcança. Em primeiro plano, há vários edifícios com telhados cor de terracota que contrastam fortemente com o céu azul brilhante acima deles. As árvores revestem muitos desses telhados, adicionando uma camada extra de textura à paisagem. Mais longe dos edifícios, pode-se distinguir colinas e montanhas ao longe.
A. f/11, V. 1/180s, I. 100 | Nathália Paes

A profundidade de campo é o espaço com foco em uma fotografia. Essa profundidade será definida por meio da abertura da câmera e da distância que o fotógrafo estará do objeto fotografado. Na imagem acima podemos perceber uma profundidade de campo ampla, pois a distância é grande a ponto de haver nitidez entre elementos distantes entre si. Usando uma abertura grande e uma certa distância do objeto podemos deixar todos os elementos da fotografia nítidos e com a mesma importância visual.

Esta imagem mostra um cão marrom deitado no chão em um ambiente ao ar livre. O animal está situado no topo de uma superfície de tijolos e cercado por uma grama verde. Enquanto o fundo da foto, uma parede branca, está desfocada. Seu pelo parece ser curto e emaranhado, com as orelhas erguidas atentamente enquanto olha para longe.
A. f/5.6, V. 1/125s, I. 100 | Nathália Paes

Nesta imagem, a profundidade de campo é rasa, resultando em maior desfoque no fundo e na frente. Esse efeito pode ser realizado com uma abertura de obturador pequena, se mantendo longe do objeto e usando um zoom alto, ou através de edição. O fundo foi desfocado e o elemento central se tornou o foco da imagem, fazendo o olhar do observador ser direcionado para ele. Desfocar o fundo também também pode ser uma ferramenta para apagar algum elemento que não traz informação à foto.

Contando histórias através do vazio 

O modo como representamos um espaço, destacando certos elementos ao invés de outros, muda como aquela fotografia pode ser percebida. Ao selecionar um objeto como destaque estamos criando uma nova forma de ver aquele ambiente. 

Ao utilizar o espaço positivo, o espaço negativo ou a profundidade de campo estamos transmitindo uma mensagem. Essas técnicas de composição também podem causar emoções diferentes. O espaço positivo pode passar a ideia de poder, força ou movimento, enquanto o negativo pode mostrar tranquilidade, admiração ou mistério. A profundidade de campo também ajuda a selecionar o que é mais importante na imagem, direcionando o olhar para aquilo que queremos pôr em foco.

Fotografar não é apenas reproduzir com fidelidade um espaço, mas sim, por meio de escolhas, contar uma história com a imagem. Essas escolhas são feitas a todo momento, ao escolher dar foco nisso e não naquilo, ao cortar este elemento e não outro, ao utilizar este ângulo e não aquele.

Objeto de Aprendizagem é uma coluna de carácter formativo. Trata-se de uma série de materiais didáticos elaborados para apoiar o aprendizado da prática fotográfica. Deseja acessar outras publicações da coluna Objeto de Aprendizagem ? É só seguir este link.

REFERÊNCIAS CONSULTADAS NA PRODUÇÃO DESTE CONTEÚDO

Compreendendo os Espaços na Fotografia. Blog EMania, 2021. Disponível em: <https://blog.emania.com.br/compreendendo-os-espacos-na-fotografia/>. Acesso em: 17 jul. 2023.

HEDGECOE, John. O novo manual da fotografia. 4. ed. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2005.

COMO CITAR ESTE CONTEÚDO

PAES, Nathália. Representação do espaço. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotografica.com.br/representacao-do-espaco/>. Publicado em: 20 dez. 2023. Acessado em: [informar data].

A Representação do Movimento: recortando espaço e tempo

Nosso movimento é constante e mesmo parados, nossa respiração é um movimento. Entender como representá-lo nas suas fotografias é fundamental.

Nosso movimento é constante e mesmo parados, nossa respiração é um movimento. Entender como representá-lo nas suas fotografias é fundamental.

Cenário de uma cachoeira, com uma pedra se destacando no meio e a corrente da água a atravessando. A pedra está congelada, mas o movimento da água está borrado na imagem.
A. f/14, V. 1/13 s, I. 800 | Gustavo Batista

Há um interessante paradoxo da fotografia que na maioria do tempo não percebemos. Mesmo que uma foto seja um recorte estático da realidade, ainda há movimento presente nela: apenas manipulamos como queremos que ele se apresente. Não se engane, pois mesmo quando estamos parados fotografando, nossa respiração e movimento dos músculos ainda são um movimento sutil, mas muito capaz de tremer nossa fotografia quando não firmarmos a mão. Mas existe um certo ou errado? Quais fatores levamos em conta quando escolhemos como esse movimento aparece? As possibilidades vão até mesmo além do que imaginamos.

