Representação do espaço

Compondo a fotografia com o espaço negativo e positivo e com a profundidade de campo.

Compondo a fotografia com o espaço negativo e positivo e com a profundidade de campo.

A representação do espaço é uma forma de mostrar um lugar, pessoas e objetos. Essa representação pode ser diferente dependendo do fotógrafo, da forma que a foto foi tirada e da ideia que a imagem quer passar. Assim, uma fotografia pode ser considerada um reflexo de como vemos o mundo. Sendo ela uma seleção dos interesses do fotógrafo.

A representação do espaço na fotografia pode ser feita utilizando técnicas de composição, como, o espaço positivo e negativo e a profundidade de campo. Essas técnicas ajudam na dimensão percebida na imagem, além de direcionar o olhar para o objeto principal.

Como representar o espaço na fotografia?

Esta imagem mostra um vaso de cerâmica branca com uma cor de destaque laranja, preenchido com um buquê de flores rosa e brancas. O vaso está sobre uma superfície plana em frente a uma parede, e as sombras projetadas pelo arranjo criam um contraste interessante contra o fundo claro. As flores são dispostas de tal forma que parecem estar caindo do topo do vaso, criando uma exibição atraente. Além disso, há também algumas folhagens visíveis no fundo do vaso que adicionam textura e profundidade a esta composição de natureza morta.]
A. f/3.9, V. 1/25s, I. 400 | Nathália Paes

O espaço negativo e o positivo podem ser combinados para criar uma foto que seja agradável de se olhar. Para entender melhor, imagine que exista uma hierarquia na fotografia, ou seja, algumas partes na imagem são mais importantes do que outras. Esta hierarquia também vai indicar o que o observador irá ver primeiro. 

O espaço positivo é aquele objeto onde se encontra o foco da fotografia, é ele que atrai o olhar do observador primeiro. O espaço negativo são as áreas vazias na fotografia, por exemplo, aquele espaço com céu, água ou parede. É aquela área que não chama muita atenção, pois ela fornece uma área de respiro para a composição. Assim, o espaço negativo impede que a fotografia fique cheia de elementos, o que ajuda a focar apenas no objeto principal. Então, podemos dizer que o espaço positivo é o objeto principal, e o espaço negativo, é a área ao redor do objeto principal.

Esta imagem mostra uma mesa com vários itens de papelaria. Do lado esquerdo da mesa, há um caderno com anotações. À direita deste, existem várias canetas de cores diferentes dispostas em grupo e um vaso cheio de flores. Na frente deles está outro caderno encadernado com espiral e contém caneta e lápis. Mais à direita, há um caderno roxo sobre uma superfície branca. Por fim, na parte inferior central da imagem, há um close-up de papel e uma única caneta horizontalmente sobre ele.
A. f/3.9, V. 1/20s, I. 400 | Nathália Paes

O espaço negativo e o positivo podem ser combinados para criar uma foto que seja agradável de se olhar. Para entender melhor, imagine que exista uma hierarquia na fotografia, ou seja, algumas partes na imagem são mais importantes do que outras. Esta hierarquia também vai indicar o que o observador irá ver primeiro. 

O espaço positivo é aquele objeto onde se encontra o foco da fotografia, é ele que atrai o olhar do observador primeiro. O espaço negativo são as áreas vazias na fotografia, por exemplo, aquele espaço com céu, água ou parede. É aquela área que não chama muita atenção, pois ela fornece uma área de respiro para a composição. Assim, o espaço negativo impede que a fotografia fique cheia de elementos, o que ajuda a focar apenas no objeto principal. Então, podemos dizer que o espaço positivo é o objeto principal, e o espaço negativo, é a área ao redor do objeto principal.

