Robert Mapplethorpe

Robert Mapplethorpe foi um fotógrafo americano que, após ter obras recusadas por galerias e museus, foi alçado à fama sendo cultuado até hoje como um dos artistas mais importantes – e polêmicos – de sua geração.

Robert Mapplethorpe foi um fotógrafo americano que, após ter obras recusadas por galerias e museus, foi alçado à fama sendo cultuado até hoje como um dos artistas mais importantes – e polêmicos – de sua geração. Criador de uma obra marcada pelo erotismo, levou aos olhos do público a cena gay sadomasoquista ao mesmo tempo que se descobriu sexualmente. Companheiro de longa data da cantora e poetisa Patti Smith, produziu arte junto a ela, como a icônica capa do disco Horses, e viveu com ela a cena punk que emergia na Nova York na década de 1970, incluindo encontros com figurões do meio artístico como Andy Warhol e Allen Ginsberg, noites agitadas em bares como o CBGB e a busca por criatividade e autenticidade em meio ao turbilhão de sexo, drogas e Rock n’ Roll no qual viviam morando juntos no lendário Hotel Chelsea. 

Auto-retrato de Robert Mapplethorpe em que o fotógrafo aparece apenas parcialmente na imagem à direita e com um braço estendido sobre um fundo branco.
Self-Portrait. 1975. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation  

Filho de pais católicos, Mapplethorpe teve uma infância regrada à qual buscou se opor em sua criação artística. “Costumávamos rir de nós mesmos quando crianças, dizendo que eu era uma menina má tentando ser boa e que ele era um bom menino tentando ser mau”. É dessa maneira que Patti Smith define a dualidade que existia entre si e Mapplethorpe no livro de memórias Só Garotos (2010). Pode-se dizer que dois acontecimentos mudaram o curso de sua vida pessoal e artística, quando após experimentar com as artes plásticas ganhou a sua primeira câmera Polaroid, encontrando-se na fotografia, e uma viagem que realizou para San Francisco quando ainda vivia ao lado de Smith, onde viveu experiências que levaram-no a descobrir-se como homossexual.

Mapplethorpe era um grande admirador de escultores como Michelangelo e buscou atingir aquele ideal de beleza em suas fotografias. Assim, algumas de suas fotografias mais famosas são nus masculinos e femininos, embora também tenha fotografado celebridades, crianças e flores, além de diversos auto-retratos. No entanto, são as fotografias que produziu representando o submundo da cultura gay sadomasoquista que se destacam em seu catálogo, sendo muitas tão explícitas que o próprio fotógrafo as considerava pornográficas. Devido ao teor de tais imagens, muitos museus e galerias se recusaram a exibi-las e quando o faziam, as expunham de forma reservada. Para contornar essa situação, contou com o apoio de um colecionador de arte chamado Sam Wagstaff, que também foi seu parceiro romântico e desempenhou uma grande influência na inserção de Mapplethorpe no mundo das artes.

