The Journey Is The Destination

A foto mostra o personagem principal, um homem caucasiano, olhando diretamente para a frente, com uma câmera nas mãos. Ele se encontra do lado esquerdo da imagem. Do lado direito vemos uma estrada de terra, com um veículo muito utilizado em safáris.

The Journey is the Destination é um filme baseado em uma história real, dirigido por Bronwen Hughes, que conta a história do fotógrafo Dan Eldon.

Do início ao fim, o filme prende nossa atenção de uma forma inexplicável. Não apenas pelo seu roteiro, mas pelo uso da fotografia que o compõem, usando cores de tons fortes e chamativos para destacar algumas cenas mais descontraídas, os tons frios para momentos sérios e a utilização de tons terrosos nas cenas de conflitos, além de espetaculares recortes e ângulos.

Cartaz de divulgação do filme

Descrição: A foto mostra o personagem principal, um homem caucasiano, olhando diretamente para a frente, com uma câmera nas mãos. Ele se encontra do lado esquerdo da imagem. Do lado direito vemos uma estrada de terra, com um veículo muito utilizado em safáris.

The Journey is the Destination é um filme baseado em uma história real, dirigido por Bronwen Hughes, lançado em 2016, que conta a história do fotógrafo Dan Eldon. Está disponível na plataforma Netflix, mas pode ser encontrado facilmente de forma gratuita na internet.

Nascido em Londres em 1970, com sua família, mudou-se para o Quênia, na África oriental, em 1977. Embora sua vida tenha sido curta, pois tinha apenas 22 anos quando foi perseguido e morto por uma multidão enfurecida na Somália, Eldon era um dos mais jovens fotógrafos do Continente Africano. Seu trabalho jornalístico, publicado na Revista Time, mostrava apenas uma pequena parte de todo seu talento. Destacou-se também como artista em suas colagens, que combinavam suas fotografias de toda África com tintas, imagens da cultura pop, anúncios e documentos oficiais.

O filme inicia-se com Eldon em uma beira de estrada pedindo carona. Ao ver que não conseguiria uma, o personagem senta-se na beira da estrada e continua escrevendo em seu álbum de fotografias e colagens, que possui o mesmo título do filme. Já no início podemos ver Dan Eldon fazendo uma das coisas que mais amava, que era fotografar pessoas do continente africano em suas diferentes culturas.

Cena do Filme

Descrição: O personagem principal se encontra no centro da imagem, apontando com seu braço direito para algo que está a sua frente. Atrás dele vemos várias crianças negras, e ao fundo já desfocado, adultos.

Após as cenas iniciais, o filme volta alguns meses antes, na formatura de Dan Elton. Logo após, juntamente com amigos, o personagem sai em um safari. Lá, ele começa a fotografar, e logo surge um dos primeiros conflitos em que deu cobertura. Logo após, podemos ver seu trabalho como designer gráfico para a Revista Mademoiselle. Centenas de pessoas morriam todos os dias na Somália, mas isso não era registrado na mídia internacional. Foi aí que a aventura de nosso personagem principal inicia-se. Eldon estava disposto a tentar se destacar como um jovem fotógrafo, registrando todo o conflito da Somália e mostrando ao mundo através de seu trabalho, toda fome que assolava o país. Juntamente com o trabalho na revista, o personagem vive seus anos com grande paixão liderando uma missão de ajuda humanitária, sendo muito bem retratada no filme.

Ao final do filme, vemos as cenas de acontecimentos que levaram o fotógrafo a sua trágica e inesperada morte, aos 22 anos.

Cena do Filme

Descrição: o personagem principal se encontra no centro da imagem, olhando fixamente para a frente, segurando a câmera com a mão direita. O fundo da imagem se encontra desfocado, em um tom amarelo terroso.

