Juca Martins

Manoel Joaquim Martim Lourenço, nasceu em 1949 em Portugal e aos 7 anos de idade se mudou com a família para São Paulo.

Fotografou importantes momentos históricos, e ajudou a fundar a F4, uma cooperativa de fotógrafos que lutou pelos direitos desses profissionais.

Manoel Joaquim Martim Lourenço, nasceu em 1949 em Portugal e aos 7 anos de idade se mudou com a família para São Paulo. Ele se tornou fotografo em 1970, e durante sua carreira fotografou para jornais como Folha de São Paulo e Jornal da Tarde, além de revistas como Veja e Quatro Rodas.

Na foto podemos ver os rostos de vários manifestantes, enquanto eles carregam uma faixa com a frase "Abaixo a ditadura" 
Juca Martins, Movimento pela Anistia, Praça da Sé, São Paulo 1979

Juca sempre foi muito politizado, suas fotografias na maioria das vezes retratam lutas sociais, como as  manifestações contra a ditadura militar e a greve dos trabalhadores do ABC paulista. Ao longo de sua carreira ele foi diretor de arte do jornal o Movimento, que era um dos principais jornais feitos em oposição ao golpe militar de 1964, foi vencedor do prêmio ESSO em 1981 por sua reportagem sobre Crianças abandonadas, e cobriu a guerra Civil em El salvador, que lhe rendeu o prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos em 1982.

Também foi um dos principais fundadores da Agência F4, que garantiu aos fotógrafos e fotografas o direito ao negativo,  uma tabela de preços para a comercialização das fotos e, além de outros direitos que esses trabalhadores não recebiam, um controle criativo maior sobre suas fotos.

Na foto vemos cinco pessoas no acostamento de uma estrada, com os braços esticados pedindo esmolas, enquanto um carro de luxo troca de faixa para se distanciar deles. 
Juca Martins. Flagelados da seca do Ceara, 1983
A imagem é composto por vários rostos dos operários parados um do lado do outro. 
Juca Martins, Greve de metalúrgicos da Volkswagen São Bernardo do Campo 1985
Na foto podemos ver 4 policiais armados em primeiro plano e ao fundo uma criança carregando uma arma de brinquedo.
Juca Martins, Intervenção Policial no Sindicato Dos Metalúrgicos São Bernardo do Campo 1980
Na foto em primeiro plano estão quatro policiais acompanhados de cachorros, na frente deles há mais um cordão formado por policiais e logo depois manifestantes parados lado a lado nas escadas de uma igreja. 
Juca Martins, Movimento contra o custo de vida Praça da Sé 1978
Na foto vemos vários trabalhadores em fila, estando 3 deles em primeiro plano e apoiados em uma pedra olhando para câmera.
Juca Martins, Garimpo de Ouro Serra Pelada Pará  1980
Na foto podemos ver dois policiais se ajoelhando em cima de uma travesti, que esta no chão com as mão atrás das costas
Juca Martins, Prisão de uma Travesti, São Paulo SP Juca Martins 1980

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Links, Referências e Créditos

  • https://utopica.photography/pt/artistas/juca-martins/
  • https://ims.com.br/titular-colecao/juca-martins/
  • http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8369/juca-martins
  • http://jucamartins.com/
  • https://focusfoto.com.br/o-fotojornalismo-independente-os-novos-caminhos-e-as-agencias-de-fotografos/

Como citar esta postagem

CAVALHEIRO, Pedro Olavo Pedroso. Juca Martins. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/galeria-juca-martins/(abrir em uma nova aba)>. Publicado em: 27 de jan. de 2021. Acessado em: [informar data].

Tom Beard

Tom Beard é um fotógrafo britânico conhecido por seus trabalhos com artistas da cena musical londrina.

 Conheça Tom Beard, fotógrafo britânico que trabalhou com Florence + The Machine e Adele.

Tom Beard é um fotógrafo britânico conhecido por seus trabalhos com artistas da cena musical londrina. Conheci seu trabalho através de suas fotografias para capas de álbuns e singles da banda Florence + The Machine, que já acompanho a algum tempo. Uma delas, feita para a capa de Ceremonials (2011) faz parte atualmente do acervo permanente do National Portrait Gallery, em Londres, sendo uma fotografia da vocalista Florence Welch feita em uma sala escura com espelhos, que traduziu muito bem a estética sonora e visual da banda nesse trabalho. 

Beard começou a fotografar em um centro para jovens após as suas aulas escolares e conviveu com uma cena musical bastante efervescente onde tornou-se amigo de pessoas como o cantor indie Jamie T e a aclamada Florence Welch, que conheceu quando ainda frequentava a faculdade de artes de Camberwell. Desistiu da faculdade para acompanhar as bandas em suas turnês e fez trabalhos com nomes como Mystery Jets e Larrikin Love, tendo também feito  fotos para a cantora Adele na época em que divulgava seu primeiro álbum de estúdio. O fotógrafo chegou a dizer que só começou a fotografar por “estar no lugar certo e na hora certa”, mas depois esclareceu que disse isso na época por ainda ter dificuldade em crer estar ganhando a vida com algo que gostava tanto.

