Representação do espaço

Compondo a fotografia com o espaço negativo e positivo e com a profundidade de campo.

Compondo a fotografia com o espaço negativo e positivo e com a profundidade de campo.

A representação do espaço é uma forma de mostrar um lugar, pessoas e objetos. Essa representação pode ser diferente dependendo do fotógrafo, da forma que a foto foi tirada e da ideia que a imagem quer passar. Assim, uma fotografia pode ser considerada um reflexo de como vemos o mundo. Sendo ela uma seleção dos interesses do fotógrafo.

A representação do espaço na fotografia pode ser feita utilizando técnicas de composição, como, o espaço positivo e negativo e a profundidade de campo. Essas técnicas ajudam na dimensão percebida na imagem, além de direcionar o olhar para o objeto principal.

Como representar o espaço na fotografia?

Esta imagem mostra um vaso de cerâmica branca com uma cor de destaque laranja, preenchido com um buquê de flores rosa e brancas. O vaso está sobre uma superfície plana em frente a uma parede, e as sombras projetadas pelo arranjo criam um contraste interessante contra o fundo claro. As flores são dispostas de tal forma que parecem estar caindo do topo do vaso, criando uma exibição atraente. Além disso, há também algumas folhagens visíveis no fundo do vaso que adicionam textura e profundidade a esta composição de natureza morta.]
A. f/3.9, V. 1/25s, I. 400 | Nathália Paes

O espaço negativo e o positivo podem ser combinados para criar uma foto que seja agradável de se olhar. Para entender melhor, imagine que exista uma hierarquia na fotografia, ou seja, algumas partes na imagem são mais importantes do que outras. Esta hierarquia também vai indicar o que o observador irá ver primeiro. 

O espaço positivo é aquele objeto onde se encontra o foco da fotografia, é ele que atrai o olhar do observador primeiro. O espaço negativo são as áreas vazias na fotografia, por exemplo, aquele espaço com céu, água ou parede. É aquela área que não chama muita atenção, pois ela fornece uma área de respiro para a composição. Assim, o espaço negativo impede que a fotografia fique cheia de elementos, o que ajuda a focar apenas no objeto principal. Então, podemos dizer que o espaço positivo é o objeto principal, e o espaço negativo, é a área ao redor do objeto principal.

Esta imagem mostra uma mesa com vários itens de papelaria. Do lado esquerdo da mesa, há um caderno com anotações. À direita deste, existem várias canetas de cores diferentes dispostas em grupo e um vaso cheio de flores. Na frente deles está outro caderno encadernado com espiral e contém caneta e lápis. Mais à direita, há um caderno roxo sobre uma superfície branca. Por fim, na parte inferior central da imagem, há um close-up de papel e uma única caneta horizontalmente sobre ele.
A. f/3.9, V. 1/20s, I. 400 | Nathália Paes

O espaço negativo e o positivo podem ser combinados para criar uma foto que seja agradável de se olhar. Para entender melhor, imagine que exista uma hierarquia na fotografia, ou seja, algumas partes na imagem são mais importantes do que outras. Esta hierarquia também vai indicar o que o observador irá ver primeiro. 

O espaço positivo é aquele objeto onde se encontra o foco da fotografia, é ele que atrai o olhar do observador primeiro. O espaço negativo são as áreas vazias na fotografia, por exemplo, aquele espaço com céu, água ou parede. É aquela área que não chama muita atenção, pois ela fornece uma área de respiro para a composição. Assim, o espaço negativo impede que a fotografia fique cheia de elementos, o que ajuda a focar apenas no objeto principal. Então, podemos dizer que o espaço positivo é o objeto principal, e o espaço negativo, é a área ao redor do objeto principal.

Esta imagem captura a vista da cidade de Mariana, com telhados vermelhos e árvores. A cena é dominada pela vasta extensão do céu, que é preenchido com nuvens brancas que se estendem até onde a vista alcança. Em primeiro plano, há vários edifícios com telhados cor de terracota que contrastam fortemente com o céu azul brilhante acima deles. As árvores revestem muitos desses telhados, adicionando uma camada extra de textura à paisagem. Mais longe dos edifícios, pode-se distinguir colinas e montanhas ao longe.
A. f/11, V. 1/180s, I. 100 | Nathália Paes

A profundidade de campo é o espaço com foco em uma fotografia. Essa profundidade será definida por meio da abertura da câmera e da distância que o fotógrafo estará do objeto fotografado. Na imagem acima podemos perceber uma profundidade de campo ampla, pois a distância é grande a ponto de haver nitidez entre elementos distantes entre si. Usando uma abertura grande e uma certa distância do objeto podemos deixar todos os elementos da fotografia nítidos e com a mesma importância visual.