Assistindo o filme, percebi que houve uma tentativa muito realista de mostrar todo o acontecimento, com imagens até mesmo muito pesadas de conflitos, com corpos mutilados, introdução de cenas reais das imagens de pessoas desnutridas passando fome. Não é um tipo de filme que você deva assistir como apenas um passatempo. Ele traz variadas reflexões acerca sobre a vida, sobre ter dignidade frente a alguns acontecimentos e sobre essencialmente ser humano com relação aos outros. Nos faz enxergar o outro muito além da sua imagem. Podemos sempre lembrar que o fato que a fotografia pode ajudar outras pessoas, ao expor grandes tragédias, como tornou-se para Dan Eldon um trabalho mais urgente.

Assista o filme e nos diga sua opinião!

Acesse também nosso perfil no Instagram, para acompanhar nossa rotina de publicações e assine nossa Newsletter para receber conteúdos!!

#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quinta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.

Links, referências e créditos

Dorothea Lange

 A vida de Dorothea Lange ilustra a luta pessoal, profissional e as realizações de uma mulher à frente do seu tempo.

Dorothea Lange foi uma das mais importantes profissionais da fotografia norte-americana. Ficou conhecida pelas imagens da Grande Depressão e da situação dos imigrantes nos Estados Unidos.

Foto em preto e branco, retrata Dorothea Lange, com uma bandana na cabeça, sentada no topo de um carro com uma câmera fotográfica apoiada na perna direita
Dorothea Lange in Texas on the Plains, 1932, Paul S. Taylor

Lange nasceu em Hoboken, uma pequena cidade de Nova Jersey, em maio de 1895, em uma família de imigrantes alemães. Passou a se interessar por fotografia após o abandono do pai, quando tinha 12 anos.

Na Universidade de Columbia, Nova York, entrou de cabeça no universo fotográfico e começou a trabalhar como aprendiz em diversos estúdios da cidade. Em 1918 se mudou para São Francisco, na Califórnia, onde abriu o próprio negócio. Na mesma época, se casou com o primeiro marido, o pintor Maynard Dixon, com quem teve dois filhos.

Com a crise de 1929, passou a fotografar as ruas. Seu talento nato e sua temática de desempregados e moradores de rua, chamou a atenção de fotógrafos mais experientes, o que a levou a trabalhar para a “Farm Security Administration” (FSA), um programa criado pelo governo para promover o desenvolvimento de áreas agrícolas americanas, para combater a crise.

Durante seu trabalho com o governo, que durou entre 1935 e 1941, retratou o sofrimento dos pobres, dos esquecidos, dos desempregados e, principalmente, das famílias rurais deslocadas e dos trabalhadores imigrantes. Suas imagens eram distribuídas gratuitamente a jornais de todo o país, o que fez com que suas fotografias extremamente representativas e impactantes ficassem cada vez mais conhecidas.

A fotografia mais conhecida deste período é a “Migrant Mother” (“Mãe Imigrante”), um dos mais icônicos registros da fotografia, a qual retrata uma imigrante chamada Florence Owens Thompson com três de seus sete filhos. É o símbolo da Grande Depressão, o pior e mais longo período da recessão econômica do século XX.

Faleceu em 1965. Durante os últimos anos de vida, enfrentou diversos problemas de saúde. Hoje, mais de cinco décadas após sua morte, toda sua obra é cada vez mais celebrada e estudada nas universidades do mundo todo.

 
Foto em preto e branco, retrata uma mulher com uma mão no rosto, carregando um de seus filhos, e com os outros dois, cada um de um lado, apoiando as cabeças nos seus ombros com os rostos escondidos
Migrant Mother, 1936, Dorothea Lange

Foto em preto e branco, retrata a parte de trás de um carro vista de fora, com duas crianças na parte de trás olhando para a câmera e uma mulher sentada na frente olhando para a frente
Cars on the Road, 1936, Dorothea Lange

Foto em preto e branco, retrata uma menina, virada para a frente, com expressões sérias
Damaged Child, 1936, Dorothea Lange
Foto em preto e branco, mostrando uma família em uma rodovia de terra, com o pai na frente, usando um chapéu, puxando um carrinho cheio de coisas com uma menina sentada em cima. Mias atrás, vê-se a mãe andando de mãos dadas com uma menina, que dá a outra mão para o irmão, e um pouco mais atrás, um menino de chapéu empurrando outro carrinho com coisas em cima
Family Walking on Highway – Five Children, 1938, Dorothea Lange
Foto em preto e branco, retratando uma mulher, em um campo aberto, com uma mão no pescoço e a outra na testa, com uma expressão de cansaço e tristeza
Woman of the High Plains, 1938, Dorothea Lange

#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

Links, Referências e Créditos

Como citar essa postagem

COSTA, Clara. Dorothea Lange. Cultura Fotográfica. Publicado em: 9 de set. de 2020. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/galeria-dorothea-lange/. Acessado em: [informar data].

 

Panning

Um objeto nítido em meio a um cenário borrado causa um efeito de movimento, como podemos ver em carros de corrida. Essa técnica é chamada de panning.

O panning é um recurso muito utilizado para fotografia de esportes. Por meio dessa técnica, é possível congelar atletas, carros ou outros objetos em atividade e ao mesmo tempo sugerir a ação que estavam realizando. A ideia é que o assunto principal da foto fique nítido, enquanto o restante do cenário, borrado. Essa combinação causa um efeito de movimento, devido à justaposição de objetos contrastantes: um nítido e outro borrado.
Max Verstappen of Netherlands and Aston Martin Red Bull Racing drives his RB14 during the Austrian Formula 1 Grand Prix at Red Bull Raing on July 01, 2018 in Spielberg, Austria | Vladimir Rys
Para conseguir esse efeito, é necessário uma velocidade de obturador mais lenta que a normalmente aconselhável. Se for rápida, vai acabar congelando tudo e, portanto, o resultado não será o esperado. Vale ressaltar que a velocidade exata vai depender do assunto principal da imagem. Já falamos mais sobre o tema aqui.
Além da velocidade adequada, o panning exige uma tomada panorâmica. Em outras palavras, a câmera precisa se movimentar para seguir a ação, deslocando-se por um eixo imaginário, da mesma forma que se faz em uma fotografia panorâmica.
Já deu para notar que o panning exige treino e trata-se de uma situação de tentativa e erro. A captura nítida do objeto principal e o movimento suave da câmera precisam ser dominados para um bom resultado.
Vladimir Rys é um fotógrafo tcheco que já trabalhou para diversas revistas esportivas. Desde 2005, sua principal área de atuação é a Formula 1. Em seu vasto portfólio na categoria, podemos ver vários exemplos de panning.
Romain Grosjean of France and Haas F1 Team drives his VF18 during practice for the Chinese Formula 1 Grand Prix at Shanghai International Circuit on April 13, in Shanghai, China | Vladimir Rys
Na foto acima, vemos um veículo da Haas durante um treino para o GP da China de 2018. A técnica do panning foi muito bem feita. Vemos o carro com muita clareza e o fundo está totalmente borrado, sendo até impossível descrever o cenário. Dessa forma, a impressão que se tem é que o carro está em altíssima velocidade, como, de fato, está.
Que tal praticar? Pegue sua câmera, treine com carros na rua ou qualquer outra coisa em movimento! Compartilhe suas fotos com a gente, usando a tag #fotografetododia!

Referências

• HEDGECOE, John. O Novo Manual de Fotografia – O Guia Completo Para Todos Os Formatos. 4ª ed. São Paulo: Senac, 2013.

Steve McCurry

Steve McCurry em exposição. Hamburgo,2013

Steve McCurry, fotógrafo que ficou famoso pela National Geographic, possui dezenas de fotos em capas de revistas e livros.

Steve McCurry nasceu no subúrbio da Filadélfia, nos Estados Unidos, em 1950. Estudou Artes e Arquitetura na Universidade do Estado da Pensilvânia. No início dos anos 1970, viajou para Índia, onde, aperfeiçoou seu estilo fotográfico. Em 1979 foi para o Afeganistão cobrir o conflito na região.

Legenda: Steve McCurry em exposição. Hamburgo,2013 – GETTY IMAGES

Descrição: vemos ao centro da fotografia o próprio fotógrafo Steven McCurry. Do seu lado direito podemos ver a sua fotografia mais famosa, Menina Afegã, e atrás vemos a modelo da foto, em uma fotografia mais recente.