Esta imagem captura a vista da cidade de Mariana, com telhados vermelhos e árvores. A cena é dominada pela vasta extensão do céu, que é preenchido com nuvens brancas que se estendem até onde a vista alcança. Em primeiro plano, há vários edifícios com telhados cor de terracota que contrastam fortemente com o céu azul brilhante acima deles. As árvores revestem muitos desses telhados, adicionando uma camada extra de textura à paisagem. Mais longe dos edifícios, pode-se distinguir colinas e montanhas ao longe.
A. f/11, V. 1/180s, I. 100 | Nathália Paes

A profundidade de campo é o espaço com foco em uma fotografia. Essa profundidade será definida por meio da abertura da câmera e da distância que o fotógrafo estará do objeto fotografado. Na imagem acima podemos perceber uma profundidade de campo ampla, pois a distância é grande a ponto de haver nitidez entre elementos distantes entre si. Usando uma abertura grande e uma certa distância do objeto podemos deixar todos os elementos da fotografia nítidos e com a mesma importância visual.

Esta imagem mostra um cão marrom deitado no chão em um ambiente ao ar livre. O animal está situado no topo de uma superfície de tijolos e cercado por uma grama verde. Enquanto o fundo da foto, uma parede branca, está desfocada. Seu pelo parece ser curto e emaranhado, com as orelhas erguidas atentamente enquanto olha para longe.
A. f/5.6, V. 1/125s, I. 100 | Nathália Paes

Nesta imagem, a profundidade de campo é rasa, resultando em maior desfoque no fundo e na frente. Esse efeito pode ser realizado com uma abertura de obturador pequena, se mantendo longe do objeto e usando um zoom alto, ou através de edição. O fundo foi desfocado e o elemento central se tornou o foco da imagem, fazendo o olhar do observador ser direcionado para ele. Desfocar o fundo também também pode ser uma ferramenta para apagar algum elemento que não traz informação à foto.

Contando histórias através do vazio 

O modo como representamos um espaço, destacando certos elementos ao invés de outros, muda como aquela fotografia pode ser percebida. Ao selecionar um objeto como destaque estamos criando uma nova forma de ver aquele ambiente. 

Ao utilizar o espaço positivo, o espaço negativo ou a profundidade de campo estamos transmitindo uma mensagem. Essas técnicas de composição também podem causar emoções diferentes. O espaço positivo pode passar a ideia de poder, força ou movimento, enquanto o negativo pode mostrar tranquilidade, admiração ou mistério. A profundidade de campo também ajuda a selecionar o que é mais importante na imagem, direcionando o olhar para aquilo que queremos pôr em foco.

Fotografar não é apenas reproduzir com fidelidade um espaço, mas sim, por meio de escolhas, contar uma história com a imagem. Essas escolhas são feitas a todo momento, ao escolher dar foco nisso e não naquilo, ao cortar este elemento e não outro, ao utilizar este ângulo e não aquele.

Objeto de Aprendizagem é uma coluna de carácter formativo. Trata-se de uma série de materiais didáticos elaborados para apoiar o aprendizado da prática fotográfica. Deseja acessar outras publicações da coluna Objeto de Aprendizagem ? É só seguir este link.

REFERÊNCIAS CONSULTADAS NA PRODUÇÃO DESTE CONTEÚDO

Compreendendo os Espaços na Fotografia. Blog EMania, 2021. Disponível em: <https://blog.emania.com.br/compreendendo-os-espacos-na-fotografia/>. Acesso em: 17 jul. 2023.

HEDGECOE, John. O novo manual da fotografia. 4. ed. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2005.

COMO CITAR ESTE CONTEÚDO

PAES, Nathália. Representação do espaço. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotografica.com.br/representacao-do-espaco/>. Publicado em: 20 dez. 2023. Acessado em: [informar data].

Triângulo de exposição

Os 3 parâmetros do Triângulo de Exposição são: ISO, Abertura e Duração da Exposição. É por esta combinação que podem ser definidas algumas características da imagem.

Os 3 parâmetros do Triângulo de Exposição são: ISO, Abertura e Duração da Exposição. É por esta combinação que podem ser definidas algumas características da imagem.