Um diferencial bastante interessante de Beard é seu uso de filme fotográfico para seus trabalhos, tanto relacionados à música, quanto editoriais e seus recentes trabalhos com o audiovisual. Apesar de não desprezar o valor do digital, ele vê os métodos analógicos com sentimentalismo e defende sua materialidade, já que não se dá bem com arquivos de computador e celular. Confira abaixo algumas dessas fotografias.

A cantora Florence Welch é vista em uma sala escura, com sua imagem refletida em espelhos. Usa um vestido de lantejoulas escuras com uma grande fenda. Está de olhos fechados; a cabeça inclinada para a esquerda e uma mão sobre o braço esquerdo. 
Tom Beard. Capa do álbum “Ceremonials”, de Florence + The Machine, 2011
A cantora Adele é vista sentada em frente a uma mesa, usando vestido preto e com uma expressão de tédio. O ambiente, com um balcão ao fundo e homens em uniformes brancos, e os objetos, como uma xícara branca e um cardápio na mesa, indicam que trata-se de um bar ou lanchonete.
Tom Beard. Capa do single “Hometown Glory”, de Adele, 2008
Colagem com diversas fotos mostrando os integrantes da banda Larrikin Love sobre fundo preto. Aos cantos, há imagens com temas circenses como palhaços, mágicos e um cavalo enfeitado. 
Tom Beard. Capa do álbum “Edwould”, banda Larrikin Love, 2006
O cantor Jamie T é visto usando camisa branca, calça jeans, blusa xadrez azul e sapatos pretos pulando de um sofá com listras brancas e vermelhas. Há uma guitarra recostada no sofá e a bandeira do Reino Unido ao fundo.
Tom Beard. Foto da sessão para o álbum “Kings & Queens”, de Jamie T, 2009
A cantora Florence Welch é vista sentada no chão de uma floresta, com as mãos apoiadas em um joelho e olhando para a câmera. Veste uma fantasia de palhaço e está rodeada por flores, folhas, raízes de árvores, figuras de animais desenhados e uma gaiola dourada.
Tom Beard. Florence Welch no set do videoclipe de Dog Days Are Over, 2008
Dois rapazes usando roupas de moletom e tênis são vistos sentados em uma calçada. Tem as cabeças baixas e cobertas pelos braços que estão cruzados sobre os joelhos. Outras pessoas são parcialmente visíveis caminhando ao lado direito da imagem. 
Tom Beard. Foto de arquivo
Foto feita durante o festival Glastonbury. O campo aberto é visto durante o nascer do sol de um dia nublado. Há várias pessoas deitadas e algumas em pé e há sujeira por toda a área. Uma bandeira e algumas árvores são vistas ao fundo.
Tom Beard. Nascer do sol de segunda-feira, Glastonbury.
A cantora Florence Welch é vista posando com uma mão delicadamente repousada sobre seu ombro direito e o mão esquerda erguida na altura dos olhos. A cabeça está voltada para o lado direito da imagem e está de olhos fechados. Usa uma blusa semitransparente de pequenas correntes prateadas e um adereço em forma de pulmões que cobre seus seios. O fundo é composto por um tecido pesado com estampa floral e há galhos com flores e pássaros. 
Tom Beard. Capa do álbum “Lungs”, de Florence + The Machine. 2009

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Vivendo com o Inimigo

Nos anos 80, Donna Ferrato registrou cenas de violência doméstica. Infelizmente, agressões deste tipo continuam sendo constantes em todo o mundo.

Donna Ferrato – Westchester County, New York, 1982

Em 1982, a fotógrafa americana Donna Ferrato viveu durante um tempo com um casal, Garth e Lisa, com o objetivo de registrar a sua vida sexual para a revista Playboy Japão. Um dia, Garth agrediu Lisa no banheiro e Donna, ao escutar o grito, correu com a sua câmera nas mãos. O registro do momento é impactante. Garth se projeta na direção de lisa com a mão se movimentando para culminar no que em poucos segundos seria um tapa. Somos espectadores assistindo a ação do canto do banheiro que, por sua vez, é contornado por espelhos que mostram a cena acontecendo em outros ângulos. Assim, vemos diversas Lisas sendo violentadas naquele instante sem fim. Os espelhos, porém, também são os responsáveis por desfazer o encanto da fotografia, aquele que implica no esquecimento da presença do fotógrafo, quase como se a fotografia se criasse sozinha, pois, é possível ver a imagem de Donna, disparando sua câmera, no reflexo do espelho. Para não provocar gatilho nos leitores, a fotografia não será vista no post, mas você pode acessá-la neste link.
Registrar em fotos é um pacto de não envolvimento do fotógrafo e, neste caso, uma negação de auxílio. A atitude de Donna é moralmente dúbia ao abrir mão de ajudar a vítima em prol de documentar a violência (ou, como definiu, de abrir o livro da hipocrisia da sociedade) para que pudessem acreditar nela, mas, em uma sociedade que acredita mais em imagens do que em fatos, suas fotografias podem ter ajudado a confirmar a existência da violência doméstica como um problema social sistemático e não uma exceção a regra, principalmente porque, depois dessa fotografia, Donna Ferrato passou 30 anos visitando conferências, tribunais, emergências hospitalares, grupos de terapia e aulas de defesa pessoal para mulheres, coletando histórias e fotos sobre violência doméstica, algumas delas foram publicadas em 1991 no livro “Living with the Enemy” ou Vivendo com o Inimigo.
Sobre o livro, Donna disse que: “a maior parte de “Vivendo com o Inimigo” nasceu da frustração — primeiro porque eu me sentia impotente para enfrentar a violência que eu via, e, segundo porque por muito tempo nenhuma revista publicaria as fotos”. Para a revista Time, relatou também: “Agora (a partir do livro), eu também tinha um sonho: algum dia o mundo ia acordar para a desvantagem que as mulheres têm nas suas relações íntimas com os homens. Eu iria fazer todos olharem em seus olhos”.
Donna encontrou a sua forma de tentar expor o assunto transformando-o em provas inegáveis e desenvolvendo instrumentos de empatia, mas deve ser sempre lembrado que a melhor maneira de ajudar uma mulher vítima de violência doméstica é fazer a denúncia e ajudá-la a ter acesso aos mecanismo que a justiça prevê para protegê-la.

