Blow-up: Depois daquele beijo

Presente em quase todas as listas sobre filmes que abordam a fotografia, Blow-up, que no Brasil recebeu o título “Depois daquele beijo”, é um clássico do cinema. Inspirado no conto Las Babas del Diablo, publicado em 1959, do escritor argentino Júlio Cortázar, o filme conta a história de Thomas, um jovem fotógrafo de moda londrino que, ao fotografar casualmente cenas em um parque, acaba revelando um grande mistério.
O filme têm como plano de fundo a cidade de Londres dos anos 60, década em que foi lançado, e envolve na trama personagens bem caricatos, o que pareceu ser uma tentativa não só de mostrar o contexto cultural de uma época, mas também de divertir o espectador, já que a imagem revelada pelo fotógrafo expõe o oposto da atmosfera de diversão.
   

Revelada em preto e branco, a imagem mostra em princípio apenas a cena de um casal passeando no parque, mas, depois de passarem pelo olhar atento de Thomas, junto com o auxílio de várias ampliações, outros elementos surgem. A imagem mostra um outro contexto, que não é o mesmo das experiências pitorescas que o fotógrafo têm durante o filme, como se a fotografia fizesse emergir uma outra realidade. Depois que Thomas entra nesse outro mundo revelado pela fotografia, não consegue mais sair dele. A fotografia misteriosa é a grande protagonista do filme, é por causa dela que Thomas entra em situações que rompem com sua rotina e com sua percepção sobre o que o cerca. Não é atoa que Blow-up está sempre nas listas de indicações, é um filme essencial para descobrir o poder de uma imagem sobre as nossas vidas.

Blow-up

Blow-Up é um filme de 1966 que no brasil recebeu o nome de Depois Daquele Beijo.

Filme do aclamado diretor Michelangelo Antonioni é considerado um marco no cinema por causa de seu excelente roteiro é ótima direção.

Blow-Up é um filme de 1966 que no brasil recebeu o nome de Depois Daquele Beijo. O filme foi o primeiro trabalho em inglês do diretor italiano Michelangelo Antonioni, e serviu como inspiração para vários filmes que vieram depois, como The Conversation de Francis Ford Coppola e Blow Out de Brian de Palma

 
Cena do filme Blow-Up
 

O filme é protagonizado por Thomas (David Hemmings) um famoso fotógrafo de moda. Enquanto passeava por um parque, ele observa um homem e uma mulher se beijando e resolve fotografá-los. Após revelar as fotografias do casal, uma delas chama sua atenção. Após uma série de ampliações desta imagem, ele percebe que acabou fotografando um assassinato, ele retorna ao parque e encontra o corpo do homem assassinado. Contudo, quando volta ao seu estúdio, descobre que quase todas as fotografias foram destruídas, restando apenas uma.

Servindo-se da ideia de que Thomas acredita ter presenciado um assassinato que ele mesmo não viu, e sim sua camêra, e que só tem agora uma única fotografia que de te tão ampliada parece uma pintura abstrata, o filme vai refletir sobre o real e como ele pode não ser tão simples quanto parece. A escolha de um fotógrafo como papel principal chega a ser genial, devido a maneira como entendemos a fotografia. Ela que na maioria das vezes serve como prova final de verdade agora não serve mais, só Thomas consegue ver aquela foto como sendo prova de um assassinato. O filme continua passando essa ideia várias vezes, e mostra cada vez mais que a antiga visão do real que o protagonista possuía vai se alterando e na cena final o filme encontra uma maneira excelente de mostrar que a percepção dele já se alterou por completo.

 
Cena do Filme Blow-Up.
 

Não é somente a visão do protagonista que é alterada, Blow-Up, é um grande convite ao espectador para que este reflita sobre tudo a sua volta, eu mesmo me peguei olhando para o teto refletindo sobre as várias cena do filme que buscam essa reflexão. Blow-Up não é um filme fácil de se entender, e com certeza seu ritmo não é um dos mais acelerados, mas ele é um prato cheio para fotógrafos e cinéfilos que estejam dispostos a filosofar.

