Eugène Atget

Jean-Eugène-Auguste Atget nasceu na França em 1857 na cidade de Libourne. Ele se tornou órfão aos 7 anos de idade, e, junto com seus outros seis irmão, foi criado por seus tios. Em sua juventude trabalhou como marinheiro e aos 21 foi para Paris estudar para se tornar ator.

Eugène Atget foi um dos precursores da fotografia urbana, ficou famoso por retratar Paris inabitada com fotos que foram precursoras do surrealismo.

Jean-Eugène-Auguste Atget nasceu na França em 1857 na cidade de Libourne. Ele se tornou órfão aos 7 anos de idade, e, junto com seus outros seis irmão, foi criado por seus tios. Em sua juventude trabalhou como marinheiro e aos 21 foi para Paris estudar para se tornar ator.

Na foto vemos um pátio amplo, com um pequeno canteiro em seu centro. No canteiro existem um pequena arvore  e alguns arbustos. O pátio é cercado por um prédio de três andares com grandes janelas. 
Hotel de Marechal de Chaulnes, Praça des Vosges, Paris,  1911

Como não obteve sucesso, ele decidiu seguir carreira como pintor, mas descobre sua verdadeira vocação na fotografia. No início de sua carreira ele fotografava as ruas de Paris, e vendia suas fotos como cartões postais para o grande público, foi somente no início do século XX que ele começou a ter seu trabalho reconhecido e passou a vender sua fotos como estudos para arquitetos, designers de palco e  pintores como Man Ray e André Derain que se fascinaram pela composição das fotos e as usaram como base para criação de suas obras. Porém mesmo tendo o reconhecimentos desses artista, uma boa parte do trabalho de Atget só chegou a ser publicado após a sua morte em 1927.

Suas fotografias, feitas com câmeras de grande porte e através de longos períodos de exposição, retratavam vários aspectos de Paris, desde paisagens rurais, a sua população e principalmente a cidade com ruas desertas que davam a suas imagens um tom mágico e surreal. Graças a essa maneira inovadora de compor, Atget é considerado o pai da fotografia moderna, e uma grande inspiração para várias obras do movimento surrealista.

Na foto podemos ver um beco entre dois longos prédios. Dos dois lados do beco posemos ver caixas e portas que vão para dentro dos prédios. 
Vieille Cour, 22 rue Quincampoix,  1908
Na imagem podemos ver uma estatua de mármore de uma mulher deitada em almofadas usando uma toga.
Versailles-Parc, 1920
Na imagem podemos ver em primeiro plano algumas arvores, uma delas está caída. Mais a frente há uma praia e ainda mais ao fundo podemos ver uma construção que aprece ser um castelo.
Cannes, 1922
Na foto poetemos ver um tocador de órgão que usa uma chapéu e uma longa barba, ao lado dele está uma criança usando um vestido, que parece dançar com a musica do instrumento.
 O tocador de Órgão  1898
Na foto podemos ver uma mulher sentada em uma cadeira na porta de uma casa.
Prostituta esperando na frente de sua porta 1921

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Links, Referências e créditos

Como citar esta postagem

CAVALHEIRO, Pedro Olavo Pedroso. Eugène Atget. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/galeria-eugene-atget/>. Publicado em: 18 de nov. de 2020. Acessado em: [informar data].

Daido Moriyama

Daido Moriyama nasceu no Japão na cidade de Ikeda, Osaka, no ano de 1938.

Suas fotografias fogem dos padrões estéticos com que estamos habituados, tornando Daido um dos fotógrafos com estilo mais distinto da atualidade.

Daido Moriyama nasceu no Japão na cidade de Ikeda, Osaka, no ano de 1938. Ele começou a estudar fotografia com o famoso fotógrafo de arquitetura Takeji Iwamiya e  em 1961 se mudou para Tokyo. Seu primeiro livro de fotografias, Nippon Gekijo Shashincho, foi publicado em 1968, desde então ele publicou vários outros e foi agraciado com vários prêmios como o Infinity Award do Centro Internacional de Fotografia de Nova York. 

