Padrões

 Existem padrões por todo lado e ao fotografar não se deve ignorá-los. Mas, o que são padrões?

 Existem padrões por todo lado e ao fotografar não se deve ignorá-los. Mas, o que são padrões?

German Lorca – New York
Descrição: Fotografia em preto e branco. Varandas e colunas de uma construção se repetem formando um padrão. Na varanda de baixo e do meio há um relógio.

Padrão nada mais é do que toda repetição de um elemento. Pode ser a repetição natural da textura de um objeto, como os espinhos do abacaxi; uma repetição de cor ou de sequência de cores, como as listras na casca de uma melancia; ou uma repetição de formas, como as janelas de um prédio, etc. Pode ser também uma repetição proposital de um objeto comum, fazendo, às vezes, com que ele perca o significado isolado para se transformar em um resultado estético.

German Lorca – Paralelepípedo, 1970
Descrição: Fotografia em preto e branco. Mostra paralelepípedos amontoados.
Outra possibilidade encerrada na composição com padrões é a criação de um cenário composto por repetição de um único elemento que dará a impressão de uma estampa ou gravura.
German Lorca – 062 Coqueiros
Descrição: Fotografia colorida. Mostra uma floresta de coqueiros.
Na fotografia, a presença de um padrão costuma atrair a atenção, podendo ser usado em torno de algo que se deseja enfatizar. Por outro lado, algumas composições optam por enquadrar apenas o padrão e, como nas fotografias em que os padrões são propositalmente arranjados, torna o significado mais abstrato, já que o leitor olhará a combinação como um todo e não os elementos individualmente. Essa construção de homogeneidade favorecida pela repetição de elementos, leva a uma cenário em que para enfatizar um objeto dentro da composição, basta que esse objeto destoe dos demais em cor, forma, tamanho ou simplesmente por ser um objeto diferente dos outros. Na fotografia abaixo, por exemplo, a mulher poderia ter sido fotografada sozinha na areia vazia, mas a presença dos quiosques formando um padrão ao seu redor deixa a fotografia mais chamativa e a destaca.
German Lorca – 040 Praia Canoa Quebrada
Descrição: Fotografia colorida. Em uma praia vista de cima, diversos quiosques de teto de palha estão espalhados pela arei. Há uma mulher sentada entre eles.
As fotografias deste post são de German Lorca, fotógrafo paulista nascido em 1922. German começou a frequentar o Foto Cine Clube Bandeirante em 1948 e isso o influenciou a começar a fotografar profissionalmente em 1949. Encerrou a carreira em 2003, mas não deixou de fotografar por prazer. Algumas de suas fotos trabalham com múltiplas exposições e, por vezes, essa técnica é a responsável por produzir o padrão da fotografia. A fotografia abaixo, por exemplo, cria o padrão repetindo três vezes a cena.
Vamos treinar? Escolha um objeto e faça fotografias com padrões utilizando-os, desde fotografar os padrões presentes nele a transformá-lo em um padrão. Compartilhe sua foto marcando o nosso instagram (@d76_cultfoto).

Referências:

  • HEDGECOE, John. O novo manual de fotografia. São Paulo: Senac, 2005.

Cristina de Middel

 

Cristina de Middel questiona a relação da verdade com a fotografia em seus projetos documentais que misturam realidade e ficção.

Cristina de Middel nasceu em 1975 na Espanha e estudou fotografia na Universidade de Oklahoma nos EUA e arte na Universidade Politécnica de Valência na Espanha. Por muitos anos trabalhou como fotojornalista, mas em 2012 publicou o livro “Afronautas”, no qual explora um estilo menos realista de contar os fatos. Desde então ela mistura projetos documentais, em trabalhos para ONGs e projetos mais pessoais.
Legenda: Cristina de Middel em Londre. Ione Saizar (2013).
Descrição: uma mulher em frente a uma parede onde vemos vários quadros com fotografias.
O livro “Afronautas”, um dos primeiros projetos mais experimentais da fotógrafa, reúne uma série de fotografias contando a história de um programa espacial na Zâmbia nos anos sessenta, desafiando as representações tradicionais do continente africano. A obra teve grande repercussão e chegou a ser indicado ao renomado prêmio de fotografia Deutsche Börse em 2013.
Em seus projetos seguintes, Middel continuou misturando a linguagem mais artística com um propósito documental, até mesmo dentro de um único projeto, sendo um exemplo o seu primeiro trabalho no Brasil: o livro “Sharkification”. Publicado em 2016, o livro registrou o cotidiano de favelas recém-pacificadas do Rio de Janeiro como se fosse um ambiente aquático. Peixes e tubarões aparecem como figuras metafóricas, que representam a população daqueles locais convivendo com as unidades de polícia pacificadoras.
A fotógrafa também fez outros trabalhos no Brasil. Foi no nosso país que ela começou a série “Clube dos Cavalheiros”, mais realista e documental, uma série de fotografias de clientes de prostitutas. Na entrevista com a revista Zum, Middel explica a proposta: mostrar o lado da prostituição que geralmente fica oculta nos registros.
Também foi no Brasil que ela conheceu o parceiro Bruno Moraes, com quem elaborou um de seus projetos pessoais mais interessantes: a série Exu. A série de fotografias conta a jornada de Exu, um espírito que representa transformação, e suas diferentes representações passando por Benim, Cuba, Brasil e Haiti, retratando espiritualidade de forma poética e quase surreal, mas claramente contando uma história.
Cristina de Middel é uma fotógrafa muito interessante justamente por fugir das linguagens convencionais, explorando os limites entre ficção e fato em seus projetos. Ela tem vários outros trabalhos cativantes, que podem ser conferidos em seu site, que também tem uma estética diferente da maioria.

