Thereza Miranda

“De Thereza Miranda as casas meditam no tempo e no espaço”, Carlos Drummond de Andrade.

Em 1974, novos horizontes se abriram para a fotografia brasileira quando a artista plástica carioca Thereza Miranda recebeu uma bolsa do Conselho Britânico para estudar fotogravura no Croydon College of Arts, em Londres. A artista, que já se consagrava como desenhista, pintora e gravurista, introduziu então a técnica, que passaria a ser seu principal trabalho, no Brasil. Em suas obras mais famosas, a fotogravurista dá literalmente novos tons à arquitetura e às paisagens brasileiras, transformando fotografias que ela mesma produz em gravações de cores fabulosas em chapas de metal.
Palmeira
Thereza Miranda – Maranhão, Palmeira Solitária, Alcântara – 1979
Descrição: Fotogravura que mostra o contorno de casas antigas e uma palmeira.
No vídeo produzido por Dodô Brandão para a sua exposição “Memórias” no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), em 2018, Thereza Miranda explica a predominância da arquitetura nos seus trabalhos: “Eu tive a chance de trabalhar com um grande arquiteto, ele chamava-se Henrique Mindlin e com ele eu aprendi o valor desse patrimônio, sabe? Porque no Brasil se destrói tudo, né?”.
A temática arquitetônica de Thereza inspirou até mesmo Carlos Drummond de Andrade, que, em 1983, compôs um poema em homenagem a ela. O episódio a surpreendeu e a levou a ter um novo olhar sobre as críticas. Thereza declarou para o vídeo do MAM Rio: “Na exposição que eu fiz sobre o Rio de Janeiro, no Bonino, Drummond foi ver a exposição. Depois eu recebi em casa no meu ateliê, meu ateliê era na Urca… Abro a minha correspondência e tinha uma poesia do Drummond. Eu não acreditei naquilo. […] A partir daí eu disse: ‘Se eu consegui sensibilizar uma criatura como o Drummond, pouco me interessa se as pessoas gostam ou não gostam do meu trabalho’”.
Aos 91 anos, Thereza continua trabalhando e exposições como a que sensibilizou Drummond continuam a sensibilizar os brasileiros. Várias de suas obras fazem parte de coleções de museus pelo país, como as do Museu de Arte Moderna, Museu Nacional de Belas-Artes, Biblioteca Nacional, e Coleção Mônica e George Kornis, Rio de Janeiro; Museu de Arte Contemporânea, Campinas, SP; Senado Federal, Brasília, DF; Museu de Arte Moderna e Coleção Guita e José Mindlin, São Paulo (SP); Caixa Econômica Federal, São Luís. Além das coleções em museus internacioanis como o Studio d’Arte Gráfica, Milão; e Kunsthalle, Bremen, Alemanha.

Leia abaixo Thereza Miranda, por Carlos Drummond de Andrade:
De Thereza Miranda as casas meditam no tempo e no espaço.
Há um silêncio isento  de asas no céu que eu, cativo, abraço.
De Thereza Miranda as ruas são roteiros de solitude.
Nelas vão ocultar-se, nuas, memórias que o progresso elude.
De Thereza Miranda o Cristo dilacerado é seu destino,
tem um negro brilho imprevisto
e da gravura brota um hino.

Fotogravura

A fotogravura é um processo que transfere a imagem fotográfica para uma chapa de cobre. Thereza foi a pioneira da fotogravura no Brasil, mas a origem da técnica remonta as “primeiras invenções” da fotografia.  A forma da fotogravura conhecida atualmente foi desenvolvida por Karl Klic, mas o processo foi inicialmente criado no século XIX por Fox Talbot, um dos pioneiros da fotografia, e utilizado nas primeiras reproduções de fotografias em jornais, revistas e livros. Além disso, o daguerreótipo gravava a imagem fotográfica sobre uma chapa de prata; Niépce, por sua vez, desenvolveu um processo similar à fotogravura que chamou de heliogravura.
Veja os trabalhos de fotogravura de Thereza Miranda abaixo:
Casa
Thereza Miranda – Casa de Burros, Gamboa, Rio – 2005
Descrição: Fotogravura de uma casa colonial.
Varandas
Thereza Miranda – Bandeira de Porta, Catete, Rio – 2005
Descrição: Fotogravura de uma casa colonial.
Torre
Thereza Miranda – Albamar, Rio – 2005
Descrição: Fotogravura de uma construção com uma torre de vidro.
Multidão
Thereza Miranda – Multidões – Multidões II, Londres – 1975
Descrição: Fotogravura de uma multidão.
Lençóis Maranheses
Thereza Miranda – Lençóis Maranhenses – 2002
Descrição: Fotogravura de uma visão aérea dos Lençóis Maranhenses com uma faixa de água na parte de cima da imagem e uma faixa de areia abaixo.