Borrado e Congelado: Os tipos de movimento na fotografia

Se imagine fotografando em um festival de dança, câmera no pescoço e os mais variados estilos se apresentando. Existem diferentes possibilidades ao seu dispor para captar cada apresentação, tudo variando de acordo com seu desejo e visão como fotógrafo. Talvez queira deslumbrantes poses de balé congeladas e estáticas, destacando firmeza. Talvez queira vestidos de dança de ventre borrados para sensação de fluidez. Independente das escolhas tomadas, há um agente por trás: a velocidade do obturador.

Através da velocidade do obturador, também conhecida como tempo de exposição, é possível variar o movimento entre dois estados: congelado e borrado. Em termos técnicos, essa alteração refere-se ao tempo que o obturador levará para abrir e fechar, assim controlando a entrada de luz. Uma velocidade de obturador mais alta vai captar movimentos de forma congelada, enquanto uma baixa vai captar borrados.

Estaca de madeira fincada em uma rua, segurando dois varais com várias bandeiras LGBTQIA + enfileiradas. Elas balançam com o vento, apresentadas congeladas na imagem.
A. f/7.1, V. 1/2000 s, I. 200 | Gustavo Batista

Vejamos os casos. O movimento congelado demanda que o obturador seja mais rápido que o objeto. Isso já deve ser visível de 1/250 para cima dependendo da sua câmera, mas ele pode variar. Na imagem acima, havia uma intencionalidade quanto a como as bandeiras deveriam se apresentar: congeladas, destacando a presença do vento mas sem comprometer o conteúdo presente nessas. Para isso, foi usada a velocidade de 1/2000 para que o efeito fosse realizado e a imagem se mantivesse nítida.

Uma mão segura um telefone celular, rolando a galeria rapidamente. A tela do celular está borrada e a mão segurando congelada.
A. f/3.9, V. 1/15 s, I. 200 | Gustavo Batista

O movimento borrado é consequência de um maior tempo de exposição, resultando em um rastro no objeto em movimento. Isso exige uma velocidade mais baixa. A imagem do exemplo acima usa de uma velocidade 1/15 para apresentar um cenário onde é possível ver um celular e uma mão deslizando a tela, rolando pela galeria de imagens. Devido ao tempo de exposição alto, o efeito gerado da tela borrada causa uma sensação de movimento, captando melhor a ideia do deslize rápido na tela. 

Uma moto atravessa em meio a rua com uma mulher dirigindo. A rua está borrada e a mulher no centro congelada.
A. f/13, V. 1/15 s, I. 100 | Gustavo Batista

Panning parece complicado, eu sei, mas o segredo está em “brincar com a física”. Panning vem de panorâmica e sua aplicação consiste em um tempo de exposição mais longo, porém acompanhando o objeto com sua câmera. Isso eliminará o movimento do objeto de interesse, o deixará estático e borrará o resto na direção que a câmera foi movida. No exemplo acima, o objeto de interesse consiste na moto passando. Perceba que como na imagem anterior, a presença do borrado corrobora para a sensação de movimento.

Não existe certo ou errado, apenas a sua intenção

Captar o movimento na fotografia é composto de duas possibilidades que parecem básicas: ou você congela ou você borra. É um processo subjetivo que depende de você, pois não há certo ou errado. A real diferença está na intenção e no resultado final, afinal, fotos borradas e fotos congeladas causam diferentes percepções. Para isso, o primeiro passo é sempre saber qual sua intenção e quais possibilidades você tem a seu dispor. Não entender isso pode criar um ciclo de constante insatisfação nas suas fotos e não há nada pior que sentar para rever as tiradas no dia e se decepcionar.

REFERÊNCIAS CONSULTADAS NA PRODUÇÃO DESTE CONTEÚDO

HEDGECOE, John. O novo manual de fotografia: guia completo para todos os formatos/John Hedgecoe; tradução de Assef Nagib Kfouri e Alexandre Roberto de Carvalho – São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2005. p 93-103

ENTLER, Ronaldo A fotografia e as representações do tempo Galáxia, núm. 14, 2007, pp. 29-46 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo São Paulo, Brasil.

COMO CITAR ESTE CONTEÚDO

Duração de Exposição e seus Movimentos na Fotografia

A Duração da Exposição é uma das variáveis que controla a quantidade de luz captada pela câmera.

