Conheci Nan Goldin em uma aula de fotojornalismo. Na ocasião, não estávamos ocupando-nos com conceitos ou técnicas de nossa área de atuação, apenas compartilhando obras de fotógrafos que gostávamos; imagens que nos moviam e inspiravam.
Autorretratos chocantes; registros do universo sexual underground; memórias de uma juventude transviada. Conheça o mundo intenso da polêmica Nan Goldin!
Conheci Nan Goldin em uma aula de fotojornalismo. Na ocasião, não estávamos ocupando-nos com conceitos ou técnicas de nossa área de atuação, apenas compartilhando obras de fotógrafos que gostávamos; imagens que nos moviam e inspiravam. A primeira imagem, que reproduzo logo no começo desta galeria, me deixou completamente fascinado.
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Nan Goldin. Nan e Brian na Cama, Nova York, 1983 |
Havia algo ali, algo não visto; algo na forma como aquele casal se portava na cena; algo no jogo entre a forte luz alaranjada que iluminava o homem, tranquilamente fumando um cigarro, e a escuridão cobrindo aquela mulher – a própria fotógrafa – com um olhar que de início não pude decifrar, mas logo compreendi como medo/apreensão quando a segunda foto foi mostrada: ela, com o rosto coberto de hematomas e um olho completamente vermelho, tirada dias depois de ter sido violentamente agredida por aquele homem aparentemente tranquilo da imagem anterior, explicitando assim a violência que era antes apenas sugerida.
Nan Goldin é assim. Logo que começou a fotografar aos 15 anos de idade, usou a câmera como meio para a auto-expressão e registro do estilo de vida que levava na Nova York das décadas de 1970 e 1980, revelando tanto sua própria intimidade como a daqueles que a cercavam. Assim, acabou mostrando questões que eram silenciadas na época, como a subcultura gay e transsexual, a epidemia do vírus HIV e o vício em drogas, especialmente a heroína.
Sua série de slides exibidos de forma independente em 1985, The Ballad of Sexual Dependency (A Balada da Dependência Sexual), transformada depois em um livro de fotografias, sintetiza muito do que é o estilo de Goldin e o teor de suas imagens, sobretudo nesse começo de carreira que a consagrou: Autorretratos sem retoques, casais em momentos de intimidade sexual, travestis se maquiando, jovens divertindo-se na vida noturna sem pudores (e sem prudência), além de sua já citada relação abusiva com o namorado, Brian Burchill.
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Nan Goldin. Nan um mês depois de ser agredida, 1984 |
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Nan Goldin. Jimmy Paulette e Tabboo! No Banheiro, 1991 |
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Nan Goldin. Misty e Jimmy Paulette em um Táxi, 1991 |
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Nan Goldin. Dançando na minha festa de aniversário, Nova York, 1980 |
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Nan Goldin. Matt e Lewis na banheira, Cambridge, 1988 |
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Nan Goldin. Matt e Lewis na Cama, Cambridge 1988 |
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Descrição: O casal homosexual é visto na cama. Os rapazes aparecem abraçados e sorrindo, um sem camisa sobre o outro, que usa uma camisa escura.
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Nan Goldin. Rise e Monty se Beijando, Nova York, 1980 |
Descrição: Um casal heterossexual é visto se beijando. O rapaz está sentado em uma poltrona branca e a moça está sentada em seu colo, com as mãos em volta de seu rosto e sobre seu cabelo.
Uma garota usando um vestido branco com saia semi-transparente e fita no cabelo aparece fumando solitária sentada sobre uma cama de lona, lembrando as macas usadas por socorristas. Objetos como uma revista, um copo e uma lata de cerveja também estão presentes no ambiente.
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Nan Goldin. Trixie numa Cama de Lona, Nova York, 1979 |
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Nan Goldin. French Chris no Conversível, Nova York, 1979 |
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Nan Goldin. French Chris no drive-in, Nova Jersey, 1979 |
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Nan Goldin. Gotscho Beijando Gilles, Paris, 1993 |
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Nan Goldin. Clemens Debaixo D’água, Sag Harbor, Nova York |
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Nan Goldin. Autorretrato no banheiro azul, Londres, 1980 |
Gostou da galeria? A minha foto favorita é a do Matt e Lewis na banheira. Gosto do romantismo nela por transparecer realidade, longe da pieguice dos ensaios de casal.
Qual é a sua? Conta pra gente qual você gostou mais nos comentários!
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Cultura Fotográfica