Entendendo Flash direto e rebatido

Durante a nossa série sobre os usos do flash, falamos sobre como o flash externo pode ser utilizado para controlar a iluminação sobre cenas, objetos ou pessoas fotografadas, utilizando os controles de potência e zoom.

Entenda de uma vez por todas  a diferença entre flash direto e flash rebatido!

Durante a nossa série sobre os usos do flash, falamos sobre como o flash externo pode ser utilizado para controlar a iluminação sobre cenas, objetos ou pessoas fotografadas, utilizando os controles de potência e zoom. No entanto, as diferenças entre o flash direto e o flash rebatido não foram exploradas de forma clara, motivo pelo qual o #fotografetododia dedica-se a esse assunto.

Um noivo usando roupa social preta é visto à esquerda, com olhar baixo e um leve sorriso, e uma noiva usando vestido branco, com luvas de renda e véu é vista à direita, com as mãos ao rosto enxugando lágrimas. Ao fundo são  visíveis alguns convidados. 
 Nan Goldin. Cookie and Vittorio’s wedding, New York City,1986

Usamos o flash para controlar a iluminação da cena que desejamos fotografar, sendo comum usá-lo durante a noite, em momentos como o amanhecer ou entardecer ou mesmo quando há alguma sombra indesejada se formando justo quando queremos fazer aquele registro perfeito. Mas, se você já tentou tirar fotos com o flash embutido de uma câmera digital ou com o flash do seu celular, deve ter ficado insatisfeito com os resultados ou pelo menos estranhado a forma como elas ficaram. Além de em tais fotos o primeiro plano ficar comumente superexposto (“estourado”), ocorre a formação de sombras muito marcadas/ duras.

Isso acontece porque o flash embutido produz uma luz direta e dura, ou seja, uma luz que incide diretamente naquilo que estamos fotografando, alcançando com mais intensidade objetos e pessoas próximas à ele. Tudo isso acaba deixando muito óbvio que aquela luz presente no registro é artificial e também torna a imagem bidimensional, perdendo-se a noção de profundidade. É por isso que há quem recomende evitar o uso do flash embutido (ou mesmo o flash externo usado de forma direta) para que tais (d)efeitos não ocorram.

Na foto que abre este texto, da fotógrafa americana Nan Goldin, é visível o uso do flash direto, com essa luz dura e esse resultado bidimensional. A foto, tirada durante o casamento de amigos da fotógrafa, traz um primeiro plano bastante iluminado, onde são visíveis  os dois personagens principais, sendo possível notar a formação de sombras bastante duras, marcadas, logo abaixo das mãos da noiva próximas ao rosto e seus braços, e também abaixo do queixo do noivo. Essas são as características de uma foto feita com um flash direto. Vale dizer que, apesar de tais características serem indesejáveis na maior parte do tempo, constituem marcas de estilo que tornaram a obra de Goldin famosa.

Uma mulher indiana é vista com vestimenta e joias usadas em cerimônias de casamento típicas. A cabeça está coberta pelo véu e a mão com tatuagens de henna afasta o tecido do rosto. A mulher está de olhos fechados e um leve sorriso.
Vinod Gajjar, sem título, Ahmedabad, 2019

Nesta segunda foto, feita pelo fotógrafo Vinod Gajjar de um noiva indiana, é possível que tenha sido usado o flash rebatido. Observando-a, é possível perceber que há uma iluminação sobre a noiva que difere da presente nos cantos da foto e no fundo. Essa luz não possui as sombras duras características do flash direto, ao contrário, as sombras são suaves, o que é possível através do uso de algum difusor de luz, que pode ser alguma superfície clara sobre à qual o flash é direcionado, sendo então rebatido sobre a modelo. Assim, alcançou-se uma iluminação suave e eficiente, ideal para esse tipo de ensaio fotográfico.

E aí? Entendeu melhor as diferenças entre o flash direto e o flash rebatido? Conta pra gente suas impressões e opiniões aqui nos comentários! E se quiser conhecer mais da obra da Nan Goldin, confere a #galeria dedicada a ela!

Usando a potência do flash

Usar um flash externo pode parecer algo complicado e desafiador, mas desde que haja familiaridade com as suas funções e um olhar atento para as situações em que será utilizado pode-se obter resultados muito bons.

Na continuação da série sobre o flash, vamos entender sobre a potência e sua influência na iluminação das trabalhos fotográficos.

Usar um flash externo pode parecer algo complicado e desafiador, mas desde que haja familiaridade com as suas funções e um olhar atento para as situações em que será utilizado pode-se obter resultados muito bons. Na continuação da série sobre o flash, vamos nos concentrar em uma dessas configurações: a potência.

