Eduardo Trópia

Filho de Milton Trópia, reconhecido retratista ouro-pretano, Eduardo Trópia possui a fotografia em seu sangue. Autor de diversas fotografias de Ouro Preto, o fotógrafo mineiro encanta e indaga a todos com a sua visão sobre a cidade.
Filho de Milton Trópia, reconhecido retratista ouro-pretano, Eduardo Trópia possui a fotografia em seu sangue. Autor de diversas fotografias de Ouro Preto, o fotógrafo mineiro encanta e indaga a todos com a sua visão sobre a cidade.

Nascido em 1956, Eduardo é filho do retratista Milton Trópia e da farmacêutica Maria José Trópia. Possui mais de 45 anos de experiência com fotografia. Começou a fotografar profissionalmente no início da década de 1980, em Ouro Preto. Mudou-se para Belo Horizonte no final da década de 1980, e a partir dessa data passou a trabalhar demasiadamente para agências de publicidade da capital mineira e de todo Brasil. Além disso, Eduardo Trópia foi repórter fotográfico da revista IstoÉ e do Jornal o Tempo. Seus trabalhos como freelancer foram publicados em diversas revistas como Los Angeles Time Magazine, National Geographic e Casa Cláudia.

Assim como Alexandre Martins, fotógrafo que pode ser conhecido aqui, Eduardo Trópia também é participante do Coletivo Olho de Vidro na cidade de Ouro Preto. Nos dias atuais, trabalha também usando o artifício de sobreposições e outros recursos de montagem de imagens, muitas vezes fazendo releitura de antigos arquivos guardados pelo fotógrafo. Além de produzir outras séries de fotografia sempre tentando mostrar a cidade por outros ângulos e perspectivas, Eduardo mantém uma galeria de arte permanente e dá oficinas anuais de fotografias na cidade de Ouro Preto. 

#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

Filho de Milton Trópia, reconhecido retratista ouro-pretano, Eduardo Trópia possui a fotografia em seu sangue. Autor de diversas fotografias de Ouro Preto, o fotógrafo mineiro encanta e indaga a todos com a sua visão sobre a cidade.
Filho de Milton Trópia, reconhecido retratista ouro-pretano, Eduardo Trópia possui a fotografia em seu sangue. Autor de diversas fotografias de Ouro Preto, o fotógrafo mineiro encanta e indaga a todos com a sua visão sobre a cidade.

Lightroom


Lançado em 2013, o aplicativo Lightroom faz sucesso entre os amantes da fotografia. Sua versão para dispositivos móveis é gratuita, porém não apresenta alguns dos recursos disponíveis na versão para computadores.
Imagem da logo do aplicativo da Lightroom. Possui uma letra L e uma letra R em um tom de azul claro, em um fundo com o tom azul escuro.

Contudo, mesmo na opção de aplicativo ele não deixa a desejar. Ainda que em um primeiro contato possa haver algum tipo de estranhamento e dificuldade para manusear o editor. Porém, com um pouco de prática e paciência, é possível desenvolver aptidão com esse software de edição imagens.

O Lightroom nos oferece infinitas opções e combinações para modificarmos nossas imagens. Podemos de maneira muito simples fazer recortes nas fotos e girar a imagem da forma que acharmos ideal, fazendo assim, a foto ficar na posição que desejamos. Temos também a opção de filtros pré-definidos com diversas variações de tom. 
A Luz é um fator fundamental na fotografia, pensando nisso, a Adobe criou uma opção exclusiva para iluminação, assim, podemos clarear, escurecer e realçar as luzes e as sombras das fotos. São muitas opções oferecidas, e dentre elas, temos a possibilidade de modificar as cores de forma individual, ou a composição total da imagem, isso usando três mecanismos disponíveis no aplicativo: a saturação, o tom e a luminosidade. Usufruindo desses recursos, conseguimos nossa foto ideal. 
Abaixo segue algumas ferramentas mais usuais que encontramos no Lightroom: 
A esquerda uma fotografia de uma flor com tons de rosa na ferramenta de cortar e girar. A direita uma fotografia de uma flor com tons de rosa modificada na ferramenta de cortar e girar.
A esquerda uma fotografia de uma flor com tons de rosa na ferramenta de perfis. A direita uma filtros prontos.
A esquerda uma fotografia de uma flor com tons de rosa na ferramenta de Luz. A direita uma fotografia de uma flor com tons de rosa  na ferramenta modificada com os efeitos de exposição, contraste, realce e sombra.
A esquerda uma foto na opção de modificação de cor. Ferramenta mistura de cores selecionada.A direita uma fotografia de uma flor com tons de rosa totalmente modificada, agora com tons mais puxados para o amarelo.
Demonstração das fotos antes e depois da edição
Gif



