Corpo feminino em forma de revolução

Empoderamento, feminilidade e autoestima nas curvas de uma mulher.

A foto, tirada em 1965, retrata o empoderamento de uma mulher socialmente considerada idosa.

Descrição: Mulher considerada idosa posando nua em um cenário que parece uma floresta. Ela tem o cabelo loiro, curto e ondulado e, como acessório, usa um salto alto e um óculos de sol
Diane Arbus

Diane Arbus, profissional conhecida por seu trabalho ter foco em retratar as pessoas à margem da sociedade, certamente fotografou a mulher da imagem na intenção de trazer uma mensagem à tona. Mas qual?

Primeiramente, é importante frisar o contexto em que a fotografia foi tirada, visto que outros costumes e crenças estavam em vigor na década de 60. Na época, o machismo e o conservadorismo eram ainda mais presentes na sociedade que atualmente, o que enquadrava as mulheres às funções de cuidar dos filhos e da casa, além de terem seus corpos sexualizados como objetos em prol do prazer masculino.

Na foto, admiro como a modelo posa com confiança e autoestima.  Dá pra ver como ela se sente bem consigo mesma, resistindo ao preconceito dos olhos da sociedade, que inferiorizam esse corpo apenas por ser mais velho. Corpo este que é visto como não digno de sensualidade. Um corpo que, apenas por existir, é julgado.

Corpo que, acima de tudo, habita uma alma. A alma de alguém. A existência. A resistência. Para mim, essa mulher não só modela para um retrato, ela faz revolução. Ela revoluciona uma sociedade que estabelece que envelhecer é negativo. Afirmou, por meio de uma imagem, que ficar mais idosa não significa só adquirir conhecimento intelectual. Pode significar também uma nova maneira de ser sexy, de se empoderar e de resistir ao machismo que tanto julga o corpo feminino. De dizer “não” ao capitalismo que tanto impõe produtos e cirurgias estéticas.

Ao analisar essa foto, sinto orgulho sem ao menos conhecer essa senhora. Fico  feliz ao ver a coragem que imagino que ela teve para se expôr em uma época tão conservadora e sexista. Como mulher, reflito sobre a necessidade e urgência de, assim como a do retrato, nos sentirmos confortáveis e seguras. Porque, principalmente, um corpo é o conjunto material que nos torna capazes de realizar nossas atividades essenciais e fisiológicas.

É ele que nos possibilita comer, caminhar, estudar, trabalhar, tocar quem amamos e, por isso, é tão primordial que estejamos em paz com ele, independente de seu formato,  idade e cor. Então, retomando a pergunta inicial deste texto, acredito que o objetivo de Diane Arbus ao realizar esse ensaio fotográfico foi trazer à mídia a mensagem de revolução que a modelo transmite.

#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quarta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.

 

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SOARES, Maria Clara. Corpo feminino em forma de revolução. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: https://culturafotografica.com.br/corpo-feminino-em-forma-de-revolucao/. Publicado em: 22 de dez. de 2022. Acessado em: [informar data].

Diane Arbus

Fotografia em preto e branco. Mulher de cabelo curto carregando uma bolsa e segurando uma câmera fotográfica antiga. Ela parece estar em um parque. Atrás dela está uma lixeira e muitas pessoas.

Fotógrafa que retrata pessoas marginalizadas na sociedade

 

Nascida em Nova York, Diane Arbus foi uma fotógrafa e escritora norte-americana que procurava mostrar, por meio de suas imagens em preto e branco, aquilo que era considerado feio e não era exposto nas galerias de arte.

Diane Arbus segurando uma câmera, despojada olha fixamente para a câmera. Ela tem o cabelo curto e veste uma blusa bonita. Aparentemente está  numa praça pública
Diane Arbus

Seu trabalho tinha como foco registrar os indivíduos excluídos socialmente: travestis, homossexuais, pessoas portadoras de alguma deficiência ou qualquer outro grupo à margem. Trabalho que pode ser considerado uma forma de revolução, visto que traz à tona a imagem de cidadãos que devem ser devidamente respeitados.
 