Confira algumas das fotografias de “Vivendo com o Inimigo”:

Aviso: foram escolhidas fotografias que não retratassem graficamente a violência, para evitar gatilhos emocionais nos leitores, mesmo assim as imagens podem ser fortes para algumas pessoas.
Donna Ferrato – Minneapolis, Minnesota, 1988

O relatório da polícia saiu assim: 7:30 a.m. O pelotão 510 recebeu uma ligação de uma agressão acontecendo… “Eu te odeio” Nunca volte à minha casa”, gritou o garoto de oito anos para seu pai enquanto a polícia prendia o homem por atacar a sua mãe.

Donna Ferrato – Boulder, Colorado, 1985
O marido de Janice a espancava impiedosamente …
Donna Ferrato – Mulher com seu bebê, olhos fechados – 1988
Kim temia que a tensão que ela sentia após deixar seu marido violento e recomeçar sozinha fosse perigoso para o seu bebê. “Eu poderia agarrá-lo agora mesmo se ele fizesse algo ruim e atirá-lo contra a parede”, ela disse no Mulheres contra o Abuso, um abrigo na Filadélfia. “Em momentos como esse, eu acho que meu pai costumava fazer isso comigo, agora eu talvez faça isso com essa criança”.  O funcionários do abrigo ajudam as mulheres a lidarem com tais sentimentos.
Donna Ferrato – Mulher com a sombra do policial – Filadélfia, Pensilvânia, 1986.
Uma esposa espancada reclamou para o policial que  suas ligações por ajuda raramente eram atendidas. Apesar de uma ordem judicial para se manter longe, seu marido invadiu a sua casa pela janela.
Donna Ferrato – Mulheres e crianças com mural – Minnesota, 1988.
Não existe uma residente de abrigo típica, assim como não existe uma mulher espancada típica. No Defensores das Mulheres, em Saint Paul, o primeiro abrigo do país, mulheres podem se abrigar por seis semanas e ter acesso a assistência legal, financeira, médica e trabalhista. O mural da casa foi pintado por uma residente há dez anos.
Donna Ferrato – Policial com um panfleto – 1988
Ativistas pressionam a polícia a passar por um treinamento de violência doméstica e distribuir panfletos sobre o abuso de parceiros, listando as fontes locais de ajuda.
Denuncie!
Quarenta anos depois da foto em que Garth agride Lisa, a violência doméstica continua sendo um grave problema social em todo o mundo e os dados mostram que o confinamento social por causa da pandemia de Covid-19, que fez com as mulheres tivessem que passar mais tempo sozinhas com seus agressores, fizeram os números da violência aumentarem. No Brasil, houve um aumento de denúncias de violência doméstica de 34% por mês, além de um aumento de 5% do feminicídios, ocorrendo só no estado do Pará um aumento de 100%, segundo o monitoramento feito pelo Amazônia Real, Agência Eco Nordeste, #Colabora, Portal Catarinas e Ponte Jornalismo.
Neste contexto, é importante lembrar que no Brasil vigora a Lei Maria da Penha, voltada para a proteção e justiça de mulheres que sofrem violência doméstica. A lei, que só entrou em vigor em 2006, é considerada bem abrangente em termos legislativos, ainda que haja problemas em sua execução.
Se você ou alguma conhecida está passando por essa situação, saiba que a Lei Maria da Penha torna obrigatória a instauração de um inquérito quando uma denúncia de violência doméstica é recebida, que a polícia também deve oferecer encaminhamento médico à mulher, se necessário, e requerer ao judiciário medidas protetivas e de prisão preventiva. Além disso, a vítima só poderá fazer uma retratação (ou seja, retirar a queixa) em uma audiência marcada com esse propósito e, mesmo assim, os magistrados avaliarão se ela corre algum risco, antes de decidir pelo arquivamento do processo. Isso acontece porque a violência doméstica é entendida como um ciclo que engloba a etapa de tensão, que é a fase dos insultos e ameaças; a fase de explosão, quando a violência acontece; o distanciamento, etapa em que a mulher pode procurar ajuda; e a reconciliação, quando o agressor pede desculpas, age carinhosamente e, às vezes, convence a vítima de que a violência não se repetirá, levando-a a tentar retirar a queixa. Mas depois de um tempo de tranquilidade o ciclo sempre recomeça e, segundo uma pesquisa feita com mulheres de Belo Horizonte, o tempo entre as agressões diminui a cada ciclo.
Saber como funciona o ciclo é muito importante para reconhecer quando se está presa a ele, mas, se a agressão física não se concretizar, qualquer outra forma de violência pode ser denunciada, pois, segundo a Lei Maria da Penha, é considerada violência doméstica contra a mulher, qualquer violência física, psicológica, verbal, sexual, moral ou patrimonial contra qualquer mulher, independente de sua orientação sexual, raça, credo ou classe social, cometida por alguém de seu círculo familiar e afetivo.
Por isso, em qualquer fase do ciclo ou sofrendo qualquer uma das violências citadas acima, denuncie ligando para o número 180 ou se dirigindo à Delegacia da Mulher do seu estado. Se não existe a possibilidade de telefonar ou visitar uma delegacia, a partir deste ano as farmácias começaram a receber denúncias, basta desenhar um “x” vermelho na sua mão e mostrar ao farmacêutico e a polícia será imediatamente acionada.

Cristina de Middel

 

Cristina de Middel questiona a relação da verdade com a fotografia em seus projetos documentais que misturam realidade e ficção.

Cristina de Middel nasceu em 1975 na Espanha e estudou fotografia na Universidade de Oklahoma nos EUA e arte na Universidade Politécnica de Valência na Espanha. Por muitos anos trabalhou como fotojornalista, mas em 2012 publicou o livro “Afronautas”, no qual explora um estilo menos realista de contar os fatos. Desde então ela mistura projetos documentais, em trabalhos para ONGs e projetos mais pessoais.
Legenda: Cristina de Middel em Londre. Ione Saizar (2013).
Descrição: uma mulher em frente a uma parede onde vemos vários quadros com fotografias.
O livro “Afronautas”, um dos primeiros projetos mais experimentais da fotógrafa, reúne uma série de fotografias contando a história de um programa espacial na Zâmbia nos anos sessenta, desafiando as representações tradicionais do continente africano. A obra teve grande repercussão e chegou a ser indicado ao renomado prêmio de fotografia Deutsche Börse em 2013.
Em seus projetos seguintes, Middel continuou misturando a linguagem mais artística com um propósito documental, até mesmo dentro de um único projeto, sendo um exemplo o seu primeiro trabalho no Brasil: o livro “Sharkification”. Publicado em 2016, o livro registrou o cotidiano de favelas recém-pacificadas do Rio de Janeiro como se fosse um ambiente aquático. Peixes e tubarões aparecem como figuras metafóricas, que representam a população daqueles locais convivendo com as unidades de polícia pacificadoras.
A fotógrafa também fez outros trabalhos no Brasil. Foi no nosso país que ela começou a série “Clube dos Cavalheiros”, mais realista e documental, uma série de fotografias de clientes de prostitutas. Na entrevista com a revista Zum, Middel explica a proposta: mostrar o lado da prostituição que geralmente fica oculta nos registros.
Também foi no Brasil que ela conheceu o parceiro Bruno Moraes, com quem elaborou um de seus projetos pessoais mais interessantes: a série Exu. A série de fotografias conta a jornada de Exu, um espírito que representa transformação, e suas diferentes representações passando por Benim, Cuba, Brasil e Haiti, retratando espiritualidade de forma poética e quase surreal, mas claramente contando uma história.
Cristina de Middel é uma fotógrafa muito interessante justamente por fugir das linguagens convencionais, explorando os limites entre ficção e fato em seus projetos. Ela tem vários outros trabalhos cativantes, que podem ser conferidos em seu site, que também tem uma estética diferente da maioria.

Confira alguns trabalhos da fotógrafa:

Legenda: de série Clube de Cavalheiros, Cristina de Middel.
Descrição: um homem encosta em um espelho manchado em um ambiente que remete a um quarto simples.

Legenda: da série Exu, Cristina de Middel e Bruno Morais (Brasil, 2016).
Descrição: vemos um homem de terno branco e chapéu tampando o rosto saindo do mar no Rio de Janeiro.

Legenda: da série Exu, Cristina de Middel e Bruno Morais (Benim, 2016).
Descrição: vemos uma pessoa de costas segurando um pano vermelho sendo soprado pelo vento na praia.
Legenda: da série Afronautas, Cristina de Middel (2011).
Descrição: um homem com um traje que remete a um astronauta, porém com materiais mais caseiros. O capacete está aberto e o cabelo cacheado tampa os olhos da pessoa. Ao fundo vemos um campo e um muro que parece cercar um lixão.