Em 1984, McCurry estava fotografando em um campo de refugiados no Paquistão, até que uma jovem lhe chamou sua atenção. O retrato da jovem, batizado de “Menina afegã”, apareceu na capa da revista National Geographic, em 1985. A imagem mostra o rosto de Sharbat Gula, uma jovem de apenas 12 anos, que havia perdido seus pais em um bombardeio no Afeganistão.  Seus olhos verdes muito vívidos, olhando diretamente para a câmera fotográfica são marcantes. Esta fotografia tornou-se um símbolo situação dos refugiados, e é uma das imagens mais conhecidas mundialmente. Porém, Sharbat Gula foi muito discriminada por ser fotografada. Já disse em entrevistas que isso trouxe muita vergonha para o marido e filhos e que só após duas décadas teve o conhecimento da fotografia e sua repercussão no mundo. Ao ser revelada para o mundo, violou-se a cultura e a tradição islâmica. Mas, vale ressaltar que, ela também destaca que a foto contribuiu para a criação de um fundo para ajudar no programa de educação para mulheres e crianças afegãs, o que é algo bom.

Legenda: Afghan Girl – Steve McCurry

Descrição: Vemos no centro da imagem uma adolescente, com um tecido marrom envolto sobre a sua cabeça. A adolescente possui olhos verdes oliva muito vívidos, que olha diretamente para a lente da câmera.

Steve McCurry é um dos grandes fotógrafos da história, que na atualidade, ainda continua trabalhando. O que chama atenção no conjunto do seu trabalho é o modo de retratar com tanta humanidade. Os olhos em seus retratos, são sempre marcantes.  Recentemente, esteve envolvido em polêmicas sobre manipulação de imagens. McCurry declarou-se desde então não ser um fotojornalista, mas um contador de histórias visuais.

Legenda: Linguagem silenciosa das mãos – Steve McCurry

Descrição: Vemos uma criança com cabelos loiros, olhos verdes e com as mãos em posição militar, olhando diretamente para a lente da câmera. 

Legenda: Série confiança sagrada , Afeganistão – Steve McCurry

Descrição: Uma criança com aparência suja do que parece ser fuligem, abraçada a perna de um adulto que veste um macacão amarelo.

Legenda: Retratos, Brasil – Steve McCurry

Descrição: vemos uma criança na janela de um carro de aparência antiga na cor azul. A criança olha diretamente para a câmera com um sorriso tímido. Ao fundo vemos um adulto dirigindo.

Legenda: Série após o escuro. Sicília, Itália – Steve McCurry

Descrição: Ao centro da imagem vemos uma ruela, e o chão encontramos velas posicionadas em forma de cruz. Ao redor das velas, podemos encontrar flores.

Legenda: Retratos. Oaxaca, México – Steve McCurry

Descrição: Vemos um homem no canto esquerdo da fotografia, com o rosto pintado com a tradicional máscara da caveira mexicana da comemoração dos dia dos mortos. Ao fundo,vemos o que parece ser um cemitério, cheio de pessoas levando oferendas aos túmulos.

Você pode ler sobre uma técnica muito utilizada nas fotografias de Steve McCurry AQUI!

Nos diga qual sua imagem preferida do fotógrafo, siga nosso Instagram e participe!

#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

Links, referências e créditos

FORIN JÚNIOR, Renato. BONI, Paulo César. A globalização da exlusão social por meio da fotografia. Estudos em Jornalismo e Mídia Vol. III No 1 – 1º semestre de 2006.
Disponível em: Periódicos UFSC

O Fotógrafo de Mauthausen

Baseado em fatos reais, o filme narra o esforço de Francesc Boix e seus companheiros em preservar as fotografias do campo de concentração de Mauthausen.

O Fotógrafo de Mauthausen, dirigido por Mar Targona, é um filme baseado em fatos reais que conta a história do fotógrafo espanhol Francesc Boix, preso no campo de concentração de Mauthausen na Segunda Guerra Mundial. Pensando em sua sobrevivência, ele se torna o auxiliar do fotógrafo do lugar, tirando fotos dos prisioneiros e das barbaridades que aconteciam por lá.

Na parte inferior central do cartaz pode-se ler o titulo do filme, acimo do titulo há um homem com os cabelos raspados se vestindo com uma roupa listrada olhando para baixo.
Poster do filme “O Fotógrafo de Mauthausen”

Tudo era registrado, de retratos comuns dos prisioneiros a corpos empilhados, bem como os métodos de tortura e toda a barbárie do regime nazista. As pessoas eram objetificadas nas fotografias, esse ato de fotografá-las era mais uma violência praticada pelos nazistas.

Ao saber que a guerra estava perdida, ele recebeu ordens de destruir todos os arquivos e registros do lugar. Assim, Boix decide esconder alguns dos negativos, para ter provas de que tudo aquilo tinha de fato acontecido e conseguir contribuir com a condenação dos nazistas no futuro.

Com a ajuda de alguns companheiros, ele arrisca a vida para esconder esses negativos e, quando a guerra finalmente acaba e os nazistas fogem, ele junta todos eles e se reune com as pessoas que o ajudaram. Francesc Boix é conhecido como o homem que ajudou a comprovar o Holocausto.

 Cena do filme “O Fotógrafo de Mauthausen”

Esse filme é completamente impactante, mostrando a garra e a vontade de sobreviver daqueles que eram obrigados a trabalhar até a exaustão diariamente em um dos momentos mais desumanos da nossa história. Em uma cena vemos Boix disposto a fugir dentro de uma caixa para tornar público tudo o que acontecia em Mauthausen, e como ele perde o controle depois que seu amigo é enforcado e seu superior quer revelar fotos do momento de sua morte.

A fotografia é de suma importância nesse filme, porque é através dela que são registrados todos os momentos vividos por todos naquele campo de concentração. A importância de Boix nessa história foi perceber a importância desses registros e preservá-los, conseguindo provar no futuro que todos os crimes foram de fato cometidos durante o Holocausto pelos nazistas.

E você, o que achou desse filme? Conta pra gente nos comentários da postagem!

Como citar essa postagem

COSTA, Clara. O fotógrafo de Mauthausen. Cultura Fotográfica. Publicado em: 14 de ago. de 2020. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/o-fotografo-de-mauthausen/. Acessado em: [informar data].

Diane Arbus

Conhecida por suas imagens em preto e branco, Diane Arbus construiu suas obras com imagens de pessoas dadas como “incomuns” da sociedade.

Diane Arbus nasceu em Nova York, em 1923, em uma família de classe alta judia, sendo a segunda de três filhos. Casou-se muito cedo, com o fotógrafo Allan Arbus, com quem aprendeu a gostar de fotografia e começou uma agência, que rendeu diversos trabalhos publicados em grandes revistas de moda e publicidade.

Foto em preto e branco, retrata Diane Arbus, uma mulher magra de cabelo curto, segurando sua câmera, com o rosto virado levemente para sua direita
Diane Arbus, Roz Kelly

Porém, renunciava as imagens que tais revistas mostravam com uma visão de um mundo quase perfeito. Em 1959, deixa de ser assistente do marido, sai das revistas de moda e passa a fotografar imagens menos convencionais com sua câmera Rolleiflex.

Movida por suas indagações, a fotógrafa cria sua marca ao registrar pessoas marginalizadas pela sociedade, como: travestis, homossexuais, prostitutas, pessoas com problemas psiquiátricos, com deformações físicas, etc. Sua preocupação nunca foi fazer fotos perfeitas, mas sim com o impacto que tais fotos iriam causar na sociedade. Chegou a fotografar para a “The New York Times Magazine” e outras revistas relevantes da década de 1960.

Sua carreira decolou, mas em contrapartida, sua vida pessoal estava indo de mal a pior. Acabou se separando do marido e entrou em uma forte depressão.

No final da década de 1960, Arbus havia construído uma carreira respeitada, passando a ensinar fotografia na Parsons School of Design, na cidade de Nova York, e na Rhode Island School of Design, em Providence, Rhode Island.