Confira alguns trabalhos da fotógrafa:

Legenda: de série Clube de Cavalheiros, Cristina de Middel.
Descrição: um homem encosta em um espelho manchado em um ambiente que remete a um quarto simples.

Legenda: da série Exu, Cristina de Middel e Bruno Morais (Brasil, 2016).
Descrição: vemos um homem de terno branco e chapéu tampando o rosto saindo do mar no Rio de Janeiro.

Legenda: da série Exu, Cristina de Middel e Bruno Morais (Benim, 2016).
Descrição: vemos uma pessoa de costas segurando um pano vermelho sendo soprado pelo vento na praia.
Legenda: da série Afronautas, Cristina de Middel (2011).
Descrição: um homem com um traje que remete a um astronauta, porém com materiais mais caseiros. O capacete está aberto e o cabelo cacheado tampa os olhos da pessoa. Ao fundo vemos um campo e um muro que parece cercar um lixão.

Legenda: do livro Sharkification  (2016), Cristina de Middel
Descrição: colagem com um menino sem camisa correndo por uma rua com um filtro azulado e um tubarão passando na frente.

Legenda: da série Afronautas, Cristina de Middel (2011)
Descrição: um homem com um traje de astronauta colorido e estampado. 

Já conhecia o trabalho de Middel? Comente outros fotógrafos que você gostaria de ver em uma galeria aí embaixo. E se você gostou do nosso conteúdo siga o nosso perfil no Instagram e assine a newsletter para receber uma seleção de textos temática em seu email todo mês.

Links, Referências e Créditos

A Cores ou P&B

Já ficou em dúvida na hora de optar por fotos a cores ou em preto e branco? O texto de hoje é para você!

Já ficou em dúvida na hora de optar por fotos a cores ou em preto e branco? O texto de hoje é para você!

Já ficou em dúvida na hora de optar por fotos a cores ou em preto e branco? O texto de hoje é para você!

Os primeiros filmes fotográficos coloridos a serem comercializados foram os autocromos dos irmãos Lumiére que suurgiram em 1907, mas a fotografia colorida só começou a fazer mais sucesso com o grande público em 1942 com o lançamento do Kodacolor. Muitos fotógrafos se recusaram a fotografar com filmes coloridos em um primeiro momento. Henri Cartier Bresson foi um deles. Ele escreveu em seu livro “O Momento Decisivo” (1952) que filmes coloridos não deveriam ser usados devido aos tempos de exposição mais longos que eram necessários. Hoje, com a tecnologia digital, o sensor capta as informações de cor que podem ou não ser desprezadas caso deseje-se que a fotografia seja em PB. O próprio Bresson acabou cedendo e fotografou em cores posteriormente.

As fotos em cores caíram no gosto popular, e ao longo da década de 70 a maioria esmagadora das revistas publicaram fotos coloridas em suas capas e fotorreportagens, já que elas eram mais atrativas para o público e a tecnologia avançou e permitiu a impressão de fotos em alta definição. Com isso, o preto e branco passou a ser considerado obsoleto. Ainda assim, a fotografia em P&B não foi totalmente abandonada. Hoje, a decisão de  se produzir uma imagem com cores ou sem elas não implica necessariamente uma limitação tecnológica. Ao contrário, princípios de composição e sentidos estéticos as tornam distintas da fotografia em cores.

Talvez você já tenha ouvido falar em cores primárias e secundárias, em tons quentes e tons frios e até mesmo na psicologia das cores. É  possível começar a perceber que a composição visual e as cores presentes na foto podem fazer toda a diferença no resultado final. As fotos coloridas são ideais caso deseje-se passar sensações térmicas como calor e frio, sendo responsáveis pela sugestão de sensações que podem dizer tanto de um horário ou localidade geográfica, clima e até mesmo emoções humanas. Uma foto tirada durante o dia, em uma praia, mostrando uma família brincando feliz, usualmente trará a presença de cores quentes, como o laranja e o amarelo, enquanto uma foto mostrando uma pessoa em estado introspectivo, lendo um livro em um dia frio e chuvoso provavelmente terá cores frias, como tons de azul.