A profissional temia ter que desviar o foco de sua arte para ser mais valorizada financeiramente. Essa situação agravou seu quadro depressivo e, então, infelizmente, Arbus cometeu suicídio em 26 de julho de 1971, aos 48 anos. Após o ocorrido, suas obras ganharam bastante destaque popular e, por isso, a fotógrafa foi a primeira norte-americana a ter seu seu trabalho exposto na Bienal de Veneza. 

Travesti negro e maquiado com bobbies no cabelo. Ele segura um cigarro e está com os olhos arregalados em direção à câmera.
Diane Arbus
Descrição: Casal lésbico se abraçando com ternura. Ambas olham fixamente para a câmera e têm o cabelo curto. Elas estão cobertas de manchas pretas, que simbolizam luta, dor e sofrimento.
Diane Arbus
Descrição: Há três pessoas na cena: um homem muito alto e, possivelmente, seus pais. Eles estão em um cenário que parece ser a sala de uma casa.
Diane Arbus

#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda segunda-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

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Soares, Maria Clara. Diane Arbus. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/diane-arbus>. Publicado em: 6 de dez. de 2022. Acessado em: [informar data].

Diane Arbus: entre luzes e sombras

Famosa pela temática que envolve tabus, Diane Arbus nos convida a explorar o sensível e curioso das suas fotografias em preto e branco.


Diane Arbus (1923-1971) é uma fotógrafa conhecida por suas fotos nada convencionais. Podemos perceber que a pauta da marginalização está bem presente em seu trabalho, por isso, pessoas trans, anões, nudistas, pessoas de circo, dentre outras, fora dos padrões estéticos impostos socialmente, dão vida às suas fotografias muitas vezes tiradas nas ruas. Os modelos de suas fotografias expressam o medonho, o inesperado e a perversão, nos convidando a refletir sobre a identidade do outro e os  padrões de beleza.


Diane Arbus, (1923-1971) – autorretrato. 


Norte-americana e filha de Judeus, Diane Arbus nasceu, Diane Nemerov. Por dez anos, ela fotografou ao lado do marido, Allan Arbus, para a publicidade e o mercado da moda. Depois desse período, ela e seu marido se separaram. Diane tornou-se fotojornalista e trabalhou para várias revistas. Ela estudou fotografia com Berenice Abbott e Lisette Model, durante o período em que ela começou a fotografar, com sua TLR Rolleiflex no formato quadrado pelo qual se tornou famosa. A maioria de suas fotos são tiradas de frente, principalmente com consentimento, e muitas vezes utilizando um flash para criar uma aparência surreal. 


Diane Ardus. Child with Toy Hand Grenade in Central Park, N.Y.C. 1962.

Diane Arbus, 1967. “Gêmeas Idênticas”


Mexican dwarf in his hotel room, N.Y.C. 1970
A young man in curlers at home on West 20th Street, N.Y.C.1966.


A gente quer saber suas impressões acerca dos trabalhos de Diane Arbus, qual das fotografias te tocou mais e porquê? Deixe aquele comentário com sua inquietação, dica e o que mais estiver sentindo. Até a próxima!

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Diane Arbus

Conhecida por suas imagens em preto e branco, Diane Arbus construiu suas obras com imagens de pessoas dadas como “incomuns” da sociedade.

Diane Arbus nasceu em Nova York, em 1923, em uma família de classe alta judia, sendo a segunda de três filhos. Casou-se muito cedo, com o fotógrafo Allan Arbus, com quem aprendeu a gostar de fotografia e começou uma agência, que rendeu diversos trabalhos publicados em grandes revistas de moda e publicidade.

Foto em preto e branco, retrata Diane Arbus, uma mulher magra de cabelo curto, segurando sua câmera, com o rosto virado levemente para sua direita
Diane Arbus, Roz Kelly

Porém, renunciava as imagens que tais revistas mostravam com uma visão de um mundo quase perfeito. Em 1959, deixa de ser assistente do marido, sai das revistas de moda e passa a fotografar imagens menos convencionais com sua câmera Rolleiflex.

