Visages, Villages

Em Visages, Villages, a cineasta Agnés Varda e o fotógrafo JR se aventuram pela França em um caminhão adaptado com uma cabine fotográfica onde eles transformam e ressignificam locais, muitas das vezes já esquecidos. Durante a viagem são feitas algumas paradas em pequenos vilarejos e lugares diversos onde o acaso coloca a dupla em contato com diferentes pessoas. O documentário tem uma grande carga sentimental, que chega até a despertar uma vontade de sair e conhecer pessoas novas.
Na foto Jr e Agnes Varda atravessam uma rua. Ele veste um tênis branco, uma calça jeans uma blusa de frio preta e também usa um óculos e chapéu como acessórios. Agnes está na sua frente e usa uma calça cor vinho, sapatos pretos e uma blusa preta com bolas vermelha. Seu cabelo é branco com as pontas ruivas. No fundo é possível observar a caçamba de um caminhão com um lambe de um olho.
Foto divulgação – autor não identificado
Casas, containers, bunkers, fábricas, trens e ruínas são alguns dos cenários em que os artistas fazem algum tipo de intervenção. Através do contato com esse “outro desconhecido’’, que geralmente mantém ligações sentimentais com os locais, são pensadas fotografias que viram lambes (posters que variam de tamanho e são colados em espaço público), assim, participam da ornamentação desses espaços. Quando questionados o motivo das fotografias os artistas respondem que a imaginação é o limite. 
Em uma parte de uma praia está um bunker abandonado e nele tem um lambe de uma menino. Ele está sentado com as pernas espichadas e as mãos sobre os joelhos.  Ele usa uma calça e uma blusa listrada. Ao lado do bunker é possível ver uma pessoa de calça e blusa preta.
Cena de Visages, Villages
O filme é gravado durante 18 meses e é possível ver que a relação harmônica de Varda e JR  não acontece somente através dos gostos em comum, mas sim pela diferença de idade, que é o que realmente parece deixar a viagem  com o ar de cumplicidade e afeto. Através de visitas a personagens íntimos para os dois como a avó de JR,  ao amigo de Varda, Jean-Luc Godard, e ao túmulo de Henri Cartier-Bresson os dois destrincham mais ainda essa viagem de autoconhecimento.
Além de ter sido indicado ao Oscar, o filme ganhou o prêmio de melhor documentário no festival de Cannes em 2017. Visages, Villages nos mostra o processo de criação de importantes artistas e a importância do contato com o outro para suas criações.
Quer saber mais sobre o processo criativo de grandes fotógrafos? A gente tem uma #dicade documentário! 
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Plongée, contre-plongée e ângulo normal

A palavra ‘’plongée’’ vem do francês e significa mergulho. Ela facilita o entendimento das técnicas de plongée e contra-plongée.

Conheça algumas da técnicas utilizadas pelos fotógrafos e cineastas para auxiliar a construção de seus discursos.Já parou para pensar que quando tiramos uma simples imagem de uma paisagem temos uma intenção com ela, mesmo que seja para mostrar para os amigos?  Às vezes, para deixar mais explícita a intenção são pensadas diversas técnicas que são utilizadas pelos fotógrafos, fotojornalistas e cineastas na construção de seus discursos. A escolha do ângulo de visão, nesse caso, tem grande influência nas percepções de quem observa alguma cena ou imagem. Torna-se então, fundamental abordar três fundamentais pontos de vistas: de cima para baixo (plongée), de baixo para cima (contra-plongée) e na altura dos olhos (ângulo normal).
A palavra ‘’plongée’’ vem do francês e significa mergulho. Ela facilita o entendimento das técnicas de plongée e contra-plongée. O plongée, técnica conhecida também como câmera alta, acontece quando a câmera está posicionada acima do objeto ou personagem principal, fazendo com que o espectador olhe de cima para baixo. Geralmente esse plano é utilizado para diminuir o objeto em foco, criando uma imagem de submissão e inferioridade. Na imagem a seguir de Henri Cartier-Bresson, é possível ver como esse ângulo auxiliou no construção da narrativa que o fotógrafo pretendia ao tentar retratar o contexto de duas personagens que possuem uma profissão marginalizada.
Duas mulheres estão em uma aparente cabine de madeira que contém duas janelas. A mulher da esquerda está escorada com os dois braços na janela e a parte de cima do corpo está quase todo para fora. Ela está com os olhos quase todo fechado e um semblante simpático. A mulher da direita está aparentemente sentada dentro da cabine e com o braço esquerdo escorado na janela. Ela olha para câmera e usa um colar. Seu semblante também é simpático, porém, sugestivo. A câmera está acima delas.
Henri Cartier-Bresson. Prostitutas de Cuauhtemoctzin. 1934
Já o contra-plongée é o contra-mergulho, conhecido também como câmera baixa. Esse faz a atividade contrária do último. A câmera é posicionada de baixo para cima em relação ao objeto e o personagem principal. Esse plano muita das vezes é usado para trazer ao espectador uma sensação de grandiosidade e superioridade. A arte abaixo feita por Shepard Fairey para a campanha de Barack Obama em 2008 trabalha muito bem este ângulo. O artista cria toda sua narrativa ao retratar o candidato olhando para um horizonte e semblante sério, além de também contar com o auxílio das cores e da palavra ‘’hope’’ (esperança) na imagem.
Em tons de azul e vermelho está a imagem de Barack Obama. Ele está sendo visto de um ângulo debaixo para cima. Ele olha para um horizonte e embaixo dele está escrito a palavra em inglês HOPE.
Shepard Fairey. Barack Obama. 2008
O ângulo normal, geralmente em plano horizontal, explora o objeto na altura da câmera, se for personagem na altura dos olhos. Esse, muitas das vezes, nos trazem conforto por ser um ângulo que estamos mais acostumados diariamente. Na foto abaixo de Walker Evans podemos ver como é trabalhado esse ângulo e como ele contribuiu para despertar uma certa intimidade entre a moça fotografada e quem analisa a imagem.
Em um ângulo normal, uma mulher olha para a câmera. Seu semblante  é bem sugestivo pois ela está mordendo sua boca e tem algumas rugas na cara. Ela está escorada em uma aparente parede de madeira e usa uma blusa com pequenas bolinhas.
Walker Evans. Alabama Tenant Farmer Wife. 1936.
Assim como propagandas publicitárias, discursos políticos, matérias jornalísticas a fotografia não é objetiva e tampouco neutra. A escolha do enquadramento, do plano, de edições, entre outras escolhas feitas quando se fotografa, passam por uma série de decisões feitas pelo fotógrafo. Com isso, é sempre válido questionar-se quanto aos usos dessas técnicas para, além de exercitar, procurar as intenções que estão além do que é mostrado nas imagens.

