Eugène Atget

Jean-Eugène-Auguste Atget nasceu na França em 1857 na cidade de Libourne. Ele se tornou órfão aos 7 anos de idade, e, junto com seus outros seis irmão, foi criado por seus tios. Em sua juventude trabalhou como marinheiro e aos 21 foi para Paris estudar para se tornar ator.

Eugène Atget foi um dos precursores da fotografia urbana, ficou famoso por retratar Paris inabitada com fotos que foram precursoras do surrealismo.

Jean-Eugène-Auguste Atget nasceu na França em 1857 na cidade de Libourne. Ele se tornou órfão aos 7 anos de idade, e, junto com seus outros seis irmão, foi criado por seus tios. Em sua juventude trabalhou como marinheiro e aos 21 foi para Paris estudar para se tornar ator.

Na foto vemos um pátio amplo, com um pequeno canteiro em seu centro. No canteiro existem um pequena arvore  e alguns arbustos. O pátio é cercado por um prédio de três andares com grandes janelas. 
Hotel de Marechal de Chaulnes, Praça des Vosges, Paris,  1911

Como não obteve sucesso, ele decidiu seguir carreira como pintor, mas descobre sua verdadeira vocação na fotografia. No início de sua carreira ele fotografava as ruas de Paris, e vendia suas fotos como cartões postais para o grande público, foi somente no início do século XX que ele começou a ter seu trabalho reconhecido e passou a vender sua fotos como estudos para arquitetos, designers de palco e  pintores como Man Ray e André Derain que se fascinaram pela composição das fotos e as usaram como base para criação de suas obras. Porém mesmo tendo o reconhecimentos desses artista, uma boa parte do trabalho de Atget só chegou a ser publicado após a sua morte em 1927.

Suas fotografias, feitas com câmeras de grande porte e através de longos períodos de exposição, retratavam vários aspectos de Paris, desde paisagens rurais, a sua população e principalmente a cidade com ruas desertas que davam a suas imagens um tom mágico e surreal. Graças a essa maneira inovadora de compor, Atget é considerado o pai da fotografia moderna, e uma grande inspiração para várias obras do movimento surrealista.

Na foto podemos ver um beco entre dois longos prédios. Dos dois lados do beco posemos ver caixas e portas que vão para dentro dos prédios. 
Vieille Cour, 22 rue Quincampoix,  1908
Na imagem podemos ver uma estatua de mármore de uma mulher deitada em almofadas usando uma toga.
Versailles-Parc, 1920
Na imagem podemos ver em primeiro plano algumas arvores, uma delas está caída. Mais a frente há uma praia e ainda mais ao fundo podemos ver uma construção que aprece ser um castelo.
Cannes, 1922
Na foto poetemos ver um tocador de órgão que usa uma chapéu e uma longa barba, ao lado dele está uma criança usando um vestido, que parece dançar com a musica do instrumento.
 O tocador de Órgão  1898
Na foto podemos ver uma mulher sentada em uma cadeira na porta de uma casa.
Prostituta esperando na frente de sua porta 1921

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Links, Referências e créditos

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CAVALHEIRO, Pedro Olavo Pedroso. Eugène Atget. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/galeria-eugene-atget/>. Publicado em: 18 de nov. de 2020. Acessado em: [informar data].

Daido Moriyama

Daido Moriyama nasceu no Japão na cidade de Ikeda, Osaka, no ano de 1938.

Suas fotografias fogem dos padrões estéticos com que estamos habituados, tornando Daido um dos fotógrafos com estilo mais distinto da atualidade.

Daido Moriyama nasceu no Japão na cidade de Ikeda, Osaka, no ano de 1938. Ele começou a estudar fotografia com o famoso fotógrafo de arquitetura Takeji Iwamiya e  em 1961 se mudou para Tokyo. Seu primeiro livro de fotografias, Nippon Gekijo Shashincho, foi publicado em 1968, desde então ele publicou vários outros e foi agraciado com vários prêmios como o Infinity Award do Centro Internacional de Fotografia de Nova York. 

