Farzana Wahidy

Farzana Wahidy, Afeganistão, 1984, cresceu sob a repressão do talibã e hoje é uma das pioneiras no fotojornalismo internacional no Afeganistão.

Farzana Wahidy, Afeganistão, 1984, cresceu sob a repressão do talibã e hoje é uma das pioneiras no fotojornalismo internacional no Afeganistão.

Fotografia de um bebê de bruços, olhando para a frente, atento. O bebê está usando uma blusa cinza com glitter. Sua mão está enfeitada com uma pulseira feita de miçangas coloridas que vai do pulso aos dedos. Em sua cabeça há uma touca azul enfeitada com pompoms coloridos.
Farzana Wahidy – Série “Afghanistan Single Images”.

Farzana Wahidy é uma mulher afegã. Isso diz muito sobre sua arte. Ter crescido durante o regime talibã lhe inspirou a começar a fotografar, como declarou em entrevista ao Open Society Foundation: “Foi durante o Talibã, que foi o tempo mais difícil para as mulheres, não era permitido que elas fossem à escola, ou trabalhassem, ou até mesmo apenas saíssem de casa, todas essas coisas estavam acontecendo ao meu redor naquela época, então a fotografia se tornou uma maneira para eu compartilhar essas histórias e me expressar”.

Quando o talibã caiu no Afeganistão, ela terminou o ensino médio e ingressou em um curso de fotografia. Em 2004, já era a primeira fotojornalista afegã a trabalhar para agências internacionais e, em 2007, ganhou uma bolsa para estudar fotojornalismo no Canadá. Suas fotos já foram publicadas no The Guardian, Sunday Times, Le Monde, entre outros jornais pelo mundo. Em 2012, o grupo MOBY a declarou uma das 100 mulheres afegãs mais bem sucedidas no Afeganistão.


Farzana luta para apresentar seu país e a situação das mulheres afegãs para o resto do mundo. Entre o seus ensaios mais populares estão “Burqa”, que mostra o cotidiano das mulheres utilizando a peça, e “Women of Afghanistan” (Mulheres do Afeganistão), que alerta para a violência de gênero no país e a relação das mulheres com o trabalho, com o casamento e com os padrões de beleza. Como ela declarou para a Smithsonian Magazine: “Eu acho que a fotografia é uma linguagem internacional e todo mundo pode lê-la. Eu a amo porque eu encontrei uma maneira de expressar meus sentimentos e de compartilhar as histórias e problemas que estão acontecendo no meu país para outras pessoas no mundo”.


Veja algumas das suas fotografias:

Fotografia de duas mulheres usando burcas azuis. Elas estão de frente uma para outra. A da esquerda tem a mão erguida e parece estar falando. Atrás delas estão penduradas outras burcas azuis, idênticas as delas, indicando se tratar de uma loja da peça de vestuário.
Farzana Wahidy – Série “Burqa”

Fotografias de mulheres de burca, enfileiradas de costas a uma parede diagonal do lado direito. A segunda mulher, de frente para trás, segura um bebê que veste um casaco vinho. O bebê brinca com a burca da mulher, na parte em que os olhos ficam cobertos..
Farzana Wahidy – Série “Burqa”
Fotografia de uma mulher e um homem em uma casa. As paredes da casa estão manchadas e  descascando. O chão não tem piso. A mulher está agachada na cômodo onde a fotografia foi tirada, lavando louça em uma tigela. Ela usa véu apenas no cabelo. O homem está em cômodo ao fundo. Não é possível saber o que está fazendo, mas também está agachado.
Farzana Wahidy – Série “Women of Afghanistan”
Fotografia de mãos femininas sobre o colo. As mãos estão abertas com as palmas viradas para cima e parecem pertencer a uma idosa. Há queimaduras por toda a mãos.
Farzana Wahidy – Série “Women of Afghanistan”
Fotografia de três mulheres utilizando roupas pretas e véu islâmico branco. Elas estão andando em direção à frente da imagem e  tentam segurar seus véus enquanto passam por uma tempestade de vento.
Farzana Wahidy – Série “Women of Afghanistan”
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