A imagem mostra uma fonte de água como destaque. Ao fundo, há um banco de cor marrom, alguns arbustos, uma palmeira e construções no estilo colonial.
A. f/10, V. 1/250 s, I. 100 | Alice Pereira

Você conhece a variável responsável por trazer movimentos para a fotografia? Chamada de Duração de Exposição ou Velocidade, esse parâmetro refere-se ao tempo em que o obturador fica aberto para a entrada de luz no sensor da câmera. Na fotografia, as durações de exposição mais comuns são de frações de segundos, quanto maior o número do denominador, menor é a duração. 

O obturador é visto como uma “cortina” que, no momento do disparo, abre para captar a luz e, em seguida, se fecha. Além disso, há durações que são estipuladas para congelar ou riscar o objeto que deseja protagonizar na fotografia. 

Representação do Movimento

Na fotografia acima, há uma fonte de água e, para obter o efeito de congelamento, foi necessário utilizar uma curta duração. O movimento congelado traz a sensação que o assunto principal da foto está imóvel, como a água. Para alcançar esse efeito, é preciso diminuir a duração da exposição. No entanto, a duração a ser utilizada deve variar conforme o assunto que se quer fotografar. Por exemplo, o tempo de exposição para congelar um carro em movimento vai ser muito menor que para congelar uma pessoa andando.

Neste módulo, veremos alguns exemplos de fotografias em que o movimento está congelado ou borrado. Além de mostrar que é possível aplicar estes efeitos em diferentes objetos.

A imagem mostra uma pessoa andando de moto na rua e outra pessoa andando na calçada, ambas indo em direção à esquerda. Ao fundo, é possível ver um carro prata estacionado, também há casas e comércios no estilo colonial. A foto está sob o efeito congelado.
A. f/5.6, V. 1/500 s, I. 400 | Alice Pereira

Neste exemplo, o efeito dado na fotografia acima foi o de movimento congelado, na qual observamos uma pessoa andando na calçada e uma moto em movimento na rua. Porém, ambos trazem a sensação de imobilidade, visto que não é evidenciado nenhum rastro de movimento em nenhum dos personagens. Para produzir este efeito, foi necessário utilizar uma duração baixa, isso faz com que o tempo para captação da luz para formar a imagem seja pequeno.

A imagem mostra um menino e uma bola em movimento. Ao fundo há casas e carros estacionados na rua.
A. f/32, V. 1/30 s, I. 100 | Alice Pereira

Também podemos obter o efeito de borrar um movimento, o qual o objetivo principal da fotografia é mostrar o rastro de movimento que se forma, isso auxilia as pessoas a compreenderem a proposta da foto. Na imagem acima, observamos a bola em movimento. Para obter este efeito, basta usar uma longa duração da exposição.

A imagem mostra duas janelas abertas, de cor branca e azul, onde há diversos objetos pendurados do lado de dentro da casa, como camisetas, flores e bordados.
A. f/7.1, V. 1/160 s, I. 100 | Alice Pereira

Neste exemplo, foi utilizado o modo prioridade de velocidade, no qual a duração e o ISO são ajustados manualmente e somente a  abertura é ajustada automaticamente pela câmera, para que haja uma exposição correta na fotografia. Na imagem, é possível observar diversos objetos, os quais estão em constante movimento por estarem pendurados na janela. Diante disso, foi utilizada uma duração mais curta, ou seja, uma velocidade maior, para evitar que os movimentos ficassem borrados. O ideal é usar o modo prioridade de velocidade quando esse for um fator importante para captar em sua fotografia, como os movimentos. 

Os Fatores que Interferem no Resultado da Fotografia

É importante destacar que a duração da exposição depende de outros componentes da câmera que contribuem para a formação da fotografia, como o ISO e a Abertura. O controle desses três pilares da fotografia é chamado de triângulo de exposição. 

Além disso, o modo que a câmera é segurada também interfere no resultado final da imagem, sendo ideal que ela esteja firme, caso contrário, compromete sua nitidez. Quando ajustamos a câmera para captar longas durações, corremos o risco de produzir imagens tremidas. Para evitar que isso ocorra, recomenda-se o uso de monopés ou tripés. Também vale apoiar o equipamento sobre uma superfície estável.

Cabe ressaltar que a qualidade da imagem não pode ser ligada aos movimentos congelados/riscados, pois varia de acordo com o que se quer evidenciar na fotografia.

