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| Alfred Eisenstaedt |
Categoria: Fotógrafas e Fotógrafos
* Categoria de hierarquia superior.
Diane Arbus
Fotografia em preto e branco. Mulher de cabelo curto carregando uma bolsa e segurando uma câmera fotográfica antiga. Ela parece estar em um parque. Atrás dela está uma lixeira e muitas pessoas.
Nascida em Nova York, Diane Arbus foi uma fotógrafa e escritora norte-americana que procurava mostrar, por meio de suas imagens em preto e branco, aquilo que era considerado feio e não era exposto nas galerias de arte.
| Diane Arbus |
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O Grande Vizinho, o colosso siderúrgico de Ipatinga
A Usiminas é uma das maiores usinas siderúrgicas do mundo e está localizada exatamente no centro do município de Ipatinga, em Minas Gerais. Foi fundada em 1960, quatro anos antes da fundação da cidade, em um projeto do então presidente Juscelino Kubitschek.
| Rodrigo Zeferino |
A fotografia acima foi feita num cemitério da cidade de Ipatinga, mesmo lugar onde meu avô foi enterrado há 18 anos. Escolhi essa imagem justamente por ter um grande significado para mim.
É engraçado que, antes de ver essa fotografia, nunca fui capaz de notar que era possível ver parte do complexo industrial da Usiminas de lá. Talvez por estar tão imersa no ambiente, eu não fosse capaz de percebê-lo. Mas, agora que estou em outra cidade, ver essa imagem chega a ser um pouco assustador.
A cidade foi construída em torno da usina siderúrgica e, a maioria dos bairros, de alguma forma, depende dela. Esse lugar carrega muitas histórias, muitas vidas dependem dela e outras muitas já foram perdidas por conta dela também.
Em entrevista com Rodrigo, ele me contou sua intenção ao construir esse projeto: “Em ‘O Grande Vizinho’ tratei de criar uma narrativa que discorre sobre as relações da cidade de Ipatinga com a usina siderúrgica que ocupa seu centro geográfico. A proximidade absurda entre zona urbana e arquitetura industrial produz imagens de alto teor distópico, algo ficcional, de um realismo fantástico. Dediquei-me a explorar essas propriedades inerentes à paisagem local e trazer à tona o estranhamento que jaz inerte no olhar do ipatinguense nativo.”
A indústria cresce ao seu redor e você, como um pequeno ipatinguense, cresce junto dela. Lembro-me de que em 2019 e 2020, estudei em uma escola que ficava bem ao lado da Usiminas. Foi nesse período que senti na pele a coexistência do grande vizinho – era bem comum sentir pequenas partículas de minério frio caindo na pele logo pela manhã e meus tênis tinham que ser lavados semanalmente por conta do pó.
Essa imagem é capaz de mostrar não somente o óbvio, mas também que muitas das pessoas que residem em Ipatinga, dependem da Usiminas. Em muitos desses túmulos, jazem trabalhadores e trabalhadoras siderúrgicas, como meu avô fora um dia. Com muito sangue, suor e lágrimas, todos ajudaram a construir a cidade, a construir uma história, a construir nosso Grande Vizinho.
| Rodrigo Zeferino |
| Rodrigo Zeferino |
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Ao ver todas essas fotografias incríveis, é possível concluir que a Usiminas não é apenas uma usina siderúrgica, mas sim, um onipotente e onipresente Grande Vizinho. O que o fotojornalista, Rodrigo Zeferino, captou com suas objetivas é de fazer cair o queixo e, com certeza, mudou minha forma de ver Ipatinga.
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Sally Mann
Premiada artista conhecida por imagens de sua família
Em sua página, Mann comentou ter recebido diversos prêmios como o do NEA (National Education Association), NEH (National Endowment for the Humanities) e uma bolsa da Guggenheim Foundation (Fundação Guggenheim).
Além de prêmios, Sally é autora de diversos livros, separados pelas temáticas de suas fotografias, seu livro mais conhecido é Sally Mann: A Thousand Crossings. Em 2001, Sally foi nomeada melhor fotógrafa americana pela revista Times.
