Windows of the World

O projeto Windows of the World vale muito a pena de ser conferido pela sua mistura de multiculturalismo, arquitetura e fotografia.

O projeto Windows of the World (traduzindo, Janelas do Mundo) criado pelo português André Vicente Gonçalves, reúne fotografias de janelas por várias cidades. A iniciativa, que surgiu há doze anos enquanto André tirava fotos de janelas na cidade italiana de Trento, mistura arquitetura e multiculturalismo em uma série de montagens que reúnem as janelas de cada cidade.
Montagem com várias janelas brancas em paredes coloridas estilo tijolinho.
André Vicente Gonçalves – Porto, Portugal
A escolha das janelas não é por acaso. No seu site André conta as janelas são uma ligação entre a natureza exterior e o interior do edifício, além de representarem a identidade arquitetônica do local. Ao longo de seus estudos, o fotógrafo percebeu como essas janelas representam a identidade não só de prédios separados, mas de toda a cidade. O projeto já reúne fotografias de mais de quarenta cidades, e a meta é que cada país do mundo tenha pelo menos um espaço na coleção.
Montagem mostrando várias janelas, de estilo sóbrio em paredes de tijolinhos.
André Vicente Gonçalves – Londres, Inglaterra
Windows of the World parte de um conceito muito simples. Fotografar janelas. Todas as fotos tem um objeto semelhante, mas isso não quer dizer que elas são iguais. Os materiais, as cores, formas e os detalhes de cada janela reforçam uma identidade cultural, criando montagens diferentes e únicas para cada cidade. Muitas vezes, é possível adivinhar o país mostrado na foto, sem nem mesmo olhar a legenda, o que se torna uma diversão a mais.
As coleções estão expostas no site oficial de André de maneira organizada, legendadas e com imagem de bom tamanho, tudo de fácil visualização, e com um pequeno texto em inglês explicando a iniciativa. Para acessar clique aqui. No site existem também várias coleções de fotografias de cidades ao redor do mundo, que certamente te deixarão com vontade de viajar quando a pandemia passar. 
Experimente fotografar sua cidade e descobrir quais detalhes mostram sua identidade visual. Compartilhe seus resultados com a gente nos comentários!

Referências



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Annie Leibovitz

Anna-Lou “Annie” Leibovitz nasceu no dia 2 de outubro de 1949 em Waterbury, Connecticut.

Responsável por criar o estilo visual da revista Rolling Stones, Annie é considerada uma das mais ilustres fotógrafas de celebridades.

Anna-Lou “Annie” Leibovitz nasceu no dia 2 de outubro de 1949 em Waterbury, Connecticut. Sua mãe era dançarina e sempre tentava mostrar o mundo das artes para a filha , que desde de pequena era apaixonada por música e pintura. Ela chegou a estudar pintura no Instituto de Artes de São Francisco, mas lá descobriu uma outra paixão: a fotografia.

Annie começou sua carreira em 1969 quando começou a trabalhar na revista Rolling Stones, que na época ainda estava em seus primeiros números. Não demorou para ela ganhar destaque e em 1973 já tinha sido nomeada fotógrafa chefe, posição que ela manteve por dez anos sendo importantíssima na criação do estilo imagético da revista.

Um de seus primeiros trabalhos para a revista, foi acompanhar a banda Rolling Stones durante uma turnê em 1971. Depois disso, ela ficou famosa produzindo fotos icônicas de celebridades como John Lennon, Leonardo diCaprio, Angelina Jolie entre outras. Com isso ela também se tornou uma das mais importantes fotógrafas de moda dos EUA. Mas sua carreira não se resumiu apenas a moda e celebridades, ela também chegou a ser fotógrafa de guerra e cobriu os conflitos em Sarajevo e Ruanda.

 
Foto da Atriz Anne Hathaway para a revista Vogue
Foto da Atriz Anne Hathaway para a revista Vogue
Leonardo DiCaprio com um cisne
Leonardo DiCaprio com um cisne
Bicicleta caída de um garoto morto a tiros. Sarajevo 1994
Bicicleta caída de um garoto morto a tiros. Sarajevo 1994
Foto de John Lennon e Yoko Ono momentos antes do assassinato de John em 1980
Foto de John Lennon e Yoko Ono momentos antes do assassinato de John em 1980
Atriz Meryl Streep
Atriz Meryl Streep
Foto da Banda The Rolling Stones no palco na turnê de 1971
 

E então você gostou da obra dessa artista ? Você pode saber mais sobre ela através dos livros Annie Leibovitz at Work, A Photographer’s Life e vários outros,  não se esqueça de comentar sua opinião sobre sua obra no nosso grupo do Facebook!