Usar um flash externo pode parecer algo complicado e desafiador, mas desde que haja familiaridade com as suas funções e um olhar atento para as situações em que será utilizado pode-se obter resultados muito bons. Na continuação da série sobre o flash, vamos nos concentrar em uma dessas configurações: a potência.

Um homem negro é visto no primeiro plano olhando diretamente para  a câmera. Está iluminado por um flash do lado esquerdo da imagem. Aparece trajando uma blusa branca e pulseiras no braço direito. Ao redor do pescoço há um tecido verde  esvoaçando-se  ao lado direito do corpo do homem e cobrindo o ombro esquerdo. O fundo é escuro, tornado difícil a visão da pessoa e do veículo ao fundo.
Bárbara Wagner. Sem título I (da série Jogo de Classe), 2013

A potência do flash é indicada por uma numeração conhecida como “número-guia” que indica a distância máxima que a luz produzida por aquele flash irá alcançar. Devemos ter em mente que o que irá determinar diversas características da foto, inclusive o quão longe essa luz irá alcançar, não dependerá apenas do flash e sua potência, mas dos demais fatores que deverão ser pensados e ajustados. A abertura do diafragma da lente da câmera e a velocidade do disparo do flash são extremamente importantes para isso, como mostram os exemplos mostrados neste artigo.

É importante lembrar que, quando usado no modo automático, a velocidade do disparo do flash será suficiente para iluminar apenas o primeiro plano da foto e não o fundo. Dificilmente um flash, por maior que seja a sua potência e por mais que se façam demais ajustes consegue iluminar objetos a grandes distâncias. Na tentativa de fazer isso no modo manual, o que pode acabar acontecendo é uma superexposição do primeiro plano, aparecendo como costumamos dizer, “estourado”.

Para obter um resultado em que ambos os planos apareçam de forma harmoniosa, é necessário usar os controles do diafragma para que haja uma maior captação de luz pela lente da câmera, já que assim será garantida a iluminação dos planos posteriores pela luz ambiente. Além disso, a velocidade do disparo do flash também influencia na captação da luz, sendo importante ajustá-la para conciliar essa captação de luz ambiente com a luz do flash.

Caso contrário, o primeiro plano aparecerá totalmente iluminado e até mesmo superexposto e o segundo plano, excessivamente escuro, quando não totalmente anulado. Isso acontece porque o tempo de disparo irá definir até onde a luz irá alcançar, de forma que com um flash muito rápido (como 1/40.000 segundos) apenas o primeiro plano será iluminado, enquanto, tendo em mãos um flash com grande potência e um tempo de disparo mais longo (como 1/1.000 segundos), os demais planos poderão também ser iluminados.

A imagem que abre esse #fotografetododia, assim como as demais apresentadas abaixo, são de autoria de Bárbara Wagner, fotógrafa brasileira original de Brasília que vive e trabalha em Recife e tem uma obra voltada principalmente à cultura popular e tradicional, participou de diversos projetos e bienais ao redor do mundo, tendo inclusive obras no acervo permanente dos museus MASP e MAM em São Paulo.

Analisando a primeira imagem, aparentemente tirada no período noturno, percebemos que a luz é dura e lateral, o que indica que um flash externo foi usado, localizado ao lado esquerdo da imagem. Sabemos que a combinação de flash com alta potência e diafragma aberto resulta em uma iluminação de grande alcance, o que não é o caso da foto em questão em que temos um primeiro plano bastante destacado do segundo.

Apesar de não ter como saber ao certo o quão potente é o flash utilizado, podemos observar que sombras duras são projetadas do lado oposto ao que é iluminado, cobrindo metade do rosto do modelo enquanto o segundo plano aparece muito escuro (subexposto) a ponto de não revelar quase nada dos demais elementos – uma pessoa parada, sem que seja possível identificar identidade ou gênero, e um veículo. Essas características podem indicar um tempo de disparo do flash mais rápido, iluminado com grande incidência apenas o primeiro plano.

É interessante notar também que os riscos luminosos ao canto inferior direito na imagem indicam que houve uma longa exposição do registro da lente, logo, o modelo foi congelado na foto pelo flash em velocidade de disparo alta. Nada disso, no entanto, indica falha ou má escolha por parte da fotógrafa, uma vez que tais características trazem dramaticidade ao registro, sendo este justamente o objetivo do ensaio chamado “Jogo de Classe”, que busca uma teatralidade de cena, representando visualmente as classes sociais a que os fotografados pertencem.

Nas imagens a seguir, temos mais uma fotografia para análise. Desta vez a imagem é fruto do projeto Offside Brazil em que fotógrafos estrangeiros e brasileiros buscaram registrar as cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, realizada no país, revelando os entornos do evento marcado por manifestações e desigualdades sociais e assim, fazendo uma cobertura paralela às atenções voltadas aos jogos.