O Lightroom é bem completo. Nele, conseguimos desenvolver diversas modificações na foto sem precisar de experiência com editor de imagens. Sua interface é bastante intuitiva para funções básicas, rapidamente localizamos e executamos o que queremos. Porém, algumas ferramentas mais complexas impõe dificuldades ao usuário mais leigo e seu uso acaba ficando restrito a fotógrafos mais avançados. 
Lançado em 2013, o aplicativo Lightroom faz sucesso entre os amantes da fotografia. Sua versão para dispositivos móveis é gratuita, porém não apresenta alguns dos recursos disponíveis na versão para computadores.

Breve História da Fotografia

Há muito por trás do simples gesto de apertar um botão em uma máquina fotográfica.

Quer saber mais sobre a história da fotografia e conhecer trabalhos de fotógrafos incríveis? Então dá uma olhada neste #dicade livro!

Há muito por trás do simples gesto de apertar um botão em uma máquina fotográfica. Para além da técnica e suas múltiplas possibilidades criativas, existe uma vasta trajetória desde os primeiros experimentos com câmaras escuras até a aparente instantaneidade das imagens que produzimos hoje. Conhecer essa história pode ser revelador, não apenas por seu valor de conhecimento pessoal, mas também – e principalmente – como meio de compreender como a fotografia caminhou em direção ao que é hoje e como forma de obter-se referências fotográficas relevantes e inspiradoras. Por isso, o livro “Breve História da Fotografia”, de Ian Haydn Smith é uma boa opção de leitura tanto para curiosos quanto para grandes amantes da prática fotográfica.

Na foto, dois rapazes são vistos de perfil olhando para o horizonte ensolarado em cima de um trampolim de mergulho. Seus rostos não são visíveis e o fundo falso aparece desfocado.
A capa do livro Breve História da Fotografia. Editora GG, 2017. Foto: Mergulhadores. George Hoyningen-Huene: Cópia em Prata.

O livro foi publicado no Brasil em 2018 pela editora Gustavo Gili (GG), especializada em livros de arte, fotografia e design. Dividido em quatro partes (Gêneros, As Obras, Temas e Técnicas) apresenta textos curtos e imagens de referência para cada um deles, sendo esta a sua maior qualidade: falar sobre fotografia utilizando de fato uma grande quantidade de imagens. Ainda assim, em alguns momentos, o formato reduzido pode deixar a experiência de olhar para estas fotos a desejar. É na seção As Obras que as imagens ganham mais destaque, sendo 50 fotografias de diversos fotógrafos em diferentes contextos, desde aquela que é considerada a primeira imagem fotográfica, produzida por Nicéphore Niépce (1765-1833), um dos diversos inventores da fotografia que fazia experiências com a câmara escura, a nomes mais conhecidos e presentes na cultura pop como Alberto Korda, que produziu o icônico retrato de Che Guevara e Nick Ut, que fotografou a menina Phan Thi Kim Phúc correndo desesperadamente por uma estrada ao lado de outras crianças e soldados enquanto o seu corpo era consumido pelas chamas invisíveis do Napalm, uma das imagens mais marcantes da guerra no Vietnã. É possível notar que diversos fotógrafos se enquadram em mais de uma categoria, estando presentes em mais de uma seção do livro. São notáveis também possíveis associações entre temas e gêneros. 

A fotografia mostra Che Guevara, guerrilheiro argentino e revolucionário marxista, em ângulo contra-plongée (de baixo para cima), pose rígida, expressão facial séria e olhar fixo à sua direita. Seus cabelos compridos e bagunçados escapam por baixo de sua boina, uma de suas marcas registradas.
Che Guevara. Alberto Korda: Cópia em Prata.
A imagem mostra crianças correndo desesperadas por uma estrada. Ao lado e atrás, soldados as acompanham. Phan Thi KIm Phúc aparece no meio da estrada, nua, com a boca e os braços abertos. Embora não seja visível, estava queimando viva após ser atingida por Napalm.
Phan Thi Kim Phúc. Nick Ut: Cópia em Prata.