Como a maioria dos artistas que fotografam modelos nus, Mann gerou controvérsias e recebeu duras críticas após a publicação dos ensaios com sua família. As fotos em questão mostram seus três filhos, que na época possuíam menos de 10 anos, posando nus para a mãe.
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| Sally Mann |
Outro ensaio famoso da artista é o “At Twelve: Portraits of Young Women”, produzido em 1988, onde a artista retrata meninas de 12 anos de sua cidade natal.
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| Sally Mann
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COUTO, Sarah. Sally Mann. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotograficaufop.blogspot.com/2022/11/sally-mann.html>. Publicado em: 29 de nov. de 2022. Acessado em: [informar data].COUTO, Sarah. Sally Mann. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotograficaufop.blogspot.com/2022/11/sally-mann.html>. Publicado em: 29 de nov. de 2022. Acessado em: [informar data]
O Vestido Branco Esvoaçante
A personalidade forte de Marilyn Monroe através das lentes de Sam Shaw.
A personalidade forte de Marilyn Monroe através das lentes de Sam Shaw.
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| Sam Shaw |
A famosa fotografia da atriz, modelo e cantora norte-americana poderia ser apenas o retrato de uma mulher comum segurando um vestido branco esvoaçante, mas o fato é que há muito mais por trás dessa imagem.
Nessa fotografia, Marilyn Monroe foi imortalizada pelos seus cabelos loiros, sua sensualidade e feminilidade. De forma espontânea, ela acabou se tornando um símbolo da indústria cinematográfica, representando perfeitamente o padrão de beleza imposto como ideal às mulheres nos anos 60.
No entanto, por se tratar de uma foto bastante sensual, ela também simboliza o oposto do que os costumes da época, afinal de contas, as mulheres deviam se portar de forma mais recatada.
O vestido voando enquanto ela o segura e o seu olhar de “ironia” geram uma provocação a todas essas regras morais ditadas por homens em uma sociedade patriarcal. Ela desafia os olhares julgadores e parece se divertir com isso.
Sam Shaw não registrou apenas uma estrela do cinema hollywoodiano ou uma modelo famosa, mas sim uma grande personalidade cujo qual não pôde ser escondida das lentes da câmera e nem tinha a pretensão de se esconder.
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Rodrigo Zeferino
O trabalho do fotógrafo foi reconhecido em importantes prêmios de fotografia nos últimos 10 anos.
Nascido na cidade de Ipatinga, leste de Minas Gerais, em 1979, Rodrigo Zeferino tem graduação em Comunicação e é pós-graduação em Artes Plásticas e Contemporaneidade. O fotógrafo está na profissão desde 2005 e realizou trabalhos que trazem à tona questões da sociedade e do indivíduo, como “O Grande Vizinho” e “Aqui de perto você me vê melhor”.
| Rodrigo Zeferino |
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| Rodrigo Zeferino |
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#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda segunda-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.
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CARVALHIDO, Sofia. Rodrigo Zeferino. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotograficaufop.blogspot.com/2022/08/rodrigo-zeferino.html>. Publicado em: 22 de nov. de 2022. Acessado em: [informar data].
A dura fragilidade da mente e a máscara da felicidade
Como a depressão e a angústia podem ser maquiadas com um singelo e sereno sorriso enquanto corroem a mente
O fotógrafo Edward Honaker, diagnosticado com ansiedade e depressão, encontrou em seus equipamentos fotográficos uma forma de retratar como as doenças mentais acabam silenciosamente com o ser humano.
| Edward Honaker |
Aos 21 anos de idade (2015), ele lançou um trabalho recheado de autorretratos que representam suas experiências pessoais com a depressão e a ansiedade, doenças com as quais fora diagnosticado dois anos antes. Através das objetivas, ele mostra como é a realidade de quem lida diariamente com a doença. Sua finalidade ao fazer o projeto é que as pessoas começassem a falar sobre transtornos mentais e se aceitassem como portadoras, para que pudessem realizar o tratamento correto.
De acordo com dados da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em todo o mundo, estima-se que mais de 300 milhões de pessoas, de todas as idades, sofrem de depressão. Isso mostra o quão importante é trazer o tópico “saúde mental” para a sociedade, também de acordo com a OPAS, cerca de 800 mil pessoas cometem suicídio todos os anos – números alarmantes para que fechem-se os olhos.