Na foto podemos ver um cachorro preto olhando diretamente para a câmera com a boca aberta.
Daido Moriyama, Cão vadio, 1971

Daido segue o are-bure-boke, uma vertente da fotografia que consiste em fotos muito granuladas ou cheias de ruído, tremidas, com grande contraste e desfocadas. Ele usa esse estilo, desde seu primeiro livro, para criticar a desenfreada industrialização  de seu país, que vinha impondo aos japoneses um estilo de vida consumista e ocidentalizado, causando aumento das desigualdades sociais. 

Dessa forma, ele foge dos padrões do ocidente e busca fotografar as áreas marginalizadas e esquecidas de Tokyo, sempre utilizando uma câmera compacta Ricoh. O resultado não são fotos belas e agradáveis aos olhos, mas chocantes que carregam algo místico e hipnotizante, quase como memórias distantes.

Uma mulher nua está sentada em uma cama fumando um cigarro. Ao lado dela podemos ver um interruptor na parede, um abajur e o que parece ser uma pia, A imagem é escura, muito granulada e um pouco desfocada.
Daido Moriyama, Provoke No. 2, 1969
A imagem é muito escura e granulada, a única coisa que podemos ver são vários postes de luz.
Daido Moriyama, A estrada que divide pessoas, 1969
Em primeiro plano vemos o rosto desfocado em uma pessoa que parece estar muito próxima ao fotógrafo, ao fundo vê uma criança agarrada às grades de proteção de um porto observando um navio no mar.
Daido Moriyama, Um porto e uma navio. 1972
Em primeiro plano vemos uma criança parada com as mãos nos bolsos, ela está vestindo uma camisa listrada e uma calça que está presa a um suspensório. A criança está com os olhos revirados e há um contorno luminoso a sua volta. No fundo podemos ver uma carro passando pela rua.
Daido Moriyama, As três vistas do japão Nº3, 1974
Uma mulher vestida com uma lingerie está sentada em uma poltrona branca, fumando um cigarro. Ao lado dela podemos ver uma cama e uma abajur.
Daido Moriyama, Sem título, 1969

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Links, Referências e Créditos

Como citar esta postagem

CAVALHEIRO, Pedro Olavo Pedroso. Daido Moriyama. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/galeria-daido-moriyama/>. Publicado em: 11 de nov. de 2020. Acessado em: [informar data].

Edward Honaker

Na imagem temos um homem caucasiano, vestido com paletó e gravata, e seu rosto está distorcido, não testando visível. Atrás temos uma parede com desenhos de flores.

 

Fotógrafo que através da fotografia, mostrou as angústias que a ansiedade e depressão causam.

Edward Honaker é nascido no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, no ano de 1994. Especializado em fotografia de moda, faz diversos ensaios para revistas e marcas de roupas. É também um grande influencer de moda masculina, muito conhecido pelo seu estilo alinhado e sempre atualizado com a moda contemporânea.

Diagnosticado com ansiedade e depressão, distúrbios que hoje em dia fazem parte do cotidiano de muitas pessoas, Edward Honaker em 2014, encontrou em sua própria profissão, uma forma de mostrar e até mesmo aliviar angústias causadas por doenças, fazendo autorretratos, com ajuda de recursos gráficos, para colocar elas em discussão.

Confira abaixo algumas dessas fotografias, alertamos aos leitores que o conteúdo possa ser sensível a algumas pessoas.

Legenda: Edward Honaker, 2014

Descrição: Na imagem temos um homem caucasiano, vestido com paletó e gravata, e seu rosto está distorcido, não testando visível. Atrás temos uma parede com desenhos de flores.

Legenda: Edward Honaker, 2014.

Descrição: Série de três fotografias que mostram uma sequência. A primeira mostra um homem parecendo que está caindo de um prédio. No canto direito podemos ver uma parede de tijolos. A segunda fotografia mostra o mesmo homem dentro da água, afundando, como se estivesse acabado de se jogar, fazendo complementação da primeira fotografia. A segunda fotografia mostra o mesmo homem dentro da água, afundando, como se estivesse acabado de se jogar, fazendo complementação da primeira fotografia.