Na foto podemos ver um cachorro preto olhando diretamente para a câmera com a boca aberta.
Daido Moriyama, Cão vadio, 1971

Daido segue o are-bure-boke, uma vertente da fotografia que consiste em fotos muito granuladas ou cheias de ruído, tremidas, com grande contraste e desfocadas. Ele usa esse estilo, desde seu primeiro livro, para criticar a desenfreada industrialização  de seu país, que vinha impondo aos japoneses um estilo de vida consumista e ocidentalizado, causando aumento das desigualdades sociais. 

Dessa forma, ele foge dos padrões do ocidente e busca fotografar as áreas marginalizadas e esquecidas de Tokyo, sempre utilizando uma câmera compacta Ricoh. O resultado não são fotos belas e agradáveis aos olhos, mas chocantes que carregam algo místico e hipnotizante, quase como memórias distantes.

Uma mulher nua está sentada em uma cama fumando um cigarro. Ao lado dela podemos ver um interruptor na parede, um abajur e o que parece ser uma pia, A imagem é escura, muito granulada e um pouco desfocada.
Daido Moriyama, Provoke No. 2, 1969
A imagem é muito escura e granulada, a única coisa que podemos ver são vários postes de luz.
Daido Moriyama, A estrada que divide pessoas, 1969
Em primeiro plano vemos o rosto desfocado em uma pessoa que parece estar muito próxima ao fotógrafo, ao fundo vê uma criança agarrada às grades de proteção de um porto observando um navio no mar.
Daido Moriyama, Um porto e uma navio. 1972
Em primeiro plano vemos uma criança parada com as mãos nos bolsos, ela está vestindo uma camisa listrada e uma calça que está presa a um suspensório. A criança está com os olhos revirados e há um contorno luminoso a sua volta. No fundo podemos ver uma carro passando pela rua.
Daido Moriyama, As três vistas do japão Nº3, 1974
Uma mulher vestida com uma lingerie está sentada em uma poltrona branca, fumando um cigarro. Ao lado dela podemos ver uma cama e uma abajur.
Daido Moriyama, Sem título, 1969

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CAVALHEIRO, Pedro Olavo Pedroso. Daido Moriyama. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/galeria-daido-moriyama/>. Publicado em: 11 de nov. de 2020. Acessado em: [informar data].

Filmes Fotográficos

O daguerreótipo foi uma das primeiras tecnologias fotográficas desenvolvidas, ela conseguia fixar imagens de maneira até então nunca vista.

No mercado atual os sensores digitais predominam, mas muitos ainda utilizam o filme e continuam essa importante parte da história da fotografia.

O daguerreótipo foi uma das primeiras tecnologias fotográficas desenvolvidas, ela conseguia fixar imagens de maneira até então nunca vista. Porém ainda era uma tecnologia cara, o procedimento para sua preparação era complexo e os equipamentos necessários eram pesados. Isso motivou inventores como Richard Maddox e George Eastman a desenvolverem o que hoje chamamos de filme fotográfico.

A imagem consiste em três pedaços de filme dispostos em uma superfície branca.
moritz320 | Pixabay

Foi em 1871 que o físico Richard Maddox expos no British Journal of Photography sua ideia de utilizar placas de vidro revestidas com gelatina misturada com brometo de cádmio e nitrato de prata para fixar imagens. Sua invenção possibilitou que o tempo de exposição necessário para captar a imagem ficasse mais rápido e as câmeras menores.

Os rolos de filme que conhecemos hoje foram inventados por George Eastman em 1889, eles eram feitos de nitrocelulose coberta com uma mistura de gelatina e cristais de halogeneto de prata. Com o intuito de comercializar sua invenção Eastman fundou a empresa Kodak, que foi pioneira na criação de câmeras cada vez menores e mais fáceis de usar.

Atualmente é possível encontrar uma grande variedade de filmes fotográficos. É importante entender as propriedades de um filme antes de utilizá-lo. Eles podem ter vários tamanhos diferentes, sendo o de 35mm o mais comum deles. Outro fator importante de se observar é a composição, os filmes podem ser feitos de vários elementos químicos e, por isso, proporcionam pigmentações diferentes.