Uma mulher negra de pele clara é vista em pé com um bebê ao colo, olhando diretamente para a câmera com uma expressão séria. Ambos estão iluminados por flash direto. A mulher está descalça e traja shorts, uma camiseta laranja e uma touca rosa na cabeça. Segura o bebê enrolado em uma manta com o braço esquerdo e um guarda-sol com o braço direito. O chão é de terra; há um cão preto parcialmente ao lado esquerdo da imagem e  há vegetação e cabos de energia elétrica ao fundo.
Bárbara Wagner. Quilombo Castainho, Brasil. Offside Brazil, 2014

Enquanto a primeira imagem mostrada, do ensaio “Jogo de Classe”, traz um flash iluminando o personagem de forma intensa e com um segundo plano praticamente nulo, a segunda apresenta um uso muito mais sutil. Tirada no Quilombo Castainho, visivelmente durante o dia e a céu aberto, o uso do flash dá destaque à mãe e à criança fotografada, sendo perceptível o seu uso pelas sombras que se projetam de forma dura/marcada no corpo da mulher, diferente das sombras muito mais suaves/difusas a seus pés, provenientes da luz natural. Aqui, talvez coubesse o uso de um flash com potência menor ou um tempo de disparo da luz reduzido para suavizar a formação das sombras, mas não podemos deixar de levar em consideração a potência discursiva das escolhas, que tem muito a ver com revelar uma realidade que muitos não veem ou não conhecem.

Assim, chegamos ao fim de mais um #fotografetododia , segundo da série sobre flash, aprendendo mais sobre a potência e seus usos. É importante lembrar que quanto mais potente for o flash, maior a área que poderá ser iluminada, mas também, mais marcadas serão as sombras e maior será a diferença entre os planos. Daí a importância de equilibrar não apenas as configurações da velocidade de disparo do flash, mas também as da câmera, como a abertura do diafragma, a velocidade do obturador e o ISO, a fim de controlar até onde esta luz irá incidir e quanto da luz ambiente será registrada pela lente nos planos secundários.

Está gostando da série de #fotografetododia sobre flash? Não deixe de compartilhar com todo mundo que gosta de fotografia! Ah! E se tiver alguma dúvida ou dica, mande lá no nosso grupo de discussão no Facebook! Até semana que vem!

Dificuldade 4: Você vai precisar de uma boa câmera e alguns conhecimentos.

Referências:

HEDGECOE, John. O Novo Manual de Fotografia. 2ª ed. São paulo: Editora Senac, 2005. p. 168-169.

CUNHA, Juliana. Bárbara Wagner entre Deus e Estelita: dois ensaios para o OFFSIDE BRAZIL. Revista ZUM. Disponível em<https://revistazum.com.br/offsidebrazil/barbara-wagner/> Acesso em 28 de abr. de 2020

Links:

Site de Bárbara Wagner
Tumblr do Projeto Offside Brazil

Na continuação da série sobre o flash, vamos entender sobre a potência e sua influência nos resultados na iluminação das trabalhos fotográficos.
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Fotomontagem

A fotomontagem é resultado de uma expressão artística, da arte moderna. O gênero fotográfico gerou críticas sobre a arte e a cultura.
Vista do Horizonte de Nova York. A imagem mostra alguns prédios luxuosos e acima, imagens diversas com rostos e feições dramáticas. No fundo da imagem, uma linha com formato de um corpo feminino.
Grande série do Horizonte de Nova York