Links, Referências e Créditos

Como citar esta postagem

CAVALHEIRO, Pedro Olavo Pedroso. Annie Leibovitz. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/galeria-annie-leibovitz/>. Publicado em: 08 de jul. de 2020. Acessado em: [informar data].

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Usando a potência do flash

Usar um flash externo pode parecer algo complicado e desafiador, mas desde que haja familiaridade com as suas funções e um olhar atento para as situações em que será utilizado pode-se obter resultados muito bons.

Na continuação da série sobre o flash, vamos entender sobre a potência e sua influência na iluminação das trabalhos fotográficos.

Usar um flash externo pode parecer algo complicado e desafiador, mas desde que haja familiaridade com as suas funções e um olhar atento para as situações em que será utilizado pode-se obter resultados muito bons. Na continuação da série sobre o flash, vamos nos concentrar em uma dessas configurações: a potência.

Usar um flash externo pode parecer algo complicado e desafiador, mas desde que haja familiaridade com as suas funções e um olhar atento para as situações em que será utilizado pode-se obter resultados muito bons. Na continuação da série sobre o flash, vamos nos concentrar em uma dessas configurações: a potência.

Um homem negro é visto no primeiro plano olhando diretamente para  a câmera. Está iluminado por um flash do lado esquerdo da imagem. Aparece trajando uma blusa branca e pulseiras no braço direito. Ao redor do pescoço há um tecido verde  esvoaçando-se  ao lado direito do corpo do homem e cobrindo o ombro esquerdo. O fundo é escuro, tornado difícil a visão da pessoa e do veículo ao fundo.
Bárbara Wagner. Sem título I (da série Jogo de Classe), 2013

A potência do flash é indicada por uma numeração conhecida como “número-guia” que indica a distância máxima que a luz produzida por aquele flash irá alcançar. Devemos ter em mente que o que irá determinar diversas características da foto, inclusive o quão longe essa luz irá alcançar, não dependerá apenas do flash e sua potência, mas dos demais fatores que deverão ser pensados e ajustados. A abertura do diafragma da lente da câmera e a velocidade do disparo do flash são extremamente importantes para isso, como mostram os exemplos mostrados neste artigo.

É importante lembrar que, quando usado no modo automático, a velocidade do disparo do flash será suficiente para iluminar apenas o primeiro plano da foto e não o fundo. Dificilmente um flash, por maior que seja a sua potência e por mais que se façam demais ajustes consegue iluminar objetos a grandes distâncias. Na tentativa de fazer isso no modo manual, o que pode acabar acontecendo é uma superexposição do primeiro plano, aparecendo como costumamos dizer, “estourado”.

Para obter um resultado em que ambos os planos apareçam de forma harmoniosa, é necessário usar os controles do diafragma para que haja uma maior captação de luz pela lente da câmera, já que assim será garantida a iluminação dos planos posteriores pela luz ambiente. Além disso, a velocidade do disparo do flash também influencia na captação da luz, sendo importante ajustá-la para conciliar essa captação de luz ambiente com a luz do flash.

Caso contrário, o primeiro plano aparecerá totalmente iluminado e até mesmo superexposto e o segundo plano, excessivamente escuro, quando não totalmente anulado. Isso acontece porque o tempo de disparo irá definir até onde a luz irá alcançar, de forma que com um flash muito rápido (como 1/40.000 segundos) apenas o primeiro plano será iluminado, enquanto, tendo em mãos um flash com grande potência e um tempo de disparo mais longo (como 1/1.000 segundos), os demais planos poderão também ser iluminados.

A imagem que abre esse #fotografetododia, assim como as demais apresentadas abaixo, são de autoria de Bárbara Wagner, fotógrafa brasileira original de Brasília que vive e trabalha em Recife e tem uma obra voltada principalmente à cultura popular e tradicional, participou de diversos projetos e bienais ao redor do mundo, tendo inclusive obras no acervo permanente dos museus MASP e MAM em São Paulo.