REFERÊNCIAS CONSULTADAS NA PRODUÇÃO DESTE CONTEÚDO

O Novo Manual de Fotografia – Guia Completo – John Hedgecoe file:///C:/Users/bruno/Downloads/O%20Novo%20Manual%20De%20Fotografia_%20Guia%20Completo%20-%20John%20Hedgecoe.pdf

InfoEscola – Obturador https://www.infoescola.com/fotografia/obturador/

Entendendo os Modos da Câmera – Eduardo e Mônica https://www.eduardo-monica.com/new-blog/entendendo-modos-camera-como-usar

Abertura, Velocidade e ISO: Os 3 pilares da fotografia – Eduardo e Mônica https://www.eduardo-monica.com/new-blog/iso-velocidade-abertura-exposicao-fotografia

COMO CITAR ESTE CONTEÚDO

PEREIRA, Alice. Tempo de Exposição e seus Movimentos na Fotografia. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotografica.com.br/duracao-de-exposicao-e-seus-movimentos-na-fotografia/>. Publicado em: 14 ago. 2023. Acessado em: [informar data].

Profundidade de Campo

A profundidade de campo é a área antes e depois do plano focado que pode ser considerada em foco.

A profundidade de campo é um assunto importantíssimo na hora de fotografar, nessa postagem vamos analisar vários fatores relativos a ela.

Essa é a segunda publicação do Cultura Fotográfica sobre este assunto, então para melhor compreendimento vale a pena ler a primeira, na qual falamos sobre como aplicar o efeito de fundo desfocado configurando a lente para uma abertura máxima, com a maior distância focal possível e se aproximando o máximo possível do objeto. Agora vamos nos aprofundar um pouco mais no assunto.

Em primeiro plano vemos um homem encostado em uma parede, com uma placa no pescoço. Mais ao fundo, mesmo estando desfocadas, vemos várias pessoas transitando.
Henri Cartier-Bresson, Desempregado em Hamburgo, Alemanha 1952-1953

A profundidade de campo é a área antes e depois do plano focado que pode ser considerada em foco. Pense que um plano focado de uma imagem é formada por milhares de pequenos pontos, e conforme a distância em relação a ele vai aumentando os pontos se tornam círculos, quando esses ficam muito grandes, temos o que chamamos de círculo de confusão, a partir daí a imagem está desfocada.

O círculo de confusão poderá variar de tamanho devido a vários fatores. O tamanho no qual a foto será exibida é um deles por isso uma foto que pareça desfocada na tela de um computador pode não parecer vista em um celular.

Entender bem esses conceitos ajuda na hora de decidir a configuração que vamos usar na hora de fotografar. No caso de paisagens, por exemplo, é ideal usar grandes profundidades de campo para que toda a cena esteja nítida, também é necessário pensar bem onde colocar o foco da câmera, se você focar em um objeto próximo, mesmo com uma grande profundidade de campo, é possível que os objetos mais distantes estejam desfocados e vice versa.

Já no caso de retratos, muitas vezes uma curta profundidade de campo pode ser a melhor escolha, mas cuidado, caso ela seja muito curta pode ser que uma boa parte do rosto de uma pessoa fique desfocado.

Henri Cartier-Bresson, famoso fotógrafo francês responsável por algumas das mais icônicas fotos da história e um dos fundadores da agência Magnum, que é considerada uma das mais importantes agências de fotografia da história, tem em seu portfólio várias imagens na qual podemos observar profundidades de campo muito bem calculadas.

Quatro mulheres vestindo roupas brancas que cobrem todo o corpo, estão paradas na encosta duma colina. Uma delas está com as mão erguidas em sinal de oração. Ao fundo podemos ver uma vale cheio de árvores e um rio, além da silhueta de uma cadeia de montanhas.
Henri Cartier-Bresson, Mulher muçulmana na encosta da colina Hari Parbal 1948

Ainda que nessa foto os objetos principais sejam as quatro mulheres, percebesse o uso de uma longa profundidade de campo. Mesmo não estando completamente nítidos, o vale  abaixo delas e o céu contribuem muito para a composição, se eles tivessem sido retratadas com um fundo completamente desfocado a foto não teria tanto impacto.

Na foto vemos dois homen, um deles está de costas e desfocada, já  o outro está em foco de frente para a câmera, ele está vestindo um grosso casaco de pele e fuma um cachimbo. Atrás podemos ver alguns lampiões de iluminação e o telhada de alguma construção.
Henri Cartier-Bresson Jean-Paul Sartre, Paris, 1946

Essa situação é diferente, o objeto principal da foto é o escritor Jean-Paul Sartre, mas há  um homem entre a câmera e ele. Utilizando uma pequena profundidade de campo Bresson consegue contornar esse fator,  mesmo não estando em primeiro plano Sartre é colocado como principal objeto da foto. 