Com o objetivo de criar uma nova imagem, a fotomontagem consiste na combinação de duas ou mais imagens sobrepostas. O gênero fotográfico surge na década de 1850. O sueco Oscar Rejlander, em 1857, apresentou em uma exposição, a alegoria ‘Two Way of Life’ (Duas maneiras de vida), resultado da produção de trinta negativos, em papel fotográfico, que foi combinado em uma única impressão. Semelhantemente, em 1901, Valério Vieiro, torna-se o marco da fotografia, no Brasil, com a composição de “Os Trinta Valérios”, em que o autor combina também, dois gêneros, retrato e fotomontagem.
O que conhecemos hoje como Fotomontagem é resultado de anos de exploração técnica de processos químicos e físicos, além de novas invenções tecnológicas. Atualmente, com o emprego de novas tecnologias, a técnica de associar fragmentos de imagens, com o intuito de gerar uma nova imagem, pode ser realizada por diferentes processos, veja algumas dessas maneiras de produzir à fotomontagem:
Colagem: Um dos processos mais simples, consiste em elaborar uma composição tendo como base imagens positivas sobre um suporte, neste caso, papéis, que podem ser apresentados exatamente desta forma, assim como os artistas dadaístas. Outra variante para técnica é a reprodução realizada para gerar negativos, que a partir deles pode-se produzir ampliações. 
Negativos: Técnica pioneira da fotomontagem. Utiliza-se originais em transparência. Consiste na sobreposição de negativos ou diapositivos, que integra duas ou mais imagens para produzir uma terceira. Essa técnica pode ser projetada, utilizando slides, por exemplo, ou empregada  para conceber ampliações positivas sobre papéis, como é o caso do negativo.
Dupla ou Múltipla Exposição: Este processo pode ser realizado na própria câmera. O efeito consiste em sobrepor duas ou mais imagens no mesmo frame, a câmera fundirá as partes claras da imagem, o que for escuro irá sobressair na imagem final. Para melhor resultado da imagem é importante manter o mesmo enquadramento em todos os cliques. Utilizando uma superfície fixa ou tripé. 
Confira um exercício,  passo a passo:
    1. Posicione um objeto ou modelo no ambiente;
    1. Selecione o  modo de múltiplas exposições da câmera e configure a quantidade de cliques que você quer sobrepor;
    2. Faça uma fotometria, observe a exposição e configure para exata exposição;
    3. Tire a primeira foto, reposicione o objeto e faça a segunda foto. E assim sucessivamente, caso opte por múltipla exposição;
    4. Após à execução de todos os cliques, a própria  câmera processará o arquivo e exibirá a imagem finalizada.
Embora a técnica seja conhecida desde a segunda metade do séc. XIX. Foram as vanguardas modernistas que mais fizeram uso, deixando um legado como gênero fotográfico. Muitos artistas aderiram a técnica  e agregaram a ela  diferentes características.  Anita Steckel (1930–2012) foi uma dessas artista. A feminista americana, de estilo irreverente e ousada ficou conhecida por suas fotomontagens e pinturas com imagens eróticas.  Em suas composições, ela explorou  temas como sexismo, racismo, e questões sócio-políticas. 
 
Vista de grandes edifícios. No Empire State uma está pendurada nua.
Mulher Gigante no Empire State Building


Na série de obras “mulheres gigantes”, Steckel produz a composição “mulher gigante no Empire State Building”  em que ela sobrepõe na fotografia da cidade de Nova York,  pinturas e fragmentos de um auto retrato, ela como uma gigante mulher nua pendurada no edifício Empire State. Essa fotomontagem remete ao movimento de reivindicação das mulheres, ela explora ideais de feminismo, urbanismo, sexismo, racismo e história. 

E aí o que achou sobre a fotomontagem? Inspire-se com Anita steckel ou teste  umas das técnicas apresentadas. Publique o resultado em nossas redes ou deixe seu comentário no nosso grupo de discussão.  
 
Referências
FOTOMONTAGEM . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3870/fotomontagem>. Acesso em: 14 de Jun. 2020. Verbete da Enciclopédia.
Fineman, Mia. Faking It: Manipulated Photography Before Photoshop. New York: The Metropolitan Museum of Art, 2012. no. 51, pp. 74, 220.
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Fotografia Noturna

 
 A fotografia noturna é, como diz o nome, a fotografia feita a noite. Registrar uma imagem feita a noite pode ser um desafio, porque demanda tempo e paciência.

A fotografia noturna é, como o nome diz, a fotografia feita a noite. Registrar imagens a noite pode ser um desafio. Se a foto for feita ao ar livre, o fotógrafo tem que se programar para sair tarde da noite, ou antes do sol nascer. Por causa do seu processo, pode demandar bastante tempo e, com isso, paciência.

Foto da ponte Golden State, nos Estados Unidos, a noite, com as luzes acessas
Golden Gate Bridge, 2007, Andy Frazer

 O que ocorre devido a baixa intensidade de iluminação é que muitos fotógrafos recorrem a longas exposições. Outras opções seriam aumentar o ISO, o que costuma fazer com que apareçam ruídos na imagem, ou aumentar a abertura do diafragma, mas existe um limite máximo para essa abertura, que nem sempre é o suficiente para a foto, e tem como consequência a diminuição da profundidade do campo da imagem.

Com a utilização dessas diversas técnicas de fotografia, podemos perceber diferentes resultados e efeitos nas fotos feitas a noite, como por exemplo o efeito Starburst (luzes estreladas). Quando tiramos uma foto com uma abertura pequena do diafragma a luz tem um espaço pequeno para passar, fazendo a mesma irradiar, nos trazendo esse efeito.