Legenda: do livro Sharkification  (2016), Cristina de Middel
Descrição: colagem com um menino sem camisa correndo por uma rua com um filtro azulado e um tubarão passando na frente.

Legenda: da série Afronautas, Cristina de Middel (2011)
Descrição: um homem com um traje de astronauta colorido e estampado. 

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Links, Referências e Créditos

Andy Warhol

A primeira vez em que ouvi falar de Andy Warhol foi ao ler um livro sobre a cidade de Nova York quando eu tinha 11 anos de idade.

A primeira vez em que ouvi falar de Andy Warhol foi ao ler um livro sobre a cidade de Nova York quando eu tinha 11 anos de idade. Desde então, minha paixão e interesse pela arte vem sido alimentada ano após ano, obra após obra, imagem após imagem. Nascido com o nome Andrew Warhola, na cidade de Pittsburgh nos Estados Unidos, Warhol graduou-se em Belas Artes e tornou-se conhecido como um dos principais nomes do movimento pop art, uma vanguarda artística surgida na década de 60 com o propósito de retratar a cultura norte-americana na época, seguindo a lógica de produção em massa, como na famosa série de quadros representando a lata de sopa Campbell’s.

Autorretrato de Andy Warhol. Ele olha diretamente para a câmera, usa blusa de gola alta preta e sua famosa peruca platinada. O fundo é escuro e nulo. 
Andy Warhol. Self-Portrait in Fright Wig, 1986

Além de ser um pintor e ilustrador –  e uma celebridade de sua época – , Warhol também experimentou com o cinema e a fotografia. Na verdade, ele andava constantemente com uma câmera consigo para fotografar elementos de sua vida cotidiana e assim, criar um “diário visual” que o auxiliava na hora de criar suas telas. Apesar de não ter feito fama a partir da fotografia, realizou uma grande quantidade de Polaroids, principalmente retratos de famosos da década de 70. 

Retrato do ator Sylvester Stallone. Ele está olhando diretamente para a câmera, sem camisa, com um pingente no pescoço e com o punho esquerdo fechado sobre a bochecha do mesmo lado. O fundo é claro e nulo.  
Andy Warhol, Sylvester Stallone
Retrato da cantora Debbie Harry, vocalista da banda Blondie. Ela olha diretamente para a câmera; usa batom vermelho e seu colo é visto nu. O fundo é claro e nulo. 
Andy Warhol. Debbie Harry, 1980
Retrato da atriz Jane Fonda. Ela é vista de perfil, olhando para a câmera, maquiada e com cabelos esvoaçantes. O fundo é claro e nulo. 
Andy Warhol. Jane Fonda, 1982
Retrato do artista Jean-Michel Basquiat. Ele olha diretamente para a câmera; usa terno e gravata e seus cabelos formam dreads em formas quase geométricas ao redor de sua  cabeça. O fundo é claro e nulo.  
Andy Warhol. Jean-Michel Basquiat, 1982
Retrato de um indígena americano. Ele está de perfil, olhando para a câmera. Usa roupas e adereços  típicos, com os cabelos em tranças com tiras de couro. O fundo é claro e nulo.  
Andy Warhol. The American Indian (Russell Means), 1976
Retrato da cantora e atriz Liza Minelli. Ela olha diretamente para a câmera, usa maquiagem forte e uma camiseta amarela onde está escrito New York City. O fundo é claro e nulo.  
Andy Warhol. Liza Minnelli, 1977
Retrato do cantor, músico e compositor John Lennon, conhecido por ter feito parte da banda The Beatles. Ele olha diretamente para a câmera, usa camisa branca e seus óculos de lentes amarelas. O fundo é claro e nulo.  
Andy Warhol. John Lennon, 1971
 
Retrato do cantor, músico e compositor Mick Jagger, vocalista da banda Rolling Stones. Ele é visto de perfil, com os olhos fechados e a língua para fora. Usa camisa azul. O fundo é claro e nulo.  
Andy Warhol. Mick Jagger, 1977
 
Fotografia de seis bananas sobre fundo claro. Possivelmente, um arquivo para criação da capa do disco de estreia da banda The Velvet Underground, assinada por Warhol, em que é visto o desenho de uma banana.  
Andy Warhol. Still Life Polaroids – 1977-1983
 
Fotografia de uma lata de molho de tomate. Uma das fotografias da vida cotidiana que Warhol usava como base para a criação de suas telas. 
Andy Warhol. Still Life Polaroids – 1977-1983
Retrato de um dorso masculino nu de perfil. O fundo é claro e nulo.
Andy Warhol. Nude Model
Autorretrato de Warhol. Ele é visto de perfil, olhando para a câmera. Aparece de colo nu e o rosto maquiado com um forte batom vermelho, sombra azul nas pálpebras e blush nos cantos das bochechas. O fundo é claro e nulo.  
Andy Warhol. Self-Portrait in Drag. 1981

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Marc Ferrez

Marc Ferrez foi um grande responsável por criar a identidade visual brasileira de sua época, tendo retratado desde paisagens a celebridades de sua época.