Ainda nesse sentido, as cores podem auxiliar na produção de uma narrativa fotográfica, já que as cores carregam significados, sendo cores quentes usualmente ligadas à sentimentos alegres, festivos e apaixonantes, enquanto as cores frias estão ligadas à tranquilidade, à introspecção ou à tristeza. Em geral, as fotos coloridas também prendem a atenção, em especial quando são trabalhados os contrastes e harmonias entre as cores.

Um exemplo de fotógrafo que trabalha bastante com a cor  é o norte-americano David LaChapelle, que vem trabalhando com fotografia desde a década de 80 e tem um trabalho que mistura referências da arte clássica, barroca e elementos da cultura pop. LaChapelle trabalha sobretudo com fotos com cenários montados e muita pós produção, com tratamento de imagem e um uso de contraste forte, brilhante e chamativo nas cores, o que as dá ares de fantasia.

Uma mulher adulta negra está com uma mão dada à uma menina negra em meio à uma rua. Ambas estão de frente para a câmera, usam roupas cor de rosa chamativas que contrastam com o restante da imagem. Há quatro casas ao fundo, sendo a primeira do lado direito encoberta por um tecido da mesma cor que a das roupas das modelos. 
David LaChapelle. This is My House. 1977.

Na fotografia “This is My House”, é possível notar como a cor é um elemento chamativo e importante. Há uma harmonia nos tons pastéis do ambiente, como nas três casas vistas ao fundo, mas o tom de rosa elétrico presente nos trajes das modelos, uma mulher adulta e uma menina, ambas negras, também presente na casa na extremidade direita da imagem, roubam a cena e fazem com que a atenção concentre-se sobretudo nelas, permitindo também compreender que a casa, aparentemente envolta por completo em um tecido cor de rosa, é provavelmente a mencionada no título da obra. A casa onde residem as personagens retratadas, que posam para a câmera com atitude.

Já as fotos em preto e branco não transmitem a temperatura de uma cena, mas elas tem suas vantagens. Cores podem desviar a atenção do objeto principal da foto, mas isso não acontece no caso das fotos em preto e branco. Muitos fotógrafos preferem a ausência de cores na hora de fazer retratos, pois assim, há destaque para as expressões faciais ou padrões e formas geométricas.

Outra vantagem da ausência de cores nas fotos é que o contraste entre os locais iluminados e escuros fica muito mais claro. Por isso, fotos em preto e branco são excelentes quando o objetivo principal é retratar como a luz está se comportando. Do ponto de vista técnico, o preto e branco tem a vantagem de apresentar menos ruído que as fotos coloridas, além de ser uma escolha interessante para fotógrafos que pretendem usar a técnica do High Dynamic Range nos softwares de edição, já que o resultado da mesclagem de fotos em preto e branco tende a ser mais sutil que o das fotos coloridas.

O famoso fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado é um dos principais nomes da fotografia em preto e branco da atualidade. Todos os seus fotolivros publicados até hoje são compostos inteiramente de imagens em P&B. Segundo ele, esse tipo de fotografia faz com que o espectador tenha uma conexão maior com o objeto fotografado, seja ele uma pessoa, um animal ou uma paisagem. Muitos ainda consideram Salgado como sendo o responsável por reviver a fotografia em preto e branco depois que as coloridas tomaram conta dos jornais e revistas.

Na foto podemos ver um homem parado com as mãos na cintura olhando diretamente para a câmera. Ele está coberto de lama, em sua cabeça está amarrado um pano, ele usa uma camiseta que está amarrada, e um short. O fundo está desfocado, mas podemos perceber que existem vários homens trabalhando no local.

Sebastião Salgado, Serra Pelada, 1986

Nessa foto, podemos ver várias das mais importantes características das fotos em preto e branco. O olhar do homem é o que mais chama a atenção devido ao grande contraste entre o branco da esclera e todo o ambiente à sua volta. A textura de suas roupas também é muito importante para a composição da foto, pois mostra bem como o homem está coberto de lama e isso ajuda a perceber as difíceis condições de trabalho em Serra Pelada.

E você? Prefere fotos coloridas ou em preto e branco? Conta pra gente aqui nos comentários! E não se esqueça de seguir o Cultura Fotográfica lá no Instagram!

Texto escrito em co-autoria com Pedro Olavo. 

Links, Referências e Créditos

O Fabuloso Destino de Amélie Poulain

Não me lembro quando, onde, e muito menos por que assisti pela primeira vez “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”, mas sei que esse filme me marcou de uma maneira indizível – embora ironicamente eu esteja escrevendo tentando colocar tal sentimento em palavras.

