Triângulo de exposição

Os 3 parâmetros do Triângulo de Exposição são: ISO, Abertura e Duração da Exposição. É por esta combinação que podem ser definidas algumas características da imagem.

Os 3 parâmetros do Triângulo de Exposição são: ISO, Abertura e Duração da Exposição. É por esta combinação que podem ser definidas algumas características da imagem.

Fotografia de uma rua em um dia ensolarado. No final dela há algumas pessoas andando.
A. f/8, V. 1/125s, I. 100 | Nathália Paes

Uma fotografia é formada através da luz ambiente que entra pela lente da câmera fotográfica. Com o Triângulo de Exposição é possível controlar essa quantidade de luz e, portanto, ajustar o brilho da fotografia.

Na fotografia, o Triângulo de Exposição consiste no ajuste  de três parâmetros: o ISO, a Abertura e a Duração da Exposição. Conhecendo estas variáveis é possível prever algumas características da imagem que será captada. Como, por exemplo: se a imagem terá um aspecto granulado ou não, se a área focada será grande ou pequena ou se o movimento dos objetos aparecerá borrado ou congelado.

Combinando os parâmetros

Para captar uma imagem com o brilho adequado é preciso combinar a Abertura, a Duração da Exposição e o ISO. Com diferentes combinações de valores destes parâmetros é possível fotografar imagens com o brilho adequado. Embora, em cada uma delas, o ajuste de uma das configurações resultará em características específicas. Ao variar a Abertura o tamanho da área focada mudará. Ao variar a Duração da Exposição a representação do movimento mudará. Variando o ISO a granulação da foto mudará. Nenhum deles é responsável, isoladamente, pela quantidade de luz captada, assim é preciso combinar os parâmetros.

A câmera possui alguns modos que auxiliam na hora de fotografar, eles são chamados de modos de prioridade. Neles podemos definir dois parâmetros da câmera manualmente e o outro será ajustado automaticamente. E há também o modo manual, onde é possível configurar todos os elementos manualmente.

Fotografia de uma rua, nela há uma moto e um carro passando. A imagem do dois veículos está borrada
A. f/16, V. 1/30s, I. 200| Nathália Paes

O Obturador da Câmera é o mecanismo que, quando fechado, impede que a luz atinja o sensor. Chamamos de Duração da Exposição, o período de tempo que ele permanece aberto, deixando o sensor exposto a luz. É por meio do controle dessa duração que podemos deixar uma imagem borrada ou não. Para dar o efeito de borrão na cena foi preciso que a Duração da Exposição seja grande, capturando luz por mais tempo. Para compensar a iluminação, o ISO foi ajustado para o sensor não ficar tão sensível e, assim, a cena não ficasse muito clara. Nesse caso, o modo de Prioridade da Duração foi selecionado para auxiliar a exposição da fotografia. Ele combinou automaticamente o valor da Abertura com os dos outros elementos.

Fotografia de uma rua. O fundo da imagem está desfocado, dando mais foco em um poste com a placa pare.
A. f/4, V. 1/1600, I. 400| Nathália Paes

O ajuste da Abertura possibilita controlar o foco e o desfoque da imagem. No exemplo, a Abertura estava grande para poder deixar o fundo desfocado. Portanto, foi preciso ajustar a Duração da Exposição e o ISO para que a foto não ficasse super ou subexposta. O ISO foi ajustado manualmente para um valor pequeno, para que a câmera não ficasse tão sensível à luz. E a Duração da Exposição, como não impactava diretamente, foi configurada para compensar a iluminação do ambiente.

Fotografia de uma rua. Um carro passa na rua, sua imagem está congelada. Na calçada há uma menina andando. A imagem está toda focada.
A. f/16, V. 1/250s, I. 800| Nathália Paes

Para que o carro aparecesse congelado na foto, a Duração da Exposição precisou ser bem pequena, e para que o fundo não fosse desfocado, a Abertura também precisou ser menor. Assim, pouca luz entrou na câmera e para compensar a luz, o ISO precisou ser um pouco maior para que a foto não ficasse escura. O que gerou o efeito de granulação na  parte com mais sombra da foto.

Como obter a foto perfeita

A fotometria é a medição da quantidade de luz em uma fotografia. Na câmera essa marcação aparece na forma do fotômetro, uma régua que vai de -2 e aquém até +2 e além, que irá indicar se a foto sairá escura ou clara, dependendo da sua posição. Por exemplo, quanto mais perto do negativo, mais escura estará a foto, e quanto mais perto do positivo, mais clara ela será. Essa medição é utilizada como referência, ela não é uma regra, pois não há apenas uma forma de se fazer uma foto.

Não há uma regra para fotografar. As escolhas feitas para a realização de uma foto, dependerão do resultado desejado. Uma foto com muita luz ou granulada não é uma imagem ruim, se ela atingir o seu objetivo. A fotometria, as configurações e os modos da câmera existem para ajudar o fotógrafo. É interessante utilizar o modo manual, pois ele permite ter o controle de todas as configurações da câmera, ajudando a entender como a câmera funciona, além de permitir mais liberdade para experimentar e criar imagens.