Em 1971, aos 48 anos, Diane Arbus tirou a própria vida, devido a depressão que enfrentou em um grande período de sua existência. Suas fotografias até hoje são reverenciadas por fotógrafos de todo o mundo, virando um grande exemplo, que quebrou vários tabus.

Confira alguns dos trabalhos da fotógrafa:

Foto em preto e branco, retratando pessoas com deficiência vestidas de fantasias feitas a mão, com máscaras e varinhas, ao ar livre
Untitle (49), 1970-71, Diane Arbus
Foto em preto e branco, de um menino sério, usando terno com alguns broches, segurando uma bandeira dos Estados Unidos, e usando um chapéu feito de canudos
Boy With a Straw Hat Waiting to March in a Pro-War Parade, 1967
Foto em preto e branco, com três pessoas. Uma menina de maiô, outra rindo olhando para cima, e a outra de pé, com as mãos apoiadas no chão, olhando para trás
Untitled (6), 1970-71, Diane Arbus
Foto em preto e branco, retratando um homem, com rolos no cabelo,  segurando um cigarro na mão olhando para a frente
A Young Man in Curlers at Homem on West 20th Street, 1966, Diane Arbus
Foto em preto e branco, mostrando um homem anão, em um quarto sentado na cama, sem camisa, com uma toalha na cintura e um chapéu na cabeça. O homem também tem um bigode e apoia o cotovelo esquerdo na cabeceira da cama enquanto sorri olhando para a frente
Mexican Dwarf in his Hotel Room, 1970, Diane Arbus
Foto em preto e branco, retratando um menino com uma camiseta e um macacão, olhando para a frente com uma granada na mão em um parque
Child with Toy Hand Grenade in Central Park, 1962, Diane Arbus
Foto em preto e branco, dentro de uma casa, na sala, com um casal idoso, olhando para um homem gigante
Jewish Giant at Home with his Parents in the Bronx, 1970, Diane Arbus
Foto em preto e branco, mostrando duas meninas gêmeas, de vestidos iguais e uma tiara na cabeça. A da direita sorri, a da esquerda está com o rosto fechado
Identical Twins, 1967, Diane Arbus
Foto em preto e branco, retratando um homem nu, em um quarto, com seu órgão genital escondido entre as pernas
A Naked Man Being a Woman, 1968, Diane Arbus
Foto em preto e branco, com um homem olhando para a câmera, sem camisa, com o corpo todo tatuado
Tattooed Man at a Carnival, 1970, Diane Arbus
#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

Links, Referências e Créditos

  • https://blog.emania.com.br/mulheres-na-fotografia-diane-
  • arbus/https://fhox.com.br/blogs/excentrica-fotografia-de-diane-
  • arbus/https://www.sleek-mag.com/article/diane-arbus-best-photographs/

Como citar essa postagem

COSTA, Clara. Diane Arbus. Cultura Fotográfica. Publicado em: 12 de ago. de 2020. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/galeria-diane-arbus/. Acessado em: [informar data].

 
 

 

Cores e círculo cromático

As cores tem o poder de despertar emoções de diversos tipos nas pessoas. Pode causar tristeza, alegria, alívio. O uso pensado de cores na fotografia é capaz de dar diferentes impressões a uma imagem.

As cores tem o poder de despertar emoções nas pessoas. Podem acalmar ou  até estimular. Cores fortes, por exemplo, atraem a atenção; o vermelho simboliza fogo e perigo; tons frios, como o azul, tem um efeito relaxante. O uso pensado de cores na fotografia é capaz de dar diferentes impressões a uma imagem.

