Grupo de Cultura, Ensino, Extensão e Pesquisa visa oferecer valor a sociedade mediante a produção de conhecimentos úteis ao campo da cultura e da fotografia.
No front de conflitos, o fotógrafo conta a história de pessoas que temem por suas vidas.
No front de conflitos, o fotógrafo conta a história de pessoas que temem por suas vidas.
Gabriel Chaim, 40 anos, é um jornalista, fotógrafo e documentarista brasileiro. Nascido em Belém (PA), formou-se em gastronomia pela faculdade Anhembi Morumbi e estudou fotografia em Florença, na Itália. Em 2013, começou a fotografar guerras, o que permitiu unir a paixão pela fotografia com o desejo de denunciar questões sociais agravadas pelos conflitos armados.
Gabriel Chaim
Em meio aos estilhaços, Gabriel registra cenas que contrastam harmonia e paz. Suas fotografias, apesar de parecerem cenários cinematográficos distópicos, revelam uma realidade sufocante e angustiante para quem a vive.
Essas fotos também contam histórias de pessoas em áreas de conflitos que estão quase sempre sem resquícios de esperança e ao serem fotografadas, sejam em meio ao combate ou tentando buscar refúgio, ganham voz e visibilidade. Chaim, além de mostrar edifícios caídos e corpos dilacerados por bombas, mostra também aqueles que resistem, que colocam suas vidas abaixo dos ideais pelos quais acreditam e lutam.
Gabriel foi preso enquanto gravava um documentário devido a tentativa de passar ilegalmente da Síria para a Turquia. Em entrevista para o programa televisivo “Todo Seu”, ele afirmou: “Eu não pensei duas vezes, a notícia naquele momento era o mais importante, eu tinha que estar lá, eu tinha que retratar, eu tinha que mostrar o que estava acontecendo”. Essa fala dele expõe a violência contra jornalistas, que ao tentar exercer o seu trabalho de trazer informações para a sociedade, são perseguidos, presos e até mesmo mortos.
Gabriel Chaim
Gabriel Chaim
Gabriel Chaim
#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.
A imagem abaixo foi fotografada pelo artista Steven Klein para a revista Vogue em 2020. Em um ensaio com a atriz Mia Goth chamado de Fantasy and Fashion. Com cores inexistentes no mundo real e cenários deslumbrantes, Steven faz uma mistura entre a moda e os contos de fadas.
Steven Klein
Vestidos esvoaçantes, flores de diversas cores, exuberantes florestas, tons saturados, ainda que sejam ao mesmo tempo suaves; disso são feitos os sonhos e os contos de fadas. Entrelaçados, eles quase se confundem, sendo um necessário a existência do outro. Sem a habilidade de sonhar, histórias não seriam criadas, e sem histórias os sonhos não passariam de uma breve reprise de nossa memória.
Sempre fui uma criança muito solitária, que cresceu em uma roça sem o contato de outras pessoas da mesma idade. Para passar os meus dias e para poder suprir a falta de companhia, o melhor que eu podia fazer era criar histórias.
Eu via nas flores vestidos de fadas, que se camuflavam enquanto houvessem humanos por perto. Nos galhos das árvores que se juntavam, formando um arco, enxergava um portal que poderia levar para diferentes mundos. Nas frutas, via dádivas que quando ingeridas eram capazes de conceder superpoderes.
Ao crescer, eu converti essa minha imaginação em necessidade de livros; me apoiando neles quando precisava fugir do mundo real. Ainda é assim. É na fantasia onde posso ser outra pessoa, e, não preciso ser ninguém, ou apenas acompanhar a vida de outra pessoa enquanto me esqueço de mim mesma. Mesmo que os finais não sejam felizes para sempre, eles me confortam das dificuldades do mundo.
Ainda continuo procurando por fadas e reinos encantados. E nas horas vagas, caço borboletas coloridas. Porque sem essas histórias o mundo seria somente cinzento, sem nenhum sonho. Não haveria motivo para continuar tentando, não haveria um refúgio para se esquecer dos problemas.
#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quinta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.
PAES, Nathália Paes. Contos de fadas. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<{colar link da postagem}>. Publicado em: {colar data de publicação}. Acessado em: [informar data].
O cenário político brasileiro pelas lentes desta fotojornalista carregam as doses certas de ironia e criticidade que constroem sua carreira
O cenário político brasileiro pelas lentes desta fotojornalista carregam as doses certas de ironia e criticidade que constroem sua carreira
Em Brasília, cenário dos maiores escândalos da política brasileira, a fotojornalista Gabriela Biló se arrisca para conquistar fotografias que compõem um portfólio ousado. Natural de São Paulo, se mudou para a capital, tornando-se a primeira mulher do jornal Estadão a fotografar a política em sua sede. Com criticidade e humor seu trabalho muitas vezes irrita figuras políticas.
Gabriela Biló
Formada em jornalismo na PUC de São Paulo, começou a trabalhar de forma profissional no jornal “Futura Press”. Aos poucos, foi desenvolvendo sua aptidão para o fotojornalismo, até que em 2013, devido a sua cobertura de protestos, chamou a atenção do Estadão e se transferiu para lá. Como única jornalista mulher em sua área de atuação no jornal, encara um ambiente machista, mas nunca se deixa intimidar por conta disso.
Cobre o cenário político desde 2013, porém nos últimos 4 anos deu bastante ênfase em fotografar o atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que tem sido o personagem principal de seu portfólio no instagram. Apesar de sofrer constantes ataques na internet, Gabriela Biló continua produzindo um trabalho profissional cheio de criticidade, o que a levou a ganhar o troféu de Mulher Imprensa em 2020 e ser finalista do prêmio Vladimir Herzog.
Gabriela Biló
Gabriela Biló
Gabriela Biló
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A sensação de aperto proporcionada por Berenice Abbott
A sensação de aperto proporcionada por Berenice Abbott
A fotografia de Berenice Abbott, tirada em 1933, mostra uma rua nova iorquina pela qual diversas pessoas caminham. Tirada de um ângulo superior, a foto dá ênfase aos altos prédios presentes dos dois lados da rua. A autora ainda cortou as laterais da imagem, ampliando o sentimento de aperto proporcionado por ela.
Berenice Abbott
A foto, possivelmente tirada de uma janela devido à altura, me fez refletir sobre a crescente e compulsória construção de prédios cada vez mais altos nos centros urbanos. Essa verticalização das cidades expressada na foto me remete à sensação de pressão, aperto, falta de ar.
Na fotografia, as pessoas são apenas pequenos pontos quando comparados à grandiosidade e altura dos edifícios. Tento me imaginar nessa rua, olhando para o céu e enxergando apenas um pequeno pedaço dele. A imagem dos prédios se agigantando sobre mim parece, ao mesmo tempo, incrível e assustadora. É daí que surge o sentimento incômodo de aperto, de se perceber minúsculo entre as grandes construções.
Além disso, a falta de coloração na imagem realça o contraste formado pela luz do sol que perpassa os vãos dos prédios, formando largas faixas de luz na rua coberta de sombras. Ao caminhar por esta rua haveriam momentos de sombra e momentos de luz intercalando-se.
Ao meu ver, esta é a atual cultura dos espaços urbanos: se sentir pequeno, às vezes impotente, apenas mais um em meio a um grande grupo de pessoas, prédios e informações; apenas mais um indistinto indivíduo, contrastando com os altos prédios das cidades e alternando entre a luz e a sombra.
#leitura é uma coluna de caráter crítico. Trata-se de uma série de análises de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.
COUTO, Sarah. Verticalização da cidade. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotograficaufop.blogspot.com/2022/10/verticalizacao-da-cidade.html>. Publicado em: 16 de mar. de 2023. Acessado em: [informar data].
Enxergando além do óbvio desde 1987 e encantando leitores por todas as bancas do país.
A Superinteressante chegou ao Brasil há mais de 30 anos com a proposta de ser uma revista que falasse sobre ciência e cultura, e, logo na primeira edição, já foi um sucesso de vendas. Sendo uma versão nacional da espanhola Muy Interesante, a Super – como é carinhosamente chamada desde 1994 – é famosa por suas capas: sempre intrigantes e convidativas, seguindo a ideia de fazer o leitor se aprofundar no conteúdo da revista.
Capa da primeira edição | Superinteressante
A Super também é reconhecida internacionalmente por toda a arte que a compõe. Entre os pontos mais marcantes podemos citar as infografias que já são uma marca da revista e fizeram com que ela recebesse o Prêmio Malofiej – conhecido como o “oscar dos infográficos” – mais de uma vez. E as capas são uma verdadeira obra a ser analisada, misturando fotografias, desenhos, efeitos em photoshop entre outros.
Edição de outubro de 2019 | SuperinteressanteEdição de abril de 2022 | SuperinteressanteEdição de agosto de 2015 | SuperinteressanteEdição de dezembro de 2021 | SuperinteressanteEdição de janeiro de 2022 | SuperinteressanteEdição de novembro de 2016 | Superinteressante
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De todos os olhares complexos, o de James Dean é um modelo exemplar.
De todos os olhares complexos, o de James Dean é um modelo exemplar.
James Dean foi um astro dos anos 50 e um ícone da cultura pop para qualquer tempo posterior. Famoso pela atuação, beleza e comportamento, o falecido ator, morto num acidente de carro no ano de 1955, aos 24 anos de idade, se tornou postumamente o eterno padroeiro da rebeldia e referência quando se trata de juventude. Características essas que foram muito bem captadas pela fotografia de Dennis Stock.
Dennis Stock
O ator era conhecido pela irreverência, detalhe de sua personalidade que utilizava na atuação metódica de seus personagens, também muito semelhantes ao próprio ator, como o personagem Jim Stark de Juventude Transviada, o filme mais famoso em que atuou.
Apesar da fama ascendente, na época, James Dean levantou algumas questões polêmicas. Uma delas, referia-se a vida amorosa e sexual do ator. E anos após a sua morte, muitas especulações e boatos foram levantados, em especial sobre a sua relação com Marlon Brando, outro ator consagrado e famoso pelo papel de Don Vito Corleone em O Poderoso Chefão.
Em sua biografia não autorizada, intitulada James Dean: Tomorrow Never Come (O amanhã nunca chega), escrito pelos escritores Darwin Porter e Danforth Prince, foi afirmado que Marlon Brando se apaixonou pelo olhar de James Dean, que o fizera “arder”. É afirmado também que os dois foram um casal.
Independente da veracidade dessas afirmações, a vida pública de astros do cinema, assim como a de artistas no geral, sempre estimularam o imaginário do público e sempre serviram como exemplos de vidas anônimas e privadas, mundo afora. Ao olhar para James Dean, ciente da sua suposta homossexualidade, noto que algo sempre escapa em sua discrição gritante e silêncio embriagado.
Seus olhos são sensíveis, e, não de forma rasa; seus olhos são profundamente sensibilizados. São dotados de uma sedução que quase sempre seduzem sem querer. Entretanto, seu olhar não é frágil e nem delicado. Pelo contrário, são olhos afrontosos, rebeldes, como o próprio ator fora em vida.
Para mim, James Dean é o melhor exemplo de como homens gays não são, em vias de fato, sinônimos do que é feminino ou da ausência de uma masculinidade; ainda que a escolha e a natureza de cada um não seja limitada a não ser ou ser como tal – afinal cada um possui a liberdade de se identificar como bem entende e como se reconhece intimamente.