Mas o elemento mais importante a ser observado é o ISO, que na fotografia química recebe o nome de ASA. Nas câmeras digitais podemos alterar o ISO a qualquer momento, mas nas câmeras analogicas é preciso trocar o filme, o que só pode ser feito depois de ter usado todas as poses, então é preciso pensar antes de sair fotografando.  Os filmes podem variar de ASA 32 a 3200, e vale lembrar que quanto maior a ASA maior o granulação das fotos.

Muitos pessoas consideram as películas fotossensíveis ultrapassadas, porém ainda existem muitos fotógrafos que preferem fotografar com elas, seja pelo saudosismo, pelo mistério de não saber o resultado final da foto, ou pela materialidade da fotografia analógica. Esse é o caso do britânico Lewis Khan, fotógrafo emergente no mundo da fotografia e do documentário, vencedor do Shuffle Film Festival em 2016.

No centro da foto vemos um garoto de cabelos loiros e olhos azuis encarando a câmera. Do seu pescoço para baixo ele está enrolado em um tecido branco, que dá a entender que alguém estava cortando seu cabelo. O fundo da foto está desfocado mas é possível perceber uma parede de tijolos a esquerda, e uma árvore com folhas verdes à direita.
Foto de Lewis Khan; sem título; 2017

A foto acima, que integra o projeto Fictions, foi feita por Khan quando ele estava em Cuba fotografando um festival de fogos de artifício. Todas as fotos foram feitas com filme, já que o fotógrafo diz se dar  melhor com as câmeras analógicas, pois, segundo ele, elas exigem que se tenham mais cuidado na hora de fotografar, já que você terá um número limitado de “cliks”, e não vai poder ver o resultado imediatamente.

Se você se interessa em fotografar com filme não é difícil encontrar eles a venda em sites como eBAY ou mercado livre. A empresa Kodak mantém até hoje sua produção de filmes, e devido a uma considerável  aumenta na demanda, a produção dobrou desde 2015. E para ter informações sobre tipos específicos de filme vale a pena checar o site Filmtypes.

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Fontes, Links e referências 

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CAVALHEIRO, Pedro Olavo Pedroso. Filmes Fotográficos. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/fotografetododia-filmes-fotograficos/>. Publicado em: 19 de out. de 2020. Acessado em: [informar data].

Era Uma Vez No Oeste: Fotografia e Música

Era Uma Vez No Oeste é um filme do gênero Spaghetti Western, dirigido Sergio Leone e lançado em 1968.

Nesta obra de Sergio Leone a fotografia se encontra com a música de Ennio Morricone para criar um dos mais icônicos westerns já feito.

Era Uma Vez No Oeste é um filme do gênero Spaghetti Western, dirigido Sergio Leone e lançado em 1968. Por buscar fugir dos clichês dos filmes de sua época e por ter um ritmo muito lento, ele foi mais um dos filmes que no lançamento foram fracassos de bilheteria e crítica, mas que no decorrer de vários anos passou a ser visto como revolucionário, e hoje, ele é considerado como o ápice dos filmes de velho-oeste.

No pôster do filme vemos os rostos dos três protagonistas e do vilão no canto inferior direito, e logo ao lado um desenho de uma das cenas de tiroteio do filme.
Pôster do Filme

O filme tem como protagonistas três personagens: Cheyenne, um chefe de gangue. Jill, uma prostituta de Nova Orleans que se casa e vai para o oeste viver com seu marido. E por último Harmônica, um homem misterioso que busca vingança contra um pistoleiro chamado Frank.

Quando Jill chega em sua nova casa descobre que seu marido foi morto, o assassino é Frank, que tenta forjar evidências para culpar Cheyenne, com isso os caminhos dos protagonistas se entrelaçam e eles partem em busca de vingança.

Por mais que o enredo  pareça um clichê de heróis vingativos, a progressão da história mostra que os personagens são bem mais complexos do que aparentam, demonstrado uma quebra das convenções do seu gênero.

Não é só na narrativa que ele foi contra as convenções de sua época. Para esse projeto, Sergio Leone, Pediu que o compositor Ennio Morricone compusesse a trilha sonora antes mesmo de começar as filmagens, assim toda a direção de fotografia teve como base a trilha sonora. Por isso, movimentação de câmera, iluminação, saturação das cores e posição dos personagens conversam perfeitamente com a música. 

