Categoria: Leitura
The Journey Is The Destination
A foto mostra o personagem principal, um homem caucasiano, olhando diretamente para a frente, com uma câmera nas mãos. Ele se encontra do lado esquerdo da imagem. Do lado direito vemos uma estrada de terra, com um veículo muito utilizado em safáris.
The Journey is the Destination é um filme baseado em uma história real, dirigido por Bronwen Hughes, que conta a história do fotógrafo Dan Eldon.
Do início ao fim, o filme prende nossa atenção de uma forma inexplicável. Não apenas pelo seu roteiro, mas pelo uso da fotografia que o compõem, usando cores de tons fortes e chamativos para destacar algumas cenas mais descontraídas, os tons frios para momentos sérios e a utilização de tons terrosos nas cenas de conflitos, além de espetaculares recortes e ângulos.
The Journey is the Destination é um filme baseado em uma história real, dirigido por Bronwen Hughes, lançado em 2016, que conta a história do fotógrafo Dan Eldon. Está disponível na plataforma Netflix, mas pode ser encontrado facilmente de forma gratuita na internet.
Nascido em Londres em 1970, com sua família, mudou-se para o Quênia, na África oriental, em 1977. Embora sua vida tenha sido curta, pois tinha apenas 22 anos quando foi perseguido e morto por uma multidão enfurecida na Somália, Eldon era um dos mais jovens fotógrafos do Continente Africano. Seu trabalho jornalístico, publicado na Revista Time, mostrava apenas uma pequena parte de todo seu talento. Destacou-se também como artista em suas colagens, que combinavam suas fotografias de toda África com tintas, imagens da cultura pop, anúncios e documentos oficiais.
O filme inicia-se com Eldon em uma beira de estrada pedindo carona. Ao ver que não conseguiria uma, o personagem senta-se na beira da estrada e continua escrevendo em seu álbum de fotografias e colagens, que possui o mesmo título do filme. Já no início podemos ver Dan Eldon fazendo uma das coisas que mais amava, que era fotografar pessoas do continente africano em suas diferentes culturas.
Após as cenas iniciais, o filme volta alguns meses antes, na formatura de Dan Elton. Logo após, juntamente com amigos, o personagem sai em um safari. Lá, ele começa a fotografar, e logo surge um dos primeiros conflitos em que deu cobertura. Logo após, podemos ver seu trabalho como designer gráfico para a Revista Mademoiselle. Centenas de pessoas morriam todos os dias na Somália, mas isso não era registrado na mídia internacional. Foi aí que a aventura de nosso personagem principal inicia-se. Eldon estava disposto a tentar se destacar como um jovem fotógrafo, registrando todo o conflito da Somália e mostrando ao mundo através de seu trabalho, toda fome que assolava o país. Juntamente com o trabalho na revista, o personagem vive seus anos com grande paixão liderando uma missão de ajuda humanitária, sendo muito bem retratada no filme.
Ao final do filme, vemos as cenas de acontecimentos que levaram o fotógrafo a sua trágica e inesperada morte, aos 22 anos.
Assistindo o filme, percebi que houve uma tentativa muito realista de mostrar todo o acontecimento, com imagens até mesmo muito pesadas de conflitos, com corpos mutilados, introdução de cenas reais das imagens de pessoas desnutridas passando fome. Não é um tipo de filme que você deva assistir como apenas um passatempo. Ele traz variadas reflexões acerca sobre a vida, sobre ter dignidade frente a alguns acontecimentos e sobre essencialmente ser humano com relação aos outros. Nos faz enxergar o outro muito além da sua imagem. Podemos sempre lembrar que o fato que a fotografia pode ajudar outras pessoas, ao expor grandes tragédias, como tornou-se para Dan Eldon um trabalho mais urgente.
Assista o filme e nos diga sua opinião!
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#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quinta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.
Links, referências e créditos
O Abutre
O filme de 2014 faz um comentário sobre a produção de imagens violentas e a relação do público com elas.
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Cena do filme O Abutre (2014) Descrição: em uma sala, um homem filma bem de perto uma mulher que parece estar sentada em um sofá, mas como tem sangue em sua blusa, podemos assumir que ela está morta. |
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Cena do filme O Abutre (2014) Descrição: um homem sobre uma escada enquanto filma algo no topo com o olhar vidrado. A escada está suja de sangue em alguns pontos. |
Links, Referências e Créditos
- O próprio filme
A revolucionária fotografia de Cidadão Kane
Cidadão Kane é um filme de 1941 dirigido e estrelado por Orson Welles.
Cidadão Kane é um filme de 1941 dirigido e estrelado por Orson Welles. O longa teve uma estreia um tanto quanto morna, ele não foi um sucesso de bilheteria e mesmo tendo concorrido a nove categorias do Academy Awards ganhou apenas uma. Porém, hoje, ele é visto como ums dos melhores filmes já feitos na história, tanto pela direção de Welles quanto pela magnífica cinematografia de Gregg Toland. |
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Pôster do filme |
O filme se inicia com a morte do protagonista Charles Foster Kane, que em seu último suspiro pronuncia a palavra “rosebud”. Como ele era um homem muito rico e poderoso, dono de várias empresas e um magnata da comunicação, os jornais passam a investigar qual seria o significado da última palavra proferida por Charles.
O brilhantismo do filme se dá tanto por sua narrativa com progressão não linear, quanto pelas técnicas de fotografia empregadas na composição das cenas que não somente trazem beleza as imagens do filme, mas também por serem usadas como ferramentas que contribuem muito para o desenvolvimento da história.
A utilização de longos planos sequência que dão mais ênfase na interpretação dos atores, ou os enquadramentos em contra-plongée que muitas vezes são usadas para demonstrar a grandeza de Kane são exemplos de técnicas que serviram como base para vários outros filmes. Contudo, o artifício que se sobressai é a grande profundidade de campo. Essa não foi uma técnica inédita no cinema, mas o modo como ela foi aplicada, sim.
Com uma grande profundidade várias coisas puderam ser feitas de maneira diferente dos padrões cinematográficos da época, como por exemplo o modo como os atores entravam em cena, que costumava ser apenas pelas laterais, agora pode ser feitos de maneiras mais variadas ou os cortes constantes para mostrar elementos diferentes agora não eram mais necessários. Uma cena interessante em que podemos ver a profundidade de campo sendo usada, é quando Kane e sua segunda esposa Susan Alexander estão conversando dentro da grande mansão Xanadu.
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Cena com Charles Kane e Susan Alexander conversando na mansão Xanadu |
Nesta cena, a profundidade de campo é utilizada para mostrar vários elementos de uma só vez, ela serve tanto para nos dar noção do quão grande é a mansão, mas também demonstra, de maneira simbólica, que o casal já está se distanciando, e ainda passa ao espectador o sentimento de solidão que encaixa perfeitamente nas emoções do personagem principal, e são cenas como essa que tornam esse filme quase que como obrigatório na repertorio de qualquer cinéfilo, ou apaixonado por fotografia.
Agora é sua vez de ver o filme e ficar com olhos atentos nesses elementos! E não se esqueça de contar suas impressões sobre o filme para outros fãs de cinema e fotografia no nosso grupo do facebook!
Links, Referências e Créditos
- http://www.enecult.ufba.br/modulos/submissao/Upload-484/112271.pdf
- https://www.youtube.com/watch?v=0xdN25Td_AE&t=536s
- https://en.wikipedia.org/wiki/Citizen_Kane
Como citar esta postagem
CAVALHEIRO, Pedro Olavo PedrosoA revolucionária fotografia de Cidadão Kane. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/a-revolucionaria-fotografia-de-cidadao-kane/>. Publicado em: 28 de agos. de 2020. Acessado em: [informar data].
Os princípios compositivos em O Grande Hotel Budapeste
Centralização
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Descrição: Uma rua com casas em ambos os lados e neve no chão. No meio da rua há uma cabine de jornaleiro antiga. |
Simetria
Linhas
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Descrição: Dois personagens do filme, um jovem e um homem de meia idade, dentro de um vagão de trem antigo. Cada personagem está de um lado, eles se encaram. |
Formas
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Descrição: Uma mesa no lobby do hotel vista de cima. A mesa é redonda e está perfeitamente centralizada. Fora da mesa o tapete forma uma moldura ao redor da mesa. Há quatro mensageiros na mesa, um deles olha para cima. |
Quadro dentro de quadros
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Descrição: Uma janela oval com um funcionário do hotel olhando através dela. Detalhes na parede formam uma moldura ao redor da janela. Abaixo, o nome “Grand Budapest” está escrito em um letreiro dourado. |
Regra dos Terços
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Descrição: Mostra dois homens à frente do hotel. O mais velho está a frente e à direita. O mais novo está atrás e à esquerda. Ambos vestem uniformes roxos. |
Fundo
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Descrição: Um homem sentado a uma mesa. A parede atrás dele está coberta com estantes cheias de livros. |
Ponto de Fuga
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Descrição: Um homem sentado dentro de um carro de costas para o banco do motorista. |
Paleta de Cores
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Descrição: Um homem e uma mulher jovens estão dentro de uma carroceria de caminhão cheio de caixas de doces. O caminhão é rosa claro e as caixas são rosa claro com laço azul claro. |
Pontos de Vista
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Descrição: Uma mesa redonda com guardas jogando cartas. A mesa é vista de cima e os guardas olham para cima. |
Objetiva
O Fotógrafo de Mauthausen
Baseado em fatos reais, o filme narra o esforço de Francesc Boix e seus companheiros em preservar as fotografias do campo de concentração de Mauthausen.
O Fotógrafo de Mauthausen, dirigido por Mar Targona, é um filme baseado em fatos reais que conta a história do fotógrafo espanhol Francesc Boix, preso no campo de concentração de Mauthausen na Segunda Guerra Mundial. Pensando em sua sobrevivência, ele se torna o auxiliar do fotógrafo do lugar, tirando fotos dos prisioneiros e das barbaridades que aconteciam por lá.