A liberdade de escolha, expressão e identificação é justamente o cerne desta questão, pois, socialmente, existe uma pressão silenciosa de rotular determinados grupos de pessoas de forma inflexível e totalitária, que nunca condiz com a realidade individual.
James Dean é um brasão para os seus semelhantes; que é – e deveria ser visto socialmente como – a naturalidade do desejo de um homem para com outros homens. E seu olhar sedutor e penetrante – ainda que quase ingênuo – não o torna desprovido de qualidades tipicamente masculinas, como: a postura, a voz, o comportamento, a mentalidade, as roupas que veste, seus gostos pessoais e trejeitos.
Hoje a liberdade, a orientação sexual e a identidade de gênero são questões defendidas por lei. Entretanto, olhando para a época em que essa foto foi fotografada, acaba sendo muito contraditório como a virilidade de homossexuais atualmente parece ser um tabu e um incômodo a nível social.
Um exemplo muito claro disso é como, majoritariamente, o conteúdo cultural voltado para homossexuais é sempre tão feminino, tão delicado e tão limitado a estereótipos e raramente deixam de ser falocêntricos. O que faz parecer com que a orientação sexual de um indivíduo o torne incapaz de ter individualidade de escolhas, pensamentos, gostos e preferências que perpassam suas preferências sexuais.
Em outras palavras, James Dean é um totem para todos os homens gays que não se identificam com voguing, roupas femininas, saltos altos, divas pop e todas as associações culturais que lhes são atreladas. São tão pejorativas como afirmar que todo homem heterossexual gosta de futebol, por exemplo.
Sim, há muita sensibilidade em olhos como os de James Dean, mas nem sempre há delicadeza por trás desses olhares. Alguns desses olhares miram em corridas de carros, esportes, literatura, no mercado de Wall Street, em gravatas-borboleta, ou nos corpos musculosos que as vestem, com alguma malícia, com muito desejo ou com nenhuma intenção.
#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quinta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.
Steven Klein é um cineasta e fotógrafo de moda estadunidense. Com uma técnica que ultrapassa a intenção documental da fotografia, visando uma abordagem mais artística e criando imagens icônicas. Ele é conhecido também pelo seu trabalho ao fotografar celebridades como Madonna, Rihanna, Britney Spears e Lady Gaga.
Steven Klein
O fotógrafo Steven Klein nasceu em Nova Iorque em 1962. Ele estudou desenho na Rhode Island School of Design, mas mudou para o curso de Fotografia, preferindo se dedicar a essa área. A partir da fotografia, ele pode trabalhar com marcas como Calvin Klein, D&G, Alexander McQueen e Nike, além de revistas como Vogue, i-D, Numéro, W e Arena.
As fotografias de Steven Klein trazem narrativas transgressoras capazes de desconstruir os clichês relacionados à fotografia. Suas imagens possuem um tom sensual e sombrio, misturando o mundo da moda e comercial, com o erotico e o obscuro. Fazendo uma junção do belo e do horror, em um desarranjo, que causam um certo desconforto ao observador. As maiores marcas de seu trabalho são os elementos que circundam o cinema, a cultura cyberpunk e os fetiches sexuais.
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Steven KleinSteven KleinSteven KleinSteven KleinSteven Klein
Paes, Nathália. Steven Klein. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotograficaufop.blogspot.com/2023/03/steven-klein.html>. Publicado em: 7 de mar. de 2023. Acessado em: [informar data].
A capa da Veja que “matou” Cazuza antes da hora é, hoje, um exemplo sobre os limites necessários na cobertura jornalística
A capa da Veja que “matou” Cazuza antes da hora é, hoje, um exemplo sobre os limites necessários na cobertura jornalística
“Uma vítima da Aids agoniza em praça pública” era a manchete que estampava a capa da revista Veja em Abril de 1989. A edição leva o rosto de um dos maiores ídolos do rock nacional, o cantor Cazuza, ex-integrante do Barão Vermelho e autor de clássicos como Ideologia (1988), O Nosso Amor A Gente Inventa (1987) e Exagerado (1985). A capa assustou muita gente por passar a imagem de que o artista, que havia se declarado soropositivo naquele mesmo ano, havia falecido em decorrência da Aids.
