Nesta obra de Sergio Leone a fotografia se encontra com a música de Ennio Morricone para criar um dos mais icônicos westerns já feito.
Era Uma Vez No Oeste é um filme do gênero Spaghetti Western, dirigido Sergio Leone e lançado em 1968. Por buscar fugir dos clichês dos filmes de sua época e por ter um ritmo muito lento, ele foi mais um dos filmes que no lançamento foram fracassos de bilheteria e crítica, mas que no decorrer de vários anos passou a ser visto como revolucionário, e hoje, ele é considerado como o ápice dos filmes de velho-oeste.
Pôster do Filme |
O filme tem como protagonistas três personagens: Cheyenne, um chefe de gangue. Jill, uma prostituta de Nova Orleans que se casa e vai para o oeste viver com seu marido. E por último Harmônica, um homem misterioso que busca vingança contra um pistoleiro chamado Frank.
Quando Jill chega em sua nova casa descobre que seu marido foi morto, o assassino é Frank, que tenta forjar evidências para culpar Cheyenne, com isso os caminhos dos protagonistas se entrelaçam e eles partem em busca de vingança.
Por mais que o enredo pareça um clichê de heróis vingativos, a progressão da história mostra que os personagens são bem mais complexos do que aparentam, demonstrado uma quebra das convenções do seu gênero.
Não é só na narrativa que ele foi contra as convenções de sua época. Para esse projeto, Sergio Leone, Pediu que o compositor Ennio Morricone compusesse a trilha sonora antes mesmo de começar as filmagens, assim toda a direção de fotografia teve como base a trilha sonora. Por isso, movimentação de câmera, iluminação, saturação das cores e posição dos personagens conversam perfeitamente com a música.
Um bom exemplo é a cena na qual os três personagens principais se encontram pela primeira vez. Ela acontece dentro de um bar escuro, Jill e todos presentes no local estão tensos com a chegada de Cheyenne, o silêncio predomina enquanto ele abre uma garrafