Grupo de Cultura, Ensino, Extensão e Pesquisa visa oferecer valor a sociedade mediante a produção de conhecimentos úteis ao campo da cultura e da fotografia.
Fotógrafa e diretora de cinema norte-americana conhecida mundialmente por representar personas em seus autorretratos
Fotógrafa e diretora de cinema norte-americana conhecida mundialmente por representar personas em seus autorretratos
Nascida em New Jersey, no ano de 1954, Cindy Sherman tinha uma perspectiva de trabalho que muito se assemelhava ao pós-modernismo. Ela retratava principalmente artes conceituais, produzindo imagens concentradas especialmente em iluminação, cores e expressões faciais.
Cindy explora muito da subjetividade do espectador, deixando um espaço para que ele reflita sobre a realidade criada e montada por ela. A fotógrafa se auto retrata incorporando vários estereótipos femininos, partindo de seu próprio corpo, ela cria narrativas e faz relações visuais, comportamentais e sociais acerca dos papéis desempenhados pelas mulheres na sociedade contemporânea.
#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.
Soares, Maria Clara. Gioconda Rizzo. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotografica.com.br/cindy-sherman/>. Publicado em: 16 de maio de 2023. Acessado em: [informar data].
Fotografia que representa a união afetiva entre duas mulheres
Fotografia que representa a união afetiva entre duas mulheres
A foto, tirada pela brasileira Catharine Sant’ana – especialista em registros de casais LGBTQIA+ -, retrata um dos momentos mais especiais da vida de Meg e Clarisse: seu casamento.
Unidas inicialmente pelo trabalho – ambas comissárias de bordo -, Meg e Clarisse escolheram perpetuar esse amor por meio da união estável. Ao olhar essa imagem, me sinto encantada com a quantidade de detalhes do retrato: as árvores em primeiro plano com mais foco e escurecidas e, o cenário ao fundo, levemente desfocado. As flores ornamentadas em tons de rosa e creme, combinando com as tonalidades dos buquês das noivas e do vestido da celebrante.
Se eu pudesse escolher uma única palavra para descrever essa foto, seria “delicadeza”. Pego-me pensando no quanto essas duas mulheres planejaram este dia, para que tudo saísse perfeito – até os mínimos detalhes – e no quanto pensaram e desejaram que tudo ocorresse da melhor maneira, em um dia que seria tão marcante para ambas.
Ambas, por um lado, correspondem ao estereótipo de feminilidade atribuído às mulheres, e, por outro, refutam a imagem pré-estabelecida de que casais lésbicos são constituídos majoritariamente por mulheres que performam masculinidade. O famoso estereótipo de “sapatão”, termo utilizado, muitas vezes, de forma pejorativa para caracterizar a lesbiandade. Ou seja, Meg e Clarisse, como muitos casais homoafetivos, além de representarem resistência por lutarem contra o preconceito da sociedade, ainda rompem com um estereótipo que visa limitar a identificação individual e classificar as pessoas por grupos.
Quando pesquisei sobre a imagem, lembro que achei interessante a maneira como fizeram o “First Look”. Ambas viradas de costas uma para outra no altar, de modo que não se vissem. Só foram se olhar no momento exato do casamento. Olhando para a expressão de felicidade de ambas, imagino o “friozinho na barriga” que elas podem ter sentido quando se viram. O pensamento que pode ter passado na cabeça de cada uma sobre a certeza de que aquela mulher ali em frente era a pessoa certa para passar o resto da vida ao lado.
Como mulher lésbica, inevitavelmente, me vejo nessa situação. Me questiono se amaria tanto alguém a ponto de desejar passar a vida inteira com ela. Se um dia alguém conseguirá me tirar tantas risadas que, em meio às gargalhadas, eu pensaria: é Ela.
Visualizar cenas de tanto amor como essa, em tempos de ódio, rancor e homofobia, como o que estamos vivendo é reconfortante. Ver um amor que é carinho, luta e resistência me aquece o coração. Principalmente num cenário em que um governo é repressivo, como o do Bolsonaro, no qual temos medo de amar. Hoje – outubro de 2022 – quando escrevo esse texto, este é o cenário. Mas, espero que, quando for publicado – início de 2023 – a esperança e o respeito retornem ao Brasil.
Esta leitura é um agradecimento à Cacá, pela representatividade a casais como esse. É muito importante para a comunidade LGBTQIA+ se enxergar em um ambiente seguro e feliz.
#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quinta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.
Soares, Maria Clara. Em seus olhos, o amor. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotografica.com.br/em-seus-olhos-o-amor/>. Publicado em: 20 de abr. de 2023. Acessado em: [informar data].
Bissexual, ativista e especializada em fotografar casais LGBTQIA+
Bissexual, ativista e especializada em fotografar casais LGBTQIA+
Nascida no Rio de Janeiro, “Cacá”, como gosta de ser chamada, trabalha com fotografia desde os 19 anos. Na época, fotografava festinhas de adolescentes, e foi neste período que percebeu sua grande paixão: retratar afetos, em todas as suas formas e variações.
Conversando com a profissional, me encantei por seu carisma. Logo de imediato, é possível perceber seu ativismo e o quanto isso reflete no seu trabalho, que representa a luta, o amor e a resistência LGBTQIA+.
“Meu objetivo é trazer referência e representatividade para pessoas LGBTQIA+. É fazê-las acreditar que são dignas e merecedoras de amar, serem amadas e viver esse amor”. Eu, como mulher lésbica e constituinte desse grupo, fiquei emocionada com esse relato e com as obras de Cacá.
Trazer essa representatividade do amor é de muita urgência, uma vez que, constantemente, o grupo LGBTQIA+ é retratado com pejoratividade e com um sentido de libertinagem. Então, essa abordagem mais romântica, que Cacá traz, também colabora para romper com esse estereótipo preconceituoso. E isso se torna mais necessário ainda quando o assunto é Brasil: país que mais mata homossexuais no mundo.
Criadora do site Alma Afetiva, Catharine é contra toda e qualquer forma de repressão, principalmente a do amor. “Infelizmente, fomos ensinados a disfarçar o nosso amor”, afirma ela na descrição de seu site.
Mulher preta, LGBT, umbandista e periférica, ela conta o quanto teve que superar dificuldades para se tornar essa profissional tão necessária em tempos de ódio como o que vivemos. Não tinha recursos financeiros para arcar com um curso de fotografia, então, lia o conteúdo de blogs, revistas e sites para aprender a fotografar. Mas, atualmente, com muito orgulho, ela diz o quanto ficou feliz por ter concedido entrevista à revista Fotografe, a maior da América Latina.
“Acho de suma importância uma mulher de várias minorias sociais ter voz em uma revista tão grande”. E eu concordo com ela! Meus sinceros parabéns a esse trabalho tão lindo, que, com certeza, merece muitos aplausos e reconhecimentos.
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Foto que representa o amor entre irmãos desde a primeira interação.
A foto, tirada pela brasileira Daniela Justus – internacionalmente conhecida por suas fotografias de partos e gestantes – retrata a felicidade do momento em que a bebê, ainda no hospital, é mostrada à família.
Daniela Justus
Embora a imagem contemple a reação de várias pessoas ao ver a criança, o enquadramento principal é no irmão da bebê. Ele, em um ato de amor incondicional, beija o vidro que os separa, na intenção de que sua irmãzinha possa sentir seu carinho, mesmo sem contato físico direto.
Com a mão no vidro e os olhinhos marejados, a expressão corporal do menino me faz sentir uma imensa compaixão ao ver essa foto. Como se meu coração se aquecesse só de ver essa cena. Me pego refletindo sobre como o nosso corpo é capaz de realizar tarefas que, racionalmente, não tem explicação.
Na foto, por exemplo, é nítido o amor já existente entre os irmãos, que nem sequer se conhecem ainda. Inconscientemente, imagino como será a relação deles. Será que vão brincar no quintal? Será que o menino defenderá sua irmãzinha quando ela chorar por alguém que a fez sofrer? Será que ele dará a ela bons conselhos?
