Fotomontagem

A fotomontagem é resultado de uma expressão artística, da arte moderna. O gênero fotográfico gerou críticas sobre a arte e a cultura.
Vista do Horizonte de Nova York. A imagem mostra alguns prédios luxuosos e acima, imagens diversas com rostos e feições dramáticas. No fundo da imagem, uma linha com formato de um corpo feminino.
Grande série do Horizonte de Nova York

Com o objetivo de criar uma nova imagem, a fotomontagem consiste na combinação de duas ou mais imagens sobrepostas. O gênero fotográfico surge na década de 1850. O sueco Oscar Rejlander, em 1857, apresentou em uma exposição, a alegoria ‘Two Way of Life’ (Duas maneiras de vida), resultado da produção de trinta negativos, em papel fotográfico, que foi combinado em uma única impressão. Semelhantemente, em 1901, Valério Vieiro, torna-se o marco da fotografia, no Brasil, com a composição de “Os Trinta Valérios”, em que o autor combina também, dois gêneros, retrato e fotomontagem.
O que conhecemos hoje como Fotomontagem é resultado de anos de exploração técnica de processos químicos e físicos, além de novas invenções tecnológicas. Atualmente, com o emprego de novas tecnologias, a técnica de associar fragmentos de imagens, com o intuito de gerar uma nova imagem, pode ser realizada por diferentes processos, veja algumas dessas maneiras de produzir à fotomontagem:
Colagem: Um dos processos mais simples, consiste em elaborar uma composição tendo como base imagens positivas sobre um suporte, neste caso, papéis, que podem ser apresentados exatamente desta forma, assim como os artistas dadaístas. Outra variante para técnica é a reprodução realizada para gerar negativos, que a partir deles pode-se produzir ampliações. 
Negativos: Técnica pioneira da fotomontagem. Utiliza-se originais em transparência. Consiste na sobreposição de negativos ou diapositivos, que integra duas ou mais imagens para produzir uma terceira. Essa técnica pode ser projetada, utilizando slides, por exemplo, ou empregada  para conceber ampliações positivas sobre papéis, como é o caso do negativo.
Dupla ou Múltipla Exposição: Este processo pode ser realizado na própria câmera. O efeito consiste em sobrepor duas ou mais imagens no mesmo frame, a câmera fundirá as partes claras da imagem, o que for escuro irá sobressair na imagem final. Para melhor resultado da imagem é importante manter o mesmo enquadramento em todos os cliques. Utilizando uma superfície fixa ou tripé. 
Confira um exercício,  passo a passo:
    1. Posicione um objeto ou modelo no ambiente;
    1. Selecione o  modo de múltiplas exposições da câmera e configure a quantidade de cliques que você quer sobrepor;
    2. Faça uma fotometria, observe a exposição e configure para exata exposição;
    3. Tire a primeira foto, reposicione o objeto e faça a segunda foto. E assim sucessivamente, caso opte por múltipla exposição;
    4. Após à execução de todos os cliques, a própria  câmera processará o arquivo e exibirá a imagem finalizada.
Embora a técnica seja conhecida desde a segunda metade do séc. XIX. Foram as vanguardas modernistas que mais fizeram uso, deixando um legado como gênero fotográfico. Muitos artistas aderiram a técnica  e agregaram a ela  diferentes características.  Anita Steckel (1930–2012) foi uma dessas artista. A feminista americana, de estilo irreverente e ousada ficou conhecida por suas fotomontagens e pinturas com imagens eróticas.  Em suas composições, ela explorou  temas como sexismo, racismo, e questões sócio-políticas. 
 
Vista de grandes edifícios. No Empire State uma está pendurada nua.
Mulher Gigante no Empire State Building


Na série de obras “mulheres gigantes”, Steckel produz a composição “mulher gigante no Empire State Building”  em que ela sobrepõe na fotografia da cidade de Nova York,  pinturas e fragmentos de um auto retrato, ela como uma gigante mulher nua pendurada no edifício Empire State. Essa fotomontagem remete ao movimento de reivindicação das mulheres, ela explora ideais de feminismo, urbanismo, sexismo, racismo e história. 