Autorretrato de Robert Mapplethorpe onde ele aparece com uma corda amarrada ao seu tronco nu, como se ela o pendurasse. Suas mãos estão algemadas a uma corrente junto à corda, mantendo seus braços erguidos acima da cabeça e os olhos estão vendados. A boca levemente aberta pode ser um indício de prazer.
Untitled (Bondage). 1973. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation.
Autorretrato de Robert Mapplethorpe mostrando-o sentado semi-nu sobre um grosso tecido branco. Com a cabeça voltada para baixo e olhar distante, sua única vestimenta parece ser um tipo de colant preto com uma grande fenda revelando a maior parte de seu peito e barriga, estendendo-se até a púbis e cobrindo apenas os órgãos genitais.
Untitled (Self Portrait). 1973. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation.
Autorretrato de Robert Mapplethorpe mostrando-o com um braço erguido segurando um cabo elétrico. Apenas cabeça, ombro e braço direito são vistos, ocupando sobretudo a parte inferior da imagem. A cabeça e olhar de Mapplethorpe estão voltados para o lado direito. O fundo é formado por uma parede de tijolos cobertos por massa branca.
Self Portrait. 1974. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation.
O retrato mostra a cantora e poetisa Patti Smith, companheira de Robert Mapplethorpe durante anos, de pé diante de uma parede branca onde projeta-se um sutil triângulo de luz. Smith encara a câmera com semblante sóbrio. Traz a mão direita ao peito e a esquerda segura o paletó preto jogado por cima do ombro esquerdo.  Sua vestimenta,  camisa branca, calça preta e gravata preta desatada, assim como o corte de cabelo desgrenhado resultam em um visual andrógino. Trata-se da foto de capa do álbum Horses, o primeiro da carreira de Smith. O minúsculo cavalo prateado que enfeita o paletó faz referência ao nome do disco, uma vez que Horses significa cavalo em inglês.
Patti Smith (Horses cover). 1975. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation
A cantora e poetisa Patti Smith é vista sentada nua em um chão de madeira, com o corpo magro virado para o lado esquerdo, em frente à uma janela, porém com a cabeça e olhar voltados para a câmera. Seus joelhos dobrados de forma que as pernas cobrem os seios e as mãos segurando barras de metal à sua frente.
Patti Smith. 1976. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation
A foto mostra um homem ajoelhado em uma sala de aspecto sujo e escuro, segurando-se a uma escada à sua frente, com um quadrado de luz iluminado-o. O homem está sem camisa, usa calça, botas e luvas de couro e sua cabeça totalmente coberta por uma máscara do mesmo material. Tais vestimentas são comumente usadas em práticas sexuais sadomasoquistas.
Jim, Sausalito. 1977. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation
Autorretrato de Robert Mapplethorpe. Usando jaqueta de couro, Mapplethorpe encara a câmera com expressão sóbria. Apenas o busto é visível, com parte do rosto iluminado em contraste com um fundo preto.
Self Portrait. 1980. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation
Autorretrato de Robert Mapplethorpe. Em contraste com o autorretrato anterior, nesta imagem Mapplethorpe aparece travestido, usando maquiagem e um casaco de pelos de estilo feminino. Semelhantemente a foto anterior, apenas o busto é visível, com uma luz sobre o rosto e fundo preto.
Self Portrait. 1980. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation
Nesta fotografia, o modelo aparece de costas para câmera em frente a um fundo preto. Traja uma jaqueta preta com diversos dizeres que lembram o estilo punk que estava em alta na época.
Nick Marden. 1980. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation
Retrato do busto de Iggy Pop, cantor e musicista de grande influência na cena musical alternativa das décadas de 70 e 80. Conhecido por seu estilo e comportamento irreverente, aparece na fotografia de espanto ou surpresa, com os olhos arregaladas e boca um pouco aberta, sendo visíveis seus dentes desalinhados e linhas de expressão. O fundo, como na maior parte das fotografias de Mapplethorpe, é nulo.
Iggy Pop. 1981. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation
Autorretrato de Robert Mapplethorpe em que ele aparece apenas da cintura para cima usando um sobretudo preto de couro e luvas do mesmo material, empunhando uma espingarda. Seu olhar e expressão faciais são sérios. Ao fundo, há uma estrela de cinco pontas posicionada como o pentagrama satânico.
Self Portrait. 1983. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation
Retrato do tronco do corpo de um homem negro. Há uma toalha amarrada à cintura e é notável a musculatura do modelo.
Derrick Cross. 1983. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation
Retrato da cantora Grace Jones, famosa nas décadas de 70 e 80. Na imagem, Jones aparece com o corpo pintado com tinta branca formando desenhos tribais, usando um chapéu ritualísticos e espirais que formam cones cobrindo os seios. Seus braços estão erguidos com as palmas das mãos abertas à altura da cabeça.
Grace Jones. 1984. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation
Retrato de dois modelos masculinos, sendo um negro e um branco. Ambos são carecas e estão sem camisa, dando destaque para a cor da pele de ambos, sendo possível notar o forte contraste entre elas. São mostrados apenas à altura do busto,  voltados para o lado esquerdo. O negro está com os olhos fechados e o branco, encaixado logo atrás com a cabeça por cima do ombro do primeiro, está com os olhos abertos.
Ken Moody and Robert Sherman. 1984. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation
Retrato de um casal homossexual masculino. Ambos usam coroas em suas cabeças. O casal parece estar dançando romanticamente, abraçados, com um dos rapazes descansando a cabeça no ombro do parceiro, e braços estendidos com as mãos dadas em direção ao fundo preto.
Two Men Dancing. 1984. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation
Autorretrato de Robert Mapplethorpe onde é o seu busto é visto sobre um fundo preto. Seu rosto e seu olhar estão voltados para a esquerda. O tempo de exposição da lente registrou o movimento da cabeça, criando um vulto fantasmagórico na imagem.
Self portrait. 1985. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation.
Auto Retrato do busto de Robert Mapplethorpe. Ele está levemente voltado para o lado direito, iluminado por uma luz forte em contraste com um fundo preto. Seu olhar e expressão facial são sérios, até mesmo intimidadores e em sua cabeça há chifres demoníacos.
Self Portrait. 1985. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation.
Retrato de um homem negro dentro de uma forma cilíndrica. Seu corpo está completamente nu e sua pose, em pé e com as costas e cabeça inclinadas fazem com que seu rosto esconda-se entre os joelhos. As mãos tocam as paredes, estando o braço direito baixo acompanhando a inclinação na qual se encontra enquanto o braço esquerdo inclina-se opostamente, acima da cabeça.
Thomas. 1987. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation
Autorretrato de Robert Mapplethorpe. Vestido com roupas pretas, seu corpo e o fundo parecem fundir-se, havendo apenas dois pontos de visão na imagem, a mão direita, que segura um cajado com uma pequena caveira na extremidade e sua cabeça, que parece flutuar em meio a escuridão encarando a câmera. Na época de criação desta imagem, Mapplethorpe já se encontrava infectado pelo vírus HIV, tendo falecido no ano seguinte por complicações em decorrência da AIDS.
Self Portrait. 1988. © Robert Mapplethorpe/ Robert Mapplethorpe Foundation