Movida por suas indagações, a fotógrafa cria sua marca ao registrar pessoas marginalizadas pela sociedade, como: travestis, homossexuais, prostitutas, pessoas com problemas psiquiátricos, com deformações físicas, etc. Sua preocupação nunca foi fazer fotos perfeitas, mas sim com o impacto que tais fotos iriam causar na sociedade. Chegou a fotografar para a “The New York Times Magazine” e outras revistas relevantes da década de 1960.

Sua carreira decolou, mas em contrapartida, sua vida pessoal estava indo de mal a pior. Acabou se separando do marido e entrou em uma forte depressão.

No final da década de 1960, Arbus havia construído uma carreira respeitada, passando a ensinar fotografia na Parsons School of Design, na cidade de Nova York, e na Rhode Island School of Design, em Providence, Rhode Island.

Em 1971, aos 48 anos, Diane Arbus tirou a própria vida, devido a depressão que enfrentou em um grande período de sua existência. Suas fotografias até hoje são reverenciadas por fotógrafos de todo o mundo, virando um grande exemplo, que quebrou vários tabus.

Confira alguns dos trabalhos da fotógrafa:

Foto em preto e branco, retratando pessoas com deficiência vestidas de fantasias feitas a mão, com máscaras e varinhas, ao ar livre
Untitle (49), 1970-71, Diane Arbus
Foto em preto e branco, de um menino sério, usando terno com alguns broches, segurando uma bandeira dos Estados Unidos, e usando um chapéu feito de canudos
Boy With a Straw Hat Waiting to March in a Pro-War Parade, 1967
Foto em preto e branco, com três pessoas. Uma menina de maiô, outra rindo olhando para cima, e a outra de pé, com as mãos apoiadas no chão, olhando para trás
Untitled (6), 1970-71, Diane Arbus
Foto em preto e branco, retratando um homem, com rolos no cabelo,  segurando um cigarro na mão olhando para a frente
A Young Man in Curlers at Homem on West 20th Street, 1966, Diane Arbus
Foto em preto e branco, mostrando um homem anão, em um quarto sentado na cama, sem camisa, com uma toalha na cintura e um chapéu na cabeça. O homem também tem um bigode e apoia o cotovelo esquerdo na cabeceira da cama enquanto sorri olhando para a frente
Mexican Dwarf in his Hotel Room, 1970, Diane Arbus
Foto em preto e branco, retratando um menino com uma camiseta e um macacão, olhando para a frente com uma granada na mão em um parque
Child with Toy Hand Grenade in Central Park, 1962, Diane Arbus
Foto em preto e branco, dentro de uma casa, na sala, com um casal idoso, olhando para um homem gigante
Jewish Giant at Home with his Parents in the Bronx, 1970, Diane Arbus
Foto em preto e branco, mostrando duas meninas gêmeas, de vestidos iguais e uma tiara na cabeça. A da direita sorri, a da esquerda está com o rosto fechado
Identical Twins, 1967, Diane Arbus
Foto em preto e branco, retratando um homem nu, em um quarto, com seu órgão genital escondido entre as pernas
A Naked Man Being a Woman, 1968, Diane Arbus
Foto em preto e branco, com um homem olhando para a câmera, sem camisa, com o corpo todo tatuado
Tattooed Man at a Carnival, 1970, Diane Arbus
#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

Links, Referências e Créditos

  • https://blog.emania.com.br/mulheres-na-fotografia-diane-
  • arbus/https://fhox.com.br/blogs/excentrica-fotografia-de-diane-
  • arbus/https://www.sleek-mag.com/article/diane-arbus-best-photographs/

Como citar essa postagem

COSTA, Clara. Diane Arbus. Cultura Fotográfica. Publicado em: 12 de ago. de 2020. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/galeria-diane-arbus/. Acessado em: [informar data].

 
 

 

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