E aí o que achou sobre a fotomontagem? Inspire-se com Anita steckel ou teste  umas das técnicas apresentadas. Publique o resultado em nossas redes ou deixe seu comentário no nosso grupo de discussão.  
 
Referências
FOTOMONTAGEM . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3870/fotomontagem>. Acesso em: 14 de Jun. 2020. Verbete da Enciclopédia.
Fineman, Mia. Faking It: Manipulated Photography Before Photoshop. New York: The Metropolitan Museum of Art, 2012. no. 51, pp. 74, 220.
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Fotografia Noturna

 
 A fotografia noturna é, como diz o nome, a fotografia feita a noite. Registrar uma imagem feita a noite pode ser um desafio, porque demanda tempo e paciência.

A fotografia noturna é, como o nome diz, a fotografia feita a noite. Registrar imagens a noite pode ser um desafio. Se a foto for feita ao ar livre, o fotógrafo tem que se programar para sair tarde da noite, ou antes do sol nascer. Por causa do seu processo, pode demandar bastante tempo e, com isso, paciência.

Foto da ponte Golden State, nos Estados Unidos, a noite, com as luzes acessas
Golden Gate Bridge, 2007, Andy Frazer

 O que ocorre devido a baixa intensidade de iluminação é que muitos fotógrafos recorrem a longas exposições. Outras opções seriam aumentar o ISO, o que costuma fazer com que apareçam ruídos na imagem, ou aumentar a abertura do diafragma, mas existe um limite máximo para essa abertura, que nem sempre é o suficiente para a foto, e tem como consequência a diminuição da profundidade do campo da imagem.

Com a utilização dessas diversas técnicas de fotografia, podemos perceber diferentes resultados e efeitos nas fotos feitas a noite, como por exemplo o efeito Starburst (luzes estreladas). Quando tiramos uma foto com uma abertura pequena do diafragma a luz tem um espaço pequeno para passar, fazendo a mesma irradiar, nos trazendo esse efeito.

 
Um farol, a noite, com sua luz acessa, e algumas pessoas olhando para ele
Pigeon Point Anniversary Lighting, 2006, Andy Frazer
 

Outro efeito que pode ser feito é o Light Trails (caminho de luzes), que ocorre quando a velocidade do obturador é bem lenta, fazendo com que todo movimento de luz que aconteça enquanto ele estiver aberto, seja capturado, nos dando esse caminho feito pela luz.

 
A imagem mostra uma ponte, a noite, com borrões dos faróis dos carros que passaram lá
Golden Gate Fog, 2007, Andy Frazer

Andy Frazer é um fotógrafo de Boston – Massachusetts, que tem como interesse primário a fotografia noturna e tem também alguns projetos de fotografia de rua. Diz se inspirar nas fotos de David Plowden, Richard Avedon, Michael Kenna e entre outros.

Agora é com você, o que acha de testar a fotografia noturna? Compartilhe sua foto usando a hashtag #fotografetododia ou marque nosso perfil no instagram @d76_cultfoto para vermos o resultado.

Links, Referências e Créditos

  • https://www.youtube.com/watch?v=iWtN36b0gxs
  • https://www.flickr.com/people/thelordofthemanor/

Como citar essa postagem

COSTA, Clara. #fotografetododia – Fotografia Noturna. Cultura Fotográfica. Publicado em: 8 de jun. de 2020. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/fotografetododia-fotografia-noturna/. Acessado em: [informar data].

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Diagonais

O uso de linhas diagonais na fotografia pode ajudar a incrementar suas fotos, tornando-as visualmente mais chamativas. Para saber mais, confira o post! 