REFERÊNCIAS CONSULTADAS NA PRODUÇÃO DESTE CONTEÚDO

MACEDO, Neto. Fotometria: Como operar a câmera no manual. Aprenda Fotografia, 2017. Disponível em: https://aprendafotografia.org/fotometria-como-funciona-a-camera/. Acesso em: 24 abr. 2023. 

VIEIRO, Eduardo. Abertura, velocidade e ISO: Os 3 pilares da fotografia. Aprenda Fotografia. Disponível em: https://www.eduardo-monica.com/new-blog/iso-velocidade-abertura-exposicao-fotografia. Acesso em: 24 abr. 2023. 

NEWS, Emania. Compreendendo o Triângulo de Exposição na Fotografia. Blog eMania, 2017. Disponível em: https://blog.emania.com.br/compreenda-o-triangulo-de-exposicao/. Acesso em: 24 abr. 2023. 

HEDGECOE, John. O novo manual da fotografia. 4. ed. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2005. 76-85 p. 

COMO CITAR ESTE CONTEÚDO

PAES, Nathália. Os pontos do triângulo de exposição. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotografica.com.br/triangulo-de-exposicao/>. Publicado em: 19 jun. 2023. Acessado em: [informar data].

Sensores Digitais

Durante a guerra fria os pesquisadores precisavam que as sondas espaciais  mandassem  imagens até a Terra, para isso foi criado o sensor CMOS, capaz de converter ondas luminosas em informação digital que era enviada por meio de ondas de rádio e depois (re)convertidas em imagens.

Hoje, graças ao sensores digitais, podemos armazenar e compartilhar imagens com muito mais facilidade, por isso vale a pena saber mais sobre essa tecnologia.

Durante a guerra fria os pesquisadores precisavam que as sondas espaciais  mandassem  imagens até a Terra, para isso foi criado o sensor CMOS, capaz de converter ondas luminosas em informação digital que era enviada por meio de ondas de rádio e depois (re)convertidas em imagens. Foi em 1965 que, pela primeira vez, a sonda Mariner 4, usando essa tecnologia, enviou imagens da superfície de Marte, porém as fotos não poderiam ser consideradas digitais, já que também usavam processos analógicos.

Na foto uma pessoa segura um sensor digital com a penas a ponta de um dedo e logo atrás podemos ver uma câmera compacta da Nikon. 
Foto de Eugen Visan por Pixabay

A primeira câmera totalmente digital foi feita em 1975 pela Kodak ela usava o sensor CCD, o sucessor do CMOS, e podia fazer imagens de 0,01 megapixels, mas nunca foi comercializada, pois os executivos da empresa acreditavam que a invenção poderia atrapalhar na venda dos filmes fotográficos, essa hesitação em adotar a tecnologia digital  foi uma das principais causas da falência da empresa anos depois

Em 1981, a Sony lançou a primeira câmera digital para o público, porém ela era extremamente cara. Somente na década de 1990, as câmeras digitais passaram a ter preços mais acessíveis. Hoje elas dominam o mercado. A maioria delas é equipada com um sensor CMOS. Hoje também temos uma grande variedade de tamanho de sensores, e isso pode influenciar muito na hora de fotografar. Quanto maior o sensor,  maior é o alcance dinâmico, menor o índice de ruído em ISOs altos, e  menor a profundidade de campo.

Na foto podemos ver uma mulher segurando a câmera Mavica em uma mão e um disquete na outra. 
Campanha publicitária da câmera Mavica

A variação de tamanho nos sensores causa algo chamado fator de corte. Esse fator altera o ângulo de visão proporcionado por um objetiva, por exemplo, nas câmeras DSLR os dois tipos de sensores mais comuns são os Full Frame (FF) e os APS-C, uma lente de distância focal 35mm não sofreria nenhuma alteração em um sensor FF, pois ele é o tamanho padrão, mas teria o aspecto de uma lente de 56mm, que tem um ângulo de visão menor, em um sensor APS-C, que é um pouco menor que o FF.  Essa relação entre sensores pode variar com as marcas, por exemplo, no caso de sensores APS-C Canon a relação é de 1,6, já nos sensores APS-C Nikon e Sony a relação é de 1,5.

Hoje a maioria dos fotógrafos usam câmeras digitais, pelo fato de elas permitirem uma fácil organização de arquivos, e por produzirem imagens de excelente qualidade, mas esse não é o caso do fotógrafo japonês Daido Moriyama que diz que não se importa com a qualidade imagética que as mais modernas DSLR podem trazer, para ele o que mais importa é que a câmera seja leve, fácil de carregar e discreta, por isso só fotografa usando câmeras compactas. Ele iniciou a carreira com as versões analógicas, mas com o avanço da tecnologia rapidamente passou a usar os modelos digitais.