Então na hora de sair para fotografar não se esqueça de prestar muita atenção  na profundidade de campo, ela é um fator importantíssimo na hora de destacar ou esconder detalhes. E vale lembrar que, assim como o círculo de confusão varia com o tamanho com que uma foto é impressa, a profundidade de campo também varia.

Links, Referências e Créditos

Como citar esta postagem

CAVALHEIRO, Pedro Olavo Pedroso. #fotografetododia – Profundidade de Campo. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em <https://culturafotografica.com.br/fotografetododia-profundidade-de-campo/>. Publicado em: 18 de jan. de 2021. Acessado em: [informar data].

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Fotografia pelo Buraco de Agulha

 Conhecida como fotografia furo de agulha, a técnica é rudimentar, no lugar de lentes, usa-se um furo de agulha, para captar luz.

Desde sua invenção, a tecnologia fotográfica encontra-se em contínuo desenvolvimento e aperfeiçoamento. Apesar disso, alguns fotógrafos, que atuam dentro do campo das artes visuais, utilizam materiais e procedimentos rudimentares, como as câmeras de orifício, feitas muitas vezes, por materiais e procedimentos antigos, como é o caso da câmera artesanal, o pinhole
Ver o peso pelo furo da agulha. Dirceu Maués, 2004. 
Conhecida também como fotografia estereoscópica, o pinhole consiste na obtenção de imagens, a partir de uma câmera artesanal, feita com materiais não convencionais,  como caixas de leite, esparadrapo, ou fósforo.
O princípio técnico da câmera pinhole está diretamente relacionado à câmera escura. Para que a imagem se forme no interior da câmera escura, é necessário que a luz entre por meio de furo e atinja o material fotossensível.  Assim, se o orifício for grande, o tempo de exposição será menor, o que acarretará na nitidez da imagem formada no interior do aparelho.  Desse modo, se o tamanho do buraco feito pela agulha for menor, mais nítida será a imagem, no entanto o tempo de exposição será maior.
Dirceu Maués (Belém, PA, 1968) em sua série de composições “Ver o peso pelo furo da agulha”, registrou mais de 400 fotos do mercado de Belém em uma pinhole feita com caixa de fósforo. O artista registrou belas composições em que se destaca o movimento, pelo jogo de sombras,  levando ao observador a uma atmosfera utópica.   
Ver o peso pelo furo da agulha. Dirceu Maués, 2004.
No registro de Maués é notável a ideia de tempo. Essa característica que perpassa toda a obra “Ver o peso pelo furo da agulha”, leva o observador a sensação de um constante movimento e dinamismo daquele cenário. Dirceu constitui a partir do pinhole, um diálogo entre o subjetivo, seu jeito de representar o mundo, e o real, o objeto ali fotografado. A escolha por processos alternativos,  transmite a inquietação de diferentes fotógrafos ao experimentar uma linguagem diferente da convencional. Ela por si só, justifica que os artistas procurem novas respostas em um contexto de mecanismos cada vez mais sofisticados. 
Aprenda a fazer um pinhole
O que achou desta técnica? Nos conte e experimente criar uma pinhole. Assista o vídeo e confira o passo a passo. Depois nos mostre e conte-nos o resultado! 
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Silhuetas

 

O uso das silhuetas pode incrementar suas fotos e dar a elas um senso de mistério, como iremos ver em algumas fotografias de René Burri.