Temas e Técnicas retoma o formato de Gêneros, com as imagens presentes, porém recolhidas aos cantos das páginas. Tal seção pode ser interessante para conhecer os diferentes meios e materiais usados para se obter imagens fotográficas, embora seja, de todas, a que provavelmente menos chamará atenção para uma possível produção atual, uma vez que a tecnologia nos permite fazer registros com aparelhos bem mais fáceis de transportar, como nossos próprios celulares, sem grandes riscos de acidentes ao usar materiais como, por exemplo, o colódio de alumínio que é altamente inflamável.

Boa parte do livro apresenta textos e imagens que dão ênfase à palavra “história” do título. Entre o documental, o jornalístico e a captura das mais ordinárias das cenas cotidianas, várias das imagens possuem muito mais valor devido à seu momento de produção e seu contexto que por suas qualidades estéticas (e destaco a palavra estética e não técnica, afinal, todas foram produzidas por pessoas que sabiam – mais o menos – o que estavam fazendo). Esta trata-se de uma perspectiva subjetiva; pessoal. Não identifiquei em todas as imagens o poder de serem capazes de mover algo no interior de cada cujo o olhar demora sobre elas. Particularmente, nunca vi qualquer graça no retrato de Che Guevara, por exemplo. Pouco me importa suas características iconográficas. De Korda, prefiro El Quijote de La Farola, sua imagem surreal e quase cômica (a meu ver) de um senhor de idade tranquilamente repousando sobre um poste de luz em meio a uma multidão que comemorava o aniversário da revolução cubana.

Foram imagens menos óbvias – tanto antigas quanto contemporâneas – que verdadeiramente me chamaram a atenção, e aqui, em disparidade com o que é o objetivo do livro, pois as motivações do meu interesse foram mais estéticas que históricas. Seria uma falha da leitura que cometi? Não sei dizer ao certo. Apenas digo que uma foto feita por Edward Weston de um pimentão estranhamente humana me pareceu bem mais interessante que, sei lá, as fotos que William Anders tirou da Terra enquanto estava flutuando pela Lua. Mesmo com tais ressalvas, trata-se de uma leitura válida e bastante informativa, sobretudo na seção As Obras, com suas doses de imersão em obras específicas de cada fotógrafo.

A imagem em preto e branco mostra um pimentão maduro com sinais de apodrecimento dentro de um funil, que dá a curvatura com textura áspera na parte inferior e o fundo escuro na imagem. A imagem possui um nível de abstração que permite que se assemelhe a uma figura humana retorcida.
Pimentão n° 30. Edward Weston: Cópia em prata coloidal. 24×19,1 cm. Museu de Belas-Artes, Houston, Texas, Estados Unidos.
A fotografia foi tirada da Lua, cuja superfície branca e estéril é visível na parte inferior da imagem. À frente e à distância, a superfície azul da Terra é visível, parte iluminada pela luz solar, parte escondida pela escuridão total ao redor.
Nascer da Terra. William Anders: Ektachrome Colorido. Nasa, Estados Unidos.

E aí? Gostou da dica? Você pode adquirir o livro no site oficial da editora GG: https://ggili.com.br/breve-historia-da-fotografia-livro.html

 

Links, Referências e Créditos

SMITH, Ian Hayden. Breve história da fotografia: um guia de bolso dos principais gêneros, obras, temas e técnicas. São Paulo: Gustavo Gili, 2018.

Plongée, contre-plongée e ângulo normal

A palavra ‘’plongée’’ vem do francês e significa mergulho. Ela facilita o entendimento das técnicas de plongée e contra-plongée.