Legenda: Edward Honaker, 2014.

Descrição: na fotografia vemos uma pessoa com uma camisa de estampa floral. Sua cabeça está coberta por um pano também de estampa floral e atrás temos o que parece ser uma parede com estampa de flores. A pessoa ao centro da fotografia fica camuflada com todo o conjunto de estampas.

Legenda: Edward Honaker, 2014.

Descrição: Na fotografia vemos um homem deitado sobre um móvel de madeira, parecido com um aparador. Ao lado do homem há uma jarra transparente sem água e dentro dela uma flor seca.

Legenda: Edward Honaker 2014

Descrição: Na fotografia vemos a silhueta de uma pessoa atrás do que parece ser uma cortina. Um de suas mãos está levantada, como se estivesse apoiando em uma parede.

Legenda: Edward Honaker, 2014.

Descrição: Na imagem vemos uma pessoa vestida com um paletó, de costas, dentro do que parece ser um lago com plantas às margens. A pessoa segura um balão com a mão, que flutua pouco acima de sua cabeça. Essa mesma imagem é refletida pela água do lago.

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#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

Referencias, Liks e Créditos

Gioconda Rizzo

Foi a primeira fotógrafa a dirigir um estúdio de fotografia na cidade de São Paulo, se tornando uma inspiração para mulheres de todo o país.

Gioconda Rizzo nasceu em São Paulo em 1897, filha de Michelle Rizzo, dono do Ateliê Rizzo. Com 14 anos fotografava escondida do pai que, quando descobriu, permitiu que a filha fotografasse apenas mulheres e crianças. Na época, era comum fotografar as pessoas de corpo inteiro, em pé ou sentadas mas Gioconda surpreendeu por focar apenas nos ombros e no rosto.

Foto em preto e branco com Gioconda Rizzo segurando uma foto dela com a família olhando para a câmera.
Gioconda Rizzo, 2003, Maíra Soares

Seus retratos chamaram atenção entre as mulheres da alta sociedade e, em 1914, abriu seu próprio estúdio de fotografia em São Paulo, chamado “Photo Femina”. Foi a primeira vez que uma mulher atuou como fotógrafa tendo que fechar seu estúdio, porque descobriu que entre suas clientes, profissional na cidade. Contudo, em 1916, apesar de todo o sucesso, acabou não lhe deu muita escolha. haviam cortesãs da França e da Polônia. A pressão conservadora da época.

Mesmo com o estúdio fechado, Gioconda não abandonou a fotografia, voltando a trabalhar com o pai. Posteriormente, abriu um novo estúdio fotográfico e trabalhou até a década de 1960. Na década de 1980, teve seu trabalho revisitado, chegando a ganhar uma exposição. Faleceu em 2004, algumas semanas antes de completar 107 anos.

 

Galeria de Imagens:

 
 
Gioconda Rizzo

 

Gioconda Rizzo
Gioconda Rizzo
 
Gioconda Rizzo

 

E aí, o que você achou da história da Gioconda e do impacto dela na fotografia brasileira?Conta para gente aqui nos comentários.

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Como citar esse postagem

COSTA, Clara. Gioconda Rizzo. Cultura Fotográfica. Publicado em: 28 de nov. de 2020. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/galeria-gioconda-rizzo/. Acessado em: [informar data].

Nan Goldin

Conheci Nan Goldin em uma aula de fotojornalismo. Na ocasião, não estávamos ocupando-nos com conceitos ou técnicas de nossa área de atuação, apenas compartilhando obras de fotógrafos que gostávamos; imagens que nos moviam e inspiravam.

Autorretratos chocantes; registros do universo sexual underground; memórias de uma juventude transviada. Conheça o mundo intenso da polêmica Nan Goldin!

Conheci Nan Goldin em uma aula de fotojornalismo. Na ocasião, não estávamos ocupando-nos com conceitos ou técnicas de nossa área de atuação, apenas compartilhando obras de fotógrafos que gostávamos; imagens que nos moviam e inspiravam. A primeira imagem, que reproduzo logo no começo desta galeria, me deixou completamente fascinado.