As linhas diagonais podem ser percebidas em diversos elementos paisagísticos como ruas, declives, árvores tombadas e até mesmo em poses de pessoas. Elas ajudam a criar uma sensação de movimento na foto, conduzindo o olhar do leitor de um canto a outro na fotografia, ajudando por exemplo a destacar um objeto que não está centralizado. 
Um carro posicionado na diagonal em uma rua com prédios, como se viesse para frente
Tatewaki Nio – Foto da série Neo-andina
Na foto acima por exemplo, as diagonais formadas pela rua reforçam a ilusão que o carro se movimenta do fundo da foto para frente e da direita para a esquerda. O fato das linhas irem se aproximando no horizonte cria profundidade e tridimensionalidade, necessárias para uma paisagem realista.
Tatewaki Nio é um fotógrafo japonês radicado em São Paulo, e a maior parte de seu trabalho envolve fotografias de paisagens urbanas com o uso de linhas diagonais de ruas e prédios. As fotos escolhidas para esse post são da série Neo-andina.
Vários carros e prédios posicionados em uma curva, em diferentes posições de forma a criar ilusão de movimento da curva.
Tatewaki Nio – Foto da série Neo-andina
Na fotografia acima, as linhas diagonais presentes nos carros, nas ruas e nos prédios, criam a sensação de movimento da curva, fazendo com que percebamos que os carros estão se movimentando do fundo para a frente da foto.
Observe as linhas de paisagens e poses, e as utilize a seu favor, para criar fotos interessantes, com movimento e profundidade de campo. Publique em nosso grupo no facebook.
Links, Referências e Créditos
Livro “O Novo Manual da Fotografia” de John Hedgecoe
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A Técnica da Múltipla exposição

A Técnica de Múltipla exposição consiste em sobrepor uma ou mais imagens a outra tendo como resultado apenas uma fotografia, ela pode ser utilizada para fotografar a mesma pessoa ou objeto várias vezes em uma única fotografia, misturar texturas, como por exemplo mesclar o rosto de alguém com as folhas de uma árvore ou até mesmo fazer uma sobreposição de vária imagens diferentes e no final ter uma fotografia abstrata.

A Técnica da Múltipla Exposição vem desde as câmeras analógicas e é excelente para a composição de fotos com temática surrealista.

A Técnica de Múltipla exposição consiste em sobrepor uma ou mais imagens a outra tendo como resultado apenas uma fotografia, ela pode ser utilizada para fotografar a mesma pessoa ou objeto várias vezes em uma única fotografia, misturar texturas, como por exemplo mesclar o rosto de alguém com as folhas de uma árvore ou até mesmo fazer uma sobreposição de vária imagens diferentes e no final ter uma fotografia abstrata.

O Galope de um Cavalo
Étienne Jules Marey; O Galope de um Cavalo

Essa técnica pode ser feita em câmeras analógicas ou digitais, em softwares de edição e em laboratórios fotoquímicos. Nas câmeras analógicas é necessário impedir que o filme avance. Para isso, você pode usar um mecanismo de trava ou, caso sua câmera não venha equipada com ele, pressione o botão de rebobinar o filme.

A primeira coisa necessária é saber que quanto mais clara for a fotografia menos ela vai ser sobreposta, por isso tenha muita atenção na exposição  e fotografe um pouco mais claro que da vez anterior, tendo em mente onde estão as partes mais escuras.

Nas câmeras digitais, é preciso utilizar o modo exposição múltipla, que permite utilizar uma fotografia existente na memória do aparelho para servir como base sobre a qual serão sobrepostas uma ou mais tomadas. Importante destacar que, em razão de as câmeras digitais apenas emularem a técnica, não é necessário que o usuário se preocupe tanto com a superexposição da imagem final.

Outro efeito  possível com essa técnica é o da duplicação de objetos ou pessoas, isso foi utilizado muito pelo biólogo francês Étienne Jules Marey  que produziu estudos sobre a movimentação dos seres humanos e de outros animais. Para isso, ele desenvolveu algumas técnicas de múltipla exposição, chegando até a inventar uma aparelho, ao qual deu o nome de fuzil cronofotográfico, que era capaz de tirar várias fotografias muito rapidamente, com a mesma pose de um filme.