Conheça algumas da técnicas utilizadas pelos fotógrafos e cineastas para auxiliar a construção de seus discursos.Já parou para pensar que quando tiramos uma simples imagem de uma paisagem temos uma intenção com ela, mesmo que seja para mostrar para os amigos?  Às vezes, para deixar mais explícita a intenção são pensadas diversas técnicas que são utilizadas pelos fotógrafos, fotojornalistas e cineastas na construção de seus discursos. A escolha do ângulo de visão, nesse caso, tem grande influência nas percepções de quem observa alguma cena ou imagem. Torna-se então, fundamental abordar três fundamentais pontos de vistas: de cima para baixo (plongée), de baixo para cima (contra-plongée) e na altura dos olhos (ângulo normal).
A palavra ‘’plongée’’ vem do francês e significa mergulho. Ela facilita o entendimento das técnicas de plongée e contra-plongée. O plongée, técnica conhecida também como câmera alta, acontece quando a câmera está posicionada acima do objeto ou personagem principal, fazendo com que o espectador olhe de cima para baixo. Geralmente esse plano é utilizado para diminuir o objeto em foco, criando uma imagem de submissão e inferioridade. Na imagem a seguir de Henri Cartier-Bresson, é possível ver como esse ângulo auxiliou no construção da narrativa que o fotógrafo pretendia ao tentar retratar o contexto de duas personagens que possuem uma profissão marginalizada.
Duas mulheres estão em uma aparente cabine de madeira que contém duas janelas. A mulher da esquerda está escorada com os dois braços na janela e a parte de cima do corpo está quase todo para fora. Ela está com os olhos quase todo fechado e um semblante simpático. A mulher da direita está aparentemente sentada dentro da cabine e com o braço esquerdo escorado na janela. Ela olha para câmera e usa um colar. Seu semblante também é simpático, porém, sugestivo. A câmera está acima delas.
Henri Cartier-Bresson. Prostitutas de Cuauhtemoctzin. 1934
Já o contra-plongée é o contra-mergulho, conhecido também como câmera baixa. Esse faz a atividade contrária do último. A câmera é posicionada de baixo para cima em relação ao objeto e o personagem principal. Esse plano muita das vezes é usado para trazer ao espectador uma sensação de grandiosidade e superioridade. A arte abaixo feita por Shepard Fairey para a campanha de Barack Obama em 2008 trabalha muito bem este ângulo. O artista cria toda sua narrativa ao retratar o candidato olhando para um horizonte e semblante sério, além de também contar com o auxílio das cores e da palavra ‘’hope’’ (esperança) na imagem.
Em tons de azul e vermelho está a imagem de Barack Obama. Ele está sendo visto de um ângulo debaixo para cima. Ele olha para um horizonte e embaixo dele está escrito a palavra em inglês HOPE.
Shepard Fairey. Barack Obama. 2008
O ângulo normal, geralmente em plano horizontal, explora o objeto na altura da câmera, se for personagem na altura dos olhos. Esse, muitas das vezes, nos trazem conforto por ser um ângulo que estamos mais acostumados diariamente. Na foto abaixo de Walker Evans podemos ver como é trabalhado esse ângulo e como ele contribuiu para despertar uma certa intimidade entre a moça fotografada e quem analisa a imagem.
Em um ângulo normal, uma mulher olha para a câmera. Seu semblante  é bem sugestivo pois ela está mordendo sua boca e tem algumas rugas na cara. Ela está escorada em uma aparente parede de madeira e usa uma blusa com pequenas bolinhas.
Walker Evans. Alabama Tenant Farmer Wife. 1936.
Assim como propagandas publicitárias, discursos políticos, matérias jornalísticas a fotografia não é objetiva e tampouco neutra. A escolha do enquadramento, do plano, de edições, entre outras escolhas feitas quando se fotografa, passam por uma série de decisões feitas pelo fotógrafo. Com isso, é sempre válido questionar-se quanto aos usos dessas técnicas para, além de exercitar, procurar as intenções que estão além do que é mostrado nas imagens.

Referências:

Peter Lik

Até a presente data, Peter Lik é o autor da fotografia mais cara da história. Sua obra Phantom foi vendida por US$6,5 milhões e remete a uma imagem fantasmagórica, tirada no Antelope Canyon, EUA.


Até a presente data, Peter Lik é o autor da fotografia mais cara da história. Sua obra Phantom foi vendida por US$6,5 milhões e remete a uma imagem fantasmagórica, tirada no Antelope Canyon, EUA.
O australiano, natural de Melbourne, é especialista em fotografia de paisagens. Tornou-se sinônimo de imagens de cachoeiras, picos de montanhas e desfiladeiros. Uma de suas marcas registradas é o formato “panorama”. Em solo norte-americano, criou um projeto chamado Spirit of America (Espírito da América) no qual saiu para capturar imagens de todos os 50 estados do país. Além disso, já teve obras em exibição no Museu Nacional de História Natural de Washington DC e até estreou uma série da NBC chamada From the Edge. 
Contando com Phantom, Lik tem quatro fotos entre as 20 mais caras já vendidas. Suas obras já arrecadaram mais de US$700 milhões e são colecionados pela realeza, presidentes e celebridades.

Referências

Splashes

Splashes podem resultar em fotos incríveis. A imprevisibilidade de como as gotas irão se comportar é capaz de gerar fotos únicas a cada disparo. Fotógrafos que gostam desse tema são verdadeiros artistas pois é preciso muita criatividade, inspiração e paciência para conseguir a “gota perfeita”.


