O projeto Windows of the World vale muito a pena de ser conferido pela sua mistura de multiculturalismo, arquitetura e fotografia.
André Vicente Gonçalves – Porto, Portugal |
André Vicente Gonçalves – Londres, Inglaterra |
O projeto Windows of the World vale muito a pena de ser conferido pela sua mistura de multiculturalismo, arquitetura e fotografia.
André Vicente Gonçalves – Porto, Portugal |
André Vicente Gonçalves – Londres, Inglaterra |
Anna-Lou “Annie” Leibovitz nasceu no dia 2 de outubro de 1949 em Waterbury, Connecticut.
Responsável por criar o estilo visual da revista Rolling Stones, Annie é considerada uma das mais ilustres fotógrafas de celebridades.
Anna-Lou “Annie” Leibovitz nasceu no dia 2 de outubro de 1949 em Waterbury, Connecticut. Sua mãe era dançarina e sempre tentava mostrar o mundo das artes para a filha , que desde de pequena era apaixonada por música e pintura. Ela chegou a estudar pintura no Instituto de Artes de São Francisco, mas lá descobriu uma outra paixão: a fotografia.
Annie começou sua carreira em 1969 quando começou a trabalhar na revista Rolling Stones, que na época ainda estava em seus primeiros números. Não demorou para ela ganhar destaque e em 1973 já tinha sido nomeada fotógrafa chefe, posição que ela manteve por dez anos sendo importantíssima na criação do estilo imagético da revista.
Um de seus primeiros trabalhos para a revista, foi acompanhar a banda Rolling Stones durante uma turnê em 1971. Depois disso, ela ficou famosa produzindo fotos icônicas de celebridades como John Lennon, Leonardo diCaprio, Angelina Jolie entre outras. Com isso ela também se tornou uma das mais importantes fotógrafas de moda dos EUA. Mas sua carreira não se resumiu apenas a moda e celebridades, ela também chegou a ser fotógrafa de guerra e cobriu os conflitos em Sarajevo e Ruanda.
Foto da Atriz Anne Hathaway para a revista Vogue |
Leonardo DiCaprio com um cisne |
Bicicleta caída de um garoto morto a tiros. Sarajevo 1994 |
Foto de John Lennon e Yoko Ono momentos antes do assassinato de John em 1980 |
Atriz Meryl Streep |
Foto da Banda The Rolling Stones no palco na turnê de 1971 |
E então você gostou da obra dessa artista ? Você pode saber mais sobre ela através dos livros Annie Leibovitz at Work, A Photographer’s Life e vários outros, não se esqueça de comentar sua opinião sobre sua obra no nosso grupo do Facebook!
CAVALHEIRO, Pedro Olavo Pedroso. Annie Leibovitz. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/galeria-annie-leibovitz/>. Publicado em: 08 de jul. de 2020. Acessado em: [informar data].
Usar um flash externo pode parecer algo complicado e desafiador, mas desde que haja familiaridade com as suas funções e um olhar atento para as situações em que será utilizado pode-se obter resultados muito bons.
Usar um flash externo pode parecer algo complicado e desafiador, mas desde que haja familiaridade com as suas funções e um olhar atento para as situações em que será utilizado pode-se obter resultados muito bons. Na continuação da série sobre o flash, vamos nos concentrar em uma dessas configurações: a potência.
Usar um flash externo pode parecer algo complicado e desafiador, mas desde que haja familiaridade com as suas funções e um olhar atento para as situações em que será utilizado pode-se obter resultados muito bons. Na continuação da série sobre o flash, vamos nos concentrar em uma dessas configurações: a potência.
Bárbara Wagner. Sem título I (da série Jogo de Classe), 2013 |
A potência do flash é indicada por uma numeração conhecida como “número-guia” que indica a distância máxima que a luz produzida por aquele flash irá alcançar. Devemos ter em mente que o que irá determinar diversas características da foto, inclusive o quão longe essa luz irá alcançar, não dependerá apenas do flash e sua potência, mas dos demais fatores que deverão ser pensados e ajustados. A abertura do diafragma da lente da câmera e a velocidade do disparo do flash são extremamente importantes para isso, como mostram os exemplos mostrados neste artigo.