Analisando a primeira imagem, aparentemente tirada no período noturno, percebemos que a luz é dura e lateral, o que indica que um flash externo foi usado, localizado ao lado esquerdo da imagem. Sabemos que a combinação de flash com alta potência e diafragma aberto resulta em uma iluminação de grande alcance, o que não é o caso da foto em questão em que temos um primeiro plano bastante destacado do segundo.

Apesar de não ter como saber ao certo o quão potente é o flash utilizado, podemos observar que sombras duras são projetadas do lado oposto ao que é iluminado, cobrindo metade do rosto do modelo enquanto o segundo plano aparece muito escuro (subexposto) a ponto de não revelar quase nada dos demais elementos – uma pessoa parada, sem que seja possível identificar identidade ou gênero, e um veículo. Essas características podem indicar um tempo de disparo do flash mais rápido, iluminado com grande incidência apenas o primeiro plano.

É interessante notar também que os riscos luminosos ao canto inferior direito na imagem indicam que houve uma longa exposição do registro da lente, logo, o modelo foi congelado na foto pelo flash em velocidade de disparo alta. Nada disso, no entanto, indica falha ou má escolha por parte da fotógrafa, uma vez que tais características trazem dramaticidade ao registro, sendo este justamente o objetivo do ensaio chamado “Jogo de Classe”, que busca uma teatralidade de cena, representando visualmente as classes sociais a que os fotografados pertencem.

Nas imagens a seguir, temos mais uma fotografia para análise. Desta vez a imagem é fruto do projeto Offside Brazil em que fotógrafos estrangeiros e brasileiros buscaram registrar as cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, realizada no país, revelando os entornos do evento marcado por manifestações e desigualdades sociais e assim, fazendo uma cobertura paralela às atenções voltadas aos jogos.

Uma mulher negra de pele clara é vista em pé com um bebê ao colo, olhando diretamente para a câmera com uma expressão séria. Ambos estão iluminados por flash direto. A mulher está descalça e traja shorts, uma camiseta laranja e uma touca rosa na cabeça. Segura o bebê enrolado em uma manta com o braço esquerdo e um guarda-sol com o braço direito. O chão é de terra; há um cão preto parcialmente ao lado esquerdo da imagem e  há vegetação e cabos de energia elétrica ao fundo.
Bárbara Wagner. Quilombo Castainho, Brasil. Offside Brazil, 2014

Enquanto a primeira imagem mostrada, do ensaio “Jogo de Classe”, traz um flash iluminando o personagem de forma intensa e com um segundo plano praticamente nulo, a segunda apresenta um uso muito mais sutil. Tirada no Quilombo Castainho, visivelmente durante o dia e a céu aberto, o uso do flash dá destaque à mãe e à criança fotografada, sendo perceptível o seu uso pelas sombras que se projetam de forma dura/marcada no corpo da mulher, diferente das sombras muito mais suaves/difusas a seus pés, provenientes da luz natural. Aqui, talvez coubesse o uso de um flash com potência menor ou um tempo de disparo da luz reduzido para suavizar a formação das sombras, mas não podemos deixar de levar em consideração a potência discursiva das escolhas, que tem muito a ver com revelar uma realidade que muitos não veem ou não conhecem.

Assim, chegamos ao fim de mais um #fotografetododia , segundo da série sobre flash, aprendendo mais sobre a potência e seus usos. É importante lembrar que quanto mais potente for o flash, maior a área que poderá ser iluminada, mas também, mais marcadas serão as sombras e maior será a diferença entre os planos. Daí a importância de equilibrar não apenas as configurações da velocidade de disparo do flash, mas também as da câmera, como a abertura do diafragma, a velocidade do obturador e o ISO, a fim de controlar até onde esta luz irá incidir e quanto da luz ambiente será registrada pela lente nos planos secundários.

Está gostando da série de #fotografetododia sobre flash? Não deixe de compartilhar com todo mundo que gosta de fotografia! Ah! E se tiver alguma dúvida ou dica, mande lá no nosso grupo de discussão no Facebook! Até semana que vem!

Dificuldade 4: Você vai precisar de uma boa câmera e alguns conhecimentos.

Referências:

HEDGECOE, John. O Novo Manual de Fotografia. 2ª ed. São paulo: Editora Senac, 2005. p. 168-169.

