Otto Stupakoff

Pioneiro na fotografia de moda no Brasil.


Otto nasceu em 1935, em São Paulo. Em 1943, ganhou uma máquina fotográfica do pai. Por falta de perspectivas profissionais no Brasil, mudou-se para os Estados Unidos e ingressou na Art Center College of Design, onde iniciou sua carreira como fotógrafo de moda. 


A fotografia, em preto e branco, mostra em primeiro plano uma mulher de traços caucasianos, trajando chapéu, regata, saia longa, camisa social  sobreposta aos ombros, sapato de salto e acessórios. Ela mira com olhar de espanto para trás, onde tem dois garotos sem sapatos carregando caixotes e uma caixa de madeira no ombro. Apesar disso, ela não parece estar olhando para os meninos, e sim para algo além, que não foi captado pela fotografia. Em segundo plano, em uma esquina, um grupo de pessoas observam com curiosidade a mulher.
Otto Stupakoff


No Brasil, Otto trabalhou como fotógrafo para agências e para a gravadora Odeon, onde desenvolveu capas de álbuns de músicos renomados, como Dorival Caymmi e Luiz Bonfá. Ainda, firmou parceria com Oscar Niemeyer e foi retratista de celebridades, como Pelé e Tom Jobim.

Nos Estados Unidos, Otto conheceu pessoas como Carmen Miranda e Coco Chanel, e trabalhou para a revista de moda Harper ‘s Bazaar. O fotógrafo desenvolveu um estilo único, marcado por fotos em preto e branco e muita ousadia. Em 1973, mudou-se para Paris, onde trabalhou para a Vogue. 

Apesar de ser reconhecido como fotógrafo de moda e retratista, seu trabalho não foi dedicado exclusivamente a isso, formando um acervo diverso.


Na fotografia em preto e branco, uma mulher de cabelo cacheado e sobretudo encara um gorila, que está dentro de uma jaula de vidro. O gorila está de boca aberta, e a mulher imita o movimento, dando a impressão de que está sonolenta. Um de seus cotovelos está apoiado no vidro, e o outro braço está apoiado em sua cintura.
Otto Stupakoff

A fotografia, em preto e branco, foi feita em uma praia, e  a única pessoa que aparece é Tom Jobim. Ele é jovem, tem cabelo liso, olha sorridente para a câmera, está vestido de camisa social e suéter, e seus braços estão postos para trás.
Otto Stupakoff


A fotografia, em preto e branco, mostra uma mulher que usa chapéu, vestido, sapato de salto e maquiagem, caindo sobre uma cerca. Ela está deitada no chão, com uma das pernas levantadas, e olha sorridente para a câmera.
Otto Stupakoff
A fotografia, em preto e branco, mostra uma mulher, na frente de um prédio, beijando um homem no rosto enquanto segura a coleira de três cachorros. Ela está bem penteada e vestida, e o homem também. Trata-se da atriz norte-americana Lois Chilez.
Otto Stupakoff

A fotografia, em preto e branco, mostra uma mulher branca e magra deitada nua sobre uma cama. Ela tapa seus olhos com o cotovelo, e traz as pernas juntas, escondendo as entranhas.
Otto Stupakoff
A fotografia mostra, em primeiro plano, uma mulher jovem, de cabelo curto, trajando chapéu, blusa estampada e saia rodada, de braços abertos, curvada e sorrindo, tentando se equilibrar numa superfície rochosa. Do outro lado dela, em outra superfície rochosa, um casal de homem e mulher, vestidos de bermuda e blusa social, calçando botas, apontam para a jovem, rindo.
Otto Stupakoff

#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda segunda-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.


Links, Referências e Créditos


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Retrato e autorretrato

Retrato é um gênero das artes visuais onde a intenção é destacar pessoas. Seja em um estúdio repleto de recursos ou numa pequena confraternização de família, o desafio consiste em como representar o fotografado da melhor forma.