Nan Goldin. Nan e Brian na Cama, Nova York, 1983

Havia algo ali, algo não visto; algo na forma como aquele casal se portava na cena; algo no jogo entre a forte luz alaranjada que iluminava o homem, tranquilamente fumando um cigarro, e a escuridão cobrindo aquela mulher – a própria fotógrafa – com um olhar que de início não pude decifrar, mas logo compreendi como medo/apreensão quando a segunda foto foi mostrada: ela, com o rosto coberto de hematomas e um olho completamente vermelho, tirada dias depois de ter sido violentamente agredida por aquele homem aparentemente tranquilo da imagem anterior, explicitando assim a violência que era antes apenas sugerida. 

Nan Goldin é assim. Logo que começou a fotografar aos 15 anos de idade, usou a câmera como meio para a auto-expressão e registro do estilo de vida que levava na Nova York das décadas de 1970 e 1980, revelando tanto sua própria  intimidade como a daqueles que a cercavam. Assim, acabou mostrando questões que eram silenciadas na época, como a subcultura gay e transsexual, a epidemia do vírus HIV e o vício em drogas, especialmente a heroína.

Sua série de slides exibidos de forma independente em 1985, The Ballad of Sexual Dependency (A Balada da Dependência Sexual), transformada depois em um livro de fotografias, sintetiza muito do que é o estilo de Goldin e o teor de suas imagens, sobretudo nesse começo de carreira que a consagrou: Autorretratos sem retoques, casais em momentos de intimidade sexual, travestis se maquiando, jovens divertindo-se na vida noturna sem pudores (e sem prudência), além de sua já citada relação abusiva com  o namorado, Brian Burchill.

Confira abaixo algumas dessas fotografias íntimas, intensas e polêmicas, que já renderam até censura a uma exposição de Goldin no Brasil em 2011. 

Uma mulher (Nan Goldin) é vista encarando diretamente a câmera. Possui hematomas ao redor dos olhos e nariz, com o olho esquerdo totalmente vermelho.
Nan Goldin. Nan um mês depois de ser agredida, 1984
Duas drag queens são vistas em um banheiro, uma negra de costas para a câmera, olhando-se em um espelho com um colar chamativo no pescoço e uma branca, que olha para a câmera com o rosto maquiado com batom vermelho, sombra de olho e pó facial branco.
Nan Goldin. Jimmy Paulette e Tabboo! No Banheiro, 1991
Duas drag queens são vistas em um táxi, olhando diretamente para a câmera. Ao lado esquerdo, Misty usa uma roupa escura justa ao corpo, brincos chamativos, maquiagem carregada e peruca azul. Ao lado direito, Jimmy Paulette usa um cropped dourado, maquiagem carregada e peruca loira. 
Nan Goldin. Misty e Jimmy Paulette em um Táxi, 1991
Um grupo de jovens é visto em um cômodo de uma casa. À frente, um garoto de costas usando blusa branca e calça jeans dança acompanhando uma garota usando vestido preto. Ao fundo, dois rapazes são vistos comendo, e ao lado deles, Nan Goldin aparece fumando um cigarro e olhando em direção à câmera. Há uma grande quantidade de objetos no cômodo, como pilhas de caixas e pôsteres colados nas paredes.
Nan Goldin. Dançando na minha festa de aniversário, Nova York, 1980
Um casal homossexual masculino é visto em uma banheira. Os dois rapazes estão nus e Um repousado sobre o corpo do outro, que lhe afaga os cabelos e lhe dá um beijo na bochecha.
Nan Goldin. Matt e Lewis na banheira, Cambridge, 1988
Nan Goldin. Matt e Lewis na Cama, Cambridge 1988

Descrição: O casal homosexual é visto na cama.  Os rapazes aparecem abraçados e sorrindo, um sem camisa sobre o outro, que usa uma camisa escura.

Nan Goldin. Rise e Monty se Beijando, Nova York, 1980

Descrição: Um casal heterossexual é visto se beijando. O rapaz está sentado em uma poltrona branca e a moça está sentada em seu colo, com as mãos em volta de seu rosto e sobre seu cabelo.