Fotografia de uma rua em um dia ensolarado. No final dela há algumas pessoas andando.
A. f/8, V. 1/125s, I. 100 | Nathália Paes

Uma fotografia é formada através da luz ambiente que entra pela lente da câmera fotográfica. Com o Triângulo de Exposição é possível controlar essa quantidade de luz e, portanto, ajustar o brilho da fotografia.

Na fotografia, o Triângulo de Exposição consiste no ajuste  de três parâmetros: o ISO, a Abertura e a Duração da Exposição. Conhecendo estas variáveis é possível prever algumas características da imagem que será captada. Como, por exemplo: se a imagem terá um aspecto granulado ou não, se a área focada será grande ou pequena ou se o movimento dos objetos aparecerá borrado ou congelado.

Combinando os parâmetros

Para captar uma imagem com o brilho adequado é preciso combinar a Abertura, a Duração da Exposição e o ISO. Com diferentes combinações de valores destes parâmetros é possível fotografar imagens com o brilho adequado. Embora, em cada uma delas, o ajuste de uma das configurações resultará em características específicas. Ao variar a Abertura o tamanho da área focada mudará. Ao variar a Duração da Exposição a representação do movimento mudará. Variando o ISO a granulação da foto mudará. Nenhum deles é responsável, isoladamente, pela quantidade de luz captada, assim é preciso combinar os parâmetros.

A câmera possui alguns modos que auxiliam na hora de fotografar, eles são chamados de modos de prioridade. Neles podemos definir dois parâmetros da câmera manualmente e o outro será ajustado automaticamente. E há também o modo manual, onde é possível configurar todos os elementos manualmente.

Fotografia de uma rua, nela há uma moto e um carro passando. A imagem do dois veículos está borrada
A. f/16, V. 1/30s, I. 200| Nathália Paes

O Obturador da Câmera é o mecanismo que, quando fechado, impede que a luz atinja o sensor. Chamamos de Duração da Exposição, o período de tempo que ele permanece aberto, deixando o sensor exposto a luz. É por meio do controle dessa duração que podemos deixar uma imagem borrada ou não. Para dar o efeito de borrão na cena foi preciso que a Duração da Exposição seja grande, capturando luz por mais tempo. Para compensar a iluminação, o ISO foi ajustado para o sensor não ficar tão sensível e, assim, a cena não ficasse muito clara. Nesse caso, o modo de Prioridade da Duração foi selecionado para auxiliar a exposição da fotografia. Ele combinou automaticamente o valor da Abertura com os dos outros elementos.

Fotografia de uma rua. O fundo da imagem está desfocado, dando mais foco em um poste com a placa pare.
A. f/4, V. 1/1600, I. 400| Nathália Paes

O ajuste da Abertura possibilita controlar o foco e o desfoque da imagem. No exemplo, a Abertura estava grande para poder deixar o fundo desfocado. Portanto, foi preciso ajustar a Duração da Exposição e o ISO para que a foto não ficasse super ou subexposta. O ISO foi ajustado manualmente para um valor pequeno, para que a câmera não ficasse tão sensível à luz. E a Duração da Exposição, como não impactava diretamente, foi configurada para compensar a iluminação do ambiente.

Fotografia de uma rua. Um carro passa na rua, sua imagem está congelada. Na calçada há uma menina andando. A imagem está toda focada.
A. f/16, V. 1/250s, I. 800| Nathália Paes

Para que o carro aparecesse congelado na foto, a Duração da Exposição precisou ser bem pequena, e para que o fundo não fosse desfocado, a Abertura também precisou ser menor. Assim, pouca luz entrou na câmera e para compensar a luz, o ISO precisou ser um pouco maior para que a foto não ficasse escura. O que gerou o efeito de granulação na  parte com mais sombra da foto.