Questionamentos esses que, infelizmente, não terei respostas. Mas, prefiro acreditar que, sim, eles terão uma relação linda. Sim, ele cuidará dela, e serão melhores amigos. Ao fazer a análise de uma foto, é interessante ver como é possível acessar uma memória que, muitas vezes, nem lembramos que ainda está ali.
Considero também uma forma de autoconhecimento. Uma forma de explorar as lembranças, que mesmo quando é de interesse esquecê-las, querendo ou não, estarão ali, guardadas em algum lugar do subconsciente. Não diferentemente, ocorreu comigo quando visualizava essa imagem. Imagino se me fiz todas essas perguntas em relação ao futuro dos irmãos porque não tenho contato direto com o meu.
Assim como no retrato, sou a irmã caçula e, de algum modo, desejava esse carinho fraterno. Por outro lado, reflito sobre esse momento de “apresentação” à família. Um momento em que, sem sequer entender, a bebê já tem inúmeras expectativas materializadas em seu ser. Provavelmente, há um quarto rosa e repleto de bonecas à sua espera em casa.
E, antes mesmo de nascer, possivelmente seus pais já idealizaram seu casamento, sua profissão e até como será sua personalidade. Isso me faz pensar no quanto nosso comportamento pode ser condicionado a expectativas alheias. Quantas de nossas ações são realizadas só porque queremos, sem interferências do mundo externo?
Perguntas essas que surgiram a partir da análise de uma única foto. Impressionante como é possível tirar várias interpretações e reflexões de uma fotografia. É realmente um processo de autoconhecimento. Obrigada, Cultura Fotográfica, por me permitir esses momentos de inserção no meu próprio eu.
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Primeira mulher brasileira a ter autoria fotográfica reconhecida e a ter um estúdio próprio.
Nascida em São Paulo, no ano de 1897, Gioconda Rizzo iniciou seu trabalho quando tinha apenas 14 anos de idade. Seu pai, Michele Rizzo, era fotógrafo e tinha um estúdio chamado Ateliê Rizzo. Com um exemplo da profissão dentro de casa, Gioconda se interessou pela fotografia e logo começou sua carreira.
Autor desconhecido (a)
Na época, a menina só tinha permissão para fotografar mulheres e crianças, mas inovou com seu enquadramento fotográfico: focava nos ombros e nos rostos das modelos. Em 1914, inaugurou seu estúdio, chamado Photo Femina, mas, infelizmente, foi fechado no ano de 1916, por pressão da sociedade conservadora.
A fotógrafa trabalhou com muitos nomes prestigiados na sociedade, entre eles, a 1° Miss Brasil, Zezé Leone, e a Miss Universo, Yolanda Pereira. Faltando poucas semanas para completar seus 107 anos, Gioconda faleceu, em 2004.
Confesso ter tido dificuldade para encontrar o acervo da fotógrafa. Isso porque Rizzo era uma mulher inovando em pleno século XX e, devido ao machismo intrínseco na sociedade, suas obras eram pouco valorizadas, com raros registros oficiais e armazenamentos precários. Fato que me faz refletir na quantidade de mulheres que, assim como Gioconda, tiveram seu trabalho apagado e silenciado perante uma sociedade que as depreciava e invisibilizava.
Gioconda Rizzo
Gioconda Rizzo
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Empoderamento, feminilidade e autoestima nas curvas de uma mulher.
A foto, tirada em 1965, retrata o empoderamento de uma mulher socialmente considerada idosa.
Diane Arbus
Diane Arbus, profissional conhecida por seu trabalho ter foco em retratar as pessoas à margem da sociedade, certamente fotografou a mulher da imagem na intenção de trazer uma mensagem à tona. Mas qual?
Primeiramente, é importante frisar o contexto em que a fotografia foi tirada, visto que outros costumes e crenças estavam em vigor na década de 60. Na época, o machismo e o conservadorismo eram ainda mais presentes na sociedade que atualmente, o que enquadrava as mulheres às funções de cuidar dos filhos e da casa, além de terem seus corpos sexualizados como objetos em prol do prazer masculino.