Um bom exemplo é a cena na qual os três personagens principais se encontram pela primeira vez. Ela acontece dentro de um bar escuro, Jill e todos presentes no local estão tensos com a chegada de Cheyenne, o silêncio predomina enquanto ele abre uma garrafa de bebida, mas é interrompido pela música de uma gaita, a música é aguda, áspera e muito misteriosa, combina perfeitamente com a atmosfera do lugar. Cheyenne olha para o lado onde está sentado um homem imerso em sombras, a música começa a ficar mais alta e Chayene joga um lampião em direção a figura misteriosa e nos revela Harmônica.

A maneira como Leone usa as sombras, e planos detalhes nos personagens para compor o sentimento de suspense e perigo é complementada, com maestria, pela trilha sonora, resultando em uma das melhores introduções de personagens do cinema. Esse elo entre a fotografia e música é revolucionário, não somente por criar uma atmosfera de suspense na cena, mas também por contar a história sem  a necessidade de falas.

Hoje temos uma famoso diretor de cinema que se inspira muito nesse filme e que ficou famoso por usar essa mesma técnica! Você sabe quem é? Deixe a resposta aqui nos comentários! E não se esqueça de nos seguir no Instagram para ficar por dentro das novas postagens, e ver os conteúdos exclusivos que publicamos por lá!

Fontes, Links e referências.

Como citar esta postagem

CAVALHEIRO, Pedro Olavo Pedroso. Era Uma Vez No Oeste: Fotografia e Música. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/era-uma-vez-no-oeste-fotografia-e-musica/>. Publicado em: 16 de out. de 2020. Acessado em: [informar data].

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Araquém Alcântara e o programa Mais Médicos

Araquém Alcântara é um jornalista que ficou famoso por ser um dos pioneiros na fotografia de natureza no brasil.

Araquém visitou 38 cidades de 20 estados para fotografar o dia a dia de médicos e pacientes do programa Mais Médicos.

Araquém Alcântara é um jornalista que ficou famoso por ser um dos pioneiros na fotografia de natureza no brasil. Ele já produziu mais de 70 livros, 80 exposições e já recebeu mais de 30 prêmios por seu trabalho.

Médico Cubano Sael no sertão Sergipano
Médico Cubano Sael no sertão Sergipano
 

Foi devido a sugestão de um amigo que Araquém decidiu viajar pelo país passando por várias cidades e estados para fotografar o programa Mais Médicos. O resultado de suas viagens foi publicado no livro “Mais Médicos”, onde Araquém conta histórias dos médicos e médicas, em sua maioria cubanos, e dos pacientes das regiões atendidas pelo programa.

Em muitos dos locais em que Araquém visitou, os médicos do programa eram os primeiros profissionais da saúde entrarem em contato com os moradores da região, e o fotógrafo conseguiu captar nas fotografias tanto a alegria das pessoas ao serem atendidas pelos médicos,  quanto também o amor que esses profissionais têm por sua profissão e a maneira humana e carinhosa com que eles buscavam atender seus pacientes.

 
Médico Cubano Dr. Alberto Aquilino atendendo a uma criança em Igreja Nova AL
Médico Cubano Dr. Alberto Aquilino atendendo a uma criança em Igreja Nova AL
Médico albanês Dr. Artan Cekaj atendendo na zona rural de Maquiné RS
Médico albanês Dr. Artan Cekaj atendendo na zona rural de Maquiné RS
Médica Cubana Dr. Aimée Pérez em Igreja Nova AL
Médica Cubana Dr. Aimée Pérez em Igreja Nova AL
Médico cubano Dr. Jaroslav Fleites Martinez que atende moradores do Bairro Aparecida, no município de Antônio Prado RS
Médico cubano Dr. Jaroslav Fleites Martinez que atende moradores do Bairro Aparecida, no município de Antônio Prado RS
Médico cubano Dr. Jean-Gardy Merceus que atende moradores de comunidades ribeirinhas no município de Manacapuru AM
Médico cubano Dr. Jean-Gardy Merceus que atende moradores de comunidades ribeirinhas no município de Manacapuru AM

Eae, gostou das fotos desse excelente artista? Você pode comentar suas impressões com outros aficionados pela fotografia no nosso grupo do Facebook!