Silhuetas são o contorno de um objeto posicionado contra uma fonte de luz clara, e que nos permitem identificar esse objeto, ainda que não possamos ver sua cor e textura. Esse elemento costuma trazer um senso de mistério e uma estética muito bonita para as fotos, sendo muito usado inclusive em fotografia de moda, como forma de realçar o corpo dos modelos.
Legenda: São Paulo, Brasil. Rene Burri, 1960 (Magnum Photos)
Descrição: vemos de um ângulo de cima quatro pessoas que caminham no terraço de um prédio no que parece ser uma metrópole. 
Para criar uma silhueta na foto, basta posicionar o seu objeto entre a fonte de luz e a sua câmera, de forma que a parte que você irá fotografar não seja iluminada diretamente. Mas não é só isso. Para que a silhueta continue escura na foto o fotômetro precisa mostrar uma leitura negativa, -2 ou menor (utilizando o sistema de medição pontual). 
A nitidez do contorno da silhueta depende do tipo de luz: com uma luz dura você terá uma borda mais evidente e com uma luz suave os contornos ficarão mais imprecisos. Para saber mais sobre a diferença entre luz dura e luz suave leia esse texto do blog. Dependendo do objeto, uma bicicleta por exemplo, é interessante colocá-lo de perfil para facilitar a identificação. Geralmente o pôr e o nascer do sol fornecem uma luz favorável para essas fotos.
Um exemplo de fotógrafo que usava muitas silhuetas era René Burri. Nascido em Zurique, Suíça, trabalhou como fotojornalista, percorrendo o mundo e registrando diversos momentos importantes da segunda metade do século XX, como a Guerra do Vietnã e os protestos da Praça Celestial na China. 
A foto abaixo foi retirada em um centro de treinamento militar em Chicago em 1971. Os helicópteros no fundo, a arma que o homem da foto segura e o capacete que ele usa passam a sensação de que algo muito violento pode estar acontecendo. O fato de vermos apenas o contorno do soldado traz um mistério para a fotografia. No site do museu londrino Tate, é dito que “a iluminação transforma o soldado em um instrumento sem rosto da guerra como os helicópteros atrás dele” (tradução livre). Essa frase define muito bem como o uso da silhueta nessa foto deixa de ser um elemento puramente estético, e ganha significado.
Legenda: Chicago, Illinois, USA. Rene Burri, 1971
Descrição: vemos a silhueta do que parece ser um soldado, pois ele está usando capacete militar e carrega uma arma nas costas. No céu atrás do sujeito vemos diversos helicópteros, o que reforça o contexto militar da foto.
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Links, Referências e Créditos

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Usando o flash com criatividade

Exemplos de usos criativos do flash, permitindo efeitos bem interessantes.

 No encerramento da série, conheça algumas possibilidades criativas do flash!

Ao longo das últimas semanas, publicamos uma série de textos na seção #fotografetododia sobre os usos do flash, passando desde as diferenças entre flash embutido e dedicado nos resultados que proporcionam nas fotos até por noções quanto ao uso da potência e do zoom ao usar o speedlight. Hoje, para encerrar, traremos alguns exemplos de usos criativos do flash, permitindo efeitos bem interessantes.

É possível alterar completamente a cor e temperatura de uma imagem ao aliar o flash de forma indireta e alguma superfície da coloração desejada, como um tecido, por exemplo. Para isso o flash deve estar voltado para tal superfície, que ficará fora do campo que será fotografado pela câmera. Esse truque funciona melhor em ambientes com menor incidência de luz para que o flash possa colorir o primeiro plano de forma mais intensa.

Na imagem de Peter Kaaden feitas para um editorial de moda da revista INDIE Magazine, é possível notar a coloração avermelhada sobre a modelo. Esse efeito pode ser alcançado com mais de uma maneira, mas uma delas é o uso do flash associado a uma superfície vermelha ou um filtro utilizado acoplado ao flash.

Uma mulher é vista com os cotovelos apoiados sobre uma superfície e as mãos cobrindo parcialmente nariz e boca. Usa óculos escuros e tem a cabeça coberta por um casaco escuro. 
Peter Kaaden. 2017

Já o fotógrafo francês Francis Giacobetti possui uma série de fotografias chamadas Zebras – Listras Ópticas, que apresenta corpos nus vestidos unicamente com listras feitas a partir de sombras. As fotos possuem visivelmente um trabalho de pós produção a fim de atingir os tons de preto e branco desejados, com um forte contraste na relação entre a luz e as sombras. Esse tipo de efeito que pode ser construído com a utilização de flash e objetos que possam projetar sombras nas formas desejadas.

Uma mulher nua aparece deitada com os braços estendidas acima da cabeça e as pernas cruzadas. Sombras em forma de listras cobrem seu corpo, escondendo seus olhos, mamilos e sexo. 
 Francis Giacobetti. Zebras – Optic Stripes, 2012.