Como obter a foto perfeita

A fotometria é a medição da quantidade de luz em uma fotografia. Na câmera essa marcação aparece na forma do fotômetro, uma régua que vai de -2 e aquém até +2 e além, que irá indicar se a foto sairá escura ou clara, dependendo da sua posição. Por exemplo, quanto mais perto do negativo, mais escura estará a foto, e quanto mais perto do positivo, mais clara ela será. Essa medição é utilizada como referência, ela não é uma regra, pois não há apenas uma forma de se fazer uma foto.

Não há uma regra para fotografar. As escolhas feitas para a realização de uma foto, dependerão do resultado desejado. Uma foto com muita luz ou granulada não é uma imagem ruim, se ela atingir o seu objetivo. A fotometria, as configurações e os modos da câmera existem para ajudar o fotógrafo. É interessante utilizar o modo manual, pois ele permite ter o controle de todas as configurações da câmera, ajudando a entender como a câmera funciona, além de permitir mais liberdade para experimentar e criar imagens.

REFERÊNCIAS CONSULTADAS NA PRODUÇÃO DESTE CONTEÚDO

MACEDO, Neto. Fotometria: Como operar a câmera no manual. Aprenda Fotografia, 2017. Disponível em: https://aprendafotografia.org/fotometria-como-funciona-a-camera/. Acesso em: 24 abr. 2023. 

VIEIRO, Eduardo. Abertura, velocidade e ISO: Os 3 pilares da fotografia. Aprenda Fotografia. Disponível em: https://www.eduardo-monica.com/new-blog/iso-velocidade-abertura-exposicao-fotografia. Acesso em: 24 abr. 2023. 

NEWS, Emania. Compreendendo o Triângulo de Exposição na Fotografia. Blog eMania, 2017. Disponível em: https://blog.emania.com.br/compreenda-o-triangulo-de-exposicao/. Acesso em: 24 abr. 2023. 

HEDGECOE, John. O novo manual da fotografia. 4. ed. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2005. 76-85 p. 

COMO CITAR ESTE CONTEÚDO

PAES, Nathália. Os pontos do triângulo de exposição. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotografica.com.br/triangulo-de-exposicao/>. Publicado em: 19 jun. 2023. Acessado em: [informar data].

Marc Riboud

Fotógrafo que registrou cenas cotidianas de países que estavam em guerra

Fotógrafo que registrou cenas cotidianas de países que estavam em guerra

O fotógrafo Marc Riboud nasceu em Lyon, na França, em 1923. Advindo de uma família burguesa, formou-se em engenharia e trabalhou em uma fábrica em sua cidade natal. Em 1951, o jovem de 23 anos tirou uma semana de férias com o objetivo de fotografar as cenas ao seu redor, com a câmera Kodak Vest Pocket, presente de seu pai em 1937. Como sua paixão pela fotografia era tão grande, nunca mais voltou para o trabalho, resolvido a fotografar o mundo. 

A imagem mostra as costas de quatro pessoas andando em uma rua, sendo uma delas uma mulher. Um dos homens carrega um violoncelo nos ombros, ele é o que se encontra mais atrás, na frente, um dos outros homem abraça a mulher.
Marc Riboud

Riboud fotografou suas primeiras imagens quando tinha apenas 14 anos, em 1937, na Exposição Universal de Paris. Já em 1953, estava atuando como fotógrafo oficial na agência Magnum — inclusive, chegando a ser presidente — foi nesse mesmo local  que, anos antes, ele aprendeu técnicas de fotografia com os mestres da Robert Capa, David Seymour e Henri Cartier-Bresson. 

Riboud se eternizou como fotógrafo quando, entre 1955 a 1985, viajou pela Ásia, pelo Oriente Médio e pela África fotografando não só as atrocidades da guerra e a degradação de culturas reprimidas, mas também momentos de delicadezas e de beleza presentes no cotidiano. Suas imagens eram retratos da sensibilidade onde o ser humano funcionava como objeto central.