Como citar esta postagem

CAVALHEIRO, Pedro Olavo Pedroso. Araquém Alcântara e o programa Mais Médicos. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/galeria-araquem-alcantara-e-o-programa-mais-medicos/>. Publicado em: 07 de out. de 2020. Acessado em: [informar data].

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A revolucionária fotografia de Cidadão Kane

Cidadão Kane é um filme de 1941 dirigido e estrelado por Orson Welles.

Cidadão Kane se tornou um marco na história do cinema não somente por sua narrativa inovadora, mas também por suas técnicas de direção de fotografia.

Cidadão Kane é um filme de 1941 dirigido e estrelado por Orson Welles. O longa teve uma estreia um tanto quanto morna, ele não foi um sucesso de bilheteria e mesmo tendo concorrido a nove categorias do Academy Awards ganhou apenas uma. Porém, hoje, ele é visto como ums dos melhores filmes já feitos na história, tanto pela direção de Welles quanto pela magnífica cinematografia de Gregg Toland.

Pôster do filme

O filme se inicia com a morte do protagonista Charles Foster Kane, que em seu último suspiro pronuncia a palavra “rosebud”.  Como ele era um homem muito rico e poderoso, dono de várias empresas e  um magnata da comunicação, os jornais passam a investigar qual seria o significado da última palavra proferida por Charles.

O brilhantismo do filme se dá tanto por sua narrativa com progressão não linear, quanto pelas técnicas de fotografia empregadas na composição das cenas que não somente trazem beleza as imagens do filme, mas também por serem usadas como ferramentas que contribuem muito para o desenvolvimento da história.

A utilização de longos planos sequência que dão mais ênfase na interpretação dos atores, ou os enquadramentos em contra-plongée que muitas vezes são usadas para demonstrar a grandeza de Kane são exemplos de técnicas que serviram como base para vários outros filmes. Contudo, o artifício que se sobressai é a grande profundidade de campo. Essa não foi uma técnica inédita no cinema, mas o modo como ela foi aplicada, sim.

Com uma grande profundidade várias coisas puderam ser feitas de maneira diferente dos padrões cinematográficos da época, como por exemplo o modo como os atores entravam em cena, que costumava ser apenas pelas laterais, agora pode ser feitos de maneiras mais variadas ou os cortes constantes para mostrar elementos diferentes agora não eram mais necessários. Uma cena interessante em que podemos ver a profundidade de campo sendo usada, é quando Kane e sua segunda esposa Susan Alexander estão conversando dentro da grande mansão Xanadu.

 
Em primeiro plano, vemos Susan olhando para baixo, na frete dela esta Kane sentado em uma enorme cadeira. A distancia entre os dois é enorme, e entre eles existe um sofá.
Cena com Charles Kane e Susan Alexander conversando na mansão Xanadu

Nesta cena, a profundidade de campo é utilizada para mostrar vários elementos de uma só vez, ela serve tanto para nos dar noção do quão grande é a mansão, mas também demonstra, de maneira simbólica, que o casal já está se distanciando, e ainda passa ao espectador o sentimento de solidão que encaixa perfeitamente nas emoções do personagem principal, e são cenas como essa que tornam esse filme quase que como obrigatório na repertorio de qualquer cinéfilo, ou apaixonado por fotografia.

Agora é sua vez de ver o filme e ficar com olhos atentos nesses elementos! E não se esqueça de contar suas impressões sobre o filme para outros fãs de cinema e fotografia no nosso grupo do facebook!

Links, Referências e Créditos

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CAVALHEIRO, Pedro Olavo PedrosoA revolucionária fotografia de Cidadão Kane. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/a-revolucionaria-fotografia-de-cidadao-kane/>. Publicado em: 28 de agos. de 2020. Acessado em: [informar data].

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Dia Mundial da Fotografia

Já imaginou um mundo sem câmeras?

Fizemos uma curadoria de lives para te contar como foi comemorado o Dia Mundial da Fotografia nas redes sociais.

Já imaginou um mundo sem câmeras?