Esta imagem mostra um cão marrom deitado no chão em um ambiente ao ar livre. O animal está situado no topo de uma superfície de tijolos e cercado por uma grama verde. Enquanto o fundo da foto, uma parede branca, está desfocada. Seu pelo parece ser curto e emaranhado, com as orelhas erguidas atentamente enquanto olha para longe.
A. f/5.6, V. 1/125s, I. 100 | Nathália Paes

Nesta imagem, a profundidade de campo é rasa, resultando em maior desfoque no fundo e na frente. Esse efeito pode ser realizado com uma abertura de obturador pequena, se mantendo longe do objeto e usando um zoom alto, ou através de edição. O fundo foi desfocado e o elemento central se tornou o foco da imagem, fazendo o olhar do observador ser direcionado para ele. Desfocar o fundo também também pode ser uma ferramenta para apagar algum elemento que não traz informação à foto.

Contando histórias através do vazio 

O modo como representamos um espaço, destacando certos elementos ao invés de outros, muda como aquela fotografia pode ser percebida. Ao selecionar um objeto como destaque estamos criando uma nova forma de ver aquele ambiente. 

Ao utilizar o espaço positivo, o espaço negativo ou a profundidade de campo estamos transmitindo uma mensagem. Essas técnicas de composição também podem causar emoções diferentes. O espaço positivo pode passar a ideia de poder, força ou movimento, enquanto o negativo pode mostrar tranquilidade, admiração ou mistério. A profundidade de campo também ajuda a selecionar o que é mais importante na imagem, direcionando o olhar para aquilo que queremos pôr em foco.

Fotografar não é apenas reproduzir com fidelidade um espaço, mas sim, por meio de escolhas, contar uma história com a imagem. Essas escolhas são feitas a todo momento, ao escolher dar foco nisso e não naquilo, ao cortar este elemento e não outro, ao utilizar este ângulo e não aquele.

Objeto de Aprendizagem é uma coluna de carácter formativo. Trata-se de uma série de materiais didáticos elaborados para apoiar o aprendizado da prática fotográfica. Deseja acessar outras publicações da coluna Objeto de Aprendizagem ? É só seguir este link.

REFERÊNCIAS CONSULTADAS NA PRODUÇÃO DESTE CONTEÚDO

Compreendendo os Espaços na Fotografia. Blog EMania, 2021. Disponível em: <https://blog.emania.com.br/compreendendo-os-espacos-na-fotografia/>. Acesso em: 17 jul. 2023.

HEDGECOE, John. O novo manual da fotografia. 4. ed. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2005.

COMO CITAR ESTE CONTEÚDO

PAES, Nathália. Representação do espaço. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotografica.com.br/representacao-do-espaco/>. Publicado em: 20 dez. 2023. Acessado em: [informar data].

ISO: a ferramenta que define a qualidade da foto

Como as nossas fotos em ambientes escuros ficam claras? Veja neste capítulo como usá-lo e evitar os ruídos em suas imagens.

Como as nossas fotos em ambientes escuros ficam claras? Veja neste capítulo como usá-lo e evitar os ruídos em suas imagens.

Na fotografia é indispensável que tenhamos a presença de luminosidade, mesmo que seja bem pouca. Através dela, percebemos os objetos que ao receberem a luz, a refletem para nossas câmeras. Portanto sem luz não há registro. O  motivo pelo qual as fotos feitas à noite, quase nunca ficam com qualidade igual ou superior como as fotos que fazemos à luz do dia é a ausência de luminosidade. Mesmo que as nossas câmeras abram o diafragma ao máximo, possibilitando a maior entrada de luz, elas não são capazes de capturar a quantidade suficiente para uma foto nítida. E é aí que entra a ferramenta ISO.

O que é o ISO, e para que serve?

A. f/6.3, V. 1/8s, I. 3200 | Paulo César Gouvêa

A Organização Internacional para Padronização (ISO), traduzido do inglês, é um termo que se refere à sensibilidade que as câmeras possuem em seus sensores. Traduzimos essa sensibilidade em forma de números que variam de 100 a 6400 em câmeras mais comuns. Voltando ao nosso exemplo de fotos noturnas, à medida que aumentamos esse número mais iluminada, artificialmente, a foto ficará. Dobrando o valor de ISO significa que você está dobrando o brilho de sua foto. Logo, ISO 400 é duas vezes mais luz do que ISO 200. Isso significa que é só colocar um ISO alto que a foto fica clara? Sim, mas na fotografia, na maioria das vezes, para se ter uma coisa precisamos abrir mão de outra. À medida que aumentamos a sensibilidade começam a aparecer ruídos na foto. Neste caso, se queremos uma foto clara à noite, infelizmente iremos perder qualidade na imagem.