Uma muro verde, com um outdoor em cima, fazendo propaganda ao novo Ford Torino, de 1974. Em frente ao muro, há um carro como o da propaganda, encostado na calçada, também num tom esverdeado.
Sem título, c. 1974 | William Eggleston
Os tons se complementam ou se chocam. A mistura deles não é uma questão de certo e errado, uma vez que a fotografia é uma forma de arte, mas é fato que algumas cores combinam melhor com outras. A título de exemplo, preto e branco são “cores” neutras, que podem combinar com diversas nuanças sem criar um choque cromático. 
São muitas combinações possíveis. Como saber? Por meio do círculo cromático. Ele é formado por 12 cores: 3 primárias, 3 secundárias e 6 terciárias. As primárias são o amarelo, o azul e o vermelho. As secundárias são o resultado da combinação das primárias, ou seja, verde, púrpura e laranja. As terciárias, por sua vez, são resultado da combinação entre as primárias e as secundárias. Vale ressaltar que cada raio compreende infinitas nuanças de uma mesma cor.
o círculo cromático com suas doze cores
Círculo cromático | Autor desconhecido
William Eggleston é um fotógrafo americano, natural de Memphis, Tennessee. Foi um dos pioneiros da fotografia de cores, considerado por muitos o “pai” desse gênero.
uma espécie de estabelecimento em construção na cor rosa, com as paredes internas em amarelo. Do lado de fora, o piso tem quadrados pintados em azul.
Sem título, c. 1983-86 | William Eggleston
Na foto acima, podemos ver que ele trabalha com a composição de cores. Com base na triangulação, ele combina azul, rosa e amarelo. São tons claros, que passam um sentimento relaxante para quem observa a imagem.
Que tal praticar? Pegue sua câmera, tente observar as cores do dia-a-dia com mais atenção e pratique! Compartilhe suas fotos com a gente, usando a tag #fotografetododia!

Referências

• HEDGECOE, John. O Novo Manual de Fotografia – o Guia Completo Para Todos Os Formatos. 4ª ed. São Paulo: Senac, 2013.

Fotógrafo de Guerra

 Jan Grarup arrisca sua vida para registrar os avanços da guerra. Quando sua ex-mulher morre, precisa aprender a conciliar seu trabalho com sua vida pessoal.

Nesse documentário, acompanhamos o trabalho de Jan Grarup em Mossul, onde ocorre o avanço das forças armadas iraquianas contra o Estado Islâmico. Mas, quando sua ex-esposa é diagnosticada com câncer terminal, ele se vê como o único responsável pelos filhos, tendo que aprender a conciliar o trabalho com sua vida familiar. O documentário gira em torno dessa trama, mostrando a dificuldade dessa conciliação, principalmente por seu trabalho ser cobrir guerras.

 
Jan Grarup está olhando para trás, com um capacete na cabeça, que tem uma câmera go pro presa. Ele está em uma rua, com sinais da guerra
Cena de “Fotógrafo de Guerra”, 2019
 

Dirigido por Boris B. Bertham, Fotógrafo de Guerra mostra a vida de um homem que se acostumou a presenciar e documentar os horrores da guerra, mas se encontra em uma batalha interna para conciliar sua vida profissional, suas novas responsabilidades com os filhos, dos quais não é muito próximo por causa de sua carreira, e seu próprio luto. Logo no início do filme vemos o grande contraste entre a vida de Jan com sua família na Dinamarca, e sua vida como fotógrafo.

Apesar de seu impressionante histórico profissional e da quantidade de histórias que Grarup tem para compartilhar, o documentário foca no difícil equilíbrio das suas relações pessoais e do seu trabalho. O principal foco do documentário é essa conciliação de um trabalho tão árduo com sua vida pessoal. Vemos ele como um rockstar do mundo da fotografia, mas o documentário equilibra essa imagem ao mostrar sua clara fragilidade ao ter de assumir seu papel de pai.

Assim como as fotos de Grarup são muito realistas, a câmera de Bertham não censura qualquer imagem nas zonas de guerra. Mostrando o quanto a morte é banalizada nas zonas de guerra. Mas além dos horrores da guerra, o momento mais emocionante do documentário se passa na Dinamarca, quando o filme mostra a tristeza das crianças ao perderem a mãe.

 

Jan Grarup está sentado no chão, com as castas encostadas em uma muro, fotografando uma criança que vem andando segurando um galho com uma sacola. Logo atrás, vemos uma mulher de burca e um homem andando na direção oposta
Cena de “Fotógrafo de Guerra”, 2019
 

Devido a abordagem do diretor, as cenas do Iraque são menos interessantes do que poderiam ser. É admirável não terem investido no conflito armado, cheio de tensão, preferindo as cenas mais tranquilas, como os momentos de espera, e flagrando também instantes em que Grarup ensina técnicas de fotografia à filha e levando o filho a um jogo de futebol. Achei tocante o modo como vemos ele aprendendo a se relacionar com os filhos, começando a construir uma relação que ele não tinha com eles anteriormente.