Marc Ferrez foi um grande responsável por criar a identidade visual brasileira de sua época, tendo retratado desde paisagens a celebridades de sua época.

Marc Ferrez nasceu em sete de dezembro de 1843, aos sete anos de idade seus pais morreram e ele se mudou para Paris, onde morou com a família do escultor e gravador de medalhas Joseph Eugène Dubois. Foi lá onde ele provavelmente teve seus primeiros contatos com a fotografia e começou a estudar a seu respeito. Em 1860 retorna ao Brasil e se estabeleceu como fotógrafo.

Na foto vemos Marc Ferrez com os cabelos penteados para trás e uma longa barba. Ele está vestido com um terno  preto e uma gravata borboleta.
Marc Ferrez, autorretrato, 1876

Durante o período que passou na França, Ferrez teve contato com as mais novas tecnologias de fotografia, como por exemplo o flash de magnésio e as placas secas coloridas dos irmão Lumiere. Mas seus esforços foram concentrados principalmente na técnica de fotografia panorâmica, que lhe rendeu uma medalha de ouro na Exposição Universal da Filadélfia do ano de 1876, quando ele apresentou uma fotografia panorâmica da cidade do Rio de Janeiro.

Suas fotos foram importantes para criar a identidade visual do Brasil de sua época. Ele fotografou a modernização da cidade do Rio de Janeiro, retratou pessoas importantes, como o Imperador D. Pedro II e sua família, além de ter sido o primeiro a fotografar os indígenas Bororos quando fez parte da Comissão Geológica e Geográfica que percorreu o Brasil de Norte a sul. 

Na foto vemos uma criança indígena, se vestindo com roupas típicas de seu povo. Ela usa adornos de penas na cabeça e nos braços, e em seu pescoço estão vários colares.
Marc Ferrez Menino Índio, c. 1880
A foto mostra vários navios ancorados no porto. Suas velas estão recolhidas e os mastros são refletidos na água, que está muito calma.
Marc Ferrez, Porto de Santos, 1880
Um homem de chapéu está ajoelhado olhando para baixo, atrás dele vemos uma baía, a água do mar parece estar calma e na outra margem pode-se ver a cidade de Recife.
Marc Ferrez Charles F. Hartt, com a cidade do Recife ao fundo, durante levantamento da Comissão Geológica do Império Recife – PE – Brasil – 1875
Várias pessoas trajando roupas finas, como ternos e vestido, posam para a foto, alguns estão em pé outros sentados alguns olham para a cãmera e outros não, atrás deles vemos várias plantas de diferentes espécies.
Marc Ferrez, Imperatriz Teresa Cristina e o Imperador Dom Pedro 2°  com a princesa Isabel e a família no Paço Imperial, 1887
Podemos ver a cidade do Rio de Janeiro de uma posição muito elevada. Mais ao loje se destaca o Pão de Açúcar, famoso cartão postal da cidade
Marc Ferrez, Panorama da Cidade do Rio de Janeiro, 1885

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Numa janela do edifício Prestes Maia 911

 

Em um de seus ensaios mais premiados, Bittencourt nos apresenta o cotidiano de pessoas marginalizadas na cidade de São Paulo.

Julio Bittencourt é um fotógrafo brasileiro que nasceu em 1980, na cidade de São Paulo. Como fotojornalista, teve trabalhos que apareceram em revistas e jornais como The Guardian e The New Yorker. Ele também publicou três livros: Ramos, Dead Sea e, o projeto que abordaremos nesta postagem, Numa Janela do Edifício Prestes Maia 911.
Legenda: Retrato de Julio Bittencourt, Nereu Jr. (2011)
Descrição: retrato do fotógrafo sobre o qual o texto fala, sorrindo para a câmera.
O edifício Prestes Maia era um dos muitos imóveis vazios na cidade de São Paulo. Antiga sede da Companhia Nacional de Tecidos, com diversos problemas estruturais, o prédio foi ocupado por movimentos sociais de luta por moradia, chegando a abrigar mais de 400 famílias.
Entre 2005 e 2008 o fotógrafo registrou diversos moradores do Edifício Prestes Maia através de suas janelas, em cenas cotidianas ou em momentos de intimidade. Essas fotos foram reunidas no livro Numa janela do Edifício Prestes Maia 911 publicado no Brasil em 2008 pela editora DBA.
Legenda: Julio Bittencourt, Numa janela do edifício Prestes Maia 911 (realizada entre 2005 e 2008)
Descrição: vemos através de uma janela um casal encarando a câmera, e ao lado um beliche com uma criança deitada.
O interesse do fotógrafo por janelas já vinha desde a infância, ao observar as pessoas do prédio onde vivia se comunicando pelas janelas. As fotografias mostram a relação que essas pessoas criam com o seu entorno. Em algumas fotos vemos vasos de flor que elas colocam para decorar a janela. Em outras vemos atitudes cotidianas, como um homem que aparece sem camisa, como se tivesse acabado de acordar, ou então vemos a relação entre os moradores, como na foto em que um homem abraça uma mulher grávida, mostrando uma relação de carinho, de afetuosidade.
Legenda: Julio Bittencourt, Numa janela do edifício Prestes Maia 911 (realizada entre 2005 e 2008)
Descrição: através da janela vemos um homem abraçando a barriga de uma mulher grávida em um gesto de carinho.
Embora a descrição possa dar a entender isso, o projeto não passa uma sensação voyeurística, de espiar a vida alheia por prazer, mas de interesse genuíno pelas pessoas e pelas relações entre elas e o local em que vivem. As fotos misturam a delicadeza e a simplicidade do cotidiano e da vida dos moradores com a crueza e a falta de estrutura do ambiente em que elas vivem.
Legenda: Julio Bittencourt, Numa janela do edifício Prestes Maia 911 (realizada entre 2005 e 2008)
Descrição: uma mulher joga em plantas que estão em baixo da janela.
É um projeto fascinante, combinando fotos lindas de um ponto de vista estético, com uma temática muito importante, a precariedade dos edifícios invadidos devido à falta de moradia nos grandes centros urbanos, nos fazendo refletir sobre a vida de pessoas desabrigadas nas grandes metrópoles. 
Legenda: Julio Bittencourt, Numa janela do edifício Prestes Maia 911 (realizada entre 2005 e 2008)
Descrição: um homem sem camisa aparece na janela abrindo a cortina, como se tivesse acabado de acordar.
Além desse livro, Julio Bittencourt tem várias séries interessantes, como a série Tokyo Subway, fotos de um metrô japonês. Para ver mais, confira o site do fotógrafo aqui.
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Links, Referências e Créditos