 Entenda como a fotografia marca a história do filme francês que conquistou pessoas ao redor do mundo e tornou-se referência cult. 

Não me lembro quando, onde, e muito menos por que assisti pela primeira vez “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”, mas sei que esse filme me marcou de uma maneira indizível – embora ironicamente eu esteja escrevendo tentando colocar tal sentimento em palavras. A história de uma jovem que, devido a um equivocado diagnóstico de doença cardíaca, cresce longe do convívio com outras crianças e constrói para si um mundo próprio, aprendendo também a encontrar prazeres em coisas simples da vida, talvez até quase imperceptíveis aos outros em suas vivências cotidianas. De relato biográfico, para fábula sobre fazer boas ações sem esperar nada em troca, para um romance açucarado, o filme francês de 2001, dirigido por Jean Pierre Jeunet, foi um sucesso de público e crítica, tendo sido indicado ao Oscar de Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia, e outros. Com uma personagem sensível aos pequenos detalhes ao seu redor, uma direção de arte marcada por uma paleta de cores de verdes e vermelhos contrastante, e uma história que pouco a pouco vai nos conquistando, gerando identificação e choque ao notar como deixamos passar o dia sem notar suas pequenas maravilhas, o filme tornou-se uma referência cult, tendo uma boa quantidade de fãs e recentemente, adaptado para um musical na Broadway. Mas é a fotografia – e aqui não me refiro à cinematografia, um dos destaques mencionados, mas à imagem fotográfica, sua materialidade e seu poder de carregar afetos, que me rouba a atenção e me motiva a escrever esse texto. Acontece que quando criança, Amélie ganha de presente de sua mãe uma câmera, mas um vizinho, agindo de má fé, faz com que ela, após fotografar a tarde toda e presenciar um acidente de carro, acredite que a máquina causava acidentes. A fotografia volta a marcar presença ao longo do filme e mostra-se relevante uma vez que um dos principais eixos da narrativa gira em torno de um álbum de fotografias misterioso.

 
Cena de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001). O curioso álbum de fotografias desperta o interesse de Amélie e muda seu destino.

Um dia, Amélie se depara com um homem que catava pedaços rasgados de fotografias do chão de uma cabine fotográfica. Ela se apaixona por ele ali mesmo, sem jamais ter o conhecido ou sequer falado com ele. Quando o jovem sai correndo tentando parar um homem que esqueceu alguma coisa, ela vai atrás e acaba pegando uma mala que cai da bicicleta do rapaz desconhecido. O que há dentro da mala muda seu destino que, até então, parecia ter seu sentido em fazer pequenos gestos de bondade aos outros, sem no entanto mudar a solidão de Amélie, que cultivava uma relação de pouca comunicação com o pai, que por sua vez, recusava-se a viver a vida e viajar após a morte da esposa. 

O álbum desperta o fascínio de Amélie por possuir uma vasta coleção de fotografias de estranhos que haviam sido descartadas, rasgadas, e ali estavam coladas e catalogadas. Há ali fotografias de um homem misterioso, que surgia diversas vezes, sempre com a mesma expressão. É interessante como em certo momento, ao conversar com o velho pintor Raymond sobre quem poderia ser o sujeito, Amelie chega à conclusão que só poderia ser um morto que manda sua imagem vinda do além temendo cair em esquecimento pelos vivos, o que parece remeter ao pensamento de que a fotografia seria uma maneira de superar a própria ação do tempo e da morte, mantendo congelado um momento da história para a eternidade.  

Ao mesmo tempo que Amélie quer descobrir a identidade do estranho, inicia um plano para conhecer seu amado, em que a fotografia faz parte crucial para isso, uma vez que é através dela que começa a comunicar-se com ele, sempre disfarçada e segurando mensagens escritas para que possa vê-lo em um determinado local e horário. Além disso, Amélie busca fazer com que o pai viaje pelo mundo e aproveite a vida, contando para isso com a ajuda de uma amiga aeromoça que leva consigo o querido anão de jardim do Sr. Poulain, enviando para a sua casa fotos do gnomo em pontos turísticos ao redor do mundo. No final, o médico aposentado que não queria sair de casa termina por fazer as malas e tomar um táxi em direção ao aeroporto internacional. 

Cena de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001). O Sr. Poulain recebe em casa fotos de seu anão de jardim viajando o mundo.

É curioso como, não sendo um filme cujo assunto seja a fotografia, ela esteja presente de forma tão marcante. É mais um dos detalhes fabulosos do icônico filme francês que ainda consegue me emocionar ao assisti-lo pelo que acredito ser a 10ª vez. Não espero convencer nenhum leitor a assistir a esse filme com grandes expectativas que se espera de uma grande produção mainstream hollywoodiana. Sugiro que assista despretensiosamente, mas com o coração aberto. Trata-se de um filme feito de sutilezas, como o próprio olhar da personagem que lhe dá nome antevê, onde até mesmo uma fotografia sem graça rasgada pode levar a uma pequena reviravolta do destino. 