Agora é sua vez de assistir e interpretar essa obra, lembrando que o filme fala bem mais do que é apresentado aqui. Depois de você assistir, lembre-se de ir ao nosso grupo do Facebook e nos falar qual foi a sua interpretação!

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Sebastião Salgado

 
 Sebastião Salgado é um renomado fotógrafo brasileiro que retrata em suas fotografias as pessoas que se encontram à margem da sociedade, e as diversas causas ambientais que apoia.

Sebastião Ribeiro Salgado nasceu em Aimorés, Minas Gerais, no dia 8 de fevereiro de 1944. Graduou-se em Economia, em Vitória, Espírito Santo, e fez pós-graduação na USP. Trabalhou como economista por alguns anos e, devido às perseguições da ditadura civil militar, se auto exilou em Paris.

Retrato de Sebastião Salgado em preto e branco
Autor desconhecido – Sebastião Salgado

 Em Paris, completou seu doutorado em economia e, entre 1971 e 1973, trabalhou para a Organização Internacional do Café, em Londres. Durante uma viagem para a África, realizou sua primeira sessão de fotos, com uma câmera emprestada pela esposa, Léila Wanick Salgado, e assim se encantou pela fotografia. A partir de 1974, volta a morar em Paris e trabalha como fotojornalista independente para agências como Sygma, Gamma e Magnum.

Em 30 de março de 1981, estava em Washington, Estados Unidos, capturando imagens para uma matéria que seria lançada pelo New York Times. Enquanto esperava a saída do presidente Ronald Reagan na porta do hotel, viu antes que seus colegas que John Hinckley Jr. erguera uma arma. Salgado realizou as melhores imagens do atentado contra o presidente norte-americano. Essas imagens rodaram o mundo, fazendo com que ele conseguisse atingir a independência financeira para investir em seus projetos.

Temos um homem de terno preto puxando sua arma, dois outros de terno cinza com as armas para cima, dois homens no chão, dois agachados e um bombeiro se aproximando
Segundos após tentativa de assassinato de Ronald Reagan, 1981, Sebastião Salgado
Em 1994, junto com a esposa, Léila, funda a agência de imprensa fotográfica, Amazonas images. Viaja por todo o Brasil e por mais de 100 países para vários projetos fotográficos.

Segue alguns dos trabalhos do Salgado:

Foto em preto e branco de uma pessoa, com roupas de proteção, perto de um vulcão em erupção
Kuwait, 1991, Sebastião Salgado
 
Imagem em preto e branco, mostra várias pessoas trabalhando, e um homem encostado em um poste de madeira olhando para o lado
Serra Pelada (Man against Post), 1986, Sebastião Salgado
 
Foto em preto e branco, mostra uma estação de trem, com dois trens, e a imagem borrada de várias pessoas andando por lá
Estação de trem lotada em Bombaim, 1995, Sebastião Salgado
 
Imagem em preto e branco, mostra no centro dois filhotes de elefante-marinho-do-sul, e atrás deles, vários pinguins
Filhotes de elefante-marinho-do-sul, 2009, Sebastião Salgado

#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

 

Links, Referências e Créditos

  • http://galeriamariocohen.com.br/?page_id=22657
  • https://br.blastingnews.com/cultura/2016/02/o-atentado-que-mudou-a-vida-profissional-de-sebastiao-salgado-00776045.html
  • http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa2597/sebastiao-salgado

Como citar essa postagem

COSTA, Clara. Sebastião Salgado. Cultura Fotográfica. Publicado em: 27 de mai. de 2020. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/galeria-sebastiao-salgado/. Acessado em: [informar data].

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A Técnica da Múltipla exposição

A Técnica de Múltipla exposição consiste em sobrepor uma ou mais imagens a outra tendo como resultado apenas uma fotografia, ela pode ser utilizada para fotografar a mesma pessoa ou objeto várias vezes em uma única fotografia, misturar texturas, como por exemplo mesclar o rosto de alguém com as folhas de uma árvore ou até mesmo fazer uma sobreposição de vária imagens diferentes e no final ter uma fotografia abstrata.