Fuzil Cronofotográfico de Étienne Jules Marey
O Vôo do Pelicano 1882
Étienne Jules Marey; O Vôo do Pelicano 1882

A imagem acima foi com o fuzil cronofotográfico  A ideia dessa foto é analisar como um pelicano bate as asas ao voar. O fundo é preto para que a imagem do pelicano fique nítida. O fuzil cronofotográfico tirou pelo menos oito fotos em um período muito curto de tempo, tornando possível ver com precisão os movimentos do pássaro.

Agora é sua vez de entrar em ação! Pegue sua câmera e tente pôr em prática o que você aprendeu aqui, lembrando que qualquer dúvida é só perguntar no nosso grupo do Facebook.

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Introdução ao Flash

O flash é bastante conhecido e utilizado na produção fotográfica, mas existem muitas dúvidas relacionadas ao seu uso por quem não tem muita intimidade com o acessório.

Já tentou utilizar o flash e não curtiu o resultado? Acredite, isso é bastante comum.

O flash é bastante conhecido e utilizado na produção fotográfica, mas existem muitas dúvidas relacionadas ao seu uso por quem não tem muita intimidade com o acessório. Por este motivo, este artigo dedica-se a esclarecer um pouco as funções do flash e seus modos de uso.

Retrato do ator Otaviano Costa produzido pelo fotógrafo Jorge Bispo. O ator é visto em pé contra um fundo branco, trajando vestimentas no estilo esporte fino. É  visível o uso de flash e o ator, de forma cômica, estende os braços com as mãos abertas em direção à fonte de luz, como se buscasse  proteger-se dela.
Jorge Bispo. Otaviano Costa. 2012.

É bastante comum que o flash seja utilizado em fotos, principalmente durante os momentos de baixa incidência de luz como o amanhecer e o anoitecer e durante a noite, porém os resultados obtidos são muitas vezes decepcionantes, em geral porque deixam o primeiro plano muito destacado do segundo, criando um efeito estranho que diminui ou mesmo anula a percepção de profundidade nas fotos.

O flash é um recurso que pode ser utilizado para um maior controle sobre a luz da cena que será fotografada. Assim, pode ser utilizado tanto quando não há uma disponibilidade de luz satisfatória (mesmo com os ajustes na câmera de diafragma, obturador e ISO), quanto em situações onde apesar de haver luz disponível, ela não se comporta da maneira almejada – como quando há sombras indesejadas ou uma disparidade entre a iluminação do primeiro e segundo plano.

Em geral, fotógrafos não utilizam o flash embutido – aquele que já vem na câmera – e investem em flashes externos (conhecidos também como speedlight). Isso porque o embutido oferece poucas opções de controle ao fotógrafo, enquanto um flash externo pode ser ajustado em diferentes posições difundindo a luz, iluminando partes e ângulos específicos, criando efeitos e podendo ser usado tanto acoplado à câmera quanto de forma externa. Tem também o fato que o flash embutido possui uma luz frontal e dura e é daí que surgem características indesejáveis como um primeiro plano muito estourado e com aspecto bidimensional, perdendo a noção de profundidade.

Para usar o flash externo, que permite um controle maior sobre a luz que será aplicada, é preciso saber que existem as funções TTL e manual. A primeira é uma função automática que irá calcular quanto de luz será necessário para a foto. Já a função manual permite que o flash seja configurado de forma personalizada através dos controles de potência e zoom. Faremos um post só para falar destas duas funções, então fique ligado nas publicações do Cultura Fotográfica para aprender mais sobre o flash, seus usos e possibilidades!

O fotógrafo Jorge Bispo é filho de atores e percebeu que gostava de fotografar após comprar uma câmera para registrar momentos de ensaios e viagens da companhia de teatro da família. Possui diversos trabalhos  que vão de editoriais  e peças publicitárias à retratos de artistas como os atores Otaviano Costa e Rodrigo Santoro, que são utilizadas neste #fotografetododia. Formado em Artes Plásticas pela UFRJ, é reconhecido por imprimir sua personalidade em suas fotografias. Na foto abaixo, é possível observar o uso de flash sem que os planos fiquem excessivamente destacados um do outro.