Isto, felizmente, não é uma realidade e, por isso, nesta quarta-feira (19/08) foi comemorado o Dia Mundial da Fotografia, data que marca a apresentação no Instituto de França de um dos aparelhos, o Daguerreótipo, que possibilitou que o mundo desfrutasse desse processo mágico que resulta ao mesmo tempo em registro e arte e que é uma maneira que nós do Cultura Fotográfica encontramos para nos expressar. Dessa forma, resolvemos estender nossas homenagens à essa nossa paixão por toda a semana, com posts especiais sobre o assunto, mas não deixamos de prestigiar outros blogs, canais e perfis de Instagram que também comemoraram a data, produzindo ótimos conteúdos que compartilharemos agora com vocês. Cada membro de nossa equipe escolheu uma das lives que assistiu nesta semana para compartilhar com vocês na lista abaixo.

Imagem de Shutterbug75 por Pixabay

Ana Carolina – Festival de fotojornalismo de Brasília (Foto BSB) – Representações do Feminino na Mídia

Em uma live de 1 hora de duração no Youtube, Zuleika de Souza mediou uma conversa com a filósofa Marcia Tiburi e a jornalista Daniela Nahass, em que as três discutiram como os meios de comunicação representam a imagem das mulheres, principalmente daquelas em espaços de poder, através da análise de fotos de líderes políticas, em que elas foram retratadas como loucas ou descontroladas. Além de discutir o papel da mulher na sociedade e na política, a live também te faz pensar em como a fotografia contribui para manutenção de estereótipos e preconceitos. 

Clara: Museu da Fotografia de Fortaleza – A Fotografia e o Labirinto do Teseu

O Museu da Fotografia de Fortaleza realizou várias atividades que registraram a importância e relevância local do Dia Mundial da Fotografia. As homenagens retrataram as habilidades e a importância no fazer fotográfico produzido por artistas de todo o país.

A live “A Fotografia e O Labirinto de Teseu”, com o fotógrafo Luiz Santos abordou os caminhos da linguagem fotográfica, desde seu início à fotografia de telefone. A live provocou no público a reflexão sobre a fotografia na contemporaneidade.

Como uma forma de comemorar a data e celebrar essa maravilhosa arte, o Museu de Fotografia Fortaleza divulgará o resultado do primeiro “Concurso de Fotografia de Celular MFF”. A exposição poderá ser conferida entre os dias 24 a 28 de agosto no perfil do MFF no Instagram.

Daiane: Festival de Fotojornalismo de Brasília (Foto BSB) – Série Encontros: Ana Carolina Fernandes (RJ) e Walter Firmo (RJ)

Esta live não tratou do Dia Mundial da Fotografia, mas foi ótimo ter tido a oportunidade de assistir a conversa entre dois fotógrafos que eu adoro e até me fez voltar a ver o lado bom dessa proliferação de eventos online dos últimos meses, a qual, para ser sincera, já se tornou cansativa para mim. O encontro entre Ana Carolina Fernandes e Walter Firmo aconteceu às 21h30min desta quarta-feira e foi possível ver ambos os fotógrafos discutindo e explicando suas próprias obras, contando sobre o trabalho de fotojornalista, examinando os aspectos do jornalismo atual, além de uma prévia do livro que Walter Firmo está escrevendo.

Kaio: Lives da Revista ZUM

A revista Zum é uma publicação do Instituto Moreira Salles dedicada integralmente à fotografia. Nesse mês de Agosto, foi lançada uma edição super especial, gratuita e online e para o lançamento, várias lives foram promovidas – a última delas nesse último dia 19, Dia Mundial da Fotografia – explorando alguns dos conteúdos da edição com seus autores e artistas envolvidos. As 4 lives estão disponíveis no canal da revista no youtube, é possível assistir na playlist acima.

Marcelo: Eduardo Tropia – Live com Roberto Faria

Oi, sou o Marcelo e estou aqui para recomendar uma dentre as várias lives que assisti e que gostei muito!!

Eduardo Tropia durante o mês de agosto, está fazendo em seu perfil do Instagram uma série de lives com fotógrafos de todo Brasil para comemorar o mês da fotografia.