É também possível usar o flash aliado à outras técnicas para conseguir efeitos diversos. É o caso do uso da longa exposição, em que os movimentos diante da câmera são capturados e surgem borrados. Ao usar o flash , é possível congelar o primeiro plano e preservar o efeito da longa exposição no restante da foto, como pode ser visto na série de fotografias feitas por Gjon Mili com a participação de Pablo Picasso para a revista Life em 1949. Para conseguir tal efeito, foi usada a técnica de longa exposição para capturar os movimentos que Picasso fazia ao “desenhar com a luz” em um quarto escuro. Picasso aparece em várias posições ao mesmo tempo devido aos vários disparos do flash durante o registro. Porém, é preciso ter em mente que os resultados ao aliar técnicas como essa podem ser diversos, podendo ser ou não satisfatórios. O melhor é testar, fazendo experimentos e ajustes para conseguir os efeitos desejados. 

Pablo Picasso é visto em pé usando uma luz elétrica para desenhar formas do ar que são capturadas pela técnica de longa exposição. É possível vê-lo borrado em outras posições. 
Gjon Mili. Pablo Picasso, South of France, 1949.

E aí? O que achou da nossa série sobre os usos do flash? Esperamos que tenha entendido melhor os usos desse equipamento e que essa conclusão possa ser um incentivo a experimentar ideias usando ele. Conta pra gente as suas opiniões, dúvidas e dicas aqui nos comentários! Vamos adorar ver o debate se expandindo. Aproveite também para acompanhar o projeto no instagram e assine a nossa newsletter para ficar por dentro do universo da cultura fotográfica. 

Até semana que vem com mais um #fotografetododia!

Links, Referências e Créditos

Usando o zoom do flash

Se você já usou um flash externo, talvez tenha se perguntado para que serve o tubo dentro do qual está o dispositivo de disparo da luz.

Na continuação da série, vamos conhecer as possibilidades de utilização do zoom dos flashes externos.

Se você já usou um flash externo, talvez tenha se perguntado para que serve o tubo dentro do qual está o dispositivo de disparo da luz. Este post foi feito exatamente para explicar a função daquilo que chamamos de zoom do flash, trazendo como de costume, exemplos para que a explicação se torne mais clara.

A imagem apresenta um homem branco com cabelo, barba e bigode castanhos, vestindo uma camisa de botão azul estampada aberta até próximo ao umbigo e headphones preto, com glitter prateado em seu rosto, peito e barriga. O  ambiente parece ser a sala de uma residência. Seu olhar está baixo em direção a uma mesa de som que ele controla. O zoom do flash é fechado, formando um círculo de luz sobre o homem enquanto o entorno surge bastante escuro.
Derek Mangabeira. Baile do Encanto. 2020.

O zoom é uma configuração presente em flashes externos que pode ser utilizado para um maior controle na dispersão da luz utilizada. Sabendo que o flash é formado basicamente por um elemento que dispara a luz e um  tubo, dentro do qual este elemento se encontra, a configuração do zoom permite escolher o quão distante a luz estará da extremidade do flash. Quanto mais próximo ela estiver da extremidade do tubo, maior será a abrangência da luz, ou seja, maior será o campo que será iluminado, tornado-se um flash aberto. Já quanto mais ao fundo do tubo ele estiver, mais fechado o flash se tornará e portanto, menor será o campo iluminado, podendo-se focar em iluminar apenas uma parte desejada da pessoa ou objeto que será fotografado.

I Hate Flash é uma empresa de fotografia fundada em São Paulo por Fernando Schlaepfer. Seu início ocorreu de forma despretensiosa quando Schlaepfer e seu grupo de amigos passaram a fazer registros da vida noturna que frequentavam. Com o tempo, cresceram e passaram a fazer a cobertura de grandes eventos como o Rock in Rio e o Lollapalooza, além de trabalhos no ramo da publicidade e da moda. O time de fotógrafos que trabalha no I Hate Flash ficou conhecido pelo estilo espontâneo e divertido de suas fotografias, sendo que em muitas ocasiões costumam se divertir enquanto trabalham, o que torna a experiência muito mais prazerosa.

Na imagem que abre esse texto, feita pelo fotógrafo Derek Mangabeira durante o evento Baile do Encanto, é provável que tenha sido escolhido o uso de um zoom fechado ao configurar o flash, criando um círculo de luz sobre o fotografado enquanto que o entorno surge bastante obscurecido. Aliado às informações presentes no próprio fotografado, como sua vestimenta, uso de glitter, o uso de um headphone e a manipulação de uma mesa de som e mixagem que ajudam a identificá-lo como um DJ, conseguimos identificar essa como uma fotografia de festa noturna, em que a iluminação ambiente costuma ser baixa, predominando os jogos de luz neon e lasers.