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Poster do filme “O Fotógrafo de Mauthausen” |
Tudo era registrado, de retratos comuns dos prisioneiros a corpos empilhados, bem como os métodos de tortura e toda a barbárie do regime nazista. As pessoas eram objetificadas nas fotografias, esse ato de fotografá-las era mais uma violência praticada pelos nazistas.
Com a ajuda de alguns companheiros, ele arrisca a vida para esconder esses negativos e, quando a guerra finalmente acaba e os nazistas fogem, ele junta todos eles e se reune com as pessoas que o ajudaram. Francesc Boix é conhecido como o homem que ajudou a comprovar o Holocausto.
Esse filme é completamente impactante, mostrando a garra e a vontade de sobreviver daqueles que eram obrigados a trabalhar até a exaustão diariamente em um dos momentos mais desumanos da nossa história. Em uma cena vemos Boix disposto a fugir dentro de uma caixa para tornar público tudo o que acontecia em Mauthausen, e como ele perde o controle depois que seu amigo é enforcado e seu superior quer revelar fotos do momento de sua morte.
A fotografia é de suma importância nesse filme, porque é através dela que são registrados todos os momentos vividos por todos naquele campo de concentração. A importância de Boix nessa história foi perceber a importância desses registros e preservá-los, conseguindo provar no futuro que todos os crimes foram de fato cometidos durante o Holocausto pelos nazistas.
Links, Referências e Créditos
Como citar essa postagem
COSTA, Clara. O fotógrafo de Mauthausen. Cultura Fotográfica. Publicado em: 14 de ago. de 2020. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/o-fotografo-de-mauthausen/. Acessado em: [informar data].
Sobre Fotografia
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Susan Sontag (Juan Esteves, 1993). Descrição: uma mulher encara a câmera sentada no que parece ser um sofá, passando a impressão de uma foto tirada em casa. |
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Capa do Livro, Companhia das Letras. Descrição: capa do livro mostra uma foto com um casal segurando um retrato antigo. |
Links, Referências e Créditos
- O próprio livro Sobre a Fotografia, de Susan Sontag
Fotógrafo de Guerra
Nesse documentário, acompanhamos o trabalho de Jan Grarup em Mossul, onde ocorre o avanço das forças armadas iraquianas contra o Estado Islâmico. Mas, quando sua ex-esposa é diagnosticada com câncer terminal, ele se vê como o único responsável pelos filhos, tendo que aprender a conciliar o trabalho com sua vida familiar. O documentário gira em torno dessa trama, mostrando a dificuldade dessa conciliação, principalmente por seu trabalho ser cobrir guerras.
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Cena de “Fotógrafo de Guerra”, 2019 |
Dirigido por Boris B. Bertham, Fotógrafo de Guerra mostra a vida de um homem que se acostumou a presenciar e documentar os horrores da guerra, mas se encontra em uma batalha interna para conciliar sua vida profissional, suas novas responsabilidades com os filhos, dos quais não é muito próximo por causa de sua carreira, e seu próprio luto. Logo no início do filme vemos o grande contraste entre a vida de Jan com sua família na Dinamarca, e sua vida como fotógrafo.
Apesar de seu impressionante histórico profissional e da quantidade de histórias que Grarup tem para compartilhar, o documentário foca no difícil equilíbrio das suas relações pessoais e do seu trabalho. O principal foco do documentário é essa conciliação de um trabalho tão árduo com sua vida pessoal. Vemos ele como um rockstar do mundo da fotografia, mas o documentário equilibra essa imagem ao mostrar sua clara fragilidade ao ter de assumir seu papel de pai.
Assim como as fotos de Grarup são muito realistas, a câmera de Bertham não censura qualquer imagem nas zonas de guerra. Mostrando o quanto a morte é banalizada nas zonas de guerra. Mas além dos horrores da guerra, o momento mais emocionante do documentário se passa na Dinamarca, quando o filme mostra a tristeza das crianças ao perderem a mãe.
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Cena de “Fotógrafo de Guerra”, 2019 |
Devido a abordagem do diretor, as cenas do Iraque são menos interessantes do que poderiam ser. É admirável não terem investido no conflito armado, cheio de tensão, preferindo as cenas mais tranquilas, como os momentos de espera, e flagrando também instantes em que Grarup ensina técnicas de fotografia à filha e levando o filho a um jogo de futebol. Achei tocante o modo como vemos ele aprendendo a se relacionar com os filhos, começando a construir uma relação que ele não tinha com eles anteriormente.
Fotógrafo de Guerra dá um rosto para uma profissão onde o fotógrafo se arrisca para mostrar as atrocidades que acontecem ao redor do mundo. Mas também, deu lugar para mostrar um homem que, apesar de presenciar coisas terríveis, tem suas próprias dificuldades com o luto.
Links, Referências e Créditos
- http://www.adorocinema.com/filmes/filme
- 278196/https://www.papodecinema.com.br/filmes/fotografo-de-guerra/
Como citar essa postagem
COSTA, Clara. Fotógrafo de Guerra. Cultura Fotográfica. Publicado em: 31 de jul. de 2020. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/fotografo-de-guerra/. Acessado em: [informar data].
Amnésia
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Poster Oficial |
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Captura de tela | Autor desconhecido |
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Captura de tela | Autor desconhecido |