Na foto, admiro como a modelo posa com confiança e autoestima. Dá pra ver como ela se sente bem consigo mesma, resistindo ao preconceito dos olhos da sociedade, que inferiorizam esse corpo apenas por ser mais velho. Corpo este que é visto como não digno de sensualidade. Um corpo que, apenas por existir, é julgado.
Corpo que, acima de tudo, habita uma alma. A alma de alguém. A existência. A resistência. Para mim, essa mulher não só modela para um retrato, ela faz revolução. Ela revoluciona uma sociedade que estabelece que envelhecer é negativo. Afirmou, por meio de uma imagem, que ficar mais idosa não significa só adquirir conhecimento intelectual. Pode significar também uma nova maneira de ser sexy, de se empoderar e de resistir ao machismo que tanto julga o corpo feminino. De dizer “não” ao capitalismo que tanto impõe produtos e cirurgias estéticas.
Ao analisar essa foto, sinto orgulho sem ao menos conhecer essa senhora. Fico feliz ao ver a coragem que imagino que ela teve para se expôr em uma época tão conservadora e sexista. Como mulher, reflito sobre a necessidade e urgência de, assim como a do retrato, nos sentirmos confortáveis e seguras. Porque, principalmente, um corpo é o conjunto material que nos torna capazes de realizar nossas atividades essenciais e fisiológicas.
É ele que nos possibilita comer, caminhar, estudar, trabalhar, tocar quem amamos e, por isso, é tão primordial que estejamos em paz com ele, independente de seu formato, idade e cor. Então, retomando a pergunta inicial deste texto, acredito que o objetivo de Diane Arbus ao realizar esse ensaio fotográfico foi trazer à mídia a mensagem de revolução que a modelo transmite.
#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quarta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.
Uma série de conteúdos elaborados para te informar e encantar sobre a pluralidade do amor.
Nosso objetivo aqui é trazer visibilidade e reconhecimento sobre o trabalho de fotógrafxs, que, muitas vezes, devido ao preconceito existente na sociedade, foram invisibilizados.
Revisitamos diferentes profissionais com diversos enfoques: alguns concentram-se em retratar o amor homossexual, para naturalizá-lo diante dos olhos da população, outros focam em romper com estereótipos existentes na própria sigla. Por exemplo, o da anulação da bissexualidade ou o da afirmação sobre a performance considerada “correta” e esperada para gays e lésbicas. As temáticas são variadas, mas, reunidos os artigos, fica claro que o propósito dos fotógrafxs é o mesmo: lutar por uma causa em prol do respeito, do amor e do orgulho, seja contribuindo para o fim do preconceito social, seja trazendo visibilidade a pessoas que sempre estiveram marginalizadas.
Sobre o percurso
Como um percurso de aprendizagem autodirigido, o “Diversidade na sigla e nas fotos: um percurso de aprendizagem ” oferece diferentes trajetórias para seu estudo. Sugerimos uma opção e você decide se é viável ou não para a sua maneira de aprender. Assim, se desejar, você terá sua jornada orientada, e, ao mesmo tempo, autonomia para selecionar os textos que mais tem interesse.
Para aproveitar melhor cada parte do caminho, é importante percorrê-lo com atenção e reflexividade. O objetivo é que a compreensão sobre o trabalho de cada profissional seja eficaz, afinal, quanto mais entendimento, maior será a transmissão de conhecimento entre as pessoas e, consequentemente, mais amplo o reconhecimento acerca dos fotógrafxs.
Trajetórias
Temos algumas publicações na temática LGBTQIA+ e vamos citá-las brevemente aqui, para que você possa transitar entre elas de acordo com seu desejo.
Sofia Santoro
Na galeria, trazemos Joan E. Biren, Robert Mapplethorpe, Catherine Sant’ana e Paul Freeman. A primeira foi uma fotógrafa e cineasta homossexual, que lutou pelos direitos e pela visibilidade das mulheres lésbicas nos anos 70, época em que a homofobia era ainda maior que atualmente. O desejo de Joan surgiu, principalmente, ao não se enxergar representada propriamente em nenhum espaço, já que as mulheres lésbicas quase não eram retratadas e, quando eram, recebiam uma visão negativa.