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Referências: 

SMITH, Patti. Só Garotos. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

ROIZMAN, Ilene. Robert Mapplethorpe’s Photography: BDSM and Beyond. In: Scene 360. 2016. Disponível em: <https://scene360.com/art/91031/robert-mapplethorpe/> Acesso em: 09 de Abr. de 2020

ARN, Jackson. Why Mapplethorpe’s Photographs Remain Subversive , Even without the Shock Value. In:  Artsy. 2019. Disponível em: <https://www.artsy.net/article/artsy-editorial-mapplethorpes-photographs-remain-subversive-shock-value> Acesso em 05 de Abr. de 2020

Links: 

Fotografia Noturna

 
 A fotografia noturna é, como diz o nome, a fotografia feita a noite. Registrar uma imagem feita a noite pode ser um desafio, porque demanda tempo e paciência.

A fotografia noturna é, como o nome diz, a fotografia feita a noite. Registrar imagens a noite pode ser um desafio. Se a foto for feita ao ar livre, o fotógrafo tem que se programar para sair tarde da noite, ou antes do sol nascer. Por causa do seu processo, pode demandar bastante tempo e, com isso, paciência.

Foto da ponte Golden State, nos Estados Unidos, a noite, com as luzes acessas
Golden Gate Bridge, 2007, Andy Frazer

 O que ocorre devido a baixa intensidade de iluminação é que muitos fotógrafos recorrem a longas exposições. Outras opções seriam aumentar o ISO, o que costuma fazer com que apareçam ruídos na imagem, ou aumentar a abertura do diafragma, mas existe um limite máximo para essa abertura, que nem sempre é o suficiente para a foto, e tem como consequência a diminuição da profundidade do campo da imagem.

Com a utilização dessas diversas técnicas de fotografia, podemos perceber diferentes resultados e efeitos nas fotos feitas a noite, como por exemplo o efeito Starburst (luzes estreladas). Quando tiramos uma foto com uma abertura pequena do diafragma a luz tem um espaço pequeno para passar, fazendo a mesma irradiar, nos trazendo esse efeito.

 
Um farol, a noite, com sua luz acessa, e algumas pessoas olhando para ele
Pigeon Point Anniversary Lighting, 2006, Andy Frazer
 

Outro efeito que pode ser feito é o Light Trails (caminho de luzes), que ocorre quando a velocidade do obturador é bem lenta, fazendo com que todo movimento de luz que aconteça enquanto ele estiver aberto, seja capturado, nos dando esse caminho feito pela luz.

 
A imagem mostra uma ponte, a noite, com borrões dos faróis dos carros que passaram lá
Golden Gate Fog, 2007, Andy Frazer

Andy Frazer é um fotógrafo de Boston – Massachusetts, que tem como interesse primário a fotografia noturna e tem também alguns projetos de fotografia de rua. Diz se inspirar nas fotos de David Plowden, Richard Avedon, Michael Kenna e entre outros.

Agora é com você, o que acha de testar a fotografia noturna? Compartilhe sua foto usando a hashtag #fotografetododia ou marque nosso perfil no instagram @d76_cultfoto para vermos o resultado.

Links, Referências e Créditos

  • https://www.youtube.com/watch?v=iWtN36b0gxs
  • https://www.flickr.com/people/thelordofthemanor/

Como citar essa postagem

COSTA, Clara. #fotografetododia – Fotografia Noturna. Cultura Fotográfica. Publicado em: 8 de jun. de 2020. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/fotografetododia-fotografia-noturna/. Acessado em: [informar data].

SHOT! O mantra psico-espiritual do rock

Documentário aborda a carreira do fotógrafo Mick Rock, conhecido como “o homem que fotografou os anos setenta”, e sua importância para a construção imagética do rock daquela década.