A imagem mostra pessoas comendo, aparentemente, em um restaurante. O foco da câmera está fixado em duas pessoas específicas, as duas usam boinas, blusas de manga comprida e óculos redondos, elas comem em tigelas usando hashis, talheres típicos da ásia.
Marc Riboud
A imagem mostra três crianças asiáticas, duas delas segurando revólveres, elas posam para a fotografia. Uma das crianças encosta o revólver para a cabeça da outra.
Marc Riboud
A imagem mostra o perfil de uma mulher negra vestindo roupas típicas de seu país, sobreposto a ela, a fotografias de outras pessoas dançando que trajam roupas de salão.
Marc Riboud
A imagem mostra um casal se beijando embaixo de uma ponte, a alguns passos deles há um rio com barcos ancorados em sua orla.
Marc Riboud
A imagem mostra uma menina de cabelos curtos segurando uma flor perto de seu rosto, ela se posiciona de frente para uma fileira de homens armados e fardados.
Marc Riboud

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PAES, Nathália. Marc Riboud. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotografica.com.br/marc-riboud/>. Publicado em: 30 de maio de 2023. Acessado em: [informar data].

Paulo Vainer

Fotógrafo de moda e diretor de filmes publicitários

Fotógrafo de moda e diretor de filmes publicitários

Paulo Vainer é reconhecido como um profissional de multimídia, que trabalha tanto com fotografia quanto com direção de filmagens. Começou sua carreira em estúdios como os de Steve Bronstein e de Andreas Heiniger, e fotografando para empresas como a Editora Abril. Ele também atuou para marcas como Itaú, Volkswagen, Nike, Nestlé e Renault.

A imagem mostra um quarto com uma iluminação azul. Nele há três pessoas, duas sentadas na beirada de uma cama de casal e a outra sentada em uma cadeira no canto. A pessoa que está na cadeira é destacada por um círculo de luz.
Paulo Vainer

O fotógrafo iniciou sua carreira em 1978, como assistente do fotógrafo Bob Wolfenson.  Em 1981, viajou para Nova Iorque para trabalhar com Steve Bronstein. Já em 1990, Paulo Vainer volta ao Brasil para abrir seu próprio estúdio, tornando-se um dos mais importantes fotógrafos de moda e publicidade brasileiro. Com o contato de profissionais como Ricardo Van Steen, Walter Salles, Andrucha Wadingtton e Fernando Meirelles, o artista adentrou no ramo da direção. Lançou, em 2004, seu primeiro longa-metragem, intitulado de  “Noel, o Poeta da Vila”, que foi indicado ao prêmio da Associação Brasileira de Cinematografia.

Através da fotografia, Vainer conta histórias. Por meio de apenas uma imagem é possível ir além da cena. Ele faz esse movimento mesclando técnicas de fotografia e de edição gráfica. Abusando de cores saturadas – que passam a ideia de um mundo fantasioso -, da iluminação e da composição da imagem.

Mulher, em um fundo azul, por trás de barras de led.
Paulo Vainer
Imagem em preto e branco e desfocada mostrando um espaço cheio de pessoas.
Paulo Vainer
Imagem de uma mulher usando uma roupa dourada e um acessório na cabeça de pelo preto. Ela não olha em direção a câmera.
Paulo Vainer
Imagem de uma mulher em chamas. Ela usa um véu e segura uma rosa branca.
Paulo Vainer
A imagem mostra uma mulher, vestida toda de preto e com o cabelo bagunçado, posando para a fotografia.
Paulo Vainer

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Como citar este artigo

PAES, Nathália. Paulo Vainer. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotografica.com.br/paulo-vainer/>. Publicado em: 25 de abr. de 2023. Acessado em: [informar data].

Luisa Dörr

O protagonismo feminino representado na fotografia.

O protagonismo feminino representado na fotografia.