É importante lembrar que, quando usado no modo automático, a velocidade do disparo do flash será suficiente para iluminar apenas o primeiro plano da foto e não o fundo. Dificilmente um flash, por maior que seja a sua potência e por mais que se façam demais ajustes consegue iluminar objetos a grandes distâncias. Na tentativa de fazer isso no modo manual, o que pode acabar acontecendo é uma superexposição do primeiro plano, aparecendo como costumamos dizer, “estourado”.
Para obter um resultado em que ambos os planos apareçam de forma harmoniosa, é necessário usar os controles do diafragma para que haja uma maior captação de luz pela lente da câmera, já que assim será garantida a iluminação dos planos posteriores pela luz ambiente. Além disso, a velocidade do disparo do flash também influencia na captação da luz, sendo importante ajustá-la para conciliar essa captação de luz ambiente com a luz do flash.
Caso contrário, o primeiro plano aparecerá totalmente iluminado e até mesmo superexposto e o segundo plano, excessivamente escuro, quando não totalmente anulado. Isso acontece porque o tempo de disparo irá definir até onde a luz irá alcançar, de forma que com um flash muito rápido (como 1/40.000 segundos) apenas o primeiro plano será iluminado, enquanto, tendo em mãos um flash com grande potência e um tempo de disparo mais longo (como 1/1.000 segundos), os demais planos poderão também ser iluminados.
A imagem que abre esse #fotografetododia, assim como as demais apresentadas abaixo, são de autoria de Bárbara Wagner, fotógrafa brasileira original de Brasília que vive e trabalha em Recife e tem uma obra voltada principalmente à cultura popular e tradicional, participou de diversos projetos e bienais ao redor do mundo, tendo inclusive obras no acervo permanente dos museus MASP e MAM em São Paulo.
Analisando a primeira imagem, aparentemente tirada no período noturno, percebemos que a luz é dura e lateral, o que indica que um flash externo foi usado, localizado ao lado esquerdo da imagem. Sabemos que a combinação de flash com alta potência e diafragma aberto resulta em uma iluminação de grande alcance, o que não é o caso da foto em questão em que temos um primeiro plano bastante destacado do segundo.
Apesar de não ter como saber ao certo o quão potente é o flash utilizado, podemos observar que sombras duras são projetadas do lado oposto ao que é iluminado, cobrindo metade do rosto do modelo enquanto o segundo plano aparece muito escuro (subexposto) a ponto de não revelar quase nada dos demais elementos – uma pessoa parada, sem que seja possível identificar identidade ou gênero, e um veículo. Essas características podem indicar um tempo de disparo do flash mais rápido, iluminado com grande incidência apenas o primeiro plano.
É interessante notar também que os riscos luminosos ao canto inferior direito na imagem indicam que houve uma longa exposição do registro da lente, logo, o modelo foi congelado na foto pelo flash em velocidade de disparo alta. Nada disso, no entanto, indica falha ou má escolha por parte da fotógrafa, uma vez que tais características trazem dramaticidade ao registro, sendo este justamente o objetivo do ensaio chamado “Jogo de Classe”, que busca uma teatralidade de cena, representando visualmente as classes sociais a que os fotografados pertencem.
Nas imagens a seguir, temos mais uma fotografia para análise. Desta vez a imagem é fruto do projeto Offside Brazil em que fotógrafos estrangeiros e brasileiros buscaram registrar as cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, realizada no país, revelando os entornos do evento marcado por manifestações e desigualdades sociais e assim, fazendo uma cobertura paralela às atenções voltadas aos jogos.