Uma garota usando um vestido branco com saia semi-transparente e fita no cabelo aparece fumando solitária sentada sobre uma cama de lona, lembrando as macas usadas por socorristas. Objetos como uma revista, um copo e uma lata de cerveja também estão presentes no ambiente.
Nan Goldin. Trixie numa Cama de Lona, Nova York, 1979
Um rapaz é visto deitado sobre o capô de um carro conversível. Seus olhos estão fechados e sua camisa branca está desabotoada até abaixo do umbigo, revelando seu peito e barriga.
Nan Goldin. French Chris no Conversível, Nova York, 1979
Jovens são vistos em um carro. De perfil, sentados nos bancos, há uma moça e um garoto. Um outro rapaz é visto deitado sobre o capô do carro, com a cabeça apoiada por uma das mãos e uma lata de cerveja em sua frente.
Nan Goldin. French Chris no drive-in, Nova Jersey, 1979
Dois homens são vistos. Um deles está deitado em uma cama de hospital, visivelmente magro e debilitado. Trata-se de uma vítima de HIV/ AIDS. O outro, saudável, está de pé ao seu lado e dá-lhe um beijo sobre o nariz.
Nan Goldin. Gotscho Beijando Gilles, Paris, 1993
Um rapaz sem camisa é visto submerso em uma banheira cheia de água. Seus olhos estão fechados e suas mãos cobrem seu nariz. 
Nan Goldin. Clemens Debaixo D’água, Sag Harbor, Nova York
O reflexo de Nan Goldin é visto em um pequeno espelho pendurado em uma das paredes de um banheiro. Uma banheira é vista parcialmente.
Nan Goldin. Autorretrato no banheiro azul, Londres, 1980

Gostou da galeria? A minha foto favorita é a do Matt e Lewis na banheira. Gosto do romantismo nela por transparecer realidade, longe da pieguice dos ensaios de casal.

Qual é a sua? Conta pra gente qual você gostou mais nos comentários!

Referências:

LARRAT-SMITH, Philip; GOLDIN, Nan. Embalos Noturnos. Revista Zum 8, 2017. Disponível em <https://revistazum.com.br/revista-zum-8/embalos-noturnos/> Acesso em 29 de Jun. de 2020

Links:

Paula Sampaio

Paula Sampaio concilia sua visão subjetiva com denúncias sociais. Confira um pouco de sua história e seu projeto de maior destaque, o Fronteiras!

Com tradições marcadas pela fotografia documental, Paula Sampaio, compõe belas imagens a partir de pontos de vistas diversificados, em que evidencia sua sensibilidade e interação com os retratados. Natural de Belo Horizonte, MG,  Paula Gomes Sampaio (1965), muda-se para Belém em 1982, onde passa a praticar aulas de fotografia na Oficina Fotoativa. Em 1987, começa a trabalhar como fotógrafa nos jornais Diário do Pará e O Liberal. 
Forma-se em Comunicação pela Universidade Federal do Pará – UFPA, em 1990.  No mesmo ano, Sampaio dedica-se a documentação das comunidades que vivem a margem das rodovias Belém-Brasília e Transamazônica, a série recebe o nome de Fronteiras, sendo seu projeto de maior destaque. Neste trabalho, as fotografias retratam as condições precárias das pessoas que moram nessas regiões e ainda, aborda alguns aspectos da cultura local e memórias orais do dia-a-dia. 

Rodovia Belém- Brasília: Porto Franco, MA, Paula Sampaio, 1997
Rodovia Belém- Brasília: Porto Franco, MA, Paula Sampaio, 1997
Com o ensaio Fronteiras, a fotógrafa recebe, em 1993, o 4º Prêmio Marc Ferrez de Fotografia da Fundação Nacional de Arte (Funarte). Especializa-se em Comunicação e Semiótica pela PUC–MG. E em 1997, conquista uma bolsa do Mother Jones International Fund for Documentary Photography, nos Estados Unidos. 
No início dos anos 2000, torna-se editora assistente do jornal O liberal e fotógrafa do Instituto  de Artes do Pará. Em 2004, dá continuidade ao registro da colonização na Amazônia. Em 2005, publicou o livro Paula Sampaio, da Coleção Senac de Fotografia. Foi responsável pelo Núcleo de Fotografia do Centro Cultural SESC Boulevard, de Belém/PA(2009–2018). Atualmente, ela continua desenvolvendo ensaios e projetos de teor social e conta com um vasto catálogo fotográfico. 