Luisa Dörr é uma fotógrafa brasileira, natural do Rio Grande do Sul, formada em design gráfico. Sua história com a fotografia surgiu cedo; quando criança ela pedia câmeras fotográficas de presente de natal, mas foi aos seus 22 anos que começou a fotografar no estúdio de sua tia e se profissionalizou na área.

Auto retrato da fotógrafa Luisa Dorr. A imagem contém seu rosto enquadrado que se posiciona na diagonal, ela usa um óculos de grau e seus cabelos loiros se encontram trançados ao redor de sua cabeça.
Luiza Dörr

Luisa publica suas imagens em sua conta no instagram, onde monta seu portfólio. Ela já teve suas fotografias publicadas na capa da revista Time e também já fotografou para o jornal El País. Em seus projetos, Luisa captura a força da presença feminina, demonstrando através dos ângulos e enquadramentos, o protagonismo e a força destas personagens. 

Suas imagens transmitem a beleza natural do modelo fotografado, com cores leves e muita luz que passam a ideia de simplicidade. Suas obras também carregam um simbolismo etéreo, por meio da combinação da iluminação com as paisagens, que são, em sua maioria, lugares com uma natureza exuberante. 

Uma mulher roda com sua saia rosa e cheia de babados, ela usa também uma blusa toda coberta de rendas amarelas, na cabeça um chapéu e tranças. No fundo, bem distante, há várias montanhas e o céu azul com algumas nuvens.
Luiza Dörr
Duas crianças vestidas com vestidos na cor azul enfeitados. Uma das meninas, que aparentemente é mais velha, passa alguma coisa no rosto da mais jovem, como um gesto de cuidado, ela também está sentada para alcançar o rosto da outra que é menor. As duas, uma de frente para a outra, se olham, enquanto se arrumam.
Luiza Dörr
Uma mulher boiando em uma água verde com roupas típicas do Chile, uma blusa branca rendada e uma saia cumprida preta, ela usa tranças que flutuam ao seu redor. Na água também há pétalas de flores circundando seu corpo.
Luiza Dörr
Mulher sentada na beirada da carroceria de uma camionete, ela olha para longe da câmera e em suas mãos há luvas de boxe.
Luiza Dörr

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PAES, Nathália. Luisa Dorr. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotografica.com.br/luisa-dorr-2/>. Publicado em: 11 de abr. de 2023. Acessado em: [informar data].

Contos de fadas

Campos floridos em nós mesmos.

A imagem abaixo foi fotografada pelo artista Steven Klein para a revista Vogue em 2020. Em um ensaio com a atriz Mia Goth chamado de Fantasy and Fashion. Com cores inexistentes no mundo real e cenários deslumbrantes, Steven faz uma mistura entre a moda e os contos de fadas.

A imagem mostra uma mulher de cabelos pretos e pele muito branca trajando um vestido rosa claro, ela está sentada em uma poltrona vermelha, enquanto ilumina com uma lanterna um canto do ambiente. O cenário mostra o cômodo de uma casa, com as paredes em um tom de azul, e o chão coberto por flores rosa, amarelo e laranja.
Steven Klein

Vestidos esvoaçantes, flores de diversas cores, exuberantes florestas, tons saturados, ainda que sejam ao mesmo tempo suaves; disso são feitos os sonhos e os contos de fadas. Entrelaçados, eles quase se confundem, sendo um necessário a existência do outro. Sem a habilidade de sonhar, histórias não seriam criadas, e sem histórias os sonhos não passariam de uma breve reprise de nossa memória.

Sempre fui uma criança muito solitária, que cresceu em uma roça sem o contato de outras pessoas da mesma idade. Para passar os meus dias e para poder suprir a falta de companhia, o melhor que eu podia fazer era criar histórias.

Eu via nas flores vestidos de fadas, que se camuflavam enquanto houvessem humanos por perto. Nos galhos das árvores que se juntavam, formando um arco, enxergava um portal que poderia levar para diferentes mundos. Nas frutas, via dádivas que quando ingeridas eram capazes de conceder superpoderes. 