Referências

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Vida Selvagem

Fotografar a vida selvagem exige habilidades especiais e cuidados. Isso porque cada espécie é única. Aqui trazemos dicas para não errar nesse assunto!

Florestas, savanas, desertos… seja qual for a vegetação, existe uma grande variedade de animais que podem render fotos incríveis. No entanto, fotografar esse assunto exige habilidades especiais e alguns cuidados.
Um guepardo ao centro com dois filhotes. Cada um de um lado. O cenário ao redor é azulado, provavelmente pelo anoitecer
Jacomina & cubs | Marina Cano
A dificuldade enfrentada varia de acordo com hábitat e espécie. Uma mata fechada, por exemplo, permite que o fotógrafo se esconda e possa chegar mais perto do animal. Em contrapartida, num ambiente aberto, a aproximação fica comprometida, pela falta de “esconderijos”. Da mesma forma, conhecer o gênio da espécie – manso ou agressivo – é essencial para entender o perigo.
Paciência é outro requisito, uma vez que, nesse caso, a comunicação entre fotógrafo e fotografado é impossível. Ou seja, o animal vai agir da maneira dele, não da sua. Não há como trabalhar uma pose, como pode ocorrer com um animal adestrado. O ideal, então, é que o fotógrafo entenda o comportamento do bicho, a fim de antecipar seus movimentos e planejar o clique. Se não estiver preparado, pode perder sua única oportunidade.
Esse tipo de foto normalmente requer uma objetiva longa pois é realmente difícil se aproximar das espécies ou de seu grupo. O zoom torna-se um aliado nessas horas, como solução para suprir essa distância. Uma dica é utilizar lentes de 200mm para animais de grande porte ou mansos e até 600mm para animais pequenos ou perigosos. Hoje em dia, drones também são uma opção, uma vez que se aproxima pelo ar e deixa o fotógrafo fora de perigo. Mas cuidado, pois o barulho pode espantá-los. Se o assunto for insetos, as melhores opções são as lentes macro, que trazem uma riqueza de detalhes pouco visíveis a olho nu.
Marina Cano é uma fotógrafa espanhola, reconhecida por suas imagens de vida selvagem. Suas fotos já estamparam a capa da revista da National Geographic diversas vezes. Tem mais de 20 anos de experiência no assunto e é embaixadora da Canon.
Manada de elefantes na savana. Foto em preto e branco.
Sem título | Marina Cano
Na foto acima, vemos uma manada de elefantes. Um plano como este permite ao observador uma visão não só do animal em questão, mas também de seu hábitat. Trata-se de um campo aberto, com vegetação baixa e árvores de poucas folhas. É provavelmente a savana africana. A opção pelo preto e branco, juntamente com o céu nublado (muitas nuvens), traz uma ideia de melancolia à foto.
Que tal praticar? Zoológicos podem ser um ótimo lugar para começar! Não se esqueça de marcar a gente com a tag #fotografetododia!

Referências

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O Grande Hotel Budapeste (2014)

O Grande Hotel Budapeste, de 2014, é uma comédia ingênua que, pode não parecer, mas ensina muito sobre fotografia.

Cena de "O Grande Hotel Budapeste". Há um homem jovem com características indo-arábicas, utlizando um uniforme de mensageiro na cor roxa e um chapéu da mesma cor com as palavras "Lobby Boy" bordadas. Em seu rosto há um bigode pintado. Ele está na frente de um luxuoso hotel.