 
Um farol, a noite, com sua luz acessa, e algumas pessoas olhando para ele
Pigeon Point Anniversary Lighting, 2006, Andy Frazer
 

Outro efeito que pode ser feito é o Light Trails (caminho de luzes), que ocorre quando a velocidade do obturador é bem lenta, fazendo com que todo movimento de luz que aconteça enquanto ele estiver aberto, seja capturado, nos dando esse caminho feito pela luz.

 
A imagem mostra uma ponte, a noite, com borrões dos faróis dos carros que passaram lá
Golden Gate Fog, 2007, Andy Frazer

Andy Frazer é um fotógrafo de Boston – Massachusetts, que tem como interesse primário a fotografia noturna e tem também alguns projetos de fotografia de rua. Diz se inspirar nas fotos de David Plowden, Richard Avedon, Michael Kenna e entre outros.

Agora é com você, o que acha de testar a fotografia noturna? Compartilhe sua foto usando a hashtag #fotografetododia ou marque nosso perfil no instagram @d76_cultfoto para vermos o resultado.

Links, Referências e Créditos

  • https://www.youtube.com/watch?v=iWtN36b0gxs
  • https://www.flickr.com/people/thelordofthemanor/

Como citar essa postagem

COSTA, Clara. #fotografetododia – Fotografia Noturna. Cultura Fotográfica. Publicado em: 8 de jun. de 2020. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/fotografetododia-fotografia-noturna/. Acessado em: [informar data].

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A Técnica da Múltipla exposição

A Técnica de Múltipla exposição consiste em sobrepor uma ou mais imagens a outra tendo como resultado apenas uma fotografia, ela pode ser utilizada para fotografar a mesma pessoa ou objeto várias vezes em uma única fotografia, misturar texturas, como por exemplo mesclar o rosto de alguém com as folhas de uma árvore ou até mesmo fazer uma sobreposição de vária imagens diferentes e no final ter uma fotografia abstrata.

A Técnica da Múltipla Exposição vem desde as câmeras analógicas e é excelente para a composição de fotos com temática surrealista.

A Técnica de Múltipla exposição consiste em sobrepor uma ou mais imagens a outra tendo como resultado apenas uma fotografia, ela pode ser utilizada para fotografar a mesma pessoa ou objeto várias vezes em uma única fotografia, misturar texturas, como por exemplo mesclar o rosto de alguém com as folhas de uma árvore ou até mesmo fazer uma sobreposição de vária imagens diferentes e no final ter uma fotografia abstrata.

O Galope de um Cavalo
Étienne Jules Marey; O Galope de um Cavalo

Essa técnica pode ser feita em câmeras analógicas ou digitais, em softwares de edição e em laboratórios fotoquímicos. Nas câmeras analógicas é necessário impedir que o filme avance. Para isso, você pode usar um mecanismo de trava ou, caso sua câmera não venha equipada com ele, pressione o botão de rebobinar o filme.

A primeira coisa necessária é saber que quanto mais clara for a fotografia menos ela vai ser sobreposta, por isso tenha muita atenção na exposição  e fotografe um pouco mais claro que da vez anterior, tendo em mente onde estão as partes mais escuras.

Nas câmeras digitais, é preciso utilizar o modo exposição múltipla, que permite utilizar uma fotografia existente na memória do aparelho para servir como base sobre a qual serão sobrepostas uma ou mais tomadas. Importante destacar que, em razão de as câmeras digitais apenas emularem a técnica, não é necessário que o usuário se preocupe tanto com a superexposição da imagem final.

Outro efeito  possível com essa técnica é o da duplicação de objetos ou pessoas, isso foi utilizado muito pelo biólogo francês Étienne Jules Marey  que produziu estudos sobre a movimentação dos seres humanos e de outros animais. Para isso, ele desenvolveu algumas técnicas de múltipla exposição, chegando até a inventar uma aparelho, ao qual deu o nome de fuzil cronofotográfico, que era capaz de tirar várias fotografias muito rapidamente, com a mesma pose de um filme.

Fuzil Cronofotográfico de Étienne Jules Marey
O Vôo do Pelicano 1882
Étienne Jules Marey; O Vôo do Pelicano 1882

A imagem acima foi com o fuzil cronofotográfico  A ideia dessa foto é analisar como um pelicano bate as asas ao voar. O fundo é preto para que a imagem do pelicano fique nítida. O fuzil cronofotográfico tirou pelo menos oito fotos em um período muito curto de tempo, tornando possível ver com precisão os movimentos do pássaro.

Agora é sua vez de entrar em ação! Pegue sua câmera e tente pôr em prática o que você aprendeu aqui, lembrando que qualquer dúvida é só perguntar no nosso grupo do Facebook.

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Introdução ao Flash

O flash é bastante conhecido e utilizado na produção fotográfica, mas existem muitas dúvidas relacionadas ao seu uso por quem não tem muita intimidade com o acessório.