Ao crescer, eu converti essa minha imaginação em necessidade de livros; me apoiando neles quando precisava fugir do mundo real. Ainda é assim. É na fantasia onde posso ser outra pessoa, e, não preciso ser ninguém, ou apenas acompanhar a vida de outra pessoa enquanto me esqueço de mim mesma. Mesmo que os finais não sejam felizes para sempre, eles me confortam das dificuldades do mundo.

Ainda continuo procurando por fadas e reinos encantados. E nas horas vagas, caço borboletas coloridas. Porque sem essas histórias o mundo seria somente cinzento, sem nenhum sonho. Não haveria motivo para continuar tentando, não haveria um refúgio para se esquecer dos problemas.

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PAES, Nathália Paes. Contos de fadas. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<{colar link da postagem}>. Publicado em: {colar data de publicação}. Acessado em: [informar data]. 

Steven Klein

Um toque de obscuridade e surrealismo

Um toque de obscuridade e surrealismo

Steven Klein é um cineasta e fotógrafo de moda estadunidense. Com uma técnica que ultrapassa a intenção documental da fotografia, visando uma abordagem mais artística e criando imagens icônicas. Ele é conhecido também pelo seu trabalho ao fotografar celebridades como Madonna, Rihanna, Britney Spears e Lady Gaga.

Fotografia da cantora Madonna, vestindo uma roupa preta de bolinhas brancas com um tecido transparente na parte dos ombros. Ela apoia a nuca em uma mesa enquanto toca um saxofone.
Steven Klein

O fotógrafo Steven Klein nasceu em Nova Iorque em 1962. Ele estudou desenho na Rhode Island School of Design, mas mudou para o curso de Fotografia, preferindo se dedicar a essa área. A partir da fotografia, ele pode trabalhar com marcas como Calvin Klein, D&G, Alexander McQueen e Nike, além de revistas como Vogue, i-D, Numéro, W e Arena.

As fotografias de Steven Klein trazem narrativas transgressoras capazes de desconstruir os clichês relacionados à fotografia. Suas imagens possuem um tom sensual e sombrio, misturando o mundo da moda e comercial, com o erotico e o obscuro. Fazendo uma junção do belo e do horror, em um desarranjo, que causam um certo desconforto ao observador. As maiores marcas de seu trabalho são os elementos que circundam o cinema, a cultura cyberpunk e os fetiches sexuais.

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Paes, Nathália. Steven Klein. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotograficaufop.blogspot.com/2023/03/steven-klein.html>. Publicado em: 7 de mar. de 2023. Acessado em: [informar data]. 

Cega pela luz

A transformação pela luz.

A transformação pela luz.

 

Na fotografia abaixo, Paulo Vainer utiliza a técnica de motion blur em conjunto com o alto contraste, para passar a sensação de que a imagem está em movimento. Este trabalho faz parte do ensaio fotográfico chamado “movimento”.

 
A imagem, em preto e branco, mostra a vista através da janela de um carro. Apresentando uma rua vazia, a noite, com a luz dos postes acesas.
Paula Vainer

Apesar de todo o movimento aparente na fotografia, ao observá-la só me vem à mente a imprecisão da imagem. A forma que a luz toma, toda estourada, é o que mais se sobrepõe. Essa é uma imagem recorrente para mim. É assim que eu enxergo o mundo, como uma imagem desfocada. 

Me lembro de ter como passatempo, quando criança, ficar deitada olhando para a luz fixamente, vendo seus raios se dissolverem formando caminhos. Aquilo, para mim, sempre foi o normal, enxergar a luz daquela forma. Até que um dia descobri que nem todos viam daquela maneira. Eu só enxergava assim por um problema em meus olhos, e isso não era o normal para os outros. Seria preciso corrigir aquilo.