CUNHA, Juliana. Bárbara Wagner entre Deus e Estelita: dois ensaios para o OFFSIDE BRAZIL. Revista ZUM. Disponível em<https://revistazum.com.br/offsidebrazil/barbara-wagner/> Acesso em 28 de abr. de 2020

Links:

Site de Bárbara Wagner
Tumblr do Projeto Offside Brazil

Na continuação da série sobre o flash, vamos entender sobre a potência e sua influência nos resultados na iluminação das trabalhos fotográficos.
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Dupla Exposição

Dupla Exposição é um livro que adquiri por acaso. Encontrei-o em uma livraria na minha cidade natal meio largado em um canto. 

O #dicade dessa semana é sobre um livro que une a linguagem verbal e a visual em uma narrativa sensível e nostálgica.

Dupla Exposição é um livro que adquiri por acaso. Encontrei-o em uma livraria na minha cidade natal meio largado em um canto.  A capa me chamou a atenção por ser uma daquelas edições cobertas por uma película semi-transparente (que guardei separada em casa com medo de estragá-la), mas foi só quando o abri para folheá-lo e li o texto de apresentação, escrito por Maria Esther Maciel, escritora e professora de Teoria da Literatura e Literatura Comparada da UFMG, que senti que precisava mergulhar naquela leitura.

A imagem mostra o livro Dupla Exposição sobre uma mesa branca ao lado de uma xícara de porcelana. Na fotografia da capa, uma mulher de costas usando blusa larga e branca é vista de costas. Sobre ela é projetada uma imagem com uma mulher em pé em um campo aberto.
Capa do livro Dupla Exposição, Editora Rocco. Imagem de capa por Elisa Pessoa, 2016.

No tal texto, Maciel começa falando sobre como o livro não cabe em classificações, com textos e imagens mantendo uma relação instável, ora afastando-se, ora aproximando-se. Desejei ver de perto como funcionaria uma obra em que texto e imagem se comunicam, não com as imagens servindo ao texto como ilustração nem mesmo como complemento, mas como parte integrante e igualmente relevante dos caminhos narrativos.  Além disso, é anunciada a ideia de mistura entre real e ficção, que é algo que já me chama a atenção a bastante tempo em obras literárias.

O livro é composto por diversos textos curtos, escritos por Paloma Vidal, escritora e professora de Teoria Literária na UNIFESP, nascida em Buenos Aires e residente do Brasil desde os dois anos de idade. São eles: Please Come Flying; EFA; Sun In An Empty Room; Sempre a Partida; Venice; Tavistock Square; 10 Exercícios Para; Un Petit Noir Comme Celui-Là; Melancolia: Modo de Usar. Cada um deles escrito em primeira pessoa, revelando os pensamentos da narradora-personagem e promovendo uma sensação de intimidade por parecerem ter saído de cartas, diários e anotações pessoais.

Enquanto isso, as imagens são obra de Elisa Pessoa, brasileira que, em Paris, formou-se em Artes Plásticas e começou seu trabalho com a fotografia e o vídeo, continuados após o retorno para o Brasil com produções em forma de vídeo-instalações e intervenções urbanas. Distribuídas ao longo das páginas, seja dividindo espaço com os textos, seja ganhando destaque sozinhas, as fotos apresentam personagens femininas com ares de mistério, utilizando os efeitos de dupla exposição e hologramas, assemelhando-se em muitos momentos a uma performance, em que a mulher vista em muitas das imagens movimenta-se frente a projeções de cidades e fotos antigas.

O livro é visto aberto sobre uma mesa branca, onde há também um arranjo de flores e uma xícara de porcelana. Uma mão segura o livro do lado esquerdo. Na página esquerda há uma fotografia mostrando a silhueta de uma mulher em movimento. Sobre ela, é projetada uma imagem de prédios urbanos com arquitetura européia.
Visão interna do livro Dupla Exposição, Editora Rocco. Foto de Elisa Pessoa, 2016.

É curiosa a forma como os temas são trabalhados nos textos e nas imagens, evocando a ideia de uma dupla exposição fotográfica em ambos os casos. Já no primeiro texto esse aspecto é revelado, baseando-se em um ensaio da escritora e poetisa Elizabeth Bishop sobre sua relação com a também poeta Marianne Moore. Em uma mistura de recorte do texto da autora e observações de uma leitora desejosa por mostrar o seu fascínio por ele, há a formação de um “dupla exposição textual” revelando que o título do livro não justifica-se apenas pela estética do conteúdo visual. É ainda mais fascinante notar os diferentes artifícios usados para evocar tal ideia, utilizando tempos diferentes (passado e presente), diálogos e pensamentos, além de fluxos mentais.