Uma das lives é com o fotógrafo baiano Roberto Faria, que exalta em suas fotografias a identidade do estado da Bahia, entre outros estados do nordeste do Brasil. Roberto Faria também já fotografou para capas de álbuns de alguns cantores baianos, como  a do álbum Ori de Luiz Caldas.

Vale a pena conferir a conversa, onde, o fotógrafo convidado comenta sobre uma série de fotos feitas durante todos os anos de profissão.

Pedro: Eduardo Tropia – Live com Walter Firmo

Para comemorar o dia mundial da fotografia, o fotógrafo ouropretano, Eduardo Tropia, convidou Walter Firmo para conversar em uma live no Instagram. Walter, que é um dos grandes nomes da fotografia nacional, comentou sobre algumas de suas fotos, contando desde como elas foram feitas às histórias por trás delas, e falou também um pouco sobre sua história de vida. A live teve um clima descontraído e irreverente, com uma pegada papo de bar. Se você gosta de fotografia, com certeza deveria dar uma olhada nessa excelente conversa.

Encerramos a semana da fotografia com essa seleção. É muito bom poder compartilhar nossa paixão pela fotografia aqui no blog em qualquer dia do ano, mas foi mais especial nesta semana. Por essa razão, tentamos transmitir o carinho que temos por fotografar, ver fotografias ou apenas ouvir falar sobre. Esperamos que tenhamos alcançado nosso objetivo.

#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quinta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhece

Como citar essa postagem

COSTA, Clara. Dia Mundial da Fotografia. Cultura Fotográfica. Publicado em: 21 de ago. de 2020. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/dia-mundial-da-fotografia/. Acessado em: [informar data].

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O daguerreótipo e o início da fotografia

Há quase 200 anos atrás Nicéphore Niépce e Louis Daguerre foram responsáveis por criar um método para fixar imagens luminosas quando essas eram expostas em superfícies fotossensíveis, o daguerreótipo, que difundiu a fotografia nas classes mais ricas da sociedade.

O daguerreótipo foi um dos primeiros processos fotográficos, e o principal responsável pela popularização da fotografia.

Há quase 200 anos atrás Nicéphore Niépce e Louis Daguerre foram responsáveis por criar um método para fixar imagens luminosas quando essas eram expostas em superfícies fotossensíveis, o daguerreótipo, que difundiu a fotografia nas classes mais ricas da sociedade.

Na foto temos como objeto principal uma bicicleta moderna, apoiada em uma vaso branco  no qual cresce uma planta sem nenhuma folha e com galhos tortos. A foto tem uma paleta de cores limitada, predomi-se o marrom e o preto, devido a técnica empregada em sua composição.
Foto de Francisco Moreira da Costa; Sem Título; 2010

Em 1826 Nicéphore Niépce produziu o que hoje é considerada a primeira foto da história. Ele a fez através de um processo batizado de heliografia, que consistia na projeção de uma imagem luminosa, através de uma câmara obscura, sobre uma placa de vidro revestida com betume da judeia atenuado com óleo animal.

Seu método ainda não era capaz de produzir imagens com nitidez, e o tempo de exposição era muito longo. Com o intuito de aperfeiçoar sua invenção Niépce uniu forças com outro inventor francês, Louis Daguerre. Os dois trabalharam juntos até a morte de Niépce em 1833.

Pouco depois da morte de seu colega Daguerre apresentou a versão melhorada da heliografia, que ele batizou de daguerreótipo, na academia Francesa de Ciências. O novo processo consistia em expor placas de prata em vapores de cristais de iodo, que produzia uma fina camada de iodeto de prata. Para imagens mais nítidas também era necessário uma longa exposição, mas Daguerre descobriu que poderia fazer exposições mais curtas se depois colocasse a placa em contato com  vapores de mercúrio. Desse modo, seu processo entregava imagens mais nítidas e com mais rapidez.

Ainda hoje existem fotógrafos que usam o daguerreótipo para fazer suas fotos. Esse é o caso de Francisco Moreira da Costa, que começou a estudar esse processo em 1996 através de documentos históricos que ensinavam a reproduzir essa técnica. Hoje ele cria seus daguerreótipos de uma maneira ligeiramente diferente da original, pois essa exigia o manuseio de substâncias extremamente nocivas para a saúde.