Através da imagem, é possível perceber o que a depressão faz com uma pessoa. Você se perde de si mesmo, não se reconhece mais e quem está a sua volta também deixa de te reconhecer. Nome? CPF? Endereço? Tudo deixa de existir e você passa a ser só mais um no meio da multidão.
A depressão é uma das principais causas de incapacidade no mundo e suas causas são diversas – desde uma predisposição genética até a síndrome de Burnout (que se caracteriza pelo esgotamento mental, mas também físico, advindo de grandes períodos de estresse). Falta ou excesso de apetite, padrão que também se aplica ao sono, desânimo, medo e/ou raiva constantes estão presentes em quadros depressivos. Entretanto, para se ter um diagnóstico concreto, deve-se procurar um profissional da área da saúde mental – psicólogos e psiquiatras.
Não existe uma forma de descrever melhor como é lidar com a depressão senão da forma como o fotógrafo trouxe. Posso dizer – por experiência própria – que é uma angústia diária que te impede de comer, de realizar hábitos comuns como tomar banho ou colocar o lixo do lado de fora e, principalmente, de sair do quarto. Sua cama vira seu mundo e você está a mercê dos seus pensamentos, refém de si mesmo.
#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quarta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.
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CARVALHIDO, Sofia. A dura fragilidade da mente. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotografica.com.br/a-dura-fragilidade-da-mente-e-a-mascara-da-felicidade/>. Publicado em: 17 de nov. de 2022. Acessado em: [informar data].
Maureen Bisilliat e sua fotografia literária
O olhar antropológico e poético de Maureen Bisilliat
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| Maureen Bisilliat |
Antes de se mudar para o Brasil, Maureen foi para Paris estudar artes plásticas com André Lhote no ano de 1955 e, logo em 1957, ela foi para Nova Iorque, onde passou a estudar no Art Student’s League. Neste mesmo ano, ela fez uma viagem para o Brasil e fixou residência em São Paulo. Assim, em 1962, ela substitui as artes plásticas pela fotografia e começa a trabalhar na Editora Abril entre 1964 e 1972, na revista Realidade.
Com a sua trajetória artística, Bisilliat tinha a preocupação de fazer da fotografia um elemento narrativo, cujo os temas pudessem sugerir sequência, história e ritmo. Dessa forma, ela tentava fazer a combinação de textos literários com imagens. A partir da década de 1960, portanto, ela se tornou autora de livros de fotografia inspirados em obras de escritores relevantes da época, bem como João Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Euclides da Cunha e entre outros grandes nomes da literatura brasileira.
Seu primeiro trabalho desse projeto foi “A João Guimarães Rosa” (1966). Após a fotógrafa ler “Grande Sertão: Veredas”, Guimarães Rosa sugeriu a ela que fizesse uma viagem pelo interior do Brasil em busca do cenário onde se passa a história do livro. Como resultado, as legendas das imagens são substituídas por trechos do livro, traçando não apenas paralelos entre a escrita de Guimarães e as fotografias de Maureen, mas também se torna uma releitura poético-visual de “Grande Sertão: Veredas”.
Em 1968, Maureen demonstra o seu interesse em registrar os sertões e o Nordeste do país através de seu ensaio fotojornalístico “Caranguejeiras”, no qual fotografou o trabalho de mulheres que coletam caranguejos mergulhando na lama em um mangue de Pernambuco. Por meio de suas fotos, Bisilliat mostra os gestos e movimentos dessas mulheres como uma dança a partir de um ponto de vista bastante antropológico, respeitoso e poético.
Mesmo após abandonar o fotojornalismo, Maureen continuou preocupada em registrar essa parte do Brasil,essa curiosidade e vontade de conhecer e mostrar mais sobre esse país desconhecido seguiu norteando o seu trabalho. Por volta de 1970, Bisilliat viaja para o Parque Indígena do Xingu a convite dos irmãos Orlando Villas-Bôas e Cláudio Villas-Bôas e produz uma série de registros fotográficos, tendo como resultado o livro “Xingu Território Tribal”, combinação de suas fotografias com textos dos irmãos sertanistas Villas-Bôas. Também teve como resultado a produção do longa-metragem “Xingu/Terra”, feito por ela, os irmãos Villas-Bôas e o diretor Lúcio Kodato, onde mostram o cotidiano e os hábitos do povo Mehinaku, localizados no Alto Xingu. A partir dessa experiência, Bisilliat passa a se expressar através do vídeo e imprime, da mesma forma que imprimia isso na fotografia, a sua visão poética por meio de seus documentários.