O Grande Hotel Budapeste, de 2014, é uma comédia ingênua que, pode não parecer, mas ensina muito sobre fotografia.
Cena de "O Grande Hotel Budapeste". Há um homem jovem com características indo-arábicas, utlizando um uniforme de mensageiro na cor roxa e um chapéu da mesma cor com as palavras "Lobby Boy" bordadas. Em seu rosto há um bigode pintado. Ele está na frente de um luxuoso hotel.
Zero Mustafa, personagem de “O Grande Hotel Budapeste”.
Descrição: Cena de “O Grande Hotel Budapeste” que mostra um homem jovem utilizando um uniforme de mensageiro na cor roxa e um chapéu da mesma cor com as palavras “Lobby Boy” bordadas. Em seu rosto há um bigode pintado. Ele está na frente de um luxuoso hotel.
Baseado em dois livros do escritor austríaco Stefan Zweig (“Coração Impaciente” e “Êxtase da Tirania”) e dirigido por Wes Anderson, “O Grande Hotel Budapeste”, de 2014, narra como Zero Mustafa, um refugiado apátrida na fictícia República de Zubrowka, ex-mensageiro do hotel Grande Budapeste, se torna o seu proprietário ao se envolver no roubo de um quadro em 1932.
Não são novas na literatura e no cinema as narrativas cujos protagonistas são os próprios locais em que a história se passa. São lugares cujas paredes ouviram muitas histórias e, agora, as contam. O Grande Budapeste, eu diria, conta os seus dias de glória. Desde a primeira aparição do hotel, o filme deseja nos mostrar que aquele lugar já foi palco de grande luxo e sofisticação. Contudo, como paredes não falam, a história do hotel é apresentada por dois intermediários, o Autor, personagem inspirado em Stefan Zweig, que, por sua vez, a conhece através de Zero Mustafa, que em 1968 é o proprietário do hotel já em decadência.
A época de glória de ambos, de Zero e do Budapeste, acontece em 1932, quando Zero começa a trabalhar como mensageiro no hotel, que, naquela época, era muito bem gerido por seu concierge, o Monsieur Gustave, um homem francês muito vaidoso que tem muito orgulho do Budapeste. A República de Zubrowka é assolada por uma guerra iminente e o governo perceptivelmente é ditatorial, mas Monsieur Gustave é responsável por manter o fausto do hotel, como se uma redoma protegesse o local de perigos externos.
O tal do “governo perceptivelmente ditatorial” se assemelha a uma fusão de vários governos europeus da Primeira à Segunda Guerra, mas o filme nunca dá nome aos bois. A situação política é evidenciada, principalmente, através de metáforas visuais que nos remetem ao repertório que muitos de nós possuímos acerca desses governos.
Cena de "O Grande Hotel Budapeste". Há uma construção cor-de-rosa luxuosa. Nela há bandeiras pretas com um síbolo vermelho e branco que se assemelha a duas letras "Z". Há tanques de exercícito com militares armados na sua frente.
Militares e um símbolo característico indicam o começo de uma guerra. Alguma semelhança com a realidade? – Cena de “O Grande Hotel Budapeste”.
Descrição: Cena de “O Grande Hotel Budapeste”. Mostra uma construção cor-de-rosa luxuosa. Nela há bandeiras pretas com um símbolo vermelho e branco que se assemelha a duas letras “Z”. Há tanques de exército com militares armados na sua frente.
Aliás, é a partir de metáforas visuais que os aspectos mais importantes desse filme são construídos, como o protagonismo do hotel e o humor absurdista. A construção do hotel, por exemplo, serve para definir, na obra, o que é luxuoso e o que é simples, o que é seguro e o que é perigoso. Para isso, o filme utiliza alguns princípios compositivos da fotografia que nós bem conhecemos, como proporção, pontos de vista e regra dos terços.

Arte e visual

A direção de fotografia do filme não é de todo inusitada para quem já assistiu outros filmes de Wes Anderson. Sua parceria com Robert Yeoman, diretor de fotografia, já soma mais de dez filmes. O abuso na centralização dos elementos e da simetria, o uso de ângulos inusuais (e às vezes absurdos) para efeito cômico e o enquadramento que sempre enfatiza o ambiente como um aspecto relevante para a ação são marcas dos filmes do diretor, mas que podem ser ditas como uma construção em conjunto com Yeoman.
Cena de "O Grande Hotel Budapeste". Um homem de meia idade está pendurado em um penhasco coberto de neve. Ele se segura apenas com as mãos.
Pontos de vista são usados no filme para gerar o efeito de surpresa e comicidade, além de construir referências visuais com obras de comédia clássicas. – Cena de “O Grande Hotel Budapeste”.
Descrição: Cena de “O Grande Hotel Budapeste”. Mostra um homem de meia idade pendurado em um penhasco coberto de neve. Ele se segura apenas com as mãos.
Ao assistir aos filmes de Wes Anderson a impressão que tenho é que ele deseja usar todos os princípios de composição ao mesmo tempo, sem se importar de que sejam perceptíveis ao espectador ou pouco natural. “O Grande Hotel Budapeste”, porém, me parece sua obra mais convincente. Seus outros filmes geralmente me transmitem a sensação de que o diretor sabia o que queria, mas que o resto da equipe não conseguiu acompanhar. É o caso de “Os Excêntricos Tenenbaums”, filme do diretor que fica sempre entre a fantasia, que é a intenção, e o ridículo, que é o resultado de uma arte que não se leva a sério. A obra também não consegue ser tão esteticamente aprazível quanto O Grande Hotel Budapeste, que, não à toa, mesmo tendo perdido o Oscar de Melhor Fotografia, levou os Oscars de Melhor Produção de Arte, de Melhor Figurino e de Melhor Maquiagem e Penteados, atestando que toda a equipe artística estava comprometida com o visual do filme.
Por esses motivos, “O Grande Hotel Budapeste” é um ótimo filme para observar os princípios compositivos da fotografia, como os que são ensinados na nossa coluna #fotografetododia.
Cena do filme "O Grande Hotel Budapeste". Há uma luxuosa construção, à noite, com luzes acesas em todos passando por todas as suas janelas.
As maquetes do hotel e a decoração das cenas internas foram concebidas por Adam Stockhausen, que ganhou o Oscar de Melhor Direção de Arte. – Cena de “O Grande Hotel Budapeste”.
Descrição: Cena do filme “O Grande Hotel Budapeste”. Mostra uma luxuosa construção, à noite, com luzes acesas em  todas as suas janelas.