Referências:

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Peter Lik

Até a presente data, Peter Lik é o autor da fotografia mais cara da história. Sua obra Phantom foi vendida por US$6,5 milhões e remete a uma imagem fantasmagórica, tirada no Antelope Canyon, EUA.


Até a presente data, Peter Lik é o autor da fotografia mais cara da história. Sua obra Phantom foi vendida por US$6,5 milhões e remete a uma imagem fantasmagórica, tirada no Antelope Canyon, EUA.
O australiano, natural de Melbourne, é especialista em fotografia de paisagens. Tornou-se sinônimo de imagens de cachoeiras, picos de montanhas e desfiladeiros. Uma de suas marcas registradas é o formato “panorama”. Em solo norte-americano, criou um projeto chamado Spirit of America (Espírito da América) no qual saiu para capturar imagens de todos os 50 estados do país. Além disso, já teve obras em exibição no Museu Nacional de História Natural de Washington DC e até estreou uma série da NBC chamada From the Edge. 
Contando com Phantom, Lik tem quatro fotos entre as 20 mais caras já vendidas. Suas obras já arrecadaram mais de US$700 milhões e são colecionados pela realeza, presidentes e celebridades.

Referências

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Vivian Maier

Vivian Dorothea Maier, babá nova-iorquina que fotografava por lazer, tornou-se uma grande referência para a fotografia de rua. Sua fama póstuma levantou questionamentos sobre seu jeito misterioso, introvertido e cômico.

Vivian Dorothea Maier, babá nova-iorquina que fotografava por lazer, tornou-se uma grande referência para a fotografia de rua. Sua fama póstuma levantou questionamentos sobre seu jeito misterioso, introvertido e cômico.
Vivian está em uma calçada, apontando sua câmera Rolleiflex, que está envolvida em seu pescoço por uma alça, para um espelho de vitrine. Ela usa um chapéu, uma blusa de gola que está por dentro da calça e um chapéu. Sua expressão facial é séria. Devido ao reflexo do espelho é possível ver atrás dela prédios e carros.
Autorretrato | Vivian Maier
Nascida em 1926, Maier viveu sua adolescência entre a França e Estados Unidos. Por um tempo, ela e sua mãe chegaram a morar em Nova York com Jeanne Bertrand, renomada fotógrafa surrealista, com quem, supõe-se, que teve seu primeiro contato com a fotografia. Vivian se fixou nos Estados Unidos em 1951, quando começou a tirar fotos, prática que continuou aproximadamente até 1990, reunindo em torno de 150.000 negativos, a maioria deles tirados em Nova York e Chicago. Além da fotografia de rua suas fotos apresentam outros temas como o da infância, experimentações e autorretratos.
Suas fotos só receberam destaque quando John Maloof, produtor cinematográfico, comprou seus negativos em um leilão em 2007.  Após revelar suas fotos e perceber sua grandiosidade, John decidiu investigar mais sobre a misteriosa moça presente nas imagens.  No documentário “À Procura de Vivian Maier’’, Maloof e seu colega Charlie Siskel contam a história da introvertida fotógrafa com base nos relatos de pessoas que a conheceram. Pela sua notória introspecção, tanto seus conhecidos, quanto os produtores do documentário ficaram com o questionamento se Vivian gostaria de ter suas fotos expostas como estão hoje.

Referências 
Site Vivian Maier – http://www.vivianmaier.com

Vivian Dorothea Maier, babá nova-iorquina que fotografava por lazer, tornou-se uma grande referência para a fotografia de rua. Sua fama póstuma levantou questionamentos sobre seu jeito misterioso, introvertido e cômico. 
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