O documentário de 2016 foi dirigido pelo estreante Barney Clay que até então só havia dirigido videoclipes de bandas e comerciais. A partir de entrevistas com o próprio Mick Rock e análise de fotografias e gravações de seu acervo, o longa mostra como a fotografia pode ser usada para capturar o espírito de uma época.
Montagem mostrando estrelas do rock, o fotógrafo retratado no documentário e o título do filme.
Pôster de divulgação do documentário – Barney Clay
As fotos de Mick Rock contribuíram para a formação do imaginário sobre o que é o rock, como por exemplo o visual glamouroso e andrógino. O documentário explora histórias por trás dessas fotografias, como a parceria do fotógrafo com os artistas, o método de iniciar sessões e as influências por trás de alguns ensaios. Um dos exemplos mostrados é da capa do segundo álbum da banda Queen, inspirado por uma foto da atriz Marlene Dietrich.
Quatro homens com roupas pretas em um fundo escuro com uma forte luz iluminando-os de cima.
Capa do álbum Queen II da banda Queen – Mick Rock
Para os fãs de artistas do rock dos anos setenta o documentário é um prato cheio. Mick Rock conta diversos “casos” de sua convivência próxima com os fotografados, como por exemplo o fato de que David Bowie no início da carreira andava cercado por guarda-costas não por necessidade, mas pelo visual de estrela do rock. 
Estas curiosidades com as entrevistas e o material de arquivo do fotógrafo tornam o longa muito divertido de acompanhar. Ao contrário do que muitos pensam, os documentários não precisam ser formais e sérios. SHOT! O Mantra Psico-espiritual do Rock consegue ser engraçado e ágil, na mesma medida em que nos faz refletir sobre como a fotografia faz parte da nossa construção imagética da realidade.
Para assistir o documentário na Netflix acesse o link a seguir: https://www.netflix.com/br/title/80168033 
Links e Referências

Farzana Wahidy

Farzana Wahidy, Afeganistão, 1984, cresceu sob a repressão do talibã e hoje é uma das pioneiras no fotojornalismo internacional no Afeganistão.

Farzana Wahidy, Afeganistão, 1984, cresceu sob a repressão do talibã e hoje é uma das pioneiras no fotojornalismo internacional no Afeganistão.

Fotografia de um bebê de bruços, olhando para a frente, atento. O bebê está usando uma blusa cinza com glitter. Sua mão está enfeitada com uma pulseira feita de miçangas coloridas que vai do pulso aos dedos. Em sua cabeça há uma touca azul enfeitada com pompoms coloridos.
Farzana Wahidy – Série “Afghanistan Single Images”.

Farzana Wahidy é uma mulher afegã. Isso diz muito sobre sua arte. Ter crescido durante o regime talibã lhe inspirou a começar a fotografar, como declarou em entrevista ao Open Society Foundation: “Foi durante o Talibã, que foi o tempo mais difícil para as mulheres, não era permitido que elas fossem à escola, ou trabalhassem, ou até mesmo apenas saíssem de casa, todas essas coisas estavam acontecendo ao meu redor naquela época, então a fotografia se tornou uma maneira para eu compartilhar essas histórias e me expressar”.

Quando o talibã caiu no Afeganistão, ela terminou o ensino médio e ingressou em um curso de fotografia. Em 2004, já era a primeira fotojornalista afegã a trabalhar para agências internacionais e, em 2007, ganhou uma bolsa para estudar fotojornalismo no Canadá. Suas fotos já foram publicadas no The Guardian, Sunday Times, Le Monde, entre outros jornais pelo mundo. Em 2012, o grupo MOBY a declarou uma das 100 mulheres afegãs mais bem sucedidas no Afeganistão.


Farzana luta para apresentar seu país e a situação das mulheres afegãs para o resto do mundo. Entre o seus ensaios mais populares estão “Burqa”, que mostra o cotidiano das mulheres utilizando a peça, e “Women of Afghanistan” (Mulheres do Afeganistão), que alerta para a violência de gênero no país e a relação das mulheres com o trabalho, com o casamento e com os padrões de beleza. Como ela declarou para a Smithsonian Magazine: “Eu acho que a fotografia é uma linguagem internacional e todo mundo pode lê-la. Eu a amo porque eu encontrei uma maneira de expressar meus sentimentos e de compartilhar as histórias e problemas que estão acontecendo no meu país para outras pessoas no mundo”.


Veja algumas das suas fotografias:

Fotografia de duas mulheres usando burcas azuis. Elas estão de frente uma para outra. A da esquerda tem a mão erguida e parece estar falando. Atrás delas estão penduradas outras burcas azuis, idênticas as delas, indicando se tratar de uma loja da peça de vestuário.
Farzana Wahidy – Série “Burqa”