Já tentou utilizar o flash e não curtiu o resultado? Acredite, isso é bastante comum.

O flash é bastante conhecido e utilizado na produção fotográfica, mas existem muitas dúvidas relacionadas ao seu uso por quem não tem muita intimidade com o acessório. Por este motivo, este artigo dedica-se a esclarecer um pouco as funções do flash e seus modos de uso.

Retrato do ator Otaviano Costa produzido pelo fotógrafo Jorge Bispo. O ator é visto em pé contra um fundo branco, trajando vestimentas no estilo esporte fino. É  visível o uso de flash e o ator, de forma cômica, estende os braços com as mãos abertas em direção à fonte de luz, como se buscasse  proteger-se dela.
Jorge Bispo. Otaviano Costa. 2012.

É bastante comum que o flash seja utilizado em fotos, principalmente durante os momentos de baixa incidência de luz como o amanhecer e o anoitecer e durante a noite, porém os resultados obtidos são muitas vezes decepcionantes, em geral porque deixam o primeiro plano muito destacado do segundo, criando um efeito estranho que diminui ou mesmo anula a percepção de profundidade nas fotos.

O flash é um recurso que pode ser utilizado para um maior controle sobre a luz da cena que será fotografada. Assim, pode ser utilizado tanto quando não há uma disponibilidade de luz satisfatória (mesmo com os ajustes na câmera de diafragma, obturador e ISO), quanto em situações onde apesar de haver luz disponível, ela não se comporta da maneira almejada – como quando há sombras indesejadas ou uma disparidade entre a iluminação do primeiro e segundo plano.

Em geral, fotógrafos não utilizam o flash embutido – aquele que já vem na câmera – e investem em flashes externos (conhecidos também como speedlight). Isso porque o embutido oferece poucas opções de controle ao fotógrafo, enquanto um flash externo pode ser ajustado em diferentes posições difundindo a luz, iluminando partes e ângulos específicos, criando efeitos e podendo ser usado tanto acoplado à câmera quanto de forma externa. Tem também o fato que o flash embutido possui uma luz frontal e dura e é daí que surgem características indesejáveis como um primeiro plano muito estourado e com aspecto bidimensional, perdendo a noção de profundidade.

Para usar o flash externo, que permite um controle maior sobre a luz que será aplicada, é preciso saber que existem as funções TTL e manual. A primeira é uma função automática que irá calcular quanto de luz será necessário para a foto. Já a função manual permite que o flash seja configurado de forma personalizada através dos controles de potência e zoom. Faremos um post só para falar destas duas funções, então fique ligado nas publicações do Cultura Fotográfica para aprender mais sobre o flash, seus usos e possibilidades!

O fotógrafo Jorge Bispo é filho de atores e percebeu que gostava de fotografar após comprar uma câmera para registrar momentos de ensaios e viagens da companhia de teatro da família. Possui diversos trabalhos  que vão de editoriais  e peças publicitárias à retratos de artistas como os atores Otaviano Costa e Rodrigo Santoro, que são utilizadas neste #fotografetododia. Formado em Artes Plásticas pela UFRJ, é reconhecido por imprimir sua personalidade em suas fotografias. Na foto abaixo, é possível observar o uso de flash sem que os planos fiquem excessivamente destacados um do outro.

Retrato do ator Rodrigo Santoro feito pelo fotógrafo Jorge Bispo. Na foto, o ator é visto de corpo inteiro e em pé em uma rua a céu aberto. Usa traje social na cor preta e encara a câmera com o corpo estático. O chão é irregular e há poças de água. Logo atrás do ator, um homem de guarda-chuva passa com um borrões indicando movimento.
Jorge Bispo. Rodrigo Santoro. 2009.

Enquanto o retrato de Otaviano Costa que abre este #fotografetododia é feito em estúdio, com fundo neutro e flash bastante visível e estourado, o retrato de Rodrigo Santoro foi feito em ambiente externo, onde há presença de luz natural. Ainda assim, é visível o uso de iluminação artificial sobre o ator, sobretudo no rosto. É interessante perceber que, mesmo em ambiente externos o flash é bem vindo para que haja uma boa compensação de luz entre os planos. Neste caso, se o flash não tivesse sido utilizado, o rosto do ator teria a mesma luminosidade do restante da foto que é um pouco mais escura uma vez que o dia parece estar nublado, como indicam as poças d’água e o uso de guarda-chuva pelo homem ao fundo. Além disso, ele apareceria borrado assim como o transeunte. Também deve-se notar que a sombra projetada no lado esquerdo do ator indica a posição em que o flash foi disparado. Logo, trata-se de um flash externo, do tipo que permite controle da intensidade da luz e do ângulo desejado.