Já Mapplethorpe, era um fotógrafo gay, que foi impedido de exibir suas obras em museus e galerias devido às suas criações artísticas, voltadas para o erotismo e sadomasoquismo gay. Robert também encontrou dificuldades para ter liberdade até no seu próprio desenvolvimento criativo, visto que, por ser de uma família conservadora e católica, teve sua infância regrada e direcionada a não explorar seu lado artístico.
Por sua vez, Catherine Sant’ana, é uma fotógrafa brasileira, que retrata principalmente o dia a dia e os casamentos de pessoas homossexuais. A profissional enfatiza que seu foco maior é trazer representatividade à comunidade LGBTQIA+, para acreditarem serem merecedoras de amar e de serem amadas.
Nesse mesmo viés, temos Paul Freeman, que aborda a questão do estereótipo de masculinidade no espectro homossexual, tentando reduzir o preconceito e a visão de que homens gays sempre performam algum tipo de feminilidade. Afinal, a ideia aqui é que compreendamos que não existe um “sempre” em nenhum assunto, principalmente no quesito pessoas, que são compostas das mais diversas pluralidades. Em síntese:
Fotófrafxs que se encontram na temática queer, contribuem significativamente para a sociedade, visto que trazem representatividade a pessoas que sequer eram retratadas e, quando eram, recebiam uma imagem pejorativa ou que os associava à libertinagem. Em um país perigoso para os integrantes da comunidade LGBTQIA+, como o Brasil, pequenos atos como esses, são passos gigantes rumo a um futuro livre e repleto de amor. Além disso, na sessão de leitura, interpretamos obras nomeadas de “Bandeira LGBTQIA+”, “Orgulho e Paixão”, “Em seus olhos, o amor” e “Olhares sensíveis, não delicados”. Na primeira, é explicada a importância da simbologia da bandeira para o movimento, já que é feita uma rápida associação entre símbolo e causa. Ou seja, ela acaba por se tornar um ícone de liberdade amorosa, respeito, aceitação e muito orgulho. Além disso, engloba letras que representam diversas possibilidades de amar, de se sentir atraídx e de se identificar consigo mesmx. Já a foto Orgulho e Paixão foi conhecida por ser a capa do livro “Eye to Eye: Portraits of Lesbians”, da fotógrafa lésbica e ativista Joan E. Biren. A obra reuniu diversas fotografias do cotidiano de mulheres lésbicas, que tiveram a oportunidade (infelizmente, escassa) de terem seu cotidiano representado com respeito e veracidade. Por sua vez, “Em seus olhos, o amor”, traz uma abordagem extremamente romântica e delicada: o casamento de Meg e Clarisse. São explorados os detalhes da composição da foto e do momento. Se você quer ter seu dia repleto de tanta doçura, recomendo começar por essa foto! E, por último, temos “Olhares sensíveis, não delicados”, que aborda a questão do estereótipo sobre homens gays. No texto, é discorrido o argumento de que afirmar que todo homem homossexual é afeminado é tão estereotipado quanto afirmar que todo homem cis hétero gosta de futebol. Ou seja, a intenção aqui é naturalizar a liberdade de cada um de se identificar como bem entende e se reconhecer intimamente da forma que desejar. Em resumo:
Esses são nossos principais textos que abrangem a temática LGBTQIA+ dentro da plataforma “Cultura Fotográfica”. Esperamos que vocês realizem uma leitura tranquila, atenta e que desfrutem do melhor de nosso conteúdo.
#percurso é uma coluna de caráter formativo. Trata-se de pequenos roteiros pelos conteúdos publicados no Cultura Fotográfica, elaborados para orientar o leitor em sua caminhada individual de aprendizado. Quer conhecer melhor a coluna #percurso? É só seguir este link.
Fotografia em preto e branco. Mulher de cabelo curto carregando uma bolsa e segurando uma câmera fotográfica antiga. Ela parece estar em um parque. Atrás dela está uma lixeira e muitas pessoas.
Fotógrafa que retrata pessoas marginalizadas na sociedade
Nascida em Nova York, Diane Arbus foi uma fotógrafa e escritora norte-americana que procurava mostrar, por meio de suas imagens em preto e branco, aquilo que era considerado feio e não era exposto nas galerias de arte.