Confira agora, uma seleção de imagens, da fotojornalista, Paula Sampaio!

Rodovia Belém/Brasília, Município de Divinópolis/MA, Paula Sampaio, 1998
Acauândia, Belém-Brasília, Paula Sampaio, 1998
Rodovia Belém- Brasília: Carvoaria, Paraçominas, PA, Paula Sampaio, 1997
Sem- Terra Urbanos; Invasão Riacho Doce, Bairro do Guamá, Belém, Paula Sampaio, 1995
Sem Título, Paula Sampaio, 1997 

E aí o que acharam da #Galeria de hoje? Um belo trabalho não é mesmo? Deixe suas impressões e comentários aqui, ou no nosso Instagram! Te aguardamos. 

Referências

Araquém Alcântara e o programa Mais Médicos

Araquém Alcântara é um jornalista que ficou famoso por ser um dos pioneiros na fotografia de natureza no brasil.

Araquém visitou 38 cidades de 20 estados para fotografar o dia a dia de médicos e pacientes do programa Mais Médicos.

Araquém Alcântara é um jornalista que ficou famoso por ser um dos pioneiros na fotografia de natureza no brasil. Ele já produziu mais de 70 livros, 80 exposições e já recebeu mais de 30 prêmios por seu trabalho.

Médico Cubano Sael no sertão Sergipano
Médico Cubano Sael no sertão Sergipano
 

Foi devido a sugestão de um amigo que Araquém decidiu viajar pelo país passando por várias cidades e estados para fotografar o programa Mais Médicos. O resultado de suas viagens foi publicado no livro “Mais Médicos”, onde Araquém conta histórias dos médicos e médicas, em sua maioria cubanos, e dos pacientes das regiões atendidas pelo programa.

Em muitos dos locais em que Araquém visitou, os médicos do programa eram os primeiros profissionais da saúde entrarem em contato com os moradores da região, e o fotógrafo conseguiu captar nas fotografias tanto a alegria das pessoas ao serem atendidas pelos médicos,  quanto também o amor que esses profissionais têm por sua profissão e a maneira humana e carinhosa com que eles buscavam atender seus pacientes.

 
Médico Cubano Dr. Alberto Aquilino atendendo a uma criança em Igreja Nova AL
Médico Cubano Dr. Alberto Aquilino atendendo a uma criança em Igreja Nova AL
Médico albanês Dr. Artan Cekaj atendendo na zona rural de Maquiné RS
Médico albanês Dr. Artan Cekaj atendendo na zona rural de Maquiné RS
Médica Cubana Dr. Aimée Pérez em Igreja Nova AL
Médica Cubana Dr. Aimée Pérez em Igreja Nova AL
Médico cubano Dr. Jaroslav Fleites Martinez que atende moradores do Bairro Aparecida, no município de Antônio Prado RS
Médico cubano Dr. Jaroslav Fleites Martinez que atende moradores do Bairro Aparecida, no município de Antônio Prado RS
Médico cubano Dr. Jean-Gardy Merceus que atende moradores de comunidades ribeirinhas no município de Manacapuru AM
Médico cubano Dr. Jean-Gardy Merceus que atende moradores de comunidades ribeirinhas no município de Manacapuru AM

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Como citar esta postagem

CAVALHEIRO, Pedro Olavo Pedroso. Araquém Alcântara e o programa Mais Médicos. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/galeria-araquem-alcantara-e-o-programa-mais-medicos/>. Publicado em: 07 de out. de 2020. Acessado em: [informar data].

Thereza Miranda

“De Thereza Miranda as casas meditam no tempo e no espaço”, Carlos Drummond de Andrade.