Revista Superinteressante
A edição, na época, causou enorme polêmica quanto ao conteúdo da matéria sobre o cantor. O texto trouxe uma forma sensacionalista de abordar a luta de Cazuza contra a doença e é objeto de críticas, até hoje, sobre os limites necessários para se manter a ética no jornalismo.
Analisando a capa sob a ótica da atualidade, isoladamente do texto, notamos o cantor magro, pesando cerca de 40 quilos, em decorrência da AIDS e a forma exagerada como a Veja notícia a sua enfermidade já é suficiente para chocar qualquer um que passasse em frente às bancas de revista na época.
Mas o que vejo é uma postura serena de uma pessoa que não se deixou abater mesmo passando pela fase mais amarga de sua vida. O olhar de Cazuza é fixo, imponente e corajoso. Ele me olha nos olhos e me passa a sensação de resistência e de que não se entregaria às delimitações e ao terror que a AIDS, ainda sem um tratamento adequado, passava naqueles tempos.
Com a afirmação da revista, que de forma infeliz abordou esse assunto, penso que se o propósito era falar, de forma a esclarecer, ajudar, informar, sobre a doença que acometeu o músico e que, na época, carregava diversos mitos, inverdades e preconceitos em relação às suas vítimas. Poderia não ter se rendido ao apelativo e ao sensacionalismo. Numa tentativa absurda de chamar atenção do público e vender mais às custas de uma pessoa em grande vulnerabilidade.
Cazuza morreu um ano depois do ocorrido. E ainda vemos muitos exemplos jornalísticos tão apelativos quanto este. Basta ligar a televisão para nos depararmos com programas que exploram diversos assuntos sérios da mesma forma que a Veja fez em 1989. Portanto, que essa capa seja lembrada e debatida na sociedade brasileira até os dias de hoje para que possamos avançar na reflexão dos limites entre a informação e o sensacionalismo para que não façamos mais vítimas dessa irresponsabilidade.
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Natural de Ohio, Estados Unidos, Berenice Abbott produziu instigantes fotografias urbanas e retratos. Semelhante ao trabalho de Eugène Atget, em Paris, a artista ficou conhecida pelo registro da modernização da cidade de Nova Iorque na década de 30.
Berenice Abbott
Em 1921, com 23 anos, Abbott abandonou a universidade de jornalismo e mudou-se para a França a fim de estudar escultura. Chegou a trabalhar de assistente no estúdio de Man Ray e, também nessa época, teve contato com as fotografias de Paris de Eugène Atget que, posteriormente, seria uma de suas principais inspirações.
Aos 32 anos, Berenice retorna aos Estados Unidos, especificamente à Nova Iorque, e resolve registrar a crescente modernização da cidade. Berenice Abbott produziu fotos que abordam desde comerciantes e suas lojas à imagens distantes de prédios e ruas nova-iorquinas lotadas de gente.
Berenice Abbott
Além de seu famigerado trabalho registrando o crescimento da cidade estadunidense, Berenice chegou a produzir diversos retratos. O mais conhecido é seu autorretrato de 1930 que ficou famoso após a fotógrafa distorcer sua imagem, em 1950.
Berenice Abbott
Berenice Abbott
Abbott faleceu em 1991, aos 93 anos, em sua casa em Maine, Estados Unidos, deixando um extenso e grandioso trabalho fotográfico.
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COUTO, Sarah. Berenice Abbott. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotograficaufop.blogspot.com/2022/10/berenice-abbott.html>. Publicado em: 28 de fev. de 2023. Acessado em: [informar data].
Cultura Fotográfica
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