Fotografias de mulheres de burca, enfileiradas de costas a uma parede diagonal do lado direito. A segunda mulher, de frente para trás, segura um bebê que veste um casaco vinho. O bebê brinca com a burca da mulher, na parte em que os olhos ficam cobertos..
Farzana Wahidy – Série “Burqa”
Fotografia de uma mulher e um homem em uma casa. As paredes da casa estão manchadas e  descascando. O chão não tem piso. A mulher está agachada na cômodo onde a fotografia foi tirada, lavando louça em uma tigela. Ela usa véu apenas no cabelo. O homem está em cômodo ao fundo. Não é possível saber o que está fazendo, mas também está agachado.
Farzana Wahidy – Série “Women of Afghanistan”
Fotografia de mãos femininas sobre o colo. As mãos estão abertas com as palmas viradas para cima e parecem pertencer a uma idosa. Há queimaduras por toda a mãos.
Farzana Wahidy – Série “Women of Afghanistan”
Fotografia de três mulheres utilizando roupas pretas e véu islâmico branco. Elas estão andando em direção à frente da imagem e  tentam segurar seus véus enquanto passam por uma tempestade de vento.
Farzana Wahidy – Série “Women of Afghanistan”

Diagonais

O uso de linhas diagonais na fotografia pode ajudar a incrementar suas fotos, tornando-as visualmente mais chamativas. Para saber mais, confira o post! 

As linhas diagonais podem ser percebidas em diversos elementos paisagísticos como ruas, declives, árvores tombadas e até mesmo em poses de pessoas. Elas ajudam a criar uma sensação de movimento na foto, conduzindo o olhar do leitor de um canto a outro na fotografia, ajudando por exemplo a destacar um objeto que não está centralizado. 
Um carro posicionado na diagonal em uma rua com prédios, como se viesse para frente
Tatewaki Nio – Foto da série Neo-andina
Na foto acima por exemplo, as diagonais formadas pela rua reforçam a ilusão que o carro se movimenta do fundo da foto para frente e da direita para a esquerda. O fato das linhas irem se aproximando no horizonte cria profundidade e tridimensionalidade, necessárias para uma paisagem realista.
Tatewaki Nio é um fotógrafo japonês radicado em São Paulo, e a maior parte de seu trabalho envolve fotografias de paisagens urbanas com o uso de linhas diagonais de ruas e prédios. As fotos escolhidas para esse post são da série Neo-andina.
Vários carros e prédios posicionados em uma curva, em diferentes posições de forma a criar ilusão de movimento da curva.
Tatewaki Nio – Foto da série Neo-andina
Na fotografia acima, as linhas diagonais presentes nos carros, nas ruas e nos prédios, criam a sensação de movimento da curva, fazendo com que percebamos que os carros estão se movimentando do fundo para a frente da foto.
Observe as linhas de paisagens e poses, e as utilize a seu favor, para criar fotos interessantes, com movimento e profundidade de campo. Publique em nosso grupo no facebook.
Links, Referências e Créditos
Livro “O Novo Manual da Fotografia” de John Hedgecoe

Sebastião Salgado

 
 Sebastião Salgado é um renomado fotógrafo brasileiro que retrata em suas fotografias as pessoas que se encontram à margem da sociedade, e as diversas causas ambientais que apoia.

Sebastião Ribeiro Salgado nasceu em Aimorés, Minas Gerais, no dia 8 de fevereiro de 1944. Graduou-se em Economia, em Vitória, Espírito Santo, e fez pós-graduação na USP. Trabalhou como economista por alguns anos e, devido às perseguições da ditadura civil militar, se auto exilou em Paris.

Retrato de Sebastião Salgado em preto e branco
Autor desconhecido – Sebastião Salgado

 Em Paris, completou seu doutorado em economia e, entre 1971 e 1973, trabalhou para a Organização Internacional do Café, em Londres. Durante uma viagem para a África, realizou sua primeira sessão de fotos, com uma câmera emprestada pela esposa, Léila Wanick Salgado, e assim se encantou pela fotografia. A partir de 1974, volta a morar em Paris e trabalha como fotojornalista independente para agências como Sygma, Gamma e Magnum.

Em 30 de março de 1981, estava em Washington, Estados Unidos, capturando imagens para uma matéria que seria lançada pelo New York Times. Enquanto esperava a saída do presidente Ronald Reagan na porta do hotel, viu antes que seus colegas que John Hinckley Jr. erguera uma arma. Salgado realizou as melhores imagens do atentado contra o presidente norte-americano. Essas imagens rodaram o mundo, fazendo com que ele conseguisse atingir a independência financeira para investir em seus projetos.

Temos um homem de terno preto puxando sua arma, dois outros de terno cinza com as armas para cima, dois homens no chão, dois agachados e um bombeiro se aproximando
Segundos após tentativa de assassinato de Ronald Reagan, 1981, Sebastião Salgado
Em 1994, junto com a esposa, Léila, funda a agência de imprensa fotográfica, Amazonas images. Viaja por todo o Brasil e por mais de 100 países para vários projetos fotográficos.