Em 1974, novos horizontes se abriram para a fotografia brasileira quando a artista plástica carioca Thereza Miranda recebeu uma bolsa do Conselho Britânico para estudar fotogravura no Croydon College of Arts, em Londres. A artista, que já se consagrava como desenhista, pintora e gravurista, introduziu então a técnica, que passaria a ser seu principal trabalho, no Brasil. Em suas obras mais famosas, a fotogravurista dá literalmente novos tons à arquitetura e às paisagens brasileiras, transformando fotografias que ela mesma produz em gravações de cores fabulosas em chapas de metal.
Palmeira
Thereza Miranda – Maranhão, Palmeira Solitária, Alcântara – 1979
Descrição: Fotogravura que mostra o contorno de casas antigas e uma palmeira.
No vídeo produzido por Dodô Brandão para a sua exposição “Memórias” no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio), em 2018, Thereza Miranda explica a predominância da arquitetura nos seus trabalhos: “Eu tive a chance de trabalhar com um grande arquiteto, ele chamava-se Henrique Mindlin e com ele eu aprendi o valor desse patrimônio, sabe? Porque no Brasil se destrói tudo, né?”.
A temática arquitetônica de Thereza inspirou até mesmo Carlos Drummond de Andrade, que, em 1983, compôs um poema em homenagem a ela. O episódio a surpreendeu e a levou a ter um novo olhar sobre as críticas. Thereza declarou para o vídeo do MAM Rio: “Na exposição que eu fiz sobre o Rio de Janeiro, no Bonino, Drummond foi ver a exposição. Depois eu recebi em casa no meu ateliê, meu ateliê era na Urca… Abro a minha correspondência e tinha uma poesia do Drummond. Eu não acreditei naquilo. […] A partir daí eu disse: ‘Se eu consegui sensibilizar uma criatura como o Drummond, pouco me interessa se as pessoas gostam ou não gostam do meu trabalho’”.
Aos 91 anos, Thereza continua trabalhando e exposições como a que sensibilizou Drummond continuam a sensibilizar os brasileiros. Várias de suas obras fazem parte de coleções de museus pelo país, como as do Museu de Arte Moderna, Museu Nacional de Belas-Artes, Biblioteca Nacional, e Coleção Mônica e George Kornis, Rio de Janeiro; Museu de Arte Contemporânea, Campinas, SP; Senado Federal, Brasília, DF; Museu de Arte Moderna e Coleção Guita e José Mindlin, São Paulo (SP); Caixa Econômica Federal, São Luís. Além das coleções em museus internacioanis como o Studio d’Arte Gráfica, Milão; e Kunsthalle, Bremen, Alemanha.

Leia abaixo Thereza Miranda, por Carlos Drummond de Andrade:
De Thereza Miranda as casas meditam no tempo e no espaço.
Há um silêncio isento  de asas no céu que eu, cativo, abraço.
De Thereza Miranda as ruas são roteiros de solitude.
Nelas vão ocultar-se, nuas, memórias que o progresso elude.
De Thereza Miranda o Cristo dilacerado é seu destino,
tem um negro brilho imprevisto
e da gravura brota um hino.

Fotogravura

A fotogravura é um processo que transfere a imagem fotográfica para uma chapa de cobre. Thereza foi a pioneira da fotogravura no Brasil, mas a origem da técnica remonta as “primeiras invenções” da fotografia.  A forma da fotogravura conhecida atualmente foi desenvolvida por Karl Klic, mas o processo foi inicialmente criado no século XIX por Fox Talbot, um dos pioneiros da fotografia, e utilizado nas primeiras reproduções de fotografias em jornais, revistas e livros. Além disso, o daguerreótipo gravava a imagem fotográfica sobre uma chapa de prata; Niépce, por sua vez, desenvolveu um processo similar à fotogravura que chamou de heliogravura.
Veja os trabalhos de fotogravura de Thereza Miranda abaixo:
Casa
Thereza Miranda – Casa de Burros, Gamboa, Rio – 2005
Descrição: Fotogravura de uma casa colonial.
Varandas
Thereza Miranda – Bandeira de Porta, Catete, Rio – 2005
Descrição: Fotogravura de uma casa colonial.
Torre
Thereza Miranda – Albamar, Rio – 2005
Descrição: Fotogravura de uma construção com uma torre de vidro.
Multidão
Thereza Miranda – Multidões – Multidões II, Londres – 1975
Descrição: Fotogravura de uma multidão.
Lençóis Maranheses
Thereza Miranda – Lençóis Maranhenses – 2002
Descrição: Fotogravura de uma visão aérea dos Lençóis Maranhenses com uma faixa de água na parte de cima da imagem e uma faixa de areia abaixo.

