Luisa Dörr

O protagonismo feminino representado na fotografia.

O protagonismo feminino representado na fotografia.

Luisa Dörr é uma fotógrafa brasileira, natural do Rio Grande do Sul, formada em design gráfico. Sua história com a fotografia surgiu cedo; quando criança ela pedia câmeras fotográficas de presente de natal, mas foi aos seus 22 anos que começou a fotografar no estúdio de sua tia e se profissionalizou na área.

Auto retrato da fotógrafa Luisa Dorr. A imagem contém seu rosto enquadrado que se posiciona na diagonal, ela usa um óculos de grau e seus cabelos loiros se encontram trançados ao redor de sua cabeça.
Luiza Dörr

Luisa publica suas imagens em sua conta no instagram, onde monta seu portfólio. Ela já teve suas fotografias publicadas na capa da revista Time e também já fotografou para o jornal El País. Em seus projetos, Luisa captura a força da presença feminina, demonstrando através dos ângulos e enquadramentos, o protagonismo e a força destas personagens. 

Suas imagens transmitem a beleza natural do modelo fotografado, com cores leves e muita luz que passam a ideia de simplicidade. Suas obras também carregam um simbolismo etéreo, por meio da combinação da iluminação com as paisagens, que são, em sua maioria, lugares com uma natureza exuberante. 

Uma mulher roda com sua saia rosa e cheia de babados, ela usa também uma blusa toda coberta de rendas amarelas, na cabeça um chapéu e tranças. No fundo, bem distante, há várias montanhas e o céu azul com algumas nuvens.
Luiza Dörr
Duas crianças vestidas com vestidos na cor azul enfeitados. Uma das meninas, que aparentemente é mais velha, passa alguma coisa no rosto da mais jovem, como um gesto de cuidado, ela também está sentada para alcançar o rosto da outra que é menor. As duas, uma de frente para a outra, se olham, enquanto se arrumam.
Luiza Dörr
Uma mulher boiando em uma água verde com roupas típicas do Chile, uma blusa branca rendada e uma saia cumprida preta, ela usa tranças que flutuam ao seu redor. Na água também há pétalas de flores circundando seu corpo.
Luiza Dörr
Mulher sentada na beirada da carroceria de uma camionete, ela olha para longe da câmera e em suas mãos há luvas de boxe.
Luiza Dörr

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PAES, Nathália. Luisa Dorr. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotografica.com.br/luisa-dorr-2/>. Publicado em: 11 de abr. de 2023. Acessado em: [informar data].

E o mar passou

A força do mar abatida pela imponência de um homem

A força do mar abatida pela imponência de um homem

O mar, em toda sua intensidade, atinge o homem fotografado por Luisa Dorr. Atinge suas costas, mas não o desestabiliza, ele mantém sua postura firme, com a bacia que carrega em sua cabeça, e não parece ter, ao menos, um tremor. Ele olha firmemente para a câmera e apenas permanece naquele local imponente.

Vemos na imagem, uma pessoa, vestida com roupas típicas da Bahia, com as costas voltadas para o oceano, as ondas quebram. Na cabeça, ele carrega uma bacia e no pescoço um colar de miçangas.
Luisa Dorr

Junto com as ondas do litoral baiano, onde foi tirada a fotografia, histórias vem sendo carregadas. O oceano sempre esteve presente, assistindo todas as vidas que passaram por ali, vendo as mudanças que ocorreram durante séculos, embora ele sempre se mantivesse como o mesmo, arredio. Ele mesmo conta uma história, mesmo que silenciosamente, suas ondas sussurram-na para a beirada da praia, como se contasse-as em segredo.

Minha primeira vez vendo o mar foi com 18 anos, foi como renascer, dei meus primeiros passos vendo o azul infinito, não houve o choro do parto, apenas o mar ecoando com seu chiado e um sorriso que se espalhou até se tornar uma gargalhada toda vez que era tocada pela água. 

Sempre tive um fascínio pela água, ao mergulhar em uma piscina era como adentrar um mundo novo, a calmaria e o silêncio me faziam querer nunca emergir. Com o mar a experiência foi a mesma, eu o sentia me puxando para junto de si e me sentia acolhida, era como um abraço. Quando as ondas passavam, me via com o coração a disparar, a ansiedade era tanta, o medo de que quando o mar me atingisse e eu fosse desestabilizada, mas ao mesmo tempo, a sensação de ser abraçada era bem vinda. 

Após ser atingida, todo o medo passava e a calmaria reinava, a água em toda a sua fúria, já não estava mais tão revolta, ela agora só queria voltar para o seu lugar, para logo em seguida se lançar novamente. E esse ciclo se segue infinitamente, sem descanso nenhum, apenas com mais intensidade ou não, trazendo coisas perdidas para a areia, expulsando-as de seu domínio, e arrastando outras para as suas profundezas, coisas essas que nunca mais serão achadas ou que serão levadas para lugares distantes. 

Vendo a imagem desse homem tão imponente de costas para a água, fico a pensar em toda a sua força e coragem, para se manter tão tranquilo e firme diante da profusão de ondas. Ele quase parece fazer parte do mar, com suas roupas se mesclando à espuma marítima. Quando estive diante do oceano, só consegui me sentir pequena e frágil, prestes a ser quebrada e arrastada para longe, o que me deixa ainda mais impressionada com a leveza da figura fotografada.

 

#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quinta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.
 

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PAES, Nathália. E o mar passou. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotograficaufop.blogspot.com/2023/01/e-o-mar-passou.html>. Publicado em: 5 de jan. de 2023. Acessado em: [informar data].