Considerações

“O Grande Hotel Budapeste” tem um visual marcante e uma fotografia que consegue utilizar os princípios de composição já conhecidos para criar cenas novas e inusitadas. Entretanto, mais do que um filme para observar aspectos da fotografia, “O Grande Hotel Budapeste” tem uma história que se sustenta e que diverte, com cenas que remetem ao clichê das comédias pastelão, mas que funciona como uma comédia madura, porque o filme se leva a sério e acredita em si. Dentro daquele mundo específico, o ridículo se torna o normal. Ademais, o seu visual de conto de fadas adulto é um alívio nesta quarentena e o filme nos faz acreditar nas palavras de Mounsier Gustave quando ele diz que “ainda resta uma centelha fraca de civilização neste matadouro selvagem que já foi conhecido como humanidade”.
Se você gostou desta postagem, temos também um #fotografetodia sobre o filme. Confira aqui! Para receber postagens como essa no seu email, assine a nossa newsletter.
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Walter Firmo

Walter Firmo é um fotógrafo brasileiro, que possui como tema principal o povo Afro-Brasileiro e sua cultura.

Walter Firmo é um fotógrafo brasileiro, que possui como tema principal o povo Afro-Brasileiro e sua cultura.

Walter Firmo Guimarães da Silva é um fotógrafo autodidata. Nasceu em 1 de junho de 1937, na cidade do Rio de Janeiro. Filho de José Baptist e Dona Maria de Lurdes. Começou sua carreira trabalhando para o jornal carioca Última Hora, em 1957. Em 1960 foi trabalhar para o Jornal Brasil e, cinco anos após, integrou a primeira equipe da Revista Realidade onde se tornou nacionalmente famoso.

Legenda: Walter Firmo – Foto do seu perfil no Facebook.

Descrição: Fotografia em preto e branco do fotógrafo Walter Firmo. Na fotografia ele usa um chapéu, está com um charuto na boca e olha diretamente para a lente da câmera.

No ano de 1967, Walter Firmo fotografou uma série de reportagens chamada “Cem Dias na Amazônia de Ninguém”, que lhe rendeu o prêmio Esso de Reportagem. Em 1971, passou a trabalhar na área da publicidade, principalmente para a indústria fonográfica. Foi nessa época em que ganhou uma maior fama por fotografar importantes nomes da música brasileira, como Pixinguinha, Cartola, Clementina de Jesus entre outros. Também na mesma época, se interessou por estudos sobre o folclore e a cultura afro brasileira, com o tema principal de pessoas comuns, a figura humana em si.

Walter Firmo ficou famoso principalmente por suas fotos coloridas, que vão de retratos foto jornalísticos a fotografias abstratas e surrealistas, que abordam sempre temas ligados com a Cultura Afro-Brasileira.

Legenda: Festa Bumba Meu Boi São Luís do Maranhão,1994 – Walter Firmo.

Descrição: A fotografia mostra duas mulheres negras, sorridentes, usando um tipo de coroa na cor vermelha brilhante e um tipo de peruca de fitas na cor branca.

Legenda: Dona Ivone Lara, 1992 – Walter Firmo.

Descrição: Ao centro da fotografia vemos Dona Ivone Lara, emoldurada por uma cortina de fitas coloridas, usando um turbante. Ela olha diretamente para a lente da câmera com um sorriso.

Legenda: Praia de Caravelas, BA, 1991 – Walter Firmo

Descrição: A fotografia mostra uma praia, com grande extensão de areia. Ao centro vemos um homem negro, puxando uma espécie de corda, usando um chapéu de palha na cabeça.