As fotografias revelam muito da nostalgia que os textos carregam. Quando a narradora lembra suas passagens por Paris ou Alemanha e os acontecimentos que a deixaram de alguma forma marcada, há imagens em que são projetadas cenas urbanas que lembram a arquitetura européia. A narradora deixa claro ao longo de todo o livro como arquivos pessoais são importantes para ela. Fotografias, cartas e diários são constantemente evocados e vemos imagens que parecem ter sido retiradas de um álbum de família empoeirado.

Assim, Dupla Exposição, fruto desta parceria entre artistas de duas áreas distintas, consegue funcionar quando lidos apenas os textos; apenas as imagens ou, como proposto, ambos juntos, sem perder a aura nostálgica e a ideia de uma viagem temporal em pensamento, como o sentimento que toma conta da mente ao observar nossas fotos antigas e lembranças carregadas de afetos.

Se interessou pelo livro? No site da Editora Rocco tem a lista de lojas on-line em que você pode comprá-lo: https://www.rocco.com.br/livro/?cod=2803 

Referência:

VIDAL, Paloma; PESSOA, Elisa. Dupla Exposição. 1ª ed. Rio de Janeiro: Anfiteatro – Editora Rocco, 2016.
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Jimmy Nelson

Jimmy Nelson é um fotógrafo britânico, famoso por retratos de tribos e povos indígenas. Ele elaborou um projeto chamado “Before they pass away”, em que escolheu 35 povos ao redor do mundo para fotografar, entre os anos de 2010 e 2013.

Jimmy Nelson é um fotógrafo britânico, famoso por retratos de tribos e povos indígenas. Nasceu em Sevenoaks, sudeste da Inglaterra, em 1967. Ele sofreu de alopecia e perdeu todo seu cabelo ainda jovem, fato que o levou ao Tibet em 1986 para “viver entre os monges carecas”. Sua viagem gerou histórias e fotos que foram publicadas na revista da Royal Geographic Society.
Passou 6 anos fotografando tribos por hobby, até que, aos 24 anos, precisou ingressar na carreira comercial para “pagar as contas”. Em 1994, junto de sua esposa, produziu um projeto de retratos na China que durou 30 meses. As imagens desse trabalho foram exibidas no Palácio do Povo na Praça da Paz Celestial, em Pequim, e depois seguidas por uma turnê mundial.
Em 2010, Jimmy passou por um momento de reflexão. Com a fotografia digital se estabelecendo como uma norma, ele sentiu que sua carreira estava em perigo e decidiu arriscar e se especializar em algo que ele sabia: culturas em extinção e tribos. Então, elaborou um projeto chamado “Before they pass away”, em que escolheu 35 povos para fotografar.
Entre 2010 e 2013, o fotógrafo realizou 16 viagens, que duraram de 1 a 2 meses cada. Em entrevista à BBC, ele contou sobre as dificuldades enfrentadas até chegar ao local onde as tribos vivem, além da questão do idioma. Era raro compreender os dialetos, mesmo com um tradutor presente. Apesar dessas adversidades, Jimmy dava um jeito de se comunicar e ajudava nas necessidades do dia-a-dia como moeda de troca para conseguir suas fotos.
Para esse trabalho, Jimmy utilizou uma câmera de grande formato, com exposição de 4 a 5 segundos em sua maioria. Segundo ele, “quando você processa essas imagens e as imprime, o granulado é fantástico comparado à fotografia digital. O digital se torna muito plástico. Tudo acaba parecendo o mesmo.”
Um senhor com cerca de 60 anos, branco, está sentado. Ele usa botas, uma calça preta, camisa vermelha, um lenço no pescoço, uma boina. Para o frio, tem algo feito de algodão ao redor do pescoço. Segura um chicote e parece beber algo alcóolico.
Requelme, Gaucho, Estancia Anita, El Calafate, Patagonia, Argentina, Jimmy Nelson, November 2011 | Jimmy Nelson

Um homem negro segura uma espécie de fuzil. Seu corpo tem pinturas na cor branca e, em sua cabeça, usa argolas na orelha e dentes pendurados.
Mursi, Hilao Moyizo Village, Omo Valley Ethiopia, 2011 | Jimmy Nelson