A tradição e o moderno

Luisa Dorr registrou a fusão do urbano e do Chola Cochabambina


A foto abaixo mostra as Imilla, garotas indígenas bolivianas da cidade de Cochabamba que promovem o skate para o público feminino. Mesmo com a marginalização sofrida pelos indígenas Aymara e Quechua Cholitas durante séculos, nas últimas décadas, essas comunidades vêm recuperando seu orgulho e uma forma das Imilla mostrarem isso é vestindo suas roupas tradicionais, fugindo do visual ocidentalizado que era aceito como o justo para a assimilação cultural. 


Luisa Dorr

Esta fotografia da Luisa Dorr, demonstra perfeitamente como o urbano e o moderno podem se fundir à tradição sem prejudicar um ao outro, mas sim se complementando. Ao olhar para essa imagem, é possível visualizar quatro mulheres de tranças no cabelo, usando saias coloridas, tênis de skatista, blusas brancas e chapéus. Suas roupas aparentemente são parte de um costume cultural e é notável que é latino americano, devido às características das vestimentas.  Fora isso, também é possível ver que a rua na qual elas estão andando de skate é bem arborizada. 

O que mais se destaca neste registro feito por Luisa: mulheres com roupas tradicionais de sua cultura andando de skate. Isso pode parecer simples e cotidiano em alguns lugares, mas é importante viver e honrar as próprias raízes, receber o novo e esse grupo de mulheres indígenas skatistas demonstra que é possível fazer os dois ao mesmo tempo através desta imagem e também através do próprio coletivo de skate. 

“Imilla”, o nome deste coletivo de skate, é uma palavra Aymara e Quechua que significa meninas. Elas são uma referência cultural e uma fusão entre o urbano e o Chola Cochabambina – vestimenta no estilo tradicional Chola de pessoas que vivem no departamento de Cochabamba – e tem como objetivo, além de popularizar o skate na Bolívia, gerar empoderamento feminino às meninas que se interessarem pelo esporte, mostrando que elas não são diferentes dos homens em capacidade e em direitos. Além disso, elas também tem o intuito de fazer um chamado a toda a sociedade para conciliar diferenças culturais e estereótipos centenários de mulheres, a fim de mudar perspectivas machistas e retrógradas a partir de um esporte que antigamente era considerado como masculino. 

Nessa foto, especificamente, elas estão na entrada do Parque Pairumani, um dos lugares preferidos das meninas para andar de skate por conta da beleza do local. É uma pequena descida localizada em Quillacollo, nos arredores de Cochabamba. A ImillaSkate quis partilhar lugares que representassem a sua cidade e a natureza que está sempre presente. A estrada está repleta de árvores emblemáticas da flora de Cochabamba e é também área de plantações, responsáveis ​​por muitos locais de trabalho agrícolas para pessoas da comunidade. Logo, esse lugar também é um pedaço da cultura dessas jovens skatistas. 

Em suma, essa foto representa a mistura cultural entre a cultura tradicional e a cultura moderna, sendo também a quebra e a manutenção, pois não é 100% moderno e nem 100% tradicional. Ela mostra como o tempo pode ser enriquecedor e acrescentar coisas novas no que já existia,  gerando mudanças funcionais e significativas para as pessoas. No caso da Imilla, o skate veio para fortalecer e empoderar essas mulheres, gerando um avanço na independência delas e na igualdade de gênero no lugar onde elas moram. 


#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quarta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.

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IASMIN, Jade. A tradição e o moderno. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotograficaufop.blogspot.com/2022/11/a-tradicao-e-o-moderno.html>. Publicado em: 10 de nov. de 2022. Acessado em: [informar data].

Luisa Dörr

Nascida no município de Lajeado, no ano de 1988, Luisa Dörr desde bem pequena era apaixonada pela fotografia. Começou sua carreira trabalhando no estúdio da tia, cuja especialidade era casamentos e recém nascidos. Em 2014, trabalhou como freelancer para veículos como Folha de São Paulo, Estadão, El País e Vice.

Fotógrafa responsável por fazer 12 fotos de capa para a revista Time, com apenas um smartphone.

Nascida no município de Lajeado, no ano de 1988, Luisa Dörr desde bem pequena era apaixonada pela fotografia. Começou sua carreira trabalhando no estúdio da tia, cuja especialidade era casamentos e recém nascidos. Em 2014, trabalhou como freelancer para veículos como Folha de São Paulo, Estadão, El País e Vice.

Luisa Dörr

Em 2014, conheceu a modelo Maysa Martins Leite enquanto cobria um concurso de beleza infantil. Ela, então, inicia a série Maysa, na qual a fotógrafa acompanha a trajetória da garota de apenas 11 anos de idade, em seu sonho de se tornar Miss Brasil. As fotografias feitas por Dörr possuem um caráter extremamente intimista e retratam uma história de superação e empoderamento da menina que saiu da comunidade da Brasilândia rumo às passarelas.

Em 2015, ela começa o projeto #womantopography, focado em estudar as feições femininas como paisagens complexas e com isso, contar as histórias das mulheres que encontra em suas viagens. Com o sucesso de seus dois trabalhos, em 2017 ela foi convidada pela revista Time, para  fazer 46 retratos de influentes mulheres do cenário político atual. O que ela fez utilizando apenas um smartphone, 12 de suas fotos foram selecionadas para estampar a edição especial da revista que recebeu diversas capas.

Luisa Dörr
Luisa Dörr
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#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

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CAVALHEIRO, Pedro Olavo Pedroso. Luisa Dörr. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/luisa-dorr/>. Publicado em: 01 de nov. de 2021. Acessado em: [informar data].

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