Legenda: Walter Firmo – Maestro Pinxiguinha, Ramos Rio de Janeiro, 1968.

Descrição: A fotografia mostra o maestro Pinxinguinha sentado em uma cadeira de balanço carregando um saxofone.

Legenda: Walter Firmo – Cartola, Rio de Janeiro, 1963.

Descrição: A fotografia mostra o compositor e sambista Cartola, usando um terno cor de rosa com camisa verde, cores da Escola de Samba Mangueira. O compositor está com a mão direita no queixo, e usa óculos escuros.

Legenda: Walter Firmo – Santo Amaro da Purificação, BA, 2002.

Descrição: A fotografia mostra uma mulher e um homem, negros, ambos nus, em meio ao que parece ser uma plantação. Ao fundo, vemos uma construção branca em ruínas, parecida com uma igreja.

Veja aqui uma técnica muito utilizada por Walter Firmo nas fotografias!

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#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

Links e referências:

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Usando o zoom do flash

Se você já usou um flash externo, talvez tenha se perguntado para que serve o tubo dentro do qual está o dispositivo de disparo da luz.

Na continuação da série, vamos conhecer as possibilidades de utilização do zoom dos flashes externos.

Se você já usou um flash externo, talvez tenha se perguntado para que serve o tubo dentro do qual está o dispositivo de disparo da luz. Este post foi feito exatamente para explicar a função daquilo que chamamos de zoom do flash, trazendo como de costume, exemplos para que a explicação se torne mais clara.

A imagem apresenta um homem branco com cabelo, barba e bigode castanhos, vestindo uma camisa de botão azul estampada aberta até próximo ao umbigo e headphones preto, com glitter prateado em seu rosto, peito e barriga. O  ambiente parece ser a sala de uma residência. Seu olhar está baixo em direção a uma mesa de som que ele controla. O zoom do flash é fechado, formando um círculo de luz sobre o homem enquanto o entorno surge bastante escuro.
Derek Mangabeira. Baile do Encanto. 2020.

O zoom é uma configuração presente em flashes externos que pode ser utilizado para um maior controle na dispersão da luz utilizada. Sabendo que o flash é formado basicamente por um elemento que dispara a luz e um  tubo, dentro do qual este elemento se encontra, a configuração do zoom permite escolher o quão distante a luz estará da extremidade do flash. Quanto mais próximo ela estiver da extremidade do tubo, maior será a abrangência da luz, ou seja, maior será o campo que será iluminado, tornado-se um flash aberto. Já quanto mais ao fundo do tubo ele estiver, mais fechado o flash se tornará e portanto, menor será o campo iluminado, podendo-se focar em iluminar apenas uma parte desejada da pessoa ou objeto que será fotografado.

I Hate Flash é uma empresa de fotografia fundada em São Paulo por Fernando Schlaepfer. Seu início ocorreu de forma despretensiosa quando Schlaepfer e seu grupo de amigos passaram a fazer registros da vida noturna que frequentavam. Com o tempo, cresceram e passaram a fazer a cobertura de grandes eventos como o Rock in Rio e o Lollapalooza, além de trabalhos no ramo da publicidade e da moda. O time de fotógrafos que trabalha no I Hate Flash ficou conhecido pelo estilo espontâneo e divertido de suas fotografias, sendo que em muitas ocasiões costumam se divertir enquanto trabalham, o que torna a experiência muito mais prazerosa.

Na imagem que abre esse texto, feita pelo fotógrafo Derek Mangabeira durante o evento Baile do Encanto, é provável que tenha sido escolhido o uso de um zoom fechado ao configurar o flash, criando um círculo de luz sobre o fotografado enquanto que o entorno surge bastante obscurecido. Aliado às informações presentes no próprio fotografado, como sua vestimenta, uso de glitter, o uso de um headphone e a manipulação de uma mesa de som e mixagem que ajudam a identificá-lo como um DJ, conseguimos identificar essa como uma fotografia de festa noturna, em que a iluminação ambiente costuma ser baixa, predominando os jogos de luz neon e lasers.

Já nesta outra imagem, feita por Diego Padilha em um evento chamado Brewing Friends Festival, a presença do flash é notada pela diferença na intensidade da iluminação sobre o grupo de pessoas visto e o fundo. Por ser um registro de um grande grupo de pessoas, provavelmente optou-se por um zoom aberto do flash, sendo possível portanto iluminar todos que posaram para o clique.