Referências

Walter Firmo

Walter Firmo é um fotógrafo brasileiro, que possui como tema principal o povo Afro-Brasileiro e sua cultura.

Walter Firmo é um fotógrafo brasileiro, que possui como tema principal o povo Afro-Brasileiro e sua cultura.

Walter Firmo Guimarães da Silva é um fotógrafo autodidata. Nasceu em 1 de junho de 1937, na cidade do Rio de Janeiro. Filho de José Baptist e Dona Maria de Lurdes. Começou sua carreira trabalhando para o jornal carioca Última Hora, em 1957. Em 1960 foi trabalhar para o Jornal Brasil e, cinco anos após, integrou a primeira equipe da Revista Realidade onde se tornou nacionalmente famoso.

Legenda: Walter Firmo – Foto do seu perfil no Facebook.

Descrição: Fotografia em preto e branco do fotógrafo Walter Firmo. Na fotografia ele usa um chapéu, está com um charuto na boca e olha diretamente para a lente da câmera.

No ano de 1967, Walter Firmo fotografou uma série de reportagens chamada “Cem Dias na Amazônia de Ninguém”, que lhe rendeu o prêmio Esso de Reportagem. Em 1971, passou a trabalhar na área da publicidade, principalmente para a indústria fonográfica. Foi nessa época em que ganhou uma maior fama por fotografar importantes nomes da música brasileira, como Pixinguinha, Cartola, Clementina de Jesus entre outros. Também na mesma época, se interessou por estudos sobre o folclore e a cultura afro brasileira, com o tema principal de pessoas comuns, a figura humana em si.

Walter Firmo ficou famoso principalmente por suas fotos coloridas, que vão de retratos foto jornalísticos a fotografias abstratas e surrealistas, que abordam sempre temas ligados com a Cultura Afro-Brasileira.

Legenda: Festa Bumba Meu Boi São Luís do Maranhão,1994 – Walter Firmo.

Descrição: A fotografia mostra duas mulheres negras, sorridentes, usando um tipo de coroa na cor vermelha brilhante e um tipo de peruca de fitas na cor branca.

Legenda: Dona Ivone Lara, 1992 – Walter Firmo.

Descrição: Ao centro da fotografia vemos Dona Ivone Lara, emoldurada por uma cortina de fitas coloridas, usando um turbante. Ela olha diretamente para a lente da câmera com um sorriso.

Legenda: Praia de Caravelas, BA, 1991 – Walter Firmo

Descrição: A fotografia mostra uma praia, com grande extensão de areia. Ao centro vemos um homem negro, puxando uma espécie de corda, usando um chapéu de palha na cabeça.

Legenda: Walter Firmo – Maestro Pinxiguinha, Ramos Rio de Janeiro, 1968.

Descrição: A fotografia mostra o maestro Pinxinguinha sentado em uma cadeira de balanço carregando um saxofone.

Legenda: Walter Firmo – Cartola, Rio de Janeiro, 1963.

Descrição: A fotografia mostra o compositor e sambista Cartola, usando um terno cor de rosa com camisa verde, cores da Escola de Samba Mangueira. O compositor está com a mão direita no queixo, e usa óculos escuros.

Legenda: Walter Firmo – Santo Amaro da Purificação, BA, 2002.

Descrição: A fotografia mostra uma mulher e um homem, negros, ambos nus, em meio ao que parece ser uma plantação. Ao fundo, vemos uma construção branca em ruínas, parecida com uma igreja.

Veja aqui uma técnica muito utilizada por Walter Firmo nas fotografias!

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#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

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