Retrato do ator Rodrigo Santoro feito pelo fotógrafo Jorge Bispo. Na foto, o ator é visto de corpo inteiro e em pé em uma rua a céu aberto. Usa traje social na cor preta e encara a câmera com o corpo estático. O chão é irregular e há poças de água. Logo atrás do ator, um homem de guarda-chuva passa com um borrões indicando movimento.
Jorge Bispo. Rodrigo Santoro. 2009.

Enquanto o retrato de Otaviano Costa que abre este #fotografetododia é feito em estúdio, com fundo neutro e flash bastante visível e estourado, o retrato de Rodrigo Santoro foi feito em ambiente externo, onde há presença de luz natural. Ainda assim, é visível o uso de iluminação artificial sobre o ator, sobretudo no rosto. É interessante perceber que, mesmo em ambiente externos o flash é bem vindo para que haja uma boa compensação de luz entre os planos. Neste caso, se o flash não tivesse sido utilizado, o rosto do ator teria a mesma luminosidade do restante da foto que é um pouco mais escura uma vez que o dia parece estar nublado, como indicam as poças d’água e o uso de guarda-chuva pelo homem ao fundo. Além disso, ele apareceria borrado assim como o transeunte. Também deve-se notar que a sombra projetada no lado esquerdo do ator indica a posição em que o flash foi disparado. Logo, trata-se de um flash externo, do tipo que permite controle da intensidade da luz e do ângulo desejado.

Como podemos perceber, o flash pode ser um grande aliado na produção fotográfica tanto provendo iluminação extra quanto compensando a iluminação entre planos. Deve-se ter cuidado controlando a intensidade da luz e direcionado bem o ângulo  para que não formem-se sombras ou efeitos indesejados, como a perda de profundidade. Em breve, traremos mais informações sobre o flash! Até a próxima!

Dificuldade: É aqui que o bicho pega. Você vai precisar de uma boa câmera e alguns conhecimentos.

Referências:

MYRRHA, Camilla. Flash TTL x Manual | FOTO DICAS. 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=YEmI_HLdnd8>. Acesso em 06 de Abr. de 2020

Links:

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Retrato e autorretrato

Retrato é um gênero das artes visuais onde a intenção é destacar pessoas. Seja em um estúdio repleto de recursos ou numa pequena confraternização de família, o desafio consiste em como representar o fotografado da melhor forma.

Retrato é um gênero das artes visuais onde a intenção é destacar pessoas. É, particularmente, um gênero que eu gosto muito porque cada pessoa é única e é possível captar diferentes expressões. Além do retrato, existe também o autorretrato (selfie), que se popularizou desde que Ellen Degeneres tirou aquela icônica foto na cerimônia do Oscar de 2014. O principal motivo, creio eu, é a autonomia. Não é preciso “incomodar” outra pessoa para pedi-la que tire uma foto sua.

Uma garota guatemalteca posa para o retrato. Usa uma blusa azul, cheia de detalhes coloridos. Na cabeça, equilibra uma cesta de palha. Ela está escorada em uma parede azul e rosa, que se assemelha às cores de suas roupas.
Young Girl, Atitlan, Guatemala | Joel Santos

