Quando Gaspard-Félix Tournachon, mais conhecido como Félix Nadar, começou a fotografar, em 1853, com o objetivo de registrar retratos que pudessem lhe servir de referência para a elaboração das caricaturas de sua obra, o Panteão Nadar, não imaginava que a fotografia se tornaria seu principal ofício.
Autorretrato de Félix Nadar |
Tampouco, que os retratos produzidos nesse período estariam entre os mais conhecidos de sua vasta produção, tanto em função das personalidades da política ou da cultura que que foram retratadas, quanto em razão da qualidade das imagens. São retratos nos quais os fotografados se posicionam para câmera com naturalidade. Sem recorrer aos cenários, figurinos e poses que caracterizam a prática comercial da fotografia na época, nesses retratos, Nadar servia-se apenas da luz e do gesto para destacar a personalidade fotografada. Ele fotografava como um desenhista ou um pintor, respeitando os cânones já estabelecidos, mas utilizando uma nova tecnologia de fazer visível. A contribuição de Nadar para a fotografia não se limita apenas aos retratos que produziu. Ele também foi o primeiro fotógrafo a realizar tomadas aéreas, durante um sobrevoo por Paris em 1858, e a realizar tomadas subterrâneas com o auxílio de iluminação artificial, nas catacumbas, em 1861, e nos esgotos de Paris, em 1864.