A Técnica da Múltipla Exposição vem desde as câmeras analógicas e é excelente para a composição de fotos com temática surrealista.

A Técnica de Múltipla exposição consiste em sobrepor uma ou mais imagens a outra tendo como resultado apenas uma fotografia, ela pode ser utilizada para fotografar a mesma pessoa ou objeto várias vezes em uma única fotografia, misturar texturas, como por exemplo mesclar o rosto de alguém com as folhas de uma árvore ou até mesmo fazer uma sobreposição de vária imagens diferentes e no final ter uma fotografia abstrata.

O Galope de um Cavalo
Étienne Jules Marey; O Galope de um Cavalo

Essa técnica pode ser feita em câmeras analógicas ou digitais, em softwares de edição e em laboratórios fotoquímicos. Nas câmeras analógicas é necessário impedir que o filme avance. Para isso, você pode usar um mecanismo de trava ou, caso sua câmera não venha equipada com ele, pressione o botão de rebobinar o filme.

A primeira coisa necessária é saber que quanto mais clara for a fotografia menos ela vai ser sobreposta, por isso tenha muita atenção na exposição  e fotografe um pouco mais claro que da vez anterior, tendo em mente onde estão as partes mais escuras.

Nas câmeras digitais, é preciso utilizar o modo exposição múltipla, que permite utilizar uma fotografia existente na memória do aparelho para servir como base sobre a qual serão sobrepostas uma ou mais tomadas. Importante destacar que, em razão de as câmeras digitais apenas emularem a técnica, não é necessário que o usuário se preocupe tanto com a superexposição da imagem final.

Outro efeito  possível com essa técnica é o da duplicação de objetos ou pessoas, isso foi utilizado muito pelo biólogo francês Étienne Jules Marey  que produziu estudos sobre a movimentação dos seres humanos e de outros animais. Para isso, ele desenvolveu algumas técnicas de múltipla exposição, chegando até a inventar uma aparelho, ao qual deu o nome de fuzil cronofotográfico, que era capaz de tirar várias fotografias muito rapidamente, com a mesma pose de um filme.

Fuzil Cronofotográfico de Étienne Jules Marey
O Vôo do Pelicano 1882
Étienne Jules Marey; O Vôo do Pelicano 1882

A imagem acima foi com o fuzil cronofotográfico  A ideia dessa foto é analisar como um pelicano bate as asas ao voar. O fundo é preto para que a imagem do pelicano fique nítida. O fuzil cronofotográfico tirou pelo menos oito fotos em um período muito curto de tempo, tornando possível ver com precisão os movimentos do pássaro.

Agora é sua vez de entrar em ação! Pegue sua câmera e tente pôr em prática o que você aprendeu aqui, lembrando que qualquer dúvida é só perguntar no nosso grupo do Facebook.

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Janela Indiscreta

 Em Janela Indiscreta, L.B. Jeffries, um fotógrafo profissional, observa seus vizinhos quando vê alguns acontecimentos que o fazem desconfiar de um assassinato.

Janela Indiscreta conta a história de Jeff (James Stewart), um fotógrafo confinado em seu apartamento em Nova York devido a um acidente de trabalho que resultou em sua perna quebrada. Sem nada para fazer, ela começa a observar seus vizinhos.

Jeff (o personagem principal) com uma câmera na direção do rosto, olhando para frente
Cena de “Janela Indiscreta”, 1954

Pela janela de cada um deles ele descobre muito sobre a vida de todos.  Mas o hobbie de Jeff se torna muito mais sério quando ele começa a suspeitar que havia acontecido um assassinato. Com a ajuda de sua noiva Lisa (Grace Kelly) e sua enfermeira Stella (Thelma Ritter), Jeff inicia uma investigação do suposto assassinato, até que acaba descobrindo a verdade.