Segue alguns dos trabalhos do Salgado:

Foto em preto e branco de uma pessoa, com roupas de proteção, perto de um vulcão em erupção
Kuwait, 1991, Sebastião Salgado
 
Imagem em preto e branco, mostra várias pessoas trabalhando, e um homem encostado em um poste de madeira olhando para o lado
Serra Pelada (Man against Post), 1986, Sebastião Salgado
 
Foto em preto e branco, mostra uma estação de trem, com dois trens, e a imagem borrada de várias pessoas andando por lá
Estação de trem lotada em Bombaim, 1995, Sebastião Salgado
 
Imagem em preto e branco, mostra no centro dois filhotes de elefante-marinho-do-sul, e atrás deles, vários pinguins
Filhotes de elefante-marinho-do-sul, 2009, Sebastião Salgado

#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

 

Links, Referências e Créditos

  • http://galeriamariocohen.com.br/?page_id=22657
  • https://br.blastingnews.com/cultura/2016/02/o-atentado-que-mudou-a-vida-profissional-de-sebastiao-salgado-00776045.html
  • http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa2597/sebastiao-salgado

Como citar essa postagem

COSTA, Clara. Sebastião Salgado. Cultura Fotográfica. Publicado em: 27 de mai. de 2020. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/galeria-sebastiao-salgado/. Acessado em: [informar data].

A Técnica da Múltipla exposição

A Técnica de Múltipla exposição consiste em sobrepor uma ou mais imagens a outra tendo como resultado apenas uma fotografia, ela pode ser utilizada para fotografar a mesma pessoa ou objeto várias vezes em uma única fotografia, misturar texturas, como por exemplo mesclar o rosto de alguém com as folhas de uma árvore ou até mesmo fazer uma sobreposição de vária imagens diferentes e no final ter uma fotografia abstrata.

A Técnica da Múltipla Exposição vem desde as câmeras analógicas e é excelente para a composição de fotos com temática surrealista.

A Técnica de Múltipla exposição consiste em sobrepor uma ou mais imagens a outra tendo como resultado apenas uma fotografia, ela pode ser utilizada para fotografar a mesma pessoa ou objeto várias vezes em uma única fotografia, misturar texturas, como por exemplo mesclar o rosto de alguém com as folhas de uma árvore ou até mesmo fazer uma sobreposição de vária imagens diferentes e no final ter uma fotografia abstrata.

O Galope de um Cavalo
Étienne Jules Marey; O Galope de um Cavalo

Essa técnica pode ser feita em câmeras analógicas ou digitais, em softwares de edição e em laboratórios fotoquímicos. Nas câmeras analógicas é necessário impedir que o filme avance. Para isso, você pode usar um mecanismo de trava ou, caso sua câmera não venha equipada com ele, pressione o botão de rebobinar o filme.

A primeira coisa necessária é saber que quanto mais clara for a fotografia menos ela vai ser sobreposta, por isso tenha muita atenção na exposição  e fotografe um pouco mais claro que da vez anterior, tendo em mente onde estão as partes mais escuras.

Nas câmeras digitais, é preciso utilizar o modo exposição múltipla, que permite utilizar uma fotografia existente na memória do aparelho para servir como base sobre a qual serão sobrepostas uma ou mais tomadas. Importante destacar que, em razão de as câmeras digitais apenas emularem a técnica, não é necessário que o usuário se preocupe tanto com a superexposição da imagem final.

Outro efeito  possível com essa técnica é o da duplicação de objetos ou pessoas, isso foi utilizado muito pelo biólogo francês Étienne Jules Marey  que produziu estudos sobre a movimentação dos seres humanos e de outros animais. Para isso, ele desenvolveu algumas técnicas de múltipla exposição, chegando até a inventar uma aparelho, ao qual deu o nome de fuzil cronofotográfico, que era capaz de tirar várias fotografias muito rapidamente, com a mesma pose de um filme.

Fuzil Cronofotográfico de Étienne Jules Marey
O Vôo do Pelicano 1882
Étienne Jules Marey; O Vôo do Pelicano 1882

A imagem acima foi com o fuzil cronofotográfico  A ideia dessa foto é analisar como um pelicano bate as asas ao voar. O fundo é preto para que a imagem do pelicano fique nítida. O fuzil cronofotográfico tirou pelo menos oito fotos em um período muito curto de tempo, tornando possível ver com precisão os movimentos do pássaro.

Agora é sua vez de entrar em ação! Pegue sua câmera e tente pôr em prática o que você aprendeu aqui, lembrando que qualquer dúvida é só perguntar no nosso grupo do Facebook.

Eustáquio Neves

 Eustáquio Neves é um fotógrafo brasileiro que ao longo de 30 anos produziu obras étnico-culturais icônicas, utilizando técnicas de sobreposição de imagem. 