Como podemos perceber, o flash pode ser um grande aliado na produção fotográfica tanto provendo iluminação extra quanto compensando a iluminação entre planos. Deve-se ter cuidado controlando a intensidade da luz e direcionado bem o ângulo  para que não formem-se sombras ou efeitos indesejados, como a perda de profundidade. Em breve, traremos mais informações sobre o flash! Até a próxima!

Dificuldade: É aqui que o bicho pega. Você vai precisar de uma boa câmera e alguns conhecimentos.

Referências:

MYRRHA, Camilla. Flash TTL x Manual | FOTO DICAS. 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=YEmI_HLdnd8>. Acesso em 06 de Abr. de 2020

Links:

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Borrar um movimento

Muitos fotógrafos adoram a técnica de borrar o movimento. Neste método, o rastro do movimento do objeto principal é registrado. Para conseguir esse efeito, é preciso uma velocidade baixa do obturador, isto é, um tempo de exposição longo.

Muitos fotógrafos adoram a técnica de borrar o movimento. Neste método, o rastro do movimento do objeto principal é registrado. Para conseguir esse efeito, é preciso uma velocidade baixa do obturador, isto é, um tempo de exposição longo.
Uma árvore centralizada numa foto noturna. Devido à longa exposição, as estrelas parecem estar se movendo em espiral.
The shortest night | Andrew Whyte

A velocidade ideal vai depender do que você estiver fotografando. Para  registrar os rastros de faróis de carros em uma fotografia noturna, por exemplo, é necessário que a exposição leve vários segundos ou até minutos.
Ao optar por velocidades baixas, é muito recomendado que você utilize um tripé ou tente apoiar a câmera em alguma superfície estável. Isso porque um mínimo movimento da câmera pode resultar numa foto inteiramente tremida.
Nas câmeras em geral, existe um modo “prioridade de velocidade do obturador”, em que você define apenas a velocidade e a máquina ajusta o ISO e a abertura automaticamente de acordo com a situação. Se preferir, pode também utilizar o modo manual e configurar esses controles da maneira que achar mais adequado.
Andrew Whyte é um fotógrafo britânico, apaixonado por fotografias de longa exposição. Seu portifólio contém fotos de cidades, do céu noturno e trabalhos com luz.
Fotografia do Big Ben, em Londres, durante uma noite chuvosa. Á direita, vê-se vários rastros de luz coloridos. São os faróis dos veículos que passaram enquanto o obturador ficou aberto
Ben 10 | Andrew Whyte

Na imagem Ben 10, Andrew registrou uma noite em Londres, bem em frente ao icônico Big Ben. Com uma longa exposição, o artista capturou diversos feixes de luzes dos carros que passaram durante o tempo em que o obturador ficou aberto. Pode-se ver tons de verde, vermelho, azul, amarelo, laranja e rosa. Essas cores vibrantes dão um aspecto mais vivo à cena. Percebe-se também reflexos de luz no chão e pingos na lente, que indicam chuva no instante em que a fotografia foi feita.
Que tal agora praticar? Pegue sua câmera, pense em algo legal, como os próprios carros à noite ou até mesmo a água corrente (para dar o efeito de véu de noiva) e pratique! Compartilhe suas fotos com a gente, usando a tag #fotografetododia!

Referências

• Leia isto se quer tirar fotos incríveis – Henry Carroll
Não é para qualquer um. A técnica exige equipamento profissional, experiência fotográfica e, talvez, conhecimentos de edição.

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Light Painting

O light painting é uma técnica que utiliza a luz para pintar e criar formas em diversos ambientes. Para conhecer um pouco mais e descobrir como se faz esse procedimento, basta ler esse post.


Quando vemos uma foto com a técnica do light painting (pintura com a luz) surge varias duvidas a respeito de como é feito. Parece algo de outro mundo, porém, com algumas dicas, você também consegue.

Foto do Hannu Huhtamo em um fundo azul escuro praticando a técnica do light painting com luzes brancas em formatos retangulares e retos
Hannu Huhtamo

Pintando com a luz

Para realizar essa proeza com a fotografia precisamos focar no ISO, abertura e na velocidade . É importante lembrar-se de deixar seu aparelho já programado para fazer a foto em um lugar fixo, seja um tripé ou algo que lhe dê estabilidade. E claro, seu ponto de luz, esse fica a seu critério, pode ser lanterna, vela, diferentes estilos de fonte de luz.