Fotógrafo de Guerra dá um rosto para uma profissão onde o fotógrafo se arrisca para mostrar as atrocidades que acontecem ao redor do mundo. Mas também, deu lugar para mostrar um homem que, apesar de presenciar coisas terríveis, tem suas próprias dificuldades com o luto.

 

Links, Referências e Créditos

  • http://www.adorocinema.com/filmes/filme
  • 278196/https://www.papodecinema.com.br/filmes/fotografo-de-guerra/

Como citar essa postagem

COSTA, Clara. Fotógrafo de Guerra. Cultura Fotográfica. Publicado em: 31 de jul. de 2020. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/fotografo-de-guerra/. Acessado em: [informar data].

Amnésia

Em Amnésia, o protagonista precisa desvendar o assassinato de sua esposa. Entretanto, na noite do crime, ele sofreu uma pancada na cabeça que afetou sua capacidade de guardar novas memórias. Sua câmera se torna então sua maior aliada.

Uma foto de Polaroid mostra o protagonista, o nome do filme e os atores. Dentro da foto, há outra personagem
Poster Oficial

Amnésia é um filme de suspense lançado em 2000. Nele, Leonard Shelby (Guy Pearce) está a procura do assassino de sua esposa. Na noite do crime, ele sofreu um golpe na cabeça que o torna incapaz de fazer novas memórias por mais de 15 minutos. Para resolver o caso, ele tatua informações cruciais em seu corpo, além de carregar uma câmera Polaroid 690 por onde vai. Suas fotos são uma forma rápida de entender sobre os lugares em que está ou as pessoas que o cercam.

O personagem principal no momento em que tira uma foto, utilizando um terno bege e camisa azul, em frente a plantas com flores vermelhas.
Captura de tela | Autor desconhecido

O filme foi lançado em 2000 e é daqueles que não dá para assistir apenas uma vez. Isso porque o diretor Christopher Nolan pensou numa narrativa diferente. A história é contada de trás para frente, o que nos coloca um pouco na pele do personagem principal: sabemos o que ocorre no presente, sem saber ainda o que levou ele àquele lugar ou àquela situação. Para ficar mais claro, o início de cada cena é o final da cena seguinte.
Apesar de já sabermos o final da história logo no início, o “spoiler” não tira a emoção do longa-metragem. Fiquei ansioso e angustiado, igual ao personagem, como se fosse eu quem precisasse solucionar o quebra-cabeça. A única ressalva que faço sobre o filme é bem pessoal. Acho que exige muita concentração do espectador.  Assisti-o duas vezes e, em ambas, fiquei confuso em certo momento pois, a cada cena, precisava rebobinar a história na minha cabeça.

O personagem principal veste um terno bege e camisa azul. Ele está segurando sua câmera em frente a um estacionamento cheio de veículos brancos.
Captura de tela | Autor desconhecido

É interessante observamos a importância das fotos para Leonard. Muito mais que simples imagens, elas são registros de sua memória e de sua vida. Imagino que seria muito mais difícil para ele se precisasse trabalhar apenas com anotações e sem o aspecto visual. Devido à sua condição, elas se tornaram suas melhores amigas.
Penso que fotos têm mesmo esse papel histórico, por gravarem para sempre um acontecimento, um lugar, uma pessoa, em um determinado momento. Não precisa ser necessariamente algo histórico e grandioso. Por meio delas, por exemplo, eu posso saber como era minha cidade 70 anos atrás. No futuro, meus netos poderão ver como eu era durante minha juventude. Eu posso me lembrar de um romance que vivi ou uma viagem que fiz. Tudo é eternizado a partir de um simples clique.

Referências

Site oficial de Amnésia

Sair da versão mobile
%%footer%%