Splashes podem resultar em fotos incríveis. A imprevisibilidade de como as gotas irão se comportar é capaz de gerar fotos únicas a cada disparo. Fotógrafos que gostam desse tema são verdadeiros artistas pois é preciso muita criatividade, inspiração e paciência para conseguir a “gota perfeita”.

Uma imagem em dois tons: amarelo na esquerda e azul na direita. Mostra um splash centralizado que remete à figura de uma pessoa usando chapéu na cabeça, com o resto do corpo coberto por uma espécie de guarda chuva
Twins | Markus Reugels

Boa parte dos fotógrafos prefere utilizar um estúdio. Assim, podem regular o cenário de acordo com o desejado e ter mais controle sobre todo o processo. É importante ressaltar que tudo faz diferença: o recipiente para o líquido; o tipo, a cor e a espessura do líquido; o tamanho da gota e a altura de onde ela vai cair…
Não há uma forma única para fotografias de splash, mas algumas dicas podem ser úteis. Usar uma velocidade rápida do obturador, uma abertura grande do diafragma, iluminação artificial colorida, lentes macro e pós-processamento são fatores que podem otimizar sua foto.
Martin Waugh é físico, formado na universidade de Oregon, EUA. Ele tem um projeto chamado Liquid Sculpture (Escultura Líquida), em que ele fotografa gotas de água e splashes. Para tal, precisa utilizar velocidades muito rápidas para capturar as gotículas com nitidez. O resultado final de suas fotos é fascinante.
Uma imagem basicamente em azul, mas é possível ver tons de vermelho, amarelo e verde na região central. Mostra um splash centralizado que remete à figura de um dinossauro saindo de dentro da água
Gooseasaurus 2 | Martin Waugh
No registro acima,chamado Gooseasaurus 2, é possível ver as ondas que se formam após um splash. Aqui, Martin se preocupou também com a iluminação, adicionando uma espécie de arco-íris à imagem. É interessante ver como o líquido se comporta após o impacto, dando realmente a impressão de que é dinossauro saindo da água. Uma gotinha que se desprendeu em pleno ar também chama a atenção. São detalhes que o olho humano não seria capaz de ver na velocidade real.

Que tal praticar? Utilize alguns objetos acessíveis que você tenha em casa, como copo e uma lanterna para testar o efeito. Use a tag #fotografetododia e compartilhe com a gente!

Pierre Verger

Nascido na França, em 1902, Pierre Edouard Léopold Verger foi um fotógrafo de grande relevância cultural que baseou inicialmente suas pesquisas e obras fotográficas nas análises étnicas culturais dos cinco continentes.

Nascido na França, em 1902, Pierre Edouard Léopold Verger foi um fotógrafo de grande relevância cultural que baseou inicialmente suas pesquisas e obras fotográficas nas análises étnicas culturais dos cinco continentes e mais tarde compôs seu trabalho de maior destaque, voltado para a religião e a cultura afro-baiana diaspórica. 

Registro fotográfico do artista. Um dia de sol na praia, ao fundo da imagem é perceptível barcos parados. Na imagem, dois homens negros jogando capoeira, um está curvado com um das mãos aberta, o outro a sua frente, está com as mãos no chão e o corpo ao ar, pés para cima. Ambos estão de shorts brancos.
Capoeira (Salvador, BA), 1955, Pierre Verger 

No contexto de pós guerra na Europa, em 1946, Verger mudou-se para Salvador, onde viveu a maior parte de sua vida. Encantado pela riqueza cultural da Bahia, ele produziu seu trabalho de maior ênfase, que concentra suas pesquisas culturais africanas, nos aspectos religiosos do candomblé, mais precisamente o Iorubá. Seu interesse pela religião lhe proporcionou uma bolsa de estudos sobre rituais na África. Pierre Verger converteu-se ao candomblé e, em 1953, renasceu como Fatumbi, fato que intensificou seu contato com a cultura africana. No campo da etnografia religiosa, Pierre Fatumbi Verger refletiu em seus trabalhos a história e a herança cultural dos negros e suas diásporas dispersas no mundo. Frente a seu tempo, atribuiu a seu ofício uma tarefa difícil, a de documentar uma cultura distanciada  pelos preconceitos estéticos e culturais da época.
Imagem representativa do artigo. Pierre Verger está em um cômodo com parede branca e uma porta verde ao fundo. Está sentado de pernas cruzadas.  As mão sobrepostas estão apoiadas na perna. Na mão esquerda ele segura uma bengala de madeira. Seu óculos com armadura preta está repousado na altura da testa. Pierre usa uma camisa com estampa étnica em tons verdes e uma calça tom grafite. No braço direito um relógio de couro.
Pierre Verger, 1990 , Juan Esteves