André Kertész

 André Kertész se considerava um fotógrafo nato, amador e cujas fotografias falam.

André Kertész se considerava um fotógrafo nato, amador e cujas fotografias falam.

André Kertész – Autorretrato, Paris, 1926
Descrição: Fotografia em preto e branco. Mostra as sombras de um homem e de uma câmera na parede.
Andrè Kertèsz sempre disse ser um fotógrafo nato. Nascido no Império Austro-húngaro em 1894, foi, porém, ao seis anos de idade que nasceu o seu olhar fotográfico, quando viu pela primeira vez uma revista ilustrada. A partir de então, mesmo sem possuir uma câmera, passou a olhar o mundo como uma fotografia. Possuía, portanto, um jeito despretensioso de compor, tanto as suas fotos imaginárias como as reais, que depois de anos fotografando profissionalmente ele ainda se orgulharia de manter “amador”: “Eu sou um amador e pretendo continuar sendo um amador pelo resto da minha vida. A fotografia se torna bela com toda a verdade estampada nela. É por isso que eu me guardo contra qualquer tipo de truque ou virtude profissional”.

Kertèsz começou a fotografar em 1912, após juntar dinheiro para comprar a sua primeira câmera. Nessa sua primeira fase como fotógrafo, registrava as paisagens rurais do seu país natal e a vida dos jovens que ele conhecia, como seu irmão mais novo. Ao servir o exército na Primeira Guerra Mundial, levou uma câmera leve consigo, mas não queria fotografar o conflito. Ele não enxergava a guerra como uma tragédia e não se interessava por retratos documentais e políticos, optando por retratar os momentos de lazer dos soldados.

Em 1925, motivado pela dissolução do Império Austro-húngaro, se mudou para Paris, como vários outros artistas da época. Na capital francesa, ficou amigo de outros fotógrafos de origem húngara como Man Ray, Robert Capa e Brassaï. Nessa época, sua característica inovadora se tornou mais marcante, enquanto ele eternizava em imagens parte da tradicional vida parisiense, como os cafés, as feiras e os parques. Também foi quando ele ganhou popularidade na França publicando em diversas revistas, período no qual seus trabalhos foram uma simbiose entre modernismo, realismo e humanismo.

Em 1936, as revistas franceses foram deixando de publicar os trabalhos de Kertész, por serem muito “neutros” para o contexto da guerra, antes mesmo de receber a resposta positiva do governo francês sobre a sua naturalização, aceitou um emprego em Nova Iorque, se mudando em seguida. Nos Estado Unidos sua adaptação foi difícil: lá a comunidade artística era pequena, Nova Iorque não o encantava como Paris ou Budapeste e ele não falava inglês. Além disso, seu ensaio “Distorções”, que havia sido aclamado na França, recebeu pouca importância ao fazer parte de uma mostra no Museu de Arte Moderna, mostrando que o estilo artístico da sua atual cidade era bem diferente do seu.

Nos Estados Unidos, Kertész trabalhou em diversas revistas de moda, mas a fotografia de estúdio não lhe agradava. Quando a revista Life o convidou para fazer um ensaio sobre os rios de Manhattan, ele fotografou rebocadores, sobre diversos ângulos, inclusive utilizando um dirigível. Era um trabalho que finalmente o animava, mas, ao entregar as fotos, a revista as recusou sob a justificativa de que elas “falavam demais” e que o redator era o responsável por escrever os textos, não precisando as fotos fazerem mais do que mostrar. Sobre a recusa, Kertész respondeu: “Eu não posso fazer nada, minhas fotos falam. Eu não consigo segurar a câmera sem me expressar”.