É possível realizar essa arte tanto com as câmeras profissionais, quanto com seu aparelho celular. Hoje temos infinidades de opções de configurações no modo manual dos smartphones. Para que tenhamos a luminância correta é imprescindível nos lembrarmos de três importantes parâmetros: ISO, abertura do diafragma e a velocidade do obturador. A fim de realizar o light painting é necessário ajustar a exposição para 4 pontos abaixo do necessário para captar a quantidade de luz normalmente adequada. Dessa forma, a imagem ficará totalmente escura. Mas, ao realizar esse ajuste na exposição é fundamental que ocorra uma longa duração, já que para produzir os desenhos requer um certo tempo.

Hannu Huhtamo hoje mostra para o mundo suas obras de artes feitas com a luz. O finlandês aproveita as noites amenas do seu país para realizar suas façanhas. O fotógrafo gosta de chamar a escuridão de sua tela e a luz de seu pincel, dessa forma transforma as noites longas de verão em projeções surreais. Ele usa diversas variações de fontes luminosas, tais como: lanternas com variações de luz e cores, bastões com luminescência diversa e muitos outros instrumentos que sua criatividade permite imaginar.

Imagem de uma das fotografias do Hannu Huhtamo em tons azuis, com formatos quadrados e triangulares
Hannu Huhtamo – Waiting to be found

Nessa foto é possível observar as diferentes nuances de luz, logo se entende que Hannu optou por mesclar ferramentas de luminosas. Vemos também como ele utilizou das técnicas descritas acima. Usou um local escuro e focou em seus pontos de luz para criar esse efeito, pintando tanto a escultura quanto o ambiente com a luz.


Agora é sua vez de mostrar levar luz para todos os cantos. Tire suas fotos e aproveite de elementos como as luzes ao seu redor, como faróis, lanternas ou isqueiros. Nos marque através da hashtag (#Fotografetododia) ou do nosso instagram: D76_cultfoto.


Referências:
https://lightroombrasil.com.br/dicas-para-tecnica-de-pintura-com-luz-light-painting/
https://www.hierophant.com.br/arcano/posts/view/Strength/4323
https://www.flickr.com/photos/hhuhtamo/
http://www.hannuhuhtamo.com/

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Splashes

Splashes podem resultar em fotos incríveis. A imprevisibilidade de como as gotas irão se comportar é capaz de gerar fotos únicas a cada disparo. Fotógrafos que gostam desse tema são verdadeiros artistas pois é preciso muita criatividade, inspiração e paciência para conseguir a “gota perfeita”.


Splashes podem resultar em fotos incríveis. A imprevisibilidade de como as gotas irão se comportar é capaz de gerar fotos únicas a cada disparo. Fotógrafos que gostam desse tema são verdadeiros artistas pois é preciso muita criatividade, inspiração e paciência para conseguir a “gota perfeita”.

Uma imagem em dois tons: amarelo na esquerda e azul na direita. Mostra um splash centralizado que remete à figura de uma pessoa usando chapéu na cabeça, com o resto do corpo coberto por uma espécie de guarda chuva
Twins | Markus Reugels

Boa parte dos fotógrafos prefere utilizar um estúdio. Assim, podem regular o cenário de acordo com o desejado e ter mais controle sobre todo o processo. É importante ressaltar que tudo faz diferença: o recipiente para o líquido; o tipo, a cor e a espessura do líquido; o tamanho da gota e a altura de onde ela vai cair…
Não há uma forma única para fotografias de splash, mas algumas dicas podem ser úteis. Usar uma velocidade rápida do obturador, uma abertura grande do diafragma, iluminação artificial colorida, lentes macro e pós-processamento são fatores que podem otimizar sua foto.
Martin Waugh é físico, formado na universidade de Oregon, EUA. Ele tem um projeto chamado Liquid Sculpture (Escultura Líquida), em que ele fotografa gotas de água e splashes. Para tal, precisa utilizar velocidades muito rápidas para capturar as gotículas com nitidez. O resultado final de suas fotos é fascinante.
Uma imagem basicamente em azul, mas é possível ver tons de vermelho, amarelo e verde na região central. Mostra um splash centralizado que remete à figura de um dinossauro saindo de dentro da água
Gooseasaurus 2 | Martin Waugh
No registro acima,chamado Gooseasaurus 2, é possível ver as ondas que se formam após um splash. Aqui, Martin se preocupou também com a iluminação, adicionando uma espécie de arco-íris à imagem. É interessante ver como o líquido se comporta após o impacto, dando realmente a impressão de que é dinossauro saindo da água. Uma gotinha que se desprendeu em pleno ar também chama a atenção. São detalhes que o olho humano não seria capaz de ver na velocidade real.

Que tal praticar? Utilize alguns objetos acessíveis que você tenha em casa, como copo e uma lanterna para testar o efeito. Use a tag #fotografetododia e compartilhe com a gente!
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