Como disse, retratos tem a ver com pessoas. Seja em um estúdio repleto de recursos ou numa pequena confraternização de família, o desafio consiste em como representar o fotografado da melhor forma. Para isso, é importante prestar atenção em alguns detalhes, como a luz, o foco nos olhos e a posição da câmera. Além disso, o cenário não desempenha um papel fundamental, isto é, dá para se fazer ótimos retratos sem se preocupar com plano de fundo.
Veja que não é preciso muito para se tirar um bom retrato. No entanto, quanto mais conhecimento e recursos disponíveis, melhor serão os resultados.
Joel Santos é um fotógrafo português. Desde 2003 trabalha com fotografia de viagem. Em um de seus trabalhos, chamado “Into The Eyes”, ele fotografa pessoas de diversos países, como Índia, China, Guatemala, Níger e Camboja. A descrição do projeto, segundo o autor, diz que somos diversos, mas não essencialmente diferentes. Abaixo temos um dos retratos deste trabalho.
Retrato de um homem de cerca de 50 anos, moreno, de olhos azuis, cabelo e barba longos, com fios grisalhos. Em sua testa, uma pintura religiosa. Usa vários colares, brincos e um turbante.
Blue eyes, Sadhu, Holy man, Jaipur, India | Joel Santos
Nesse retrato, Joel fecha o enquadramento no rosto do fotografado. Os olhos azuis causam impacto imediato. A barba, cheia e grisalha, indicam que é um homem de mais idade. Nessa composição, não há cenário ao fundo, apenas seu rosto. A pintura na testa, seus colares e o turbante são demonstrações de sua cultura indiana.
Aproveite a leitura e o fato de estarmos em quarentena, devido à pandemia causada pela COVID-19, para praticar retratos! Mesmo em casa, é possível fazer bons retratos! Não se esqueça de utilizar a tag #fotografetododia!

Referências

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Linha do Horizonte

Em fotografias de paisagens, salvo raras ocasiões, a linha do horizonte está presente. Aprenda a usá-la para transmitir naturalidade e equilíbrio.

Em fotografias de paisagens, salvo raras ocasiões, a linha do horizonte está presente. Aprenda a usá-la para transmitir naturalidade e equilíbrio.
Fotografia de três skatistas, um homem ao centro e mais a frente e duas mulheres, uma em cada lado, andando de skate em uma estrada. Eles estão de costas, andando em direção ao fim da estrada.
Foto de Daniel Espírito Santo

Na fotografia acima, de Daniel Espírito Santo, a linha do horizonte é bem definida pela divisão entre a estrada e o céu, não podendo ver o fim da rua a impressão é de que o caminho é bem longo. Mas nem sempre essa divisão será visível, podendo se tratar de uma linha do horizonte perceptiva. Ou seja, quando uma fotografia de paisagem não apresenta o horizonte bem definido, temos a tendência a acrescentá-la à imagem, imaginando o lugar onde ela ficaria, como na fotografia abaixo.


Fotografia de um barco com um aspecto retrô no mar. Há um pequeno barco a motor amarrado nele. O mar está calmo, mas há muita névoa.
Foto de Daniel Espírito Santo


Para utilizar a linha do horizonte a seu favor a principal regra é manter a linha do horizonte reta. Uma linha do horizonte torta causa desconforto no leitor, como se algo estivesse errado, tira a naturalidade da cena e transmite a sensação de desequilíbrio. Mesmo em uma foto em que o horizonte não seja visível, é indicado que a linha do horizonte seja perceptivelmente reta. Há casos específicos em que a linha do horizonte torta cria uma sensação de conformidade com o resto da cena, como na fotografia abaixo, em que a linha segue as ondas do mar, transmitindo o seu dinamismo e, por isso, está inclinada.


Fotografia de uma onda se formando, tirada de dentro do mar. O sol se põe no fundo da cena.
Foto de Daniel Espírito Santo

A linha do horizonte também pode ser utilizada como um auxiliar da regra dos terços, que pode ser aprendida aqui. Ela divide a cena em duas partes, mas essas partes não precisam ser iguais, deixe dois terços para a parte mais chamativa ou que você considere mais importante para a mensagem. Em uma fotografia em que o sol reflete na água talvez fosse mais interessante colocar a linha do horizonte acima, dando dois terços da imagem para o mar e um terço para o céu. Já em uma fotografia de pôr do sol, para colocá-lo em destaque, o céu poderia receber dois terços da imagem e o oceano um. Já uma fotografia em que se dá a mesma importância entre o céu e o mar poderá ter a linha do horizonte exatamente no centro. Na fotografia abaixo, por exemplo, não havia muito destaque nem no céu quanto no mar, por isso, o fotógrafo distribui igualmente o espaço da fotografia para os dois.