Com o passar do tempo a minha visão ficou mais prejudicada. Sem os óculos para corrigi-la, eu sou praticamente cega. Ainda mais quando a luz atinge diretamente meus olhos. Andar na rua à noite, é quase impossível. Toda vez que um carro vem em minha direção com seus faróis acesos, sou tomada pela cegueira. A luz domina tudo, me deixando sem ver absolutamente nada.

A luz que antes era divertida, agora só me causa dores de cabeça. Quanto mais luz, mais meus olhos doem. O escuro, que causava medo, agora é reconfortante e querido. Mas, apesar de tudo, ainda gosto de me lembrar de como a luz sempre foi um abrigo para mim, de como ela era minha diversão e me protegia dos monstros à noite. 

 
#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quinta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.
 
 

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Como citar essa postagem

PAES, Nathália. Cegada pela luz. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotograficaufop.blogspot.com/2023/01/cegada-pela-luz.html>. Publicado em: 26 de jan. de 2023. Acessado em: [informar data].
 

Nada mais que o cotidiano

Lembranças cotidianas de uma rua pacata

Lembranças cotidianas de uma rua pacata

A fotografia do autor Marc Riboud foi produzida em Liu Li Chang, uma rua de antiquários em Pequim. Essas lojas eram muito procuradas durante a Revolução Cultural, – movimento social com intuito de eliminar as influências capitalistas da China – onde a população chinesa entregava suas jóias para o Estado.

A imagem mostra a vista de dentro de uma loja, o lado de fora é exibido através de seis vidros. Na rua é possível ver a fachada de outros comércios e algumas pessoas, dentre elas sete crianças e quatro adultos. Duas das crianças observam o interior da loja, onde o fotógrafo se encontra, as outras se espalham pela imagem.
Mark Riboud

A cena retratada poderia ser facilmente confundida, caso não houvesse uma contextualização, com um momento cotidiano encontrado em qualquer lugar do mundo. Apesar de todo seu significado histórico, num primeiro momento, o que vemos são pessoas vivendo suas vidas rotineiramente.

O que salta aos olhos é o humano, que torna aquela rua habitada e cheia de vida, independente do motivo de estarem naquele lugar, naquele momento em questão. Os adultos conversam sentados na calçada e observam o que acontece ao redor, enquanto várias crianças se espalham pelo ambiente prontas para iniciar uma brincadeira.

Consigo imaginar essa imagem na rua da cidade onde nasci, durante as pacíficas tardes de domingo quando nenhum carro transita mais. Os adultos se reúnem para conversar na calçada e vigiar as crianças que aproveitam para brincar de jogar bola ou de pega-pega. Por mais monótono que possa parecer ter uma vida rotineira, sem muitas aventuras, é nessas pequenas situações do dia que se encontram a calmaria e o conforto dos problemas. São pequenas coisas acalentadoras que tornam esses momentos mais suportáveis fazendo com que a vida valha a pena, como por exemplo, ir ao bar com os amigos, assistir a novelas sempre nos mesmos horários ou comer macarronada nas datas comemorativas em família.

A beleza do cotidiano está em passar pelos mesmos cenários e provações, e só perceber quando um belo dia você para e olha para tudo aquilo com outra percepção, vendo como esses momentos fazem falta. Nenhuma aventura consegue ser melhor do que ter uma conversa sincera com alguém querido, por mais corriqueiro que possa ser, a vida é feita em sua maioria dessas situações.

Talvez a vida nunca proporcione grandes conquistas dignas de um livro, e isso não é algo para se sentir mal, isso não a torna menos interessante, a beleza está escondida nas entrelinhas de cada momento, tudo começa a fazer mais sentido quando se para de procurar por histórias épicas e se passa a aproveitar cada instante.

#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quinta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.
 

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Como citar essa postagem

PAES, Nathália. Nada mais que o cotidiano. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotograficaufop.blogspot.com/2023/01/nada-mais-que-o-cotidiano.html>. Publicado em: 19 de jan. de 2023. Acessado em: [informar data].
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