Você já assistiu ao filme? Conta pra gente nos comentários o que achou! E não se esqueça de seguir o Cultura Fotográfica no Instagram!

A Fotografia tridimensional Estereoscópica

 Você já ouviu falar em Estereoscopia? Se não, convido você a conhecer a primeira técnica utilizada para se obter fotografias tridimensionais. 

Charrete florida, Marc Ferrez,  1912, Instituto Moreira Salles

A fotografia estereoscópica foi desenvolvida em 1849, pelo inglês  David Brewster (1781-1868) a partir das pesquisas sobre visão binocular, realizadas por Giovanni Battista della Porta e Leonardo da Vinci. Em 1851 Brewster, apresenta o invento  à Rainha Vitória na Exposição Universal de Londres e após aceitação, a estereoscópica passa a ser comercializada.  
Por décadas, a estereoscópica foi o modo mais importante para se lidar com fotografias. Ela constitui-se sendo pares de imagens que mostram uma mesma cena que, quando vistas juntas, em um visor binocular, o estereoscópio, produzem a ilusão de que a imagem é tridimensional. 
Nesta época, esse tipo de efeito era obtido porque as fotos eram registradas simultaneamente com uma câmera de objetivas gêmeas, que tinham os centros das lentes separados entre si em uma distância de aproximadamente 6,3 centímetros, espaço médio que separa os olhos humanos. 
A credibilidade na objetividade da foto estereoscópica gerou um alto impulso no trabalho de documentais. O alto consumo de vistas sustentava a excitação dos amantes de paisagens, cenas urbanas e grandes construções. Um fato interessante, é também o volumoso consumo de pornografia nas salas de visita das famílias burguesas. 
No Brasil, o carioca Marc Ferrez (1843-1923), desempenhou um importante papel na experimentação da fotografia estereoscópica, ele dedicou-se à fotografia estereoscópica em cores. 
Jardim Botânico – bambu, Marc Ferrez, 1912. Instituto Moreira Salles. 

Em 1912, o fotógrafo Marc Ferrez faz alguns registros estereoscópicos em cores, no Rio de Janeiro, nesses registros ele refez algumas fotografias de paisagens, monumentos e edificações. 
O que achou do #Fotografetododia da semana? Deixe seu comentário aqui, ou no nosso Instagram

Referências

Uma Câmera Muito Incomum (Além da Imaginação T02XE10)

 A câmera como um objeto mágico em uma crítica à ganância humana.

Um casal de ladrões rouba uma loja de antiguidades e, entre falsos castiçais do Luís XIV e falsos vasos da dinastia Ming, um único artefato se mostra de valor: uma câmera Polaroid antiga cujas fotos mostram o futuro imediato, mais especificamente cinco minutos a frente. O enredo pertence ao episódio 10 da segunda temporada de “Twilight Zone”, série antológica que foi ao ar entre 1959 e 1964, veiculada aqui no Brasil com o título “Além da Imaginação”. A série foi uma das primeiras a utilizar a ficção científica, a fantasia e o terror como metáfora para questões sociais e crítica moral, por meio de episódios que sempre tinham uma reviravolta. Ou seja, essa série é muito “Black Mirror”, ou melhor, “Black Mirror” é muito “Twilight Zone”.

The Twilight Zone T02E10 – A Most Unusual Camera

Entre os objetos de crítica da série, a evolução da tecnologia parece ser a maior fonte de desconfiança quanto a ser uma ameaça à democracia e às relações sociais, atributo comum em narrativas a partir da metade do século XX, especialmente no contexto de corrida espacial. O episódio não é exatamente reflexo dessa desconfiança tecnológica, mas, ao utilizar a tecnologia como uma ferramenta da ganância humana, a câmera, como tantos outros aparatos tecnológicos exibidos na série, é concebida, não como um elemento cotidiano, mas como algo exótico e cujo funcionamento é praticamente autônomo. Nesse quesito, percebe-se que não é à toa que o episódio se chama “A Most Unusual Camera” (Uma Câmera muito Incomum), já que a câmera em questão subverte toda a lógica conhecida sobre o processo fotográfico de registrar em uma superfície fotossensível a imagem resultante da luz sobre os corpos.