Na imagem, é visto um grupo grande de pessoas vestindo roupas informais, sorrindo e acenando para a câmera diante de um prédio com bandeiras coloridas e um banner onde lê-se Brewing Friends Festival. O ambiente é aberto e ao fundo é visto, do lado esquerdo, uma estrutura metálica comumente usada em eventos com música ao vivo e ao lado direito, uma casa com janelas.  Optou-se por um zoom aberto do flash, sendo possível portanto iluminar todos que posaram para a foto.
Diego Padilha. Brewing Friends Festival. 2020

Vimos que o zoom pode não apenas ser usado para iluminar de forma diferente os ambientes e pessoas fotografados, mas também ser pensado como parte do sentido daquele registro. O zoom fechado dá destaque a um elemento específico, podendo ser direcionado para um objeto, pessoa, ou parte do corpo desejado e, como no exemplo citado, ajudou a preservar a atmosfera  do evento, sendo possível tanto visualizar o DJ fotografado, quanto identificar tratar-se de uma festa noturna, realizada em ambiente fechado, onde a iluminação costuma ser reduzida. Já o zoom aberto permite iluminar uma área maior, ideal para uma grande quantidade de informação em cena, como no exemplo, tratando-se de um registro de um grupo grande de pessoas em um ambiente aberto.

Está gostando da nossa série sobre o flash? Temos um grupo no Facebook perfeito para compartilhar as suas impressões, experimentos e dicas! Participe, será legal nos ver você por por lá! Segue esse link aqui: /https://www.facebook.com/groups/projetoculturafotografica/

Referência:

MYRRAH, Camila. Como usar flash: Os controles (potência e zoom) | FOTO DICAS. 2016. (3m25s). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=GjDaQ_J6kF4https://www.youtube.com/watch?v=GjDaQ_J6kF4>. Acesso em: 06 de Abr. de 2020.

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Erick Dau

 Formado em jornalismo, Erick Dau fotógrafa conflitos sociais no Rio e América Latina.

Com um olhar atento e comprometido, com a realidade do momento, Erick Dau, é o nome por trás de fotografias tão expressivas que registram, conflitos sociais, recorrentes no Rio de Janeiro e em alguns lugares da América Latina.

Nascido no Rio de Janeiro, Erick Dau, formou-se em jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde cursou também, mestrado e doutorado em comunicação. Trabalhou um tempo como freelancer, e teve fotos, publicadas em jornais nacionais e internacionais. Foi assistente do jornalista Glenn Greenwald, para o The Intercept, no qual trabalhou também como editor de fotografias.  Fotografou para organizações como Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e ONU Mulheres e diversos movimentos sociais. Atualmente, fotografa para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos em Washington, EUA e é membro do coletivo fotográfico Farpa.

Suas fotografias possuem característica de caráter documental, onde ele sobrepõe um olhar sensível e parafraseando Sontag, atribui importância aos registros sociais no qual compromete retratar.

Confira abaixo, uma seleção de imagens do trabalho documental de Erick Dau. Os registros são seleções de fotografias retiradas de seu site e do instagram. As legendas que acompanham são compostas por pequenos textos que direcionam ou retratam geograficamente a zona de conflito registrada por ele. 

Três homens Bolivianos, com roupas tipicas
Indígenas da Nación Qhara Qhara, da Bolívia, que nesse momento marcham em direção a La Paz, lutando pela restituição de seus territórios ancestrais.

Senhora Colombiana, posa para foto, ela tem a pele enrugada e cabelos grisalhos amarrados.
Wayuu

Mexicano carrega uma tocha e caminha pela rua
Día de Muertos – Oaxaca, México

No meio da rua, jovem aparace no centro carregando uma bandeira, ele também carrega uma mochila nas costas. Mais a sua frente, uma multidão de manifestantes.
A população na rua pra barrar a PEC, e a PM pra defender. Fora PEC, fora Temer.

Bombeiro apaga incêndio no ônibus
Cinelândia, depois de algum protesto, em 2014

Senhor aparece sentado em uma cadeira na calçada, a sua frente um batalhão de soldados marcham, eles aparecem borrados.
Dia da independência

Senhor caminha pela rua, atrás em uma porta, está um homem deitado na rua.
Na Lapa também tem democracia

Tá achando difícil? Imagina estar em uma solitária num presídio no Chile.

Menino parado atras de uma brasília,vendendo laticinios.
Na Lapa também tem laticínios

E aí, nos conte suas impressões sobre o #galeria de hoje aqui no blog. Assine também nossa newsletter. 