Fotografia do mar tirada no próprio oceano. A metade inferior da foto mostra apenas água, dando a impressão de que se está dentro do mar.
Foto de Daniel Espírito Santo

Desta maneira, a linha do horizonte transformará as suas fotografias de paisagens, trazendo para a imagem toda a beleza da vida real, como nas fotografias de Daniel Espírito Santo que citamos neste post. Daniel é um fotógrafo que mora em Portugal. Suas fotografias retratam os seus interesses: o oceano, esportes, viagens e aventuras. Como ele mesmo as descreve em seu site: “As fotografias que eu faço se distinguem pelas paisagens energéticas, momentos de êxtase e espírito de aventura”. Saiba mais sobre ele em: https://www.danielespiritosanto.com/. Agora é sua vez: fotografe paisagens usando a linha do horizonte para pôr elementos em evidência. Não se esqueça de mantê-la sempre reta e de explorar o horizonte perceptivo.


Referências

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Borrar um movimento

Muitos fotógrafos adoram a técnica de borrar o movimento. Neste método, o rastro do movimento do objeto principal é registrado. Para conseguir esse efeito, é preciso uma velocidade baixa do obturador, isto é, um tempo de exposição longo.

Muitos fotógrafos adoram a técnica de borrar o movimento. Neste método, o rastro do movimento do objeto principal é registrado. Para conseguir esse efeito, é preciso uma velocidade baixa do obturador, isto é, um tempo de exposição longo.
Uma árvore centralizada numa foto noturna. Devido à longa exposição, as estrelas parecem estar se movendo em espiral.
The shortest night | Andrew Whyte

A velocidade ideal vai depender do que você estiver fotografando. Para  registrar os rastros de faróis de carros em uma fotografia noturna, por exemplo, é necessário que a exposição leve vários segundos ou até minutos.
Ao optar por velocidades baixas, é muito recomendado que você utilize um tripé ou tente apoiar a câmera em alguma superfície estável. Isso porque um mínimo movimento da câmera pode resultar numa foto inteiramente tremida.
Nas câmeras em geral, existe um modo “prioridade de velocidade do obturador”, em que você define apenas a velocidade e a máquina ajusta o ISO e a abertura automaticamente de acordo com a situação. Se preferir, pode também utilizar o modo manual e configurar esses controles da maneira que achar mais adequado.
Andrew Whyte é um fotógrafo britânico, apaixonado por fotografias de longa exposição. Seu portifólio contém fotos de cidades, do céu noturno e trabalhos com luz.
Fotografia do Big Ben, em Londres, durante uma noite chuvosa. Á direita, vê-se vários rastros de luz coloridos. São os faróis dos veículos que passaram enquanto o obturador ficou aberto
Ben 10 | Andrew Whyte

Na imagem Ben 10, Andrew registrou uma noite em Londres, bem em frente ao icônico Big Ben. Com uma longa exposição, o artista capturou diversos feixes de luzes dos carros que passaram durante o tempo em que o obturador ficou aberto. Pode-se ver tons de verde, vermelho, azul, amarelo, laranja e rosa. Essas cores vibrantes dão um aspecto mais vivo à cena. Percebe-se também reflexos de luz no chão e pingos na lente, que indicam chuva no instante em que a fotografia foi feita.
Que tal agora praticar? Pegue sua câmera, pense em algo legal, como os próprios carros à noite ou até mesmo a água corrente (para dar o efeito de véu de noiva) e pratique! Compartilhe suas fotos com a gente, usando a tag #fotografetododia!

Referências

• Leia isto se quer tirar fotos incríveis – Henry Carroll
Não é para qualquer um. A técnica exige equipamento profissional, experiência fotográfica e, talvez, conhecimentos de edição.

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ISO

Você já deve ter percebido uma configuração em sua câmera chamada ISO, certo? ISO  é a sigla da International Standard Association, e que na fotografia ela define os padrões de sensibilidade do sensor da câmera com a luz.