Um homem negro, cerca de 60 anos cheio de acessórios pelo corpo. Tem uma espécie de osso atravessando seu nariz, utiliza várias penas na cabeça, no braço. Também tem vários acessórios pendurados no pescoço.
Batu Logo, Dani tribal leader Asumpaima Village, Baliem Valley, Papua, Jimmy Nelson, August 2010 | Jimmy Nelson

Um aborígene negro, cerca de 50 anos. Tem algumas linhas em branco pintadas em seu corpo. Segura algo na altura do peito. Usa uma faixa na testa, com espécie de galhos e penas presos na parte de trás da cabeça.
Duane Ahchoo, Bardi, One Arm Point, Dampier Peninsula, The Kimberley, Australia, 2018 | Jimmy Nelson

Uma mulher negra, nua acima da cintura. Em seu pescoço, utiliza um colar e mais objetos. Seu rosto está pintado em vermelho e branco. Tem penas presas em seu braço. Na testa, também tem penas vermelhas presas
Goroka, Eastern Highlands, Papua New Guinea, 2010 | Jimmy Nelson

Um homem negro, cerca de 60 anos. Seu rosto está pintado de amarelo e tem uma espécie de espeto atravessando seu nariz.Usa uma espécie de chapéu incomum na cabeça, enfeitado com penas e flores.Está sem camisa, tem o peito peludo e folhas de árvores amarradas nos braços.
Hangu Ibamuali, Huli Wigmen, Ambua Falls, Tari Valley, Papua New Guinea, 2010 | Jimmy Nelson

Um homem ou mulher peruano(a). Tem a pele parda, olhos ligeiramente puxados e usa vestimentas predominantemente rosas. Sua roupa tem desenhos geométricos, usa touca na cabeça, além de um chapéu.
Hatun Q’eros, Andes, Peru, 2018 | Jimmy Nelson

Homem sem camisa, pardo. Tem uma faixa preta pintada na altura dos olhos. Na cabeça, tem penas presas na testa com uma espécie de corda. Usa colares grandes, com chifres e penas.
Hiva Oa, Marquesas Islands, 2016 | Jimmy Nelson

Uma mulher negra, de olhos castanho claro e cabelo cacheado. Na cabeça, tem um arco formado por penas brancas, vermelhas e amarelas. Em seu corpo, ao invés de roupa, ela usa folhas de plantas.
Korafe, Amunioan, Tufi, Oro province, Papua New Guinea, 2017 | Jimmy Nelson

Três moças brancas, chinesas. Utilizam batom, brincos e colares enormes. Vestem um roupão azul, com detalhes em verde e vermelho. Na cabeça, algo como uma coroa gigante na cor dourada.
Langde Shang Miao Village, Kaili, Qiandongnan, Guizhou, China, 2016 | Jimmy Nelson

Um homem pardo, de uns 50 anos. Está sem camisa, e tem linhas pintadas no rosto em vermelho e preto. Ao invés de roupas, utiliza uma peça feita de penas e uma carcaça de lobo. Na cabeça, algo feito com uma águia aparentemente entalhada.
Miguel Martinez Lopez, Chichimeca Jonaz, Misión de Chichimecas, Guanajuato, Mexico, 2017 | Jimmy Nelson

três meninas indianas. Todas utilizam vestidos que cobrem o corpo inteiro e são bastante coloridos. Elas usam brincos, piercings no nariz, colares e acessórios na cabeça.
Mir, Dasada, Gujarat state, India, 2016 | Jimmy Nelson

Uma butanesa branca, aparentemente jovem adulta. Tem cabelos pretos compridos. Na sua cabeça, uma espécie de chapéu enfeitado com flores brancas e pequenas. Pouco abaixo dos ombros, ela segura duas esculturas de cabeças de dragão.
Sonam Choden, Sharchop, Gangtey, Bhutan, 2016 | Jimmy Nelson

Uma mulher morena, com o rosto pintado como uma caveira. Usa um cordão e brincos dourados. Na cabeça, flores presas em seu cabelo. Sua roupa e cenário também é composto por flores amarelas, rosas e vermelhas.
Zapoteca, Oaxaca, Mexico, 2017 | Jimmy Nelson

Marken, the Netherlands, 2014 | Jimmy Nelson

Referências

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