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Luzes e Sombras

A sombras podem ser apenas a consequência da existência da luz, podem ser um problema quando escurecem a fotografia ou podem ser o seu tema principal.
Coluna

A sombras podem ser apenas a consequência da existência da luz, podem ser um problema quando escurecem a fotografia ou podem ser o seu tema principal.
Coluna
Brassaï – Paris de Nuit (Paris à Noite)
Descrição: Fotografia de uma coluna de concreto encostada a um muro, onde sua sombra se reflete.
A mera existência de uma fotografia implica na existência de luz. Até em seu nome ela está presente, já que segundo o Dicionário Etimológico “fotografia” vem do grego “phosgraphein” que significa “registrar luz”. Sendo a luz a base da fotografia, é evidente a importância de planejar a iluminação, como a posição, a qualidade e a cor da luz. Não parece ser tão notória, porém, a relevância das sombras dentro dessa relação. A sombra é literalmente uma região de ausência de luz e, se vamos nos atentar para a posição da iluminação ou para clarear certas regiões escurecidas, porque não aproveitar para manipular as sombras como um complemento da luz na fotografia?
A sombra pode ser um problema quando escurece o motivo ou pode estar na imagem como um mero resquício da luz, ou seja, uma particularidade que não se pode evitar. Por isso, falaremos apenas da sombra como um detalhe premeditado ou como o tema principal da fotografia, isto é, a sombra como parte da composição. É o caso das fotografias surrealistas de Brassaï, fotógrafo húngaro conhecido por retratar Paris, em seu livro Paris à Noite. O ensaio não é apenas um registro histórico da arquitetura da cidade e dos seus hábitos noturnos, mas uma revolução artística no modo de produzir fotografias, ao passo que fotografava à noite sem luz externa. Ele sempre carregava consigo suas fotografias para provar que era possível fotografar à noite. Em “Paris de Nuit” as sombras não são a consequência da luz, mas o que permite que a luz se destaque, com seus cenários de escuridão em que postes e faróis projetam uma aura em torno das noites de Paris.
Rua
Brassaï – Paris de Nuit
Descrição: Fotografia de uma rua sinuosa com árvores e postes. O chão está molhado.
As luzes e as sombras se tornam, neste caso, ora um realçador das formas das ruas e da arquitetura, assim como da vida noturna, ou seja, o que caracteriza as fotografias como surrealistas, ora o próprio tema da fotografia, o que descreve a sensação de estar em uma rua parisiense no século XX. Observe como na fotografia acima as sombras nos espaços entre os ladrilhos coloca a sua forma em destaque e como a variação de luz e sombra transparece a textura de chão molhado. Isso acontece porque a sombra é um indício de luz e, de certa forma, também é um indício da presença do objeto, podendo, portanto, sinalizar a continuação deste em um ponto cego da fotografia ou exibir o formato de um objeto fora da composição, como na fotografia do início do post. Desta forma, as sombras oferecem mais informações sobre o que está sendo fotografado do que a própria coisa.
Calçada
Brassaï – Paris de Nuit
Descrição: Fotografia de uma calçada onde, ao lado direito, árvores seguem a sua extensão e, ao lado esquerdo, há um muro em que as sombras das árvores se projetam.
As sombras de pessoas e objetos podem ser transformadas em guias visuais, como linhas que guiam o olhar do leitor pela ação, ou retratar o ambiente de forma espelhada, conceito parecido com a fotografia de reflexos, criando um mundo alternativo, que pode ser simétrico ou não e fiel ou não ao mundo real. É o exemplo acima das sombras das árvores no muro. É como se houvesse árvores dos dois lados, sendo um lado o real e o outro um lado de fantasia.
Aliás, as sombras casam bem com a ideia de mistério e podem ser utilizadas para criar esse clima, mas se o objetivo é uma fotografia mais descontraída, as sombras podem ser usadas como caricatura, ou seja criando uma versão burlesca da cenas. Apenas atente-se ao utilizar as sombras em rostos. Em um tema dramático, as sombras podem servir de auxílio, mas tome cuidado ao obscurecer a expressão dos fotografados. Em retratos, por exemplo, o ideal é que os olhos estejam nítidos.
Casal
Brassaï – Paris de Nuit
Descrição: Fotografia de um casal entre uma parede e um poste. Eles se encaram com intimidade e apenas a luz do poste ilumina seus rostos.
Exercite! Fotografe de dia e busque nas sombras o tema de sua fotografia. Depois, fotografe à noite e utilize a luz apenas como complemento para produzir sombras. Compartilhe os resultados nos marcando (@d76_cultfoto) em sua postagem do instagram.