 
Jeff sentado em sua cadeira de rodas, de pijama azul, apontando o dedo para frente, e sua namorada, de vestido preto, conversando com ele apoiada na cadeira
Cena de “Janela Indiscreta”, 1954

O filme, produzido e dirigido por Alfred Hitchcock, é, na minha opinião, uma das maiores obras-primas do diretor. Janela Indiscreta nos leva para uma viagem dentro do filme. Sua narrativa faz com que sejamos cúmplices das ações das personagens, fazendo com que a gente se prenda na história. Hitchcock deixa muito claro nossa posição como observadores silenciosos ao nos colocar sobre os ombros de um outro observador passivo, nesse caso, o L.B. Jeffries.

Eu pessoalmente gostei muito desse ponto de vista. Tem uma cena em que Lisa vai até o apartamento do suposto assassino para tentar conseguir informações e acaba sendo descoberta por ele, e Jeffries, vendo tudo de seu apartamento, não consegue fazer nada para ajudá-la. Nós acabamos nos sentindo tão impotentes quanto ele, vendo tudo acontecer.
É um filme muito instigante, e que vale muito a pena conferir.

Agora é com você! Assista ao filme e fale para a gente o que achou, tanto da história quanto da sua ligação com a fotografia.

 

Links, Referências e Créditos

Como citar essa postagem

COSTA, Clara. Janela Indiscreta. Cultura Fotográfica. Publicado em: 22 de mai. de 2020. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/janela-indiscreta/. Acessado em: [informar data].

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Eustáquio Neves

 Eustáquio Neves é um fotógrafo brasileiro que ao longo de 30 anos produziu obras étnico-culturais icônicas, utilizando técnicas de sobreposição de imagem. 

Fotografia construída. Figura de uma mulher, deitada de lado, em uma superfície clara, há uma bandeja de prata e um cacho de uva em cima. Cachos de  uvas espalhados no lençol que ela se deleita. O lençol parece  transpassar à imagem. Há uso de palavras, e fragmentos abstratos na imagem.
Vênus II, 1993, Eustáquio Neves

No dia 10 de fevereiro de 1955, em Juatuba, Minas Gerais, nasceu José Eustáquio Neves de Paula. Fotógrafo autodidata e artista multimídia. Formou-se em Química Industrial pela Escola Politécnica de Minas Gerais, em 1980. Logo após, mudou-se para Goiás, e exerceu a profissão até meados de 1984. Um ano depois, sua paixão pela fotografia toma fôlego e à partir desta época, passou a se dedicar exclusivamente à fotografia  de caráter étnico-cultural.
Com uma carga de experiências advindas da química, e criatividade, Eustáquio cria uma linguagem ousada para os temas que focaliza. Resgata elementos e técnicas do precursor da fotografia criativa Valério Vieira e compõe realidades à partir de fragmentos, utilizando-se da fotomontagem. Nos últimos 30 anos, compôs obras icônicas, tendo como base experimentos feitos com negativos no momento das ampliações fotográficas. Conquistou em sua carreira nove prêmios, com destaque para o 7º Prêmio Marc Ferrez de Fotografia 1994), o Prêmio Nacional de Fotografia do Ministério da Cultura e Funarte (1997) e o Prêmio Especial Porto Seguro de Fotografia (2004). Em 1999, foi prestigiado com a Residência na Gasworks Studios and Triangle Arts Trust, com apoio da Autograph (Associação dos Fotógrafos Negros) em Londres. Realizou mais de 30 exposições individuais em diversas cidades brasileiras, nos EUA, Cuba, Mali , França, Moçambique e na Finlândia, e participou de mais de 40 exposições coletivas, destacando-se sua participação na Coleção Pirelli/MASP de Fotografia (1996), na 6º Bienal de Havana (1997) e na Bienal de São Paulo/Valência (2007). 
Dono de um currículo extenso, Eustáquio Neves configura-se como um fotógrafo ímpar que rompe com o padrão convencional da fotografia. Ele nos convida à uma viagem construída por fragmentos visuais diante do seu olhar subjetivo sobre sua vivência e percepção de mundo a partir da imagem. Atualmente, ele vive e trabalha em Diamantina – MG.
Confira algumas de suas produções!