Fotografia construída. Figura de uma mulher, deitada de lado, em uma superfície clara, há uma bandeja de prata e um cacho de uva em cima. Cachos de  uvas espalhados no lençol que ela se deleita. O lençol parece  transpassar à imagem. Há uso de palavras, e fragmentos abstratos na imagem.
Vênus II, 1993, Eustáquio Neves

No dia 10 de fevereiro de 1955, em Juatuba, Minas Gerais, nasceu José Eustáquio Neves de Paula. Fotógrafo autodidata e artista multimídia. Formou-se em Química Industrial pela Escola Politécnica de Minas Gerais, em 1980. Logo após, mudou-se para Goiás, e exerceu a profissão até meados de 1984. Um ano depois, sua paixão pela fotografia toma fôlego e à partir desta época, passou a se dedicar exclusivamente à fotografia  de caráter étnico-cultural.
Com uma carga de experiências advindas da química, e criatividade, Eustáquio cria uma linguagem ousada para os temas que focaliza. Resgata elementos e técnicas do precursor da fotografia criativa Valério Vieira e compõe realidades à partir de fragmentos, utilizando-se da fotomontagem. Nos últimos 30 anos, compôs obras icônicas, tendo como base experimentos feitos com negativos no momento das ampliações fotográficas. Conquistou em sua carreira nove prêmios, com destaque para o 7º Prêmio Marc Ferrez de Fotografia 1994), o Prêmio Nacional de Fotografia do Ministério da Cultura e Funarte (1997) e o Prêmio Especial Porto Seguro de Fotografia (2004). Em 1999, foi prestigiado com a Residência na Gasworks Studios and Triangle Arts Trust, com apoio da Autograph (Associação dos Fotógrafos Negros) em Londres. Realizou mais de 30 exposições individuais em diversas cidades brasileiras, nos EUA, Cuba, Mali , França, Moçambique e na Finlândia, e participou de mais de 40 exposições coletivas, destacando-se sua participação na Coleção Pirelli/MASP de Fotografia (1996), na 6º Bienal de Havana (1997) e na Bienal de São Paulo/Valência (2007). 
Dono de um currículo extenso, Eustáquio Neves configura-se como um fotógrafo ímpar que rompe com o padrão convencional da fotografia. Ele nos convida à uma viagem construída por fragmentos visuais diante do seu olhar subjetivo sobre sua vivência e percepção de mundo a partir da imagem. Atualmente, ele vive e trabalha em Diamantina – MG.
Confira algumas de suas produções!


Fotografia construída. Figura da deusa Vênus (Afrodite), nua, no centro da imagem, em um gesto pudico, sua mão esquerda cobre sua parte íntima. A mão direita está dobrada para trás das costas. Ao seu redor, de dentro para fora, a imagem passa de tons claros para escuros. Com fragmentos abstratos.
Vênus I, 1993, Eustáquio Neves

Fotografia construída. Comunidade Negra. Homens e crianças com vestes brancas e chapéus brancos, em pé. No que parece ser uma festa religiosa, há crucifixos pela imagem. Bordas escuras e abstratas na fotografia.
Sem título (série Arturos), Contagem, 1994

Negativo Manipulado. Mulher negra, nua, com a cabeça reclinada. Está posicionada da cintura para cima, no centro da imagem. Em sua volta, palavras, e texturas abstratas.
Sem Título [Série Objetivação do Corpo 1], 1999

Negativo Manipulado. Adolescente negra, encostada em uma parede, com à cabeça reclinada para baixo. Está nua, e segura uma fruta. Dos seios para baixo a imagem é tampada com uma faixa. Ao torno da imagem há fragmentos abstratos e à palavra Feminino escrita, e o símbolo de vênus.
Sem Título [Série Objetivação do Corpo 2], 1999
Fotografia construída. Ambiente externo e noturno. Construção a direita da foto. Na esquerda, à frente de um carro antigo. No fundo da imagem, uma fábrica e casas, uma névoa no céu.
Sem título, Belo Horizonte, MG, 1992
Fotografia construída. Ambiente externo e noturno. Há uma névoa que cobre à imagem. Um poste de sinalização de trânsito reclinado para trás no centro da imagem. Pássaros voando. e à frente de uma moto parada posicionada ao lado direito da imagem.
 Sem título. 1997
O que achou das técnicas fotográficas de Eustáquio Neves? Comente e acesse também nosso conteúdo sobre Fotomontagem para aprender mais sobre a técnica muito utilizada pelo fotógrafo.


Introdução ao Flash

O flash é bastante conhecido e utilizado na produção fotográfica, mas existem muitas dúvidas relacionadas ao seu uso por quem não tem muita intimidade com o acessório.

Já tentou utilizar o flash e não curtiu o resultado? Acredite, isso é bastante comum.

O flash é bastante conhecido e utilizado na produção fotográfica, mas existem muitas dúvidas relacionadas ao seu uso por quem não tem muita intimidade com o acessório. Por este motivo, este artigo dedica-se a esclarecer um pouco as funções do flash e seus modos de uso.