Em 1985, Maureen expõe na 18° Bienal Internacional de São Paulo um ensaio fotográfico inspirado no livro “O Turista Aprendiz” escrito por Mário de Andrade e em 1988, ela, Jacques Bisilliat e seu sócio, Antônio Marcos Silva, foram convidados pelo antropólogo Darcy Ribeiro a levantar um acervo de arte popular latino-americano para a Fundação Memorial da América Latina. Deste modo, para fazer o levantamento, eles viajaram para o México, Guatemala, Equador, Peru e Paraguai recolhendo peças para a coleção permanente do Pavilhão da Criatividade, cujo qual ela dirigiu de 1989 até 2010.
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| Maureen Bisilliat |
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| Maureen Bisilliat |
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| Maureen Bisilliat |
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| Maureen Bisilliat |
#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda segunda-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.
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A tradição e o moderno
Luisa Dorr registrou a fusão do urbano e do Chola Cochabambina
| Luisa Dorr |
Esta fotografia da Luisa Dorr, demonstra perfeitamente como o urbano e o moderno podem se fundir à tradição sem prejudicar um ao outro, mas sim se complementando. Ao olhar para essa imagem, é possível visualizar quatro mulheres de tranças no cabelo, usando saias coloridas, tênis de skatista, blusas brancas e chapéus. Suas roupas aparentemente são parte de um costume cultural e é notável que é latino americano, devido às características das vestimentas. Fora isso, também é possível ver que a rua na qual elas estão andando de skate é bem arborizada.
O que mais se destaca neste registro feito por Luisa: mulheres com roupas tradicionais de sua cultura andando de skate. Isso pode parecer simples e cotidiano em alguns lugares, mas é importante viver e honrar as próprias raízes, receber o novo e esse grupo de mulheres indígenas skatistas demonstra que é possível fazer os dois ao mesmo tempo através desta imagem e também através do próprio coletivo de skate.
“Imilla”, o nome deste coletivo de skate, é uma palavra Aymara e Quechua que significa meninas. Elas são uma referência cultural e uma fusão entre o urbano e o Chola Cochabambina – vestimenta no estilo tradicional Chola de pessoas que vivem no departamento de Cochabamba – e tem como objetivo, além de popularizar o skate na Bolívia, gerar empoderamento feminino às meninas que se interessarem pelo esporte, mostrando que elas não são diferentes dos homens em capacidade e em direitos. Além disso, elas também tem o intuito de fazer um chamado a toda a sociedade para conciliar diferenças culturais e estereótipos centenários de mulheres, a fim de mudar perspectivas machistas e retrógradas a partir de um esporte que antigamente era considerado como masculino.
Nessa foto, especificamente, elas estão na entrada do Parque Pairumani, um dos lugares preferidos das meninas para andar de skate por conta da beleza do local. É uma pequena descida localizada em Quillacollo, nos arredores de Cochabamba. A ImillaSkate quis partilhar lugares que representassem a sua cidade e a natureza que está sempre presente. A estrada está repleta de árvores emblemáticas da flora de Cochabamba e é também área de plantações, responsáveis por muitos locais de trabalho agrícolas para pessoas da comunidade. Logo, esse lugar também é um pedaço da cultura dessas jovens skatistas.
Em suma, essa foto representa a mistura cultural entre a cultura tradicional e a cultura moderna, sendo também a quebra e a manutenção, pois não é 100% moderno e nem 100% tradicional. Ela mostra como o tempo pode ser enriquecedor e acrescentar coisas novas no que já existia, gerando mudanças funcionais e significativas para as pessoas. No caso da Imilla, o skate veio para fortalecer e empoderar essas mulheres, gerando um avanço na independência delas e na igualdade de gênero no lugar onde elas moram.