Fotografia construída. Figura da deusa Vênus (Afrodite), nua, no centro da imagem, em um gesto pudico, sua mão esquerda cobre sua parte íntima. A mão direita está dobrada para trás das costas. Ao seu redor, de dentro para fora, a imagem passa de tons claros para escuros. Com fragmentos abstratos.
Vênus I, 1993, Eustáquio Neves

Fotografia construída. Comunidade Negra. Homens e crianças com vestes brancas e chapéus brancos, em pé. No que parece ser uma festa religiosa, há crucifixos pela imagem. Bordas escuras e abstratas na fotografia.
Sem título (série Arturos), Contagem, 1994

Negativo Manipulado. Mulher negra, nua, com a cabeça reclinada. Está posicionada da cintura para cima, no centro da imagem. Em sua volta, palavras, e texturas abstratas.
Sem Título [Série Objetivação do Corpo 1], 1999

Negativo Manipulado. Adolescente negra, encostada em uma parede, com à cabeça reclinada para baixo. Está nua, e segura uma fruta. Dos seios para baixo a imagem é tampada com uma faixa. Ao torno da imagem há fragmentos abstratos e à palavra Feminino escrita, e o símbolo de vênus.
Sem Título [Série Objetivação do Corpo 2], 1999
Fotografia construída. Ambiente externo e noturno. Construção a direita da foto. Na esquerda, à frente de um carro antigo. No fundo da imagem, uma fábrica e casas, uma névoa no céu.
Sem título, Belo Horizonte, MG, 1992
Fotografia construída. Ambiente externo e noturno. Há uma névoa que cobre à imagem. Um poste de sinalização de trânsito reclinado para trás no centro da imagem. Pássaros voando. e à frente de uma moto parada posicionada ao lado direito da imagem.
 Sem título. 1997
O que achou das técnicas fotográficas de Eustáquio Neves? Comente e acesse também nosso conteúdo sobre Fotomontagem para aprender mais sobre a técnica muito utilizada pelo fotógrafo.


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Introdução ao Flash

O flash é bastante conhecido e utilizado na produção fotográfica, mas existem muitas dúvidas relacionadas ao seu uso por quem não tem muita intimidade com o acessório.

Já tentou utilizar o flash e não curtiu o resultado? Acredite, isso é bastante comum.

O flash é bastante conhecido e utilizado na produção fotográfica, mas existem muitas dúvidas relacionadas ao seu uso por quem não tem muita intimidade com o acessório. Por este motivo, este artigo dedica-se a esclarecer um pouco as funções do flash e seus modos de uso.

Retrato do ator Otaviano Costa produzido pelo fotógrafo Jorge Bispo. O ator é visto em pé contra um fundo branco, trajando vestimentas no estilo esporte fino. É  visível o uso de flash e o ator, de forma cômica, estende os braços com as mãos abertas em direção à fonte de luz, como se buscasse  proteger-se dela.
Jorge Bispo. Otaviano Costa. 2012.

É bastante comum que o flash seja utilizado em fotos, principalmente durante os momentos de baixa incidência de luz como o amanhecer e o anoitecer e durante a noite, porém os resultados obtidos são muitas vezes decepcionantes, em geral porque deixam o primeiro plano muito destacado do segundo, criando um efeito estranho que diminui ou mesmo anula a percepção de profundidade nas fotos.

O flash é um recurso que pode ser utilizado para um maior controle sobre a luz da cena que será fotografada. Assim, pode ser utilizado tanto quando não há uma disponibilidade de luz satisfatória (mesmo com os ajustes na câmera de diafragma, obturador e ISO), quanto em situações onde apesar de haver luz disponível, ela não se comporta da maneira almejada – como quando há sombras indesejadas ou uma disparidade entre a iluminação do primeiro e segundo plano.