A foto possui uma composição bem simples que se resume a uma abacaxi no centro da imagem com a coroa inclinada para a esquerda. Na foto predominam tons em sépia.
Foto de Francisco Moreira da Costa; Sem Título; 2016

A imagem acima é um dos daguerreótipos de Francisco que foram expostos em 2016 na exposição Tempo Improvável, no Rio de Janeiro. A foto por mais que tenha uma composição extremamente simples não deixa de chamar a atenção. Nela predominam os tons em sépia, provavelmente por causa do enxofre usado na produção do daguerreótipo. No centro vemos um abacaxi, e em toda a sua volta vemos as manchas causadas pelos processo de produção da imagem, que na foto original mudam de tom conforme o ângulo com que se olha.

Vale a pena lembrar que por mais que o daguerreótipo tenha sido um dos principais processos a difundir a fotografia como uma técnica viável, ele não foi o único naquela época. Junto com Niépce e Daguerre muitos outros inventores também buscavam criar técnicas fotográficas, como por exemplo  o suíço-brasileiro Hércules Florence que começou seu estudo com o nitrato de prata em 1833, e foi o primeiro a usar o termo “photographie”.

Gostou da história dos pioneiros da fotografia, ou dos daguerreótipos de Francisco? Deixa aqui nos comentários as suas impressões! E não se esqueça de seguir a nossa página no Instagram para mais conteúdos como esse!

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Annie Leibovitz

Anna-Lou “Annie” Leibovitz nasceu no dia 2 de outubro de 1949 em Waterbury, Connecticut.

Responsável por criar o estilo visual da revista Rolling Stones, Annie é considerada uma das mais ilustres fotógrafas de celebridades.

Anna-Lou “Annie” Leibovitz nasceu no dia 2 de outubro de 1949 em Waterbury, Connecticut. Sua mãe era dançarina e sempre tentava mostrar o mundo das artes para a filha , que desde de pequena era apaixonada por música e pintura. Ela chegou a estudar pintura no Instituto de Artes de São Francisco, mas lá descobriu uma outra paixão: a fotografia.

Annie começou sua carreira em 1969 quando começou a trabalhar na revista Rolling Stones, que na época ainda estava em seus primeiros números. Não demorou para ela ganhar destaque e em 1973 já tinha sido nomeada fotógrafa chefe, posição que ela manteve por dez anos sendo importantíssima na criação do estilo imagético da revista.

Um de seus primeiros trabalhos para a revista, foi acompanhar a banda Rolling Stones durante uma turnê em 1971. Depois disso, ela ficou famosa produzindo fotos icônicas de celebridades como John Lennon, Leonardo diCaprio, Angelina Jolie entre outras. Com isso ela também se tornou uma das mais importantes fotógrafas de moda dos EUA. Mas sua carreira não se resumiu apenas a moda e celebridades, ela também chegou a ser fotógrafa de guerra e cobriu os conflitos em Sarajevo e Ruanda.

 
Foto da Atriz Anne Hathaway para a revista Vogue
Foto da Atriz Anne Hathaway para a revista Vogue
Leonardo DiCaprio com um cisne
Leonardo DiCaprio com um cisne
Bicicleta caída de um garoto morto a tiros. Sarajevo 1994
Bicicleta caída de um garoto morto a tiros. Sarajevo 1994
Foto de John Lennon e Yoko Ono momentos antes do assassinato de John em 1980
Foto de John Lennon e Yoko Ono momentos antes do assassinato de John em 1980
Atriz Meryl Streep
Atriz Meryl Streep
Foto da Banda The Rolling Stones no palco na turnê de 1971
 

E então você gostou da obra dessa artista ? Você pode saber mais sobre ela através dos livros Annie Leibovitz at Work, A Photographer’s Life e vários outros,  não se esqueça de comentar sua opinião sobre sua obra no nosso grupo do Facebook!

Links, Referências e Créditos

Como citar esta postagem

CAVALHEIRO, Pedro Olavo Pedroso. Annie Leibovitz. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/galeria-annie-leibovitz/>. Publicado em: 08 de jul. de 2020. Acessado em: [informar data].

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