Você já deve ter percebido uma configuração em sua câmera chamada ISO, certo? ISO  é a sigla da International Standard Association, e que na fotografia ela define os padrões de sensibilidade do sensor da câmera com a luz.

Você já deve ter percebido uma configuração em sua câmera chamada ISO, certo? ISO  é a sigla da International Standard Association, e que na fotografia ela define os padrões de sensibilidade do sensor da câmera com a luz.

A imagem mostra prédios fotografados a noite, de baixo para cima. Os prédios possuem janelas de vidro iluminadas.
Robyn Rayn – Old World New World

Para registrar uma imagem com luminosidade adequada, é necessário controlar três elementos: a abertura, a velocidade e o iso. De uma maneira geral, a sensibilidade é inversamente proporcional a intensidade da luz captada e ao tempo de exposição da superfície fotossensível a luz. Ou seja, quanto maior a intensidade da luz captada, menor pode ser a sensibilidade ou quanto maior o tempo de exposição a luz, menor pode ser a sensibilidade.

Em um ambiente bem iluminado, é mais fácil de fotografar do que em um ambiente com menos luz. Quanto menor o número do ISO, menor será sua sensibilidade à luz.  Contudo, não é necessário ter muita luz no ambiente para que a fotografia fique clara. É necessário captar muita luz para que a fotografia fique clara, isto é, superexposta. Se o número do ISO é aumentado, a sensibilidade do sensor aumenta, e, mesmo captando pouca luz é possível fotografar o que se deseja.

Apesar disso, existem algumas consequências ao se usar o ISO de forma imprudente. Um ISO menor capta pouca luz e não apresenta ruídos na imagem. O ISO maior permitirá fotografar com pouca luz, porém a imagem poderá ter um ruído perceptível, o que pode prejudicar a nitidez de sua fotografia. Por isso é necessário pensar sempre no uso da fotografia. Uma fotografia para uso profissional de casamentos, por exemplo, não é desejável que haja ruídos, há não ser que o fotógrafo deseja que o ruído produza sentidos na fotografia. Já fotografias caseiras ou somente para redes sociais, um pouco de ruído não atrapalharia na finalidade da fotografia, mas mais uma vez, é de acordo com o desejo do fotógrafo. Na dúvida, use sempre o ISO menor para tirar fotos externas e não correr o risco de estragar sua imagem.

Robyn Ryan, é um fotógrafo de Vancouver, no Canadá. Ele se descobriu apaixonado pela fotografia noturna e pela profundidade das cores oferecidas por ela. Em suas fotos, utiliza um tripé, lentes grandes angulares, uma lanterna para iluminar áreas escuras e a imaginação.

A foto mostra uma região portuária, fotografada a noite. As luzes da cidade refletem na água, formando diversos formatos e cores.
Robyn Ryan – Vancouver in the Night

Na foto acima, o fotógrafo utilizou o ISO alto para se fotografar a noite, sem auxílio de um flash. O ruído causado era desejado para causar diferentes efeitos de luz, sombras e produzir sentidos na fotografia.

#artigos é uma coluna de caráter ensaístico e teórico. Trata-se de uma série de textos dissertativos por meio do qual o autor propõe uma reflexão fundamentada acerca de um ou mais elementos que constituem a cultura fotográfica. Quer conhecer melhor a coluna #artigos? É só seguir este link.

#fotografetododia Agora, faça você uma foto utilizando o ISO a seu favor e nos mostre seus resultados marcando a nossa rashtag!

Referências:

FOLTS, James A; LOVELL, Ronald P.; ZWAHLEN, Fred C. Manual de fotografia. São Paulo: Pioneira 2007.
LANGFORD, Michael John; FOX, Anna; SMITH, Richard Sawdon. Fotografia básica de Langford: guia completo para fotógrafos. 8.ed. Porto Alegre: Bookman 2009.
https://www.tecmundo.com.br/internet/7978-fotografia-para-que-serve-o-iso-.htm
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