Permaneceu fazendo fotografias que não eram totalmente do seu agrado e ficou mais de quinze anos em um contrato exclusivo com a revista de decoração House and Garden. A partir dos anos 1961, Kertész voltou a ser reconhecido pelas suas fotografias despretensiosas, e se iniciou em sua vida um período que os biógrafos chama de “Período Internacional”, quando suas fotos foram publicadas em jornais e revistas e apresentadas em exibições em diversos países. Finalmente, passou a ser reconhecido por seus ângulos diferentes, sua composição inovadora e sua fotos que falam.

André Kertész – Under the Eiffel Tower (Embaixo da Torre Eiffel), 1929
Descrição: Fotografia em preto e branco tirada de cima para baixo. Mostra a base das Torre Eiffel, sua sombra no chão e pessoas transitando em baixo dela.
André Kertész – Chairs (Cadeiras), Champ Elysées, Paris, 1927
Descrição: Fotografia em preto e branco. Mostra cadeiras alinhadas e suas sombras (também alinhadas).

André Kertész – Man Diving (Homem Mergulhando), Esztergom, 1917
Descrição: Fotografia em preto e branco. Mostra um homem prestes a mergulhar e seu reflexo na água.
 André Kertész – Fork (Garfo),  1928.
Descrição: Fotografia em preto e branco. Mostra um garfo apoiado em um prato.
André Kertész – Shadows (Sombras), Paris, 1931
Descrição: Fotografia em preto e branco. Mostra pessoas vistas de cima e suas sombras,

Andrés Kertész – Painting his Shadow (Pintando a sua sombra), 1927.
Descrição: Fotografia em preto e branco. Mostra um homem em uma escada pintando o lado de fora de sua casa.

Referências:

  • BORHAN, Pierre, et al. André Kertész: His Life and Work. Little, Brown and Company. Massachusetts: 1994.

Juvenal Pereira

 Juvenal Pereira, autor de célebres fotografias é um dos nomes do fotojornalismo brasileiro. 

Aguasujenses, Romaria, MG, Juvenal Pereira, 1975
Aguasujenses, Romaria, MG, Juvenal Pereira, 1975
Fotógrafo autodidata, Juvenal Eustáquio Pereira (1946), nasceu em Romaria, Minas Gerais.  Seu pai, com quem teve grande identificação, era músico e sapateiro, e sua mãe, professora. Cresceu em uma família de 15 irmãos. Suas primeiras influências vieram de sua infância, onde, desde cedo, aprendeu  sobre o socialismo, na prática, dividindo funções e trabalhos. 
De característica inquieta, antes de se descobrir fotógrafo, Juvenal Pereira exerceu diversas funções. E em 1970, começa a trabalhar como fotógrafo na filial mineira (Belo Horizonte) da revista “O cruzeiro”, atuando a seguir, entre 1971 e 1974 na filial baiana da mesma revista, em Salvador. Residindo, já em Brasília, em 1975, fundou  a escola Três por Quatro de Fotografia e Cinema, e entre 1976 e 1979, coordenou o projeto Conversas sobre fotografia, realizado na Aliança Francesa. 
Radicou-se para São Paulo no início da década de 1980, lá implantou o curso de fotografia do Sesc – Fábrica Pompéia, atuando também como professor (1982/1984). Fundou, em 1991, o Núcleo dos Amigos da Fotografia – NaFoto e organizou o Mês Internacional da Fotografia de São Paulo.
O currículo do mineiro é extenso. Atuando como jornalista, Juvenal trabalhou para o Correio Brasiliense e para o Jornal de Brasília, além de ter colaborado para as revistas Veja e Isto É. Entre 1988 e 1989, trabalhou para a Folha de S. Paulo. Juvenal, conheceu diversos estados brasileiros e o exterior. Tratou de muitas temáticas sociais em suas obras, como racismo, regionalismo, crescimento de cidades, política e antropologia. 
Congada, Silvianópolis, MG

No lado direito, a beira de um rio, uma casa, um varal com roupas, duas galinhas. Uma mulher lava os pratos em uma bacia e o homem está sentado realizando algum trabalho manual.
Varal, Vale da Ribeira, SP, 1984

Pessoas em um um corredor tocando música e dançando. Elas estão animadas e felizes.
Samba do Beka, Salvador, BA, 1982

Frente uma casa de barro, no sertão do Maranhão, pessoas paradas olham para o registro da foto.
Negros, Alcântara, MA, Juvenal Pereira, 1981
Em uma parede dentro de casa, ao lado esquerdo uma rede, uma criança aparentemente sentada na rede. Ao lado uma criança de vestido, parada encostada na parede. A parede está com marcas de tempo e há um calendário pendurado na parede.
Interiores, Alcântara, 1979

As mulheres estão de costas, todas com um mesmo vestido. Elas usam lenços na cabeça e carregam consigo uma instrumento de percussão, tambor.
 Caixeras do Divino, Alcântara, 1980 

Conte-nos o que achou da #galeria de hoje, deixe suas impressões sobre estas belas fotografias.

Referências

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