Já nesta outra imagem, feita por Diego Padilha em um evento chamado Brewing Friends Festival, a presença do flash é notada pela diferença na intensidade da iluminação sobre o grupo de pessoas visto e o fundo. Por ser um registro de um grande grupo de pessoas, provavelmente optou-se por um zoom aberto do flash, sendo possível portanto iluminar todos que posaram para o clique.

Na imagem, é visto um grupo grande de pessoas vestindo roupas informais, sorrindo e acenando para a câmera diante de um prédio com bandeiras coloridas e um banner onde lê-se Brewing Friends Festival. O ambiente é aberto e ao fundo é visto, do lado esquerdo, uma estrutura metálica comumente usada em eventos com música ao vivo e ao lado direito, uma casa com janelas.  Optou-se por um zoom aberto do flash, sendo possível portanto iluminar todos que posaram para a foto.
Diego Padilha. Brewing Friends Festival. 2020

Vimos que o zoom pode não apenas ser usado para iluminar de forma diferente os ambientes e pessoas fotografados, mas também ser pensado como parte do sentido daquele registro. O zoom fechado dá destaque a um elemento específico, podendo ser direcionado para um objeto, pessoa, ou parte do corpo desejado e, como no exemplo citado, ajudou a preservar a atmosfera  do evento, sendo possível tanto visualizar o DJ fotografado, quanto identificar tratar-se de uma festa noturna, realizada em ambiente fechado, onde a iluminação costuma ser reduzida. Já o zoom aberto permite iluminar uma área maior, ideal para uma grande quantidade de informação em cena, como no exemplo, tratando-se de um registro de um grupo grande de pessoas em um ambiente aberto.

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Referência:

MYRRAH, Camila. Como usar flash: Os controles (potência e zoom) | FOTO DICAS. 2016. (3m25s). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=GjDaQ_J6kF4https://www.youtube.com/watch?v=GjDaQ_J6kF4>. Acesso em: 06 de Abr. de 2020.

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Panning

Um objeto nítido em meio a um cenário borrado causa um efeito de movimento, como podemos ver em carros de corrida. Essa técnica é chamada de panning.

O panning é um recurso muito utilizado para fotografia de esportes. Por meio dessa técnica, é possível congelar atletas, carros ou outros objetos em atividade e ao mesmo tempo sugerir a ação que estavam realizando. A ideia é que o assunto principal da foto fique nítido, enquanto o restante do cenário, borrado. Essa combinação causa um efeito de movimento, devido à justaposição de objetos contrastantes: um nítido e outro borrado.
Max Verstappen of Netherlands and Aston Martin Red Bull Racing drives his RB14 during the Austrian Formula 1 Grand Prix at Red Bull Raing on July 01, 2018 in Spielberg, Austria | Vladimir Rys
Para conseguir esse efeito, é necessário uma velocidade de obturador mais lenta que a normalmente aconselhável. Se for rápida, vai acabar congelando tudo e, portanto, o resultado não será o esperado. Vale ressaltar que a velocidade exata vai depender do assunto principal da imagem. Já falamos mais sobre o tema aqui.
Além da velocidade adequada, o panning exige uma tomada panorâmica. Em outras palavras, a câmera precisa se movimentar para seguir a ação, deslocando-se por um eixo imaginário, da mesma forma que se faz em uma fotografia panorâmica.
Já deu para notar que o panning exige treino e trata-se de uma situação de tentativa e erro. A captura nítida do objeto principal e o movimento suave da câmera precisam ser dominados para um bom resultado.
Vladimir Rys é um fotógrafo tcheco que já trabalhou para diversas revistas esportivas. Desde 2005, sua principal área de atuação é a Formula 1. Em seu vasto portfólio na categoria, podemos ver vários exemplos de panning.
Romain Grosjean of France and Haas F1 Team drives his VF18 during practice for the Chinese Formula 1 Grand Prix at Shanghai International Circuit on April 13, in Shanghai, China | Vladimir Rys
Na foto acima, vemos um veículo da Haas durante um treino para o GP da China de 2018. A técnica do panning foi muito bem feita. Vemos o carro com muita clareza e o fundo está totalmente borrado, sendo até impossível descrever o cenário. Dessa forma, a impressão que se tem é que o carro está em altíssima velocidade, como, de fato, está.
Que tal praticar? Pegue sua câmera, treine com carros na rua ou qualquer outra coisa em movimento! Compartilhe suas fotos com a gente, usando a tag #fotografetododia!

Referências

• HEDGECOE, John. O Novo Manual de Fotografia – O Guia Completo Para Todos Os Formatos. 4ª ed. São Paulo: Senac, 2013.
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