Bárbara Wagner. Quilombo Castainho, Brasil. Offside Brazil, 2014 |
Enquanto a primeira imagem mostrada, do ensaio “Jogo de Classe”, traz um flash iluminando o personagem de forma intensa e com um segundo plano praticamente nulo, a segunda apresenta um uso muito mais sutil. Tirada no Quilombo Castainho, visivelmente durante o dia e a céu aberto, o uso do flash dá destaque à mãe e à criança fotografada, sendo perceptível o seu uso pelas sombras que se projetam de forma dura/marcada no corpo da mulher, diferente das sombras muito mais suaves/difusas a seus pés, provenientes da luz natural. Aqui, talvez coubesse o uso de um flash com potência menor ou um tempo de disparo da luz reduzido para suavizar a formação das sombras, mas não podemos deixar de levar em consideração a potência discursiva das escolhas, que tem muito a ver com revelar uma realidade que muitos não veem ou não conhecem.
Assim, chegamos ao fim de mais um #fotografetododia , segundo da série sobre flash, aprendendo mais sobre a potência e seus usos. É importante lembrar que quanto mais potente for o flash, maior a área que poderá ser iluminada, mas também, mais marcadas serão as sombras e maior será a diferença entre os planos. Daí a importância de equilibrar não apenas as configurações da velocidade de disparo do flash, mas também as da câmera, como a abertura do diafragma, a velocidade do obturador e o ISO, a fim de controlar até onde esta luz irá incidir e quanto da luz ambiente será registrada pela lente nos planos secundários.
Está gostando da série de #fotografetododia sobre flash? Não deixe de compartilhar com todo mundo que gosta de fotografia! Ah! E se tiver alguma dúvida ou dica, mande lá no nosso grupo de discussão no Facebook! Até semana que vem!
HEDGECOE, John. O Novo Manual de Fotografia. 2ª ed. São paulo: Editora Senac, 2005. p. 168-169.
CUNHA, Juliana. Bárbara Wagner entre Deus e Estelita: dois ensaios para o OFFSIDE BRAZIL. Revista ZUM. Disponível em<https://revistazum.com.br/offsidebrazil/barbara-wagner/> Acesso em 28 de abr. de 2020
Site de Bárbara Wagner
Tumblr do Projeto Offside Brazil
Dupla Exposição é um livro que adquiri por acaso. Encontrei-o em uma livraria na minha cidade natal meio largado em um canto.
Dupla Exposição é um livro que adquiri por acaso. Encontrei-o em uma livraria na minha cidade natal meio largado em um canto. A capa me chamou a atenção por ser uma daquelas edições cobertas por uma película semi-transparente (que guardei separada em casa com medo de estragá-la), mas foi só quando o abri para folheá-lo e li o texto de apresentação, escrito por Maria Esther Maciel, escritora e professora de Teoria da Literatura e Literatura Comparada da UFMG, que senti que precisava mergulhar naquela leitura.
Capa do livro Dupla Exposição, Editora Rocco. Imagem de capa por Elisa Pessoa, 2016. |
No tal texto, Maciel começa falando sobre como o livro não cabe em classificações, com textos e imagens mantendo uma relação instável, ora afastando-se, ora aproximando-se. Desejei ver de perto como funcionaria uma obra em que texto e imagem se comunicam, não com as imagens servindo ao texto como ilustração nem mesmo como complemento, mas como parte integrante e igualmente relevante dos caminhos narrativos. Além disso, é anunciada a ideia de mistura entre real e ficção, que é algo que já me chama a atenção a bastante tempo em obras literárias.
O livro é composto por diversos textos curtos, escritos por Paloma Vidal, escritora e professora de Teoria Literária na UNIFESP, nascida em Buenos Aires e residente do Brasil desde os dois anos de idade. São eles: Please Come Flying; EFA; Sun In An Empty Room; Sempre a Partida; Venice; Tavistock Square; 10 Exercícios Para; Un Petit Noir Comme Celui-Là; Melancolia: Modo de Usar. Cada um deles escrito em primeira pessoa, revelando os pensamentos da narradora-personagem e promovendo uma sensação de intimidade por parecerem ter saído de cartas, diários e anotações pessoais.