The Twilight Zone T02E10 – A Most Unusual Camera

Bom, depois de descobrir o potencial da câmera, o casal de ladrões junto com o irmão da mulher, fugido da prisão, dão a ela uma função que condiz com a condição criminosa dos personagens: eles passam a tirar fotos do placar em corridas de cavalo, antes da corrida, apostando sempre no cavalo ganhador. Após descobrirem que a câmera possui uma inscrição em francês que diz “Dix a la Propriétaire”, que significa “dez ao proprietário”, indicando que a câmera só tira dez fotografias, é desencadeada uma briga pela posse do aparato (e do dinheiro conseguido com o seu uso) que leva o episódio a terminar com todos os personagens mortos. Acredito que hoje em dia, as narrativas que utilizam a câmera como o motor de tragédias já estejam saturadas. Além de fotografias que mostram o futuro, posso citar também as que mostram fantasmas, as que mostram a morte do fotografado, as que condenam o fotografado à uma série de infortúnios ou mesmo à morte. Porém, a melhor parte de assistir a esse episódio é conseguir reconhecer quantas dessas histórias se inspiraram na série. A série, aliás, é origem de várias referências comuns da cultura pop.

Além disso, a despeito da saturação da utilização da fantasia em torno da câmera, acho que essa maneira de representar a fotografia é, na verdade, muito realista. Os aborígenes estadunidenses, por exemplo, acreditavam que a fotografia podia roubar as suas almas. Em outro momento da história da fotografia, houve tentativas de se obter uma fotografia da alma, influenciadas tanto por razões científicas quanto religiosas. Alguns manuais até ensinavam a fotografar a alma, alguns fotógrafos clamavam ter realizado o feito, mas, de maneira geral, essas fotografias se tratavam de efeitos de dupla exposição, superexposição ou do movimento em uma fotografia com uma velocidade muito longa.

The Twilight Zone T02E10 – A Most Unusual Camera
O episódio, como tantos outros da série, é bobo, com atuações exageradas e personagens com objetivos que não são sustentados pelo enredo, mas, discussões sobre a significação social da fotografia podem ser feitos a partir dele. Em determinado momento, os personagens estão decidindo o que deveriam fazer com a câmera e um deles tem a ideia de doar para ser utilizada por cientistas. Nas palavras dele: “Agora achamos algo que poderia fazer algo bom para alguém. A ciência poderia usá-la.” Em seguida, contudo, o personagem nota uma corrida de cavalos sendo transmitida na televisão e decide utilizar a máquina para ganhar dinheiro. A cena me remeteu a dualidade dos usos da fotografia, que além de arte e rito social, é também utilizada em pesquisas científicas, como documento, como um facilitador da burocracia, etc.
Por esses motivos eu recomendo o episódio e a série, não obstante vários episódios com enredos superficiais, os diálogos fracos e as situações ridículas causadas pela falta de meios de realizarem os efeitos que as cenas requeriam. Considere o ato de assistir à série como um contrato em que todos os termos, históricos e relativos ao caráter ficcional, precisam ser aceitos para que seja aceitável. Se você já assistiu, deixe as suas opiniões aqui nos comentários.

Andy Warhol

A primeira vez em que ouvi falar de Andy Warhol foi ao ler um livro sobre a cidade de Nova York quando eu tinha 11 anos de idade.

A primeira vez em que ouvi falar de Andy Warhol foi ao ler um livro sobre a cidade de Nova York quando eu tinha 11 anos de idade. Desde então, minha paixão e interesse pela arte vem sido alimentada ano após ano, obra após obra, imagem após imagem. Nascido com o nome Andrew Warhola, na cidade de Pittsburgh nos Estados Unidos, Warhol graduou-se em Belas Artes e tornou-se conhecido como um dos principais nomes do movimento pop art, uma vanguarda artística surgida na década de 60 com o propósito de retratar a cultura norte-americana na época, seguindo a lógica de produção em massa, como na famosa série de quadros representando a lata de sopa Campbell’s.

Autorretrato de Andy Warhol. Ele olha diretamente para a câmera, usa blusa de gola alta preta e sua famosa peruca platinada. O fundo é escuro e nulo. 
Andy Warhol. Self-Portrait in Fright Wig, 1986

Além de ser um pintor e ilustrador –  e uma celebridade de sua época – , Warhol também experimentou com o cinema e a fotografia. Na verdade, ele andava constantemente com uma câmera consigo para fotografar elementos de sua vida cotidiana e assim, criar um “diário visual” que o auxiliava na hora de criar suas telas. Apesar de não ter feito fama a partir da fotografia, realizou uma grande quantidade de Polaroids, principalmente retratos de famosos da década de 70. 