Oito anos, antes de sua morte Verger, inaugura,  em sua própria casa, a Fundação Pierre Verger (FPV) que abriga um centro de pesquisa acerca de sua obra e da cultura negra diaspórica. Em reconhecimento e memorial pelas contribuições fotográficas culturais e baiana, o estado da Bahia promove o concurso nacional que leva seu nome. Em 1996, ele faleceu, deixando um importante  legado como antropólogo e fotógrafo itinerante.

Confira algumas das produções de Pierre Verger!

Registro Fotográfico do artista. No centro da foto, um homem negro está dançando com vestes sagradas que o envolve e dá o  movimento de um giro. Na roupa há pedras brancas e retalhos, seu rosto na altura dos olhos, está pintado. No plano de fundo no lado direito dois homens que parecem participar do ritual, no lado esquerdo, um homem encostado na pilastra branca, o outro logo atrás do foco principal também dança.
Xangô – Ifanhin (Benin), 1950, Pierre Verger
Registro Fotográfico do artista. Um homem negro com vestes brancas, segurando um pedaço de pau. Ele está centralizado um pouco para direita, ao chão de terra algumas madeiras. Ele está com a feição séria e dirige o olhar para frente.
Sem título (Mali), 1936, Pierre Verger

Reprodução fotográfica do artista. Imagem representativa de um culto de iniciação a religião de matriz africana. O personagem negro em foco, está sentado com olhos fechados, seu corpo está envolvido por um pano branco. Um homem à sua esquerda, segura sua cabeça, enquanto o outro posicionado à sua direita, segura uma galinha preta na direção de sua boca. É possível ver manchas de sangue.
Iniciação – Ifanhin (Benin), 1950, Pierre Verger
Registro Fotográfico do artista. Silhueta, duas paredes de pedras que compõe toda a imagem. No centro, uma pedra menor, ao lado direito duas mulheres paradas, uma árvore com poucas folhas na esquerda.  A foto está em preto e branco.
Sikasso – (Malin), 1936, Pierre Verger 
A imagem mostra um homem da altura de seus ombros a cabeça. Ele porta um adereços carnavalescos com referências ao México. O personagem, está com um grande chapéu que contém franjas na borda, que reflete sombras de linhas verticais no rosto. A camisa de manga branca, com gravata borboleta também branca, há detalhes pretos tanto na gola quanto na manga da camisa.
Carnaval, Embaixada Mexicana (Salvador, BA), 1950, Pierre Verger  
Reprodução fotográfica do artista. Um porto de barcos. Alguns barcos espalhados pela imagem, o foco está nas velas.
Rampa do mercado (Salvador, BA), 1955, Pierre Verger 
O que acharam de Pierre Verger? Publique em nossas redes!

Regra dos terços

Fotografar é compartilhar sentidos, e para isso saber compor uma fotografia torna-se essencial. Assim, um dos mais conhecidos e importantes artifícios técnicos de composição fotográfica, é a regra dos terços que tem como finalidade favorecer a captura de uma imagem coerente e natural de se ver.

Fotografar é compartilhar sentidos, e para isso saber compor uma fotografia torna-se essencial. Assim, um dos mais conhecidos e importantes artifícios técnicos de composição fotográfica, é a regra dos terços que tem como finalidade favorecer a captura de uma imagem coerente e natural de se ver.
Fotografar é compartilhar sentidos, e para isso saber compor uma fotografia torna-se essencial. Assim, um dos mais conhecidos e importantes artifícios técnicos de composição fotográfica, é a regra dos terços que tem como finalidade favorecer a captura de uma imagem coerente e natural de se ver.
Registro fotográfico do artista. O céu é bastante azul, contrasta com algumas nuvens brancas e coqueiros no plano de fundo. No plano em foco, está um jovem negro, recuado à direita. Ele usa um short preto e um chapéu de palha. Uma corda atravessa seus ombros, e ele a segura com as mãos.
Walter Firmo – Praia Grande e Senzala.