Na foto podemos ver uma escada na parte esquerda, e uma rua estreita na parte direita. A foto foi tirada a noite, pois podemos ver vários postes de luz acessos.
Daido Moriyama , 2017 Getsuyosha

Se olharmos a foto acima com atenção vemos que a imagem possui uma grande quantidade de ruído que acontece pelo fato de Daido usar uma câmera compacta com um sensor bem pequeno. Mas o ruído não é um problema, já que toda a estética dele se baseia em imagens cheias de ruído, muitas vezes tremidas e com grande contrastes.

Esse é um exemplo interessante de como uma boa foto nem sempre precisa dos equipamentos mais caros, mesmo câmeras compactas ou de celulares podem trazer resultados muito interessantes, e agora graças aos sensores digitais, que ajudaram a baratear a fotografia,  uma parcela bem maior da população pode ter acesso a câmeras, e usar a criatividade para produzir as mais criativas fotos. 

Links, Referências e Créditos

Como citar esta postagem

CAVALHEIRO, Pedro Olavo Pedroso. Sensores Digitais. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/fotografetodia-sensores-digitais/>. Publicado em: 07 de dez. de 2021. Acessado em: [informar data].

ISO

Você já deve ter percebido uma configuração em sua câmera chamada ISO, certo? ISO  é a sigla da International Standard Association, e que na fotografia ela define os padrões de sensibilidade do sensor da câmera com a luz.

Você já deve ter percebido uma configuração em sua câmera chamada ISO, certo? ISO  é a sigla da International Standard Association, e que na fotografia ela define os padrões de sensibilidade do sensor da câmera com a luz.

Você já deve ter percebido uma configuração em sua câmera chamada ISO, certo? ISO  é a sigla da International Standard Association, e que na fotografia ela define os padrões de sensibilidade do sensor da câmera com a luz.

A imagem mostra prédios fotografados a noite, de baixo para cima. Os prédios possuem janelas de vidro iluminadas.
Robyn Rayn – Old World New World

Para registrar uma imagem com luminosidade adequada, é necessário controlar três elementos: a abertura, a velocidade e o iso. De uma maneira geral, a sensibilidade é inversamente proporcional a intensidade da luz captada e ao tempo de exposição da superfície fotossensível a luz. Ou seja, quanto maior a intensidade da luz captada, menor pode ser a sensibilidade ou quanto maior o tempo de exposição a luz, menor pode ser a sensibilidade.

Em um ambiente bem iluminado, é mais fácil de fotografar do que em um ambiente com menos luz. Quanto menor o número do ISO, menor será sua sensibilidade à luz.  Contudo, não é necessário ter muita luz no ambiente para que a fotografia fique clara. É necessário captar muita luz para que a fotografia fique clara, isto é, superexposta. Se o número do ISO é aumentado, a sensibilidade do sensor aumenta, e, mesmo captando pouca luz é possível fotografar o que se deseja.

Apesar disso, existem algumas consequências ao se usar o ISO de forma imprudente. Um ISO menor capta pouca luz e não apresenta ruídos na imagem. O ISO maior permitirá fotografar com pouca luz, porém a imagem poderá ter um ruído perceptível, o que pode prejudicar a nitidez de sua fotografia. Por isso é necessário pensar sempre no uso da fotografia. Uma fotografia para uso profissional de casamentos, por exemplo, não é desejável que haja ruídos, há não ser que o fotógrafo deseja que o ruído produza sentidos na fotografia. Já fotografias caseiras ou somente para redes sociais, um pouco de ruído não atrapalharia na finalidade da fotografia, mas mais uma vez, é de acordo com o desejo do fotógrafo. Na dúvida, use sempre o ISO menor para tirar fotos externas e não correr o risco de estragar sua imagem.

Robyn Ryan, é um fotógrafo de Vancouver, no Canadá. Ele se descobriu apaixonado pela fotografia noturna e pela profundidade das cores oferecidas por ela. Em suas fotos, utiliza um tripé, lentes grandes angulares, uma lanterna para iluminar áreas escuras e a imaginação.

A foto mostra uma região portuária, fotografada a noite. As luzes da cidade refletem na água, formando diversos formatos e cores.
Robyn Ryan – Vancouver in the Night

Na foto acima, o fotógrafo utilizou o ISO alto para se fotografar a noite, sem auxílio de um flash. O ruído causado era desejado para causar diferentes efeitos de luz, sombras e produzir sentidos na fotografia.

#artigos é uma coluna de caráter ensaístico e teórico. Trata-se de uma série de textos dissertativos por meio do qual o autor propõe uma reflexão fundamentada acerca de um ou mais elementos que constituem a cultura fotográfica. Quer conhecer melhor a coluna #artigos? É só seguir este link.

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Referências:

FOLTS, James A; LOVELL, Ronald P.; ZWAHLEN, Fred C. Manual de fotografia. São Paulo: Pioneira 2007.
LANGFORD, Michael John; FOX, Anna; SMITH, Richard Sawdon. Fotografia básica de Langford: guia completo para fotógrafos. 8.ed. Porto Alegre: Bookman 2009.
https://www.tecmundo.com.br/internet/7978-fotografia-para-que-serve-o-iso-.htm
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