Diane Arbus
Seu trabalho tinha como foco registrar os indivíduos excluídos socialmente: travestis, homossexuais, pessoas portadoras de alguma deficiência ou qualquer outro grupo à margem. Trabalho que pode ser considerado uma forma de revolução, visto que traz à tona a imagem de cidadãos que devem ser devidamente respeitados.
A profissional temia ter que desviar o foco de sua arte para ser mais valorizada financeiramente. Essa situação agravou seu quadro depressivo e, então, infelizmente, Arbus cometeu suicídio em 26 de julho de 1971, aos 48 anos. Após o ocorrido, suas obras ganharam bastante destaque popular e, por isso, a fotógrafa foi a primeira norte-americana a ter seu seu trabalho exposto na Bienal de Veneza.
Diane Arbus
Diane Arbus
Diane Arbus
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Fotografia em branco e preto com uma mulher mulçumana usando um véu na cabeça. Em seu rosto tem escritos árabes em formato circular.
Uma série de conteúdos elaborados para te informar sobre mulheres incríveis e seus trabalhos.
Nosso objetivo aqui é trazer visibilidade e reconhecimento sobre o trabalho de fotógrafas maravilhosas, que, muitas vezes, devido ao machismo existente na sociedade, foram invisibilizadas. Apesar de nem todas as fotógrafas se identificarem como feministas, o trabalho delas é um exemplo de resistência à opressão machista e, por isso, traremos aqui.
Trazemos à tona diferentes profissionais com diversos enfoques: algumas focam em retratar guerras, outras no feminismo negro, e enquanto algumas tratam da sexualidade, outras tratam do combate ao machismo. As temáticas são variadas, mas, reunidos os artigos, fica claro que o propósito das fotógrafas é o mesmo: deixar sua marca no mundo de alguma forma positiva, seja ajudando outras mulheres a superar situações de dificuldade, seja lutando por uma causa em comum.
Shrin Neshat
Como um percurso de aprendizagem autodirigido, o “Feminismo em suas diversas formas” oferece diferentes trajetórias para seu estudo. Sugerimos uma opção e você decide se é viável ou não para a sua maneira de aprender. Assim, se desejar, você terá sua jornada orientada, e, ao mesmo tempo, autonomia para selecionar os textos que mais tem interesse.
Para aproveitar melhor cada parte do caminho, é importante percorrê-lo com atenção e reflexividade. Por isso, recomendamos que a leitura seja realizada em um ambiente tranquilo, onde consiga se concentrar com facilidade. O objetivo é que a compreensão sobre o trabalho de cada profissional seja eficaz, afinal, quanto mais entendimento, maior será a transmissão de conhecimento entre as pessoas e, consequentemente, mais amplo o reconhecimento acerca das fotógrafas.
Em resumo, são esses os principais tópicos de cada grupo textual. O 1°, sobre fotógrafas negras, foca em trazer informações sobre a ancestralidade negra – como no texto “Resgate da Ancestralidade Negra”- e sobre a beleza das mulheres pretas. Já o 2°, “Fotógrafas de Guerra”, abrange desde o conteúdo das mulheres que estão inseridas em conflitos bélicos à questão da necessidade dessas vítimas em imigrar para sobreviver. Um ótimo exemplo desse grupo textual, é o texto “Contrastes e Identidades”, que aborda o sofrimento das mulheres no Islã por meio de colagens.
No 3° grupo, é evidenciada a questão LGBTQIA +, especialmente no recorte lésbico, que é o caso do texto “Orgulho e Paixão”. O 4°, nomeado “Violência contra mulheres”, inclui o conteúdo referente à violência doméstica e ao assédio sexual, como exposto, por exemplo, no artigo “Garota Americana na Itália”. E, por último, mas não menos importante, o percurso “Feminismo em essência”. Mais abrangente que os anteriores, ele reúne questões mais gerais, como empoderamento feminino, autoestima, primeiras fotógrafas brasileiras a serem reconhecidas, entre outras temáticas nesse âmbito.
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