Retrato é um gênero das artes visuais onde a intenção é destacar pessoas. É, particularmente, um gênero que eu gosto muito porque cada pessoa é única e é possível captar diferentes expressões. Além do retrato, existe também o autorretrato (selfie), que se popularizou desde que Ellen Degeneres tirou aquela icônica foto na cerimônia do Oscar de 2014. O principal motivo, creio eu, é a autonomia. Não é preciso “incomodar” outra pessoa para pedi-la que tire uma foto sua.

Uma garota guatemalteca posa para o retrato. Usa uma blusa azul, cheia de detalhes coloridos. Na cabeça, equilibra uma cesta de palha. Ela está escorada em uma parede azul e rosa, que se assemelha às cores de suas roupas.
Young Girl, Atitlan, Guatemala | Joel Santos

Como disse, retratos tem a ver com pessoas. Seja em um estúdio repleto de recursos ou numa pequena confraternização de família, o desafio consiste em como representar o fotografado da melhor forma. Para isso, é importante prestar atenção em alguns detalhes, como a luz, o foco nos olhos e a posição da câmera. Além disso, o cenário não desempenha um papel fundamental, isto é, dá para se fazer ótimos retratos sem se preocupar com plano de fundo.
Veja que não é preciso muito para se tirar um bom retrato. No entanto, quanto mais conhecimento e recursos disponíveis, melhor serão os resultados.
Joel Santos é um fotógrafo português. Desde 2003 trabalha com fotografia de viagem. Em um de seus trabalhos, chamado “Into The Eyes”, ele fotografa pessoas de diversos países, como Índia, China, Guatemala, Níger e Camboja. A descrição do projeto, segundo o autor, diz que somos diversos, mas não essencialmente diferentes. Abaixo temos um dos retratos deste trabalho.
Retrato de um homem de cerca de 50 anos, moreno, de olhos azuis, cabelo e barba longos, com fios grisalhos. Em sua testa, uma pintura religiosa. Usa vários colares, brincos e um turbante.
Blue eyes, Sadhu, Holy man, Jaipur, India | Joel Santos
Nesse retrato, Joel fecha o enquadramento no rosto do fotografado. Os olhos azuis causam impacto imediato. A barba, cheia e grisalha, indicam que é um homem de mais idade. Nessa composição, não há cenário ao fundo, apenas seu rosto. A pintura na testa, seus colares e o turbante são demonstrações de sua cultura indiana.
Aproveite a leitura e o fato de estarmos em quarentena, devido à pandemia causada pela COVID-19, para praticar retratos! Mesmo em casa, é possível fazer bons retratos! Não se esqueça de utilizar a tag #fotografetododia!

Referências

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Fundo desfocado

Um dos efeitos que as pessoas mais buscam quando fazem um retrato, é aquele fundo que aparece desfocado e que dá um charme especial à imagem. Este desfoque está ligado a profundidade de campo. Uma foto com profundidade de pequena tem apenas um item focado, deixando o restante desfocado.

Um dos efeitos que as pessoas mais buscam quando fazem um retrato, é aquele fundo que aparece desfocado e que dá um charme especial à imagem. Este desfoque está ligado a profundidade de campo. Uma foto com profundidade de pequena tem apenas um item focado, deixando o restante desfocado.


Um dos efeitos que as pessoas mais buscam quando fazem um retrato, é aquele fundo que aparece desfocado e que dá um charme especial à imagem. Este desfoque está ligado a profundidade de campo. Uma foto com profundidade de pequena tem apenas um item focado, deixando o restante desfocado.

A imagem mostra o rosto de uma jovem de origem afegã, com um tecido de cor terrosa  enrolando sua cabeça, e seus olhos verdes muito vívidos e penetrantes olhando diretamente para a câmera fotográfica. O fundo do retrato se encontra desfocado, mas parece ser uma parede de madeira pintada na cor verde escuro.
 Steve McCurry – Menina Afegã

Controlando a profundidade

Podemos controlar a profundidade de campo a partir de três elementos: a abertura, a distância focal e a distância do objeto focado. Com a abertura grande, a distância focal grande e o objeto focado próximo, a profundidade de campo será pequena, ou seja, o fundo da foto ficará desfocado.