Retrato do ator Sylvester Stallone. Ele está olhando diretamente para a câmera, sem camisa, com um pingente no pescoço e com o punho esquerdo fechado sobre a bochecha do mesmo lado. O fundo é claro e nulo.  
Andy Warhol, Sylvester Stallone
Retrato da cantora Debbie Harry, vocalista da banda Blondie. Ela olha diretamente para a câmera; usa batom vermelho e seu colo é visto nu. O fundo é claro e nulo. 
Andy Warhol. Debbie Harry, 1980
Retrato da atriz Jane Fonda. Ela é vista de perfil, olhando para a câmera, maquiada e com cabelos esvoaçantes. O fundo é claro e nulo. 
Andy Warhol. Jane Fonda, 1982
Retrato do artista Jean-Michel Basquiat. Ele olha diretamente para a câmera; usa terno e gravata e seus cabelos formam dreads em formas quase geométricas ao redor de sua  cabeça. O fundo é claro e nulo.  
Andy Warhol. Jean-Michel Basquiat, 1982
Retrato de um indígena americano. Ele está de perfil, olhando para a câmera. Usa roupas e adereços  típicos, com os cabelos em tranças com tiras de couro. O fundo é claro e nulo.  
Andy Warhol. The American Indian (Russell Means), 1976
Retrato da cantora e atriz Liza Minelli. Ela olha diretamente para a câmera, usa maquiagem forte e uma camiseta amarela onde está escrito New York City. O fundo é claro e nulo.  
Andy Warhol. Liza Minnelli, 1977
Retrato do cantor, músico e compositor John Lennon, conhecido por ter feito parte da banda The Beatles. Ele olha diretamente para a câmera, usa camisa branca e seus óculos de lentes amarelas. O fundo é claro e nulo.  
Andy Warhol. John Lennon, 1971
 
Retrato do cantor, músico e compositor Mick Jagger, vocalista da banda Rolling Stones. Ele é visto de perfil, com os olhos fechados e a língua para fora. Usa camisa azul. O fundo é claro e nulo.  
Andy Warhol. Mick Jagger, 1977
 
Fotografia de seis bananas sobre fundo claro. Possivelmente, um arquivo para criação da capa do disco de estreia da banda The Velvet Underground, assinada por Warhol, em que é visto o desenho de uma banana.  
Andy Warhol. Still Life Polaroids – 1977-1983
 
Fotografia de uma lata de molho de tomate. Uma das fotografias da vida cotidiana que Warhol usava como base para a criação de suas telas. 
Andy Warhol. Still Life Polaroids – 1977-1983
Retrato de um dorso masculino nu de perfil. O fundo é claro e nulo.
Andy Warhol. Nude Model
Autorretrato de Warhol. Ele é visto de perfil, olhando para a câmera. Aparece de colo nu e o rosto maquiado com um forte batom vermelho, sombra azul nas pálpebras e blush nos cantos das bochechas. O fundo é claro e nulo.  
Andy Warhol. Self-Portrait in Drag. 1981

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Parasita

É um filme de suspense e drama sul-coreano de 2019 com direção de Bong Joon-ho e cinematografia de Kyung-pyo Hong.

Vencedor de melhor filme do Oscar em 2020, não só apresenta uma narrativa ímpar como também uma direção de fotografia excelente.

É um filme de suspense e drama sul-coreano de 2019 com direção de Bong Joon-ho e cinematografia de Kyung-pyo Hong. Parasita foi uma das grandes surpresas do Oscar 2020, ninguém esperava que um filme não falado em inglês pudesse ganhar a principal premiação, mas ele superou todas as expectativas e além do prêmio de melhor filme também ganhou como melhor diretor, roteiro original e filme internacional.

No poster podemos ver vários personagens do filme parados em um gramado na frente de uma casa. Todas as pessoas estão com tarjas pretas no rosto.
Pôster do Filme

O filme  retrata a vida precária da família Kim que é composta por quatro integrantes. O pai (Ki-taek), a mãe (Chung-Sook), a filha (Ki-Jung) e o filho (Ki-Woo). Eles vivem em uma espécie de porão muito sujo e apertado e enfrentam problemas financeiros já que todos estão desempregados. A história começa a se desenrolar quando, por uma indicação de um  amigo, Ki-Woo começa a dar aulas de inglês para a filha dos Park, uma família de classe alta. Encantados com a luxuosa vida deles, os Kim pensam em um plano para entrar no âmbito familiar da rica família, e ao decorrer do filme, todos eles conseguem um espaço ao redor da família burguesa.

O filme carrega uma forte crítica ao gigantesco abismo social que há entre as parcelas mais ricas e mais pobres da sociedade, que é percebida durante toda a narrativa. A direção cria metáforas visuais que completam a mensagem transmitida pelo roteiro. A começar pelo usa das linhas, que aparecem sempre entre os personagens mais ricos e mais pobres para simbolizar a segregação que ocorre entre eles e como eles parecem não pertencer ao mesmo lugar. Outro artifício fotográfico é a variação dos ângulos da câmera. Os Kim quase sempre aparecem em plongée enquanto os Parks aparecem em contra plongée.