Enquanto isso, as imagens são obra de Elisa Pessoa, brasileira que, em Paris, formou-se em Artes Plásticas e começou seu trabalho com a fotografia e o vídeo, continuados após o retorno para o Brasil com produções em forma de vídeo-instalações e intervenções urbanas. Distribuídas ao longo das páginas, seja dividindo espaço com os textos, seja ganhando destaque sozinhas, as fotos apresentam personagens femininas com ares de mistério, utilizando os efeitos de dupla exposição e hologramas, assemelhando-se em muitos momentos a uma performance, em que a mulher vista em muitas das imagens movimenta-se frente a projeções de cidades e fotos antigas.
Visão interna do livro Dupla Exposição, Editora Rocco. Foto de Elisa Pessoa, 2016. |
É curiosa a forma como os temas são trabalhados nos textos e nas imagens, evocando a ideia de uma dupla exposição fotográfica em ambos os casos. Já no primeiro texto esse aspecto é revelado, baseando-se em um ensaio da escritora e poetisa Elizabeth Bishop sobre sua relação com a também poeta Marianne Moore. Em uma mistura de recorte do texto da autora e observações de uma leitora desejosa por mostrar o seu fascínio por ele, há a formação de um “dupla exposição textual” revelando que o título do livro não justifica-se apenas pela estética do conteúdo visual. É ainda mais fascinante notar os diferentes artifícios usados para evocar tal ideia, utilizando tempos diferentes (passado e presente), diálogos e pensamentos, além de fluxos mentais.
As fotografias revelam muito da nostalgia que os textos carregam. Quando a narradora lembra suas passagens por Paris ou Alemanha e os acontecimentos que a deixaram de alguma forma marcada, há imagens em que são projetadas cenas urbanas que lembram a arquitetura européia. A narradora deixa claro ao longo de todo o livro como arquivos pessoais são importantes para ela. Fotografias, cartas e diários são constantemente evocados e vemos imagens que parecem ter sido retiradas de um álbum de família empoeirado.
Assim, Dupla Exposição, fruto desta parceria entre artistas de duas áreas distintas, consegue funcionar quando lidos apenas os textos; apenas as imagens ou, como proposto, ambos juntos, sem perder a aura nostálgica e a ideia de uma viagem temporal em pensamento, como o sentimento que toma conta da mente ao observar nossas fotos antigas e lembranças carregadas de afetos.
Se interessou pelo livro? No site da Editora Rocco tem a lista de lojas on-line em que você pode comprá-lo: https://www.rocco.com.br/livro/?cod=2803
Requelme, Gaucho, Estancia Anita, El Calafate, Patagonia, Argentina, Jimmy Nelson, November 2011 | Jimmy Nelson |
Mursi, Hilao Moyizo Village, Omo Valley Ethiopia, 2011 | Jimmy Nelson |
Batu Logo, Dani tribal leader Asumpaima Village, Baliem Valley, Papua, Jimmy Nelson, August 2010 | Jimmy Nelson |
Duane Ahchoo, Bardi, One Arm Point, Dampier Peninsula, The Kimberley, Australia, 2018 | Jimmy Nelson |
Goroka, Eastern Highlands, Papua New Guinea, 2010 | Jimmy Nelson |
Hangu Ibamuali, Huli Wigmen, Ambua Falls, Tari Valley, Papua New Guinea, 2010 | Jimmy Nelson |
Hatun Q’eros, Andes, Peru, 2018 | Jimmy Nelson |
Hiva Oa, Marquesas Islands, 2016 | Jimmy Nelson |
Korafe, Amunioan, Tufi, Oro province, Papua New Guinea, 2017 | Jimmy Nelson |
Langde Shang Miao Village, Kaili, Qiandongnan, Guizhou, China, 2016 | Jimmy Nelson |
Miguel Martinez Lopez, Chichimeca Jonaz, Misión de Chichimecas, Guanajuato, Mexico, 2017 | Jimmy Nelson |
Mir, Dasada, Gujarat state, India, 2016 | Jimmy Nelson |
Sonam Choden, Sharchop, Gangtey, Bhutan, 2016 | Jimmy Nelson |
Zapoteca, Oaxaca, Mexico, 2017 | Jimmy Nelson |
Marken, the Netherlands, 2014 | Jimmy Nelson |