Referências

  • FHOX
  • HEDGECOE, John. O novo manual de fotografia. São Paulo: Senac, 2005.
  • Photo Stories
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The Journey Is The Destination

A foto mostra o personagem principal, um homem caucasiano, olhando diretamente para a frente, com uma câmera nas mãos. Ele se encontra do lado esquerdo da imagem. Do lado direito vemos uma estrada de terra, com um veículo muito utilizado em safáris.

The Journey is the Destination é um filme baseado em uma história real, dirigido por Bronwen Hughes, que conta a história do fotógrafo Dan Eldon.

Do início ao fim, o filme prende nossa atenção de uma forma inexplicável. Não apenas pelo seu roteiro, mas pelo uso da fotografia que o compõem, usando cores de tons fortes e chamativos para destacar algumas cenas mais descontraídas, os tons frios para momentos sérios e a utilização de tons terrosos nas cenas de conflitos, além de espetaculares recortes e ângulos.

Cartaz de divulgação do filme

Descrição: A foto mostra o personagem principal, um homem caucasiano, olhando diretamente para a frente, com uma câmera nas mãos. Ele se encontra do lado esquerdo da imagem. Do lado direito vemos uma estrada de terra, com um veículo muito utilizado em safáris.

The Journey is the Destination é um filme baseado em uma história real, dirigido por Bronwen Hughes, lançado em 2016, que conta a história do fotógrafo Dan Eldon. Está disponível na plataforma Netflix, mas pode ser encontrado facilmente de forma gratuita na internet.

Nascido em Londres em 1970, com sua família, mudou-se para o Quênia, na África oriental, em 1977. Embora sua vida tenha sido curta, pois tinha apenas 22 anos quando foi perseguido e morto por uma multidão enfurecida na Somália, Eldon era um dos mais jovens fotógrafos do Continente Africano. Seu trabalho jornalístico, publicado na Revista Time, mostrava apenas uma pequena parte de todo seu talento. Destacou-se também como artista em suas colagens, que combinavam suas fotografias de toda África com tintas, imagens da cultura pop, anúncios e documentos oficiais.

O filme inicia-se com Eldon em uma beira de estrada pedindo carona. Ao ver que não conseguiria uma, o personagem senta-se na beira da estrada e continua escrevendo em seu álbum de fotografias e colagens, que possui o mesmo título do filme. Já no início podemos ver Dan Eldon fazendo uma das coisas que mais amava, que era fotografar pessoas do continente africano em suas diferentes culturas.

Cena do Filme

Descrição: O personagem principal se encontra no centro da imagem, apontando com seu braço direito para algo que está a sua frente. Atrás dele vemos várias crianças negras, e ao fundo já desfocado, adultos.

Após as cenas iniciais, o filme volta alguns meses antes, na formatura de Dan Elton. Logo após, juntamente com amigos, o personagem sai em um safari. Lá, ele começa a fotografar, e logo surge um dos primeiros conflitos em que deu cobertura. Logo após, podemos ver seu trabalho como designer gráfico para a Revista Mademoiselle. Centenas de pessoas morriam todos os dias na Somália, mas isso não era registrado na mídia internacional. Foi aí que a aventura de nosso personagem principal inicia-se. Eldon estava disposto a tentar se destacar como um jovem fotógrafo, registrando todo o conflito da Somália e mostrando ao mundo através de seu trabalho, toda fome que assolava o país. Juntamente com o trabalho na revista, o personagem vive seus anos com grande paixão liderando uma missão de ajuda humanitária, sendo muito bem retratada no filme.

Ao final do filme, vemos as cenas de acontecimentos que levaram o fotógrafo a sua trágica e inesperada morte, aos 22 anos.

Cena do Filme

Descrição: o personagem principal se encontra no centro da imagem, olhando fixamente para a frente, segurando a câmera com a mão direita. O fundo da imagem se encontra desfocado, em um tom amarelo terroso.

Assistindo o filme, percebi que houve uma tentativa muito realista de mostrar todo o acontecimento, com imagens até mesmo muito pesadas de conflitos, com corpos mutilados, introdução de cenas reais das imagens de pessoas desnutridas passando fome. Não é um tipo de filme que você deva assistir como apenas um passatempo. Ele traz variadas reflexões acerca sobre a vida, sobre ter dignidade frente a alguns acontecimentos e sobre essencialmente ser humano com relação aos outros. Nos faz enxergar o outro muito além da sua imagem. Podemos sempre lembrar que o fato que a fotografia pode ajudar outras pessoas, ao expor grandes tragédias, como tornou-se para Dan Eldon um trabalho mais urgente.

Assista o filme e nos diga sua opinião!

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#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quinta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.

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