Em geral, fotógrafos não utilizam o flash embutido – aquele que já vem na câmera – e investem em flashes externos (conhecidos também como speedlight). Isso porque o embutido oferece poucas opções de controle ao fotógrafo, enquanto um flash externo pode ser ajustado em diferentes posições difundindo a luz, iluminando partes e ângulos específicos, criando efeitos e podendo ser usado tanto acoplado à câmera quanto de forma externa. Tem também o fato que o flash embutido possui uma luz frontal e dura e é daí que surgem características indesejáveis como um primeiro plano muito estourado e com aspecto bidimensional, perdendo a noção de profundidade.

Para usar o flash externo, que permite um controle maior sobre a luz que será aplicada, é preciso saber que existem as funções TTL e manual. A primeira é uma função automática que irá calcular quanto de luz será necessário para a foto. Já a função manual permite que o flash seja configurado de forma personalizada através dos controles de potência e zoom. Faremos um post só para falar destas duas funções, então fique ligado nas publicações do Cultura Fotográfica para aprender mais sobre o flash, seus usos e possibilidades!

O fotógrafo Jorge Bispo é filho de atores e percebeu que gostava de fotografar após comprar uma câmera para registrar momentos de ensaios e viagens da companhia de teatro da família. Possui diversos trabalhos  que vão de editoriais  e peças publicitárias à retratos de artistas como os atores Otaviano Costa e Rodrigo Santoro, que são utilizadas neste #fotografetododia. Formado em Artes Plásticas pela UFRJ, é reconhecido por imprimir sua personalidade em suas fotografias. Na foto abaixo, é possível observar o uso de flash sem que os planos fiquem excessivamente destacados um do outro.

Retrato do ator Rodrigo Santoro feito pelo fotógrafo Jorge Bispo. Na foto, o ator é visto de corpo inteiro e em pé em uma rua a céu aberto. Usa traje social na cor preta e encara a câmera com o corpo estático. O chão é irregular e há poças de água. Logo atrás do ator, um homem de guarda-chuva passa com um borrões indicando movimento.
Jorge Bispo. Rodrigo Santoro. 2009.

Enquanto o retrato de Otaviano Costa que abre este #fotografetododia é feito em estúdio, com fundo neutro e flash bastante visível e estourado, o retrato de Rodrigo Santoro foi feito em ambiente externo, onde há presença de luz natural. Ainda assim, é visível o uso de iluminação artificial sobre o ator, sobretudo no rosto. É interessante perceber que, mesmo em ambiente externos o flash é bem vindo para que haja uma boa compensação de luz entre os planos. Neste caso, se o flash não tivesse sido utilizado, o rosto do ator teria a mesma luminosidade do restante da foto que é um pouco mais escura uma vez que o dia parece estar nublado, como indicam as poças d’água e o uso de guarda-chuva pelo homem ao fundo. Além disso, ele apareceria borrado assim como o transeunte. Também deve-se notar que a sombra projetada no lado esquerdo do ator indica a posição em que o flash foi disparado. Logo, trata-se de um flash externo, do tipo que permite controle da intensidade da luz e do ângulo desejado.

Como podemos perceber, o flash pode ser um grande aliado na produção fotográfica tanto provendo iluminação extra quanto compensando a iluminação entre planos. Deve-se ter cuidado controlando a intensidade da luz e direcionado bem o ângulo  para que não formem-se sombras ou efeitos indesejados, como a perda de profundidade. Em breve, traremos mais informações sobre o flash! Até a próxima!

Dificuldade: É aqui que o bicho pega. Você vai precisar de uma boa câmera e alguns conhecimentos.