A. f/3.9, V. 1/320s, I. 100 | Paulo César Gouvêa

Na imagem acima, na qual o ISO está em 100, podemos notar claramente os detalhes, tanto  das folhas que estão expostas ao sol, quanto das que estão mais a sombra.

A. f/10.8, V. 1/1000s, I. 3200 | Paulo César Gouvêa

Nesta imagem buscamos fechar o diafragma e aumentar a velocidade do obturador reduzindo a entrada de luz e o tempo de exposição. Com isso, abusamos do uso do ISO, que ficou em 3200. Olhando bem, as mesmas folhas, nas mesmas condições de luz do dia, ficaram prejudicadas. Suas cores ficaram desbotadas ou acinzentadas, fazendo com que percamos a condição de observar os detalhes. As pintas marrons claro que estão nas folhas verdes já não estão reconhecíveis. Agora no lugar delas há uma distorção e só se vê ruídos em tons de verde.

Os ruídos podem variar entre modelos de câmeras distintas e até mesmo dentro de uma mesma imagem. É fato que nas regiões mais escuras terão mais ruídos, e nas mais claras menos ruídos, como podemos observar na segunda imagem. Isso está relacionado a absorção de luz por parte do objeto que está sendo fotografado. As regiões mais claras do assunto tendem a refletir mais a luz. Já as mais escuras absorvem com mais facilidade, dificultando a captação dos detalhes.

A. f/3.5, V. 1/125s, I. 400 | Paulo César Gouvêa

Devemos nos atentar ao uso elevado do ISO em situações onde ele é desnecessário. Como vemos na imagem acima, foi colocado em ISO 400.  Por ser um dia claro e com bastante luminosidade a imagem acabou saindo muito clara, resultando em uma imagem clara demais, não sendo possível ver o que está sendo fotografado.

Como solucionar este problema?

É importante ressaltar que antes ter uma imagem com ruídos do que não ter uma imagem. Buscar sempre locais mais iluminados é de grande ajuda. Em caso de pontos de luz, como janelas, procure ficar mais próximo deles, de forma que a luz entre em contato com o assunto que você deseja fotografar. Se você deseja fotos com mais qualidade e nitidez possível, evite ao máximo aumentar o ISO. Até porque, ele nem sempre é a solução para situações com pouca luminosidade. Duas soluções práticas para a entrada de luz são: a abertura do diafragma e a diminuição da velocidade do obturador. Lembrando que como dissemos anteriormente, na fotografia não se pode ter tudo, precisamos abrir mão de alguma coisa. Mas se nenhuma dessas opções acima se encaixam em sua proposta, é válido utilizar ISOs baixos garantindo a qualidade, e alterar a luminosidade em programas de edição de imagem. Atualmente fotos vintage tem feito sucesso nas redes sociais, essas fotos tem uma estética anos 80,90 que simulam um efeito comum em fotos feitas com câmeras analógicas. Se você procura reproduzir fotos com essa estética,  sem o uso de edição de imagem, é válido explorar ISOs altos para obter resultados semelhantes.

Chamada para ação 

Objeto de Aprendizagem é uma coluna de carácter formativo. Trata-se de uma série de materiais didáticos elaborados para apoiar o aprendizado da prática fotográfica. Deseja acessar outras publicações da coluna Objeto de Aprendizagem ? É só seguir este link.

REFERÊNCIAS CONSULTADAS NA PRODUÇÃO DESTE CONTEÚDO

HEDGECOE, John. O novo manual da fotografia. 4. ed. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2005.

MACEDO, Neto. Como funciona o ISO – Modo manual da câmera, 2019. Disponível em: https://aprendafotografia.org/como-funciona-iso-sensibilidade-modo-manual/. Acesso em: 12 jul. 2023

ISO na Fotografia: Domine Hoje Mesmo. joanldafoto.com.br,2020. Disponível em: https://jornadadafoto.com.br/iso/ Acessado em: 13 jul. 2023.

Definições de Velocidade ISO para Fotografias. cam.start.canon.com,2023. Disponível em: https://cam.start.canon/pt/C003/manual/html/UG-03_Shooting-1_0070.html Acessado em: 12 jul. 2023.

RUÍDO EM IMAGENS – PARTE 2. cambridgeincolour.com,2020. Disponível em: https://www.cambridgeincolour.com/pt-br/tutoriais/image-noise-2.htm Acesso em: 13 jul. 2023.

GOUVÊA, Paulo César ISO: A ferramenta que define a qualidade da foto. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: https://culturafotografica.com.br/iso-a-ferramenta-que-define-a-qualidade-da-foto/. Publicado em: {22/10/2023}. Acessado em: [informar data].  

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