A regra dos terços consiste em um exercício visual onde o fotógrafo posicionará o elemento mais atraente nos pontos privilegiados localizados nas intersecções das linhas imaginárias verticais e horizontais que se cruzam e dividem o quadro fotográfico em 9 seções retangulares iguais. Esse artifício técnico tem como finalidade trazer o equilíbrio para fotografia uma vez que o elemento principal a ser destacado não estará centralizado. Dessa forma, este enquadramento resulta em uma imagem contrabalançada e harmônica.

linhas verticais e horizontais que se cruzam e dividem o quadro fotográfico em 9 seções retangulares iguais. Nas intersecções centrais, há pontos azuis, que indicam os locais privilégiados da fotografia.
Registro visual da Regra dos terços

Walter Firmo renomado fotógrafo brasileiro, conhecido pelo gosto por temáticas que envolvem a figura humana, é adepto ao uso desta técnica. Em algumas de suas fotografias, ele explora visualmente a harmonia natural de uma composição não centralizada.

Reprodução fotográfica do artista. O cantor Pixinguinha está sentado, inclinado  em uma cadeira de balanço. Nas mãos ele segura um saxofone dourado. O ambiente é o  quintal de sua casa, onde há uma árvore na direita, com um pequeno muro em volta. No plano de fundo, há um vaso azul com planta. Há ainda algumas poucas folhas secas no chão espalhadas.
Walter Firmo – Maestro Pinxiguinha, Ramos Rio de Janeiro, 1968

Firmo em 1968, compõe uma de suas fotografias mais clássicas retratando o músico Pixinguinha no quintal de sua casa em Olaria, onde o cantor e instrumentista aparece sentado na cadeira de balanço segurando um saxofone. Esta fotografia nos remete a uma tarde de repouso e tranquilidade. Perceba o visual de uma composição em que Pixinguinha aparece mais a esquerda em um segundo plano enquanto no primeiro plano há uma árvore que ambientaliza a cena.


Utilize essa  regra para enfatizar diferentes elementos de um mesmo ambiente ou uma mesma cena.  Publique em nosso grupo com a tag #fotografetododia!

O que é fotojornalismo?

Fotos são registros do mundo real dotados de informações visuais a respeito do que foi registrado.

Fotos são registros do mundo real dotados de informações visuais a respeito do que foi registrado. Possuem possibilidades praticamente inesgotáveis, indo de ensaios artísticos a registros de festas de casamento ou aniversários, além de momentos importantes para a história da humanidade como guerras e manifestações. As fotos registram tais eventos no momento em que eles acontecem, permitindo que possamos revisitá-los através das imagens produzidas. Mas, o que diferencia uma fotografia do cotidiano tirada despretensiosamente de um trabalho fotojornalístico?

Na imagem, policiais uniformizados, com capacetes e cassetetes fazem uma abordagem truculenta frente a um homem, no meio de uma rua e em plena luz do dia. Pessoas são vistas ao fundo, algumas assistem a cena e outras parecem correr. O homem abordado é visto no primeiro plano e cai na tentativa de fugir.
Esta fotografia de Evandro Teixeira é um dos grandes registros da ditadura militar no Brasil. Na época, opositores ao governo eram perseguidos, presos, interrogados e muitas das vezes torturados e mortos.

O professor e pesquisador Jorge Pedro Sousa (2002) escreveu muito a respeito do fotojornalismo e o define como uma atividade fotográfica em que há por fim a documentação ou a informação. Ele ainda diferencia fotojornalismo de fotodocumentarismo, sendo o tempo dedicado a cada atividade, atrelado às diferentes metodologias de trabalho, o que delimita essa diferença. Enquanto o fotodocumentarista tende a trabalhar por projeto, se dedicando por mais tempo ao tema, escolhendo métodos de elaboração e abordagem; o fotojornalista, por sua vez, lida com acontecimentos imprevistos, fatos cotidianos e ainda deve atender às demandas da empresa na qual trabalha.

Os três artistas aparecem deitados em mesas de um bar, durante a comemoração do aniversário de Vinicius de Moraes.
Nesta foto, Evandro Teixeira registrou um momento de descontração entre Chico Buarque de Hollanda, Tom Jobim e Vinícius de Moraes, grandes nomes da música, composição e literatura brasileiras, respectivamente. A ocasião tratava-se do aniversário de Morais.