A iluminação também desempenha um papel importante nas metáforas visuais. A casa dos Kim sempre está como pouca iluminação, as cenas que se passam lá sempre são cheias de sombras, já a dos Park sempre está bem iluminada, e o diretor fez questão de gravar todas as cenas diurnas na casa com iluminação natural, já que a luz do sol é citada na história como um fator motivante para a família dos Kim.

a cena vemos a Sra Park segurando uma cachorro enquanto fala com KI-Woo, que está de costas para a câmera. 
Cena do Filme

Nessa cena podemos ver a importância da luz do sol na narrativa, quando Ki-Woo entra na casa dos Park pela primeira vez a câmera o acompanha subindo as escadas em contraluz, e com isso podemos perceber a enorme incidência de luz no lugar.

Na cena vemos a Sra Park segurando uma cachorro enquanto fala com KI-Woo, que está de costas para a câmera. 
Cena do Filme

Já nessa cena vemos claramente a alça da geladeira formando uma linha imaginária separando Ki-Woo de sua chefe.

Na cena vemos o pai Ki-Teak olhando por uma janela que fica no mesmo nível que a rua.
Cena do Filme

E aqui podemos ver o ângulo da câmera em plongée, que diminui o personagem, e o efeito ainda é maximizado já que ele está abaixo do nível do chão.

Parasita é um filme excelente que leva o espectador a refletir sobre o funcionamento da sociedade em que vivemos. Ele consegue prender muito bem a atenção, faz você torcer contra ou a favor dos personagens de uma maneira brilhante do início ao fim o filme surpreende seja pela bela fotografia, ou pela história cheia de plot twists.

Links, Referências e Créditos

Como citar essa postagem

HELENA, Beatriz. Parasita. Cultura Fotográfica. Publicado em: 18 de dez. de 2021. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/parasita/. Acessado em: [informar data].

Marc Ferrez

Marc Ferrez foi um grande responsável por criar a identidade visual brasileira de sua época, tendo retratado desde paisagens a celebridades de sua época.

Marc Ferrez foi um grande responsável por criar a identidade visual brasileira de sua época, tendo retratado desde paisagens a celebridades de sua época.

Marc Ferrez nasceu em sete de dezembro de 1843, aos sete anos de idade seus pais morreram e ele se mudou para Paris, onde morou com a família do escultor e gravador de medalhas Joseph Eugène Dubois. Foi lá onde ele provavelmente teve seus primeiros contatos com a fotografia e começou a estudar a seu respeito. Em 1860 retorna ao Brasil e se estabeleceu como fotógrafo.

Na foto vemos Marc Ferrez com os cabelos penteados para trás e uma longa barba. Ele está vestido com um terno  preto e uma gravata borboleta.
Marc Ferrez, autorretrato, 1876

Durante o período que passou na França, Ferrez teve contato com as mais novas tecnologias de fotografia, como por exemplo o flash de magnésio e as placas secas coloridas dos irmão Lumiere. Mas seus esforços foram concentrados principalmente na técnica de fotografia panorâmica, que lhe rendeu uma medalha de ouro na Exposição Universal da Filadélfia do ano de 1876, quando ele apresentou uma fotografia panorâmica da cidade do Rio de Janeiro.

Suas fotos foram importantes para criar a identidade visual do Brasil de sua época. Ele fotografou a modernização da cidade do Rio de Janeiro, retratou pessoas importantes, como o Imperador D. Pedro II e sua família, além de ter sido o primeiro a fotografar os indígenas Bororos quando fez parte da Comissão Geológica e Geográfica que percorreu o Brasil de Norte a sul. 

Na foto vemos uma criança indígena, se vestindo com roupas típicas de seu povo. Ela usa adornos de penas na cabeça e nos braços, e em seu pescoço estão vários colares.
Marc Ferrez Menino Índio, c. 1880
A foto mostra vários navios ancorados no porto. Suas velas estão recolhidas e os mastros são refletidos na água, que está muito calma.
Marc Ferrez, Porto de Santos, 1880
Um homem de chapéu está ajoelhado olhando para baixo, atrás dele vemos uma baía, a água do mar parece estar calma e na outra margem pode-se ver a cidade de Recife.
Marc Ferrez Charles F. Hartt, com a cidade do Recife ao fundo, durante levantamento da Comissão Geológica do Império Recife – PE – Brasil – 1875
Várias pessoas trajando roupas finas, como ternos e vestido, posam para a foto, alguns estão em pé outros sentados alguns olham para a cãmera e outros não, atrás deles vemos várias plantas de diferentes espécies.
Marc Ferrez, Imperatriz Teresa Cristina e o Imperador Dom Pedro 2°  com a princesa Isabel e a família no Paço Imperial, 1887
Podemos ver a cidade do Rio de Janeiro de uma posição muito elevada. Mais ao loje se destaca o Pão de Açúcar, famoso cartão postal da cidade
Marc Ferrez, Panorama da Cidade do Rio de Janeiro, 1885

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