Retrato do ator Otaviano Costa produzido pelo fotógrafo Jorge Bispo. O ator é visto em pé contra um fundo branco, trajando vestimentas no estilo esporte fino. É  visível o uso de flash e o ator, de forma cômica, estende os braços com as mãos abertas em direção à fonte de luz, como se buscasse  proteger-se dela.
Jorge Bispo. Otaviano Costa. 2012.

É bastante comum que o flash seja utilizado em fotos, principalmente durante os momentos de baixa incidência de luz como o amanhecer e o anoitecer e durante a noite, porém os resultados obtidos são muitas vezes decepcionantes, em geral porque deixam o primeiro plano muito destacado do segundo, criando um efeito estranho que diminui ou mesmo anula a percepção de profundidade nas fotos.

O flash é um recurso que pode ser utilizado para um maior controle sobre a luz da cena que será fotografada. Assim, pode ser utilizado tanto quando não há uma disponibilidade de luz satisfatória (mesmo com os ajustes na câmera de diafragma, obturador e ISO), quanto em situações onde apesar de haver luz disponível, ela não se comporta da maneira almejada – como quando há sombras indesejadas ou uma disparidade entre a iluminação do primeiro e segundo plano.

Em geral, fotógrafos não utilizam o flash embutido – aquele que já vem na câmera – e investem em flashes externos (conhecidos também como speedlight). Isso porque o embutido oferece poucas opções de controle ao fotógrafo, enquanto um flash externo pode ser ajustado em diferentes posições difundindo a luz, iluminando partes e ângulos específicos, criando efeitos e podendo ser usado tanto acoplado à câmera quanto de forma externa. Tem também o fato que o flash embutido possui uma luz frontal e dura e é daí que surgem características indesejáveis como um primeiro plano muito estourado e com aspecto bidimensional, perdendo a noção de profundidade.

Para usar o flash externo, que permite um controle maior sobre a luz que será aplicada, é preciso saber que existem as funções TTL e manual. A primeira é uma função automática que irá calcular quanto de luz será necessário para a foto. Já a função manual permite que o flash seja configurado de forma personalizada através dos controles de potência e zoom. Faremos um post só para falar destas duas funções, então fique ligado nas publicações do Cultura Fotográfica para aprender mais sobre o flash, seus usos e possibilidades!

O fotógrafo Jorge Bispo é filho de atores e percebeu que gostava de fotografar após comprar uma câmera para registrar momentos de ensaios e viagens da companhia de teatro da família. Possui diversos trabalhos  que vão de editoriais  e peças publicitárias à retratos de artistas como os atores Otaviano Costa e Rodrigo Santoro, que são utilizadas neste #fotografetododia. Formado em Artes Plásticas pela UFRJ, é reconhecido por imprimir sua personalidade em suas fotografias. Na foto abaixo, é possível observar o uso de flash sem que os planos fiquem excessivamente destacados um do outro.

Retrato do ator Rodrigo Santoro feito pelo fotógrafo Jorge Bispo. Na foto, o ator é visto de corpo inteiro e em pé em uma rua a céu aberto. Usa traje social na cor preta e encara a câmera com o corpo estático. O chão é irregular e há poças de água. Logo atrás do ator, um homem de guarda-chuva passa com um borrões indicando movimento.
Jorge Bispo. Rodrigo Santoro. 2009.

Enquanto o retrato de Otaviano Costa que abre este #fotografetododia é feito em estúdio, com fundo neutro e flash bastante visível e estourado, o retrato de Rodrigo Santoro foi feito em ambiente externo, onde há presença de luz natural. Ainda assim, é visível o uso de iluminação artificial sobre o ator, sobretudo no rosto. É interessante perceber que, mesmo em ambiente externos o flash é bem vindo para que haja uma boa compensação de luz entre os planos. Neste caso, se o flash não tivesse sido utilizado, o rosto do ator teria a mesma luminosidade do restante da foto que é um pouco mais escura uma vez que o dia parece estar nublado, como indicam as poças d’água e o uso de guarda-chuva pelo homem ao fundo. Além disso, ele apareceria borrado assim como o transeunte. Também deve-se notar que a sombra projetada no lado esquerdo do ator indica a posição em que o flash foi disparado. Logo, trata-se de um flash externo, do tipo que permite controle da intensidade da luz e do ângulo desejado.

Como podemos perceber, o flash pode ser um grande aliado na produção fotográfica tanto provendo iluminação extra quanto compensando a iluminação entre planos. Deve-se ter cuidado controlando a intensidade da luz e direcionado bem o ângulo  para que não formem-se sombras ou efeitos indesejados, como a perda de profundidade. Em breve, traremos mais informações sobre o flash! Até a próxima!

Dificuldade: É aqui que o bicho pega. Você vai precisar de uma boa câmera e alguns conhecimentos.

Referências:

MYRRHA, Camilla. Flash TTL x Manual | FOTO DICAS. 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=YEmI_HLdnd8>. Acesso em 06 de Abr. de 2020

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