Nesse sentido, Angie Biondi (2014), professora e pesquisadora, no capítulo “Fotojornalismo: um campo, uma atividade ou um objeto”, do livro “Para entender o jornalismo”, deixa demarcados dois gêneros para compreender as relações que se desenvolvem entre o fotojornalista e os fatos registrados. São eles spot news e feature photos. O primeiro se refere aos flagrantes, quando o fotojornalista presencia o fato e rapidamente precisa registrá-lo no momento em que ele se desenrola, não tendo assim muito controle sobre a foto. Já o segundo é mais aplicado às reportagens, onde as imagens produzidas servem mais como modo de “ilustrar, exemplificar ou comprovar” o ocorrido, passando por uma elaboração prévia, como explica Biondi. De certo, a ideia de feature photos parece se mesclar à de fotodocumentarismo, mas é importante lembrar que tais divisões não constituem um conceito fechado, e sim, como apontado pela própria autora, servem para “orientar o entendimento sobre a produção fotojornalística”.

Jorge Pedro Sousa (2002) coloca como questão em um de seus livros se todas as fotografias publicadas em jornais e revistas seriam de fato fotojornalísticas, e esclarece que, para ser considerada como tal, a fotografia precisa possuir valor jornalístico, ou, valor-notícia, levando informações de relevância junto ao texto que constitui. Então, não basta que a foto seja um registro de um acontecimento do cotidiano, até porque, todos os dias, milhares de eventos ocorrem em todos os cantos do mundo, e não são todos que se tornam notícia, principalmente ao se fazer delimitações de relevância, como o impacto regional, nacional ou mundial. Para que a foto seja jornalística, ela precisa possuir um caráter informativo e, em geral, estar acompanhada por uma notícia ou reportagem, uma vez que não é possível passar muitas informações importantes apenas através da linguagem visual. 

No texto “Usos Jornalísticos da Fotografia”, a autora Dulcilia Buitoni (2011), usando como referência o pesquisador espanhol Pepe Baeza, explica que, para ser considerada fotojornalística, a foto tem que ter sido planejada pelo corpo editorial da mídia na qual é veiculada, seja a imagem produzida pelos jornalistas da empresa ou comprada, diferenciando-se assim das fotografias publicitárias, que também são veiculadas por esses meios.

Um bom exemplo de fotojornalista é o baiano Evandro Teixeira, que possui trabalhos diversificados na área, tendo registrado momentos marcantes da história do Brasil a partir da década de 60. As fotografias que aparecem ao longo deste artigo são de sua autoria, sendo possível notar a variedade de temas possíveis de serem trabalhados. Como última imagem, destaco este retrato feito na comunidade Vila do João, no Rio de Janeiro, em 1988. Construído como conjunto habitacional pelo Governo Federal em 1982, a comunidade tornou-se uma das favelas que compõem o Complexo da Maré, onde questões envolvendo a violência e o crime organizado são presentes até hoje. Trata-se de uma construção do fotógrafo, com o cadáver ao fundo e um menino sorrindo à frente da câmera, sendo uma representação do contraste entre a inocência das crianças que lá vivem e a realidade que as cerca.

Um menino negro, de cabelos crespos e sem camisa sorri para a câmera em primeiro plano. Ao fundo, no chão, é possível ver o cadáver ensanguentado de um homem. Ao lado do menino, uma pessoa observa a cena com os braços cruzados, e outras são vistas fazendo o mesmo, sentadas no meio-fio da calçada do outro lado da rua
Evandro Teixeira fez um registro perturbador na comunidade Vila do João, no Rio de Janeiro, em 1988. Nela, um menino sorri para a câmera enquanto um cadáver é visto no chão ao fundo.

Assim, o fotojornalismo pode ser entendido como sobretudo, imagens produzidas a fins de registro de acontecimentos em diálogo com os critérios de noticiabilidade jornalísticos, também atendendo aos propósitos editoriais da empresa que a irá publicar. Os temas possíveis de serem trabalhados são tão diversos como as múltiplas possibilidades da vida cotidiana. Muitas vezes, algo sutil pode se transformar em um grande registro, e imagens que de início destinam-se a circulação por meio de jornais, revistas e demais meios jornalísticos podem um dia serem vistas expostas em museus ou livros próprios à memória, crítica, análise e apreciação de imagens fotográficas, destacando tanto o momento histórico congelado ali quanto as características técnicas e subjetivas trabalhadas pelo fotógrafo.

Referências: 

BIONDI, Angie. Fotojornalismo: um campo, uma atividade ou um objeto. In: LEAL, Bruno; ANTUNES, Elton; VAZ, Paulo Bernardo. Para entender o jornalismo. 1ª ed. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2014, p. 171-178.

SOUSA, Jorge Pedro. Fotojornalismo: Uma introdução à história, às técnicas e à linguagem da fotografia na imprensa. 1ª ed. Porto: Editora Letras Contemporâneas, 2002

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