Referências:

MYRRHA, Camilla. Flash TTL x Manual | FOTO DICAS. 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=YEmI_HLdnd8>. Acesso em 06 de Abr. de 2020

Links:

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Born into brothels: Calcutta’s red light kids

Está procurando um documentário interessante que una fotografia e intervenção social? Temos um dicade certo para você, a produção Born into brothels: Calcutta’s red light kids. Confira! 
Capa do documentário Born into brothels (Nascidos em Bordéis), na foto aparece oito crianças indianas em pé, sorrindo.
Born into brothels, 2004

Born into brothels: Calcutta’s red light kids (Nascidos em bordéis: as crianças da luz vermelha de Calcutá)  é um documentário de 2004, dirigido por Zana Briski e Ross Kauffman que ilustra bem o sentido de intervenção social. Ganhador do Oscar de 2005, a produção retrata a vida a margem das crianças, nascidas no ambiente de prostituição, no distrito Vermelho, em Calcutá – Índia. 
O foco do documentário, que antes era, o de retratar a vida das prostitutas e condições de trabalho no distrito, toma novos rumos, quando Briski nota a realidade marginalizada das crianças, que crescem esquecidas nos guetos/bordéis da zona vermelha e inicia o projeto fotográfico.   
Com cenas marcantes, Born into brothels busca narrar o engajamento da fotógrafa ao mostrar uma nova realidade as crianças. Os pequenos, assim, aprendem a olhar suas vidas sob um novo foco, ao vivenciarem e registrarem à partir da arte da fotografia, a beleza ignorada de suas realidades. 

Para além do entretenimento, Born into brothels, trará uma narrativa que te convida a refletir sobre intenção, ética, e o impacto da fotografia no meio em que vivemos. Para quem gosta de documentário, ao longo dos oitenta e seis minutos, o longa metragem permitirá uma imersão pela imagem, podendo inspirar e/ ou emocionar o telespectador. 

O documentário transita entre drama e aventura, mostrando uma realidade pouco desconhecida da Índia. Para alguns, a iniciativa da fotógrafa pode parecer uma autopromoção. No entanto, o documentário não perde a capacidade de levar a reflexão sobre a importância de uma boa iniciativa para além do ato de documentar histórias. 
O que acharam do #dicade dessa semana? Compartilha com a gente, comente, ou se preferir acesse nosso grupo de discussão e deixe suas impressões. Até logo!

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Radilson Gomes

Radilson Carlos Gomes, é um fotógrafo formado em História, especialista em Gestão da saúde pública e Comunicação em Saúde. Teve início em sua carreira no ano de 1986, em Brasília. Professor de fotografia, deu aula de Iniciação à Fotografia na Universidade Católica de Brasília.

Radilson Gomes é um fotógrafo especializado em Saúde Pública. Possui um importante catálogo, onde, o principal objetivo é divulgar a realidade do nosso SUS.

Radilson Carlos Gomes, é um fotógrafo formado em História, especialista em Gestão da saúde pública e Comunicação em Saúde. Teve início em sua carreira no ano de 1986, em Brasília. Professor de fotografia, deu aula de Iniciação à Fotografia na Universidade Católica de Brasília.

A foto mostra um corredor comprido, ao final se encontram dois profissionais da saúde com roupas na cor verde.
FotoSaúde – Radilson Carlos Gomes

Em 1994, ingressou no Ministério da Saúde, passando a trabalhar com documentários fotográficos de saúde pública. Foi aí que surgiu o ensaio Foto Saúde, em 2011. O principal objetivo desse ensaio fotográfico é divulgar a realidade do nosso Sistema Único de Saúde, o SUS.  Conheça abaixo algumas das fotografias:

Mostra pessoas vestidas com roupas cirúrgicas de proteção na cor verde, usando toucas e máscaras no que parece ser um centro cirúrgico de hospital.
FotoSaúde – Radilson Carlos Gomes
A foto mostra uma profissional da saúde em uma maternidade, cuidando de um recém nascido que se encontra em uma encubadora.
FotoSaúde – Radilson Carlos Gomes
A foto em preto e branco apresenta recém nascidos em encubadoras no que parece ser uma uti neo-natal.
FotoSaúde – Radilson Carlos Gomes
A foto mostra um barco que serve como Samu em Manaus. O barco esta pintado de branco com inscrições e símbolos vermelhos, como uma ambulância. Na fotografia também podemos ver três profissionais da saúde usando coletes salva-vidas laranjados.
FotoSaúde – Radilson Carlos Gomes

#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.Compartilhe nossa postagem, comente em nosso grupo do Facebook e no

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Links/referências:

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