Apesar de ser um pouco mais difícil, podemos chegar no mesmo efeito a partir das câmeras de Smartphones. Se aproxime o máximo possível do objeto a ser fotografado, e veja que o fundo da foto se encontrará com menos foco, chegando ao resultado desejado.

Steve McCurry, fotógrafo que ficou famoso pela National Geographic, e que possui dezenas de fotos em capas de revistas e livros, costuma utilizar a técnica de fundos desfocados em seus retratos. Um exemplo é uma de suas fotos mais conhecidas, “Menina Afegã”, onde podemos observar o fundo desfocado. Ele também possui outras fotos com a técnica do fundo desfocado. 

A imagem mostra duas meninas na Indonésia olhando para lados opostos. A primeira parece estar usando uma blusa verde com alças. A outra se encontra com o que parece ser uma blusa azul com bordados, de manga longa. As mãos se encontram sobre o queixo, e as unhas das estão pintadas na cor rosa. Elas estão tentando se proteger da chuva com uma peneira feita de palha, que a primeira menina segura sobre as suas cabeças. O fundo da foto se encontra desfocado, num tom de verde folha.

Steve McCurry – Java, Indonésia.

Aqui também podemos encontrar o fundo desfocado. Podemos observar mais claramente nesta foto a técnica descrita acima, a profundidade de campo pequena desfoca o fundo da fotografia e foca em apenas um objeto, deixando destaque maior nas meninas fotografadas tentando se proteger da chuva.

#artigos é uma coluna de caráter ensaístico e teórico. Trata-se de uma série de textos dissertativos por meio do qual o autor propõe uma reflexão fundamentada acerca de um ou mais elementos que constituem a cultura fotográfica. Quer conhecer melhor a coluna #artigos? É só seguir este link.

#fotografetododia Siga as dicas dadas acima, tire suas fotos, teste diferentes profundidades de campo para obter maior ou menor desfoque. Use a nossa hashtag. Mostre o resultado final das suas fotos!!

Referências

  • CARROLL, Henry. Leia isto se quer tirar fotos incríveis de gente (tradução Edson Furmankiewicz). São Paulo: Gustavo Gili, 2015. Págs.40-41.
  • FOLTS, James A; LOVELL, Ronald P.; ZWAHLEN, Fred C. Manual de fotografia. São Paulo: Pioneira 2007. Págs. 33-38. 
  • LANGFORD, Michael John; FOX, Anna; SMITH, Richard Sawdon. Fotografia básica de Langford: guia completo para fotógrafos. 8.ed. Porto Alegre: Bookman 2009. Págs. 60-63. 
  • PhotoPro: Fundo desfocado e a profundidade de campo
  • Falando de Foto: Profundidade de Campo
  • Galeria de Steven McCurry

Links:

https://culturafotografica.com.br/fotografetododia-fundo-desfocado/

 
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Félix Nadar

Quando Gaspard-Félix Tournachon, mais conhecido como Félix Nadar, começou a fotografar, em 1853, com o objetivo de registrar retratos que pudessem lhe servir de referência para a elaboração das caricaturas de sua obra, o Panteão Nadar, não imaginava que a fotografia se tornaria seu principal ofício.
Autorretrato de Félix Nadar
Autorretrato de Félix Nadar
Tampouco, que os retratos produzidos nesse período estariam entre os mais conhecidos de sua vasta produção, tanto em função das personalidades da política ou da cultura que que foram retratadas, quanto em razão da qualidade das imagens. São retratos nos quais os fotografados se posicionam para câmera com naturalidade. Sem recorrer aos cenários, figurinos e poses que caracterizam a prática comercial da fotografia na época, nesses retratos, Nadar servia-se apenas da luz e do gesto para destacar a personalidade fotografada. Ele fotografava como um desenhista ou um pintor, respeitando os cânones já estabelecidos, mas utilizando uma nova tecnologia de fazer visível. A contribuição de Nadar para a fotografia não se limita apenas aos retratos que produziu. Ele também foi o primeiro fotógrafo a realizar tomadas aéreas, durante um sobrevoo por Paris em 1858, e a realizar tomadas subterrâneas com o auxílio de iluminação artificial, nas catacumbas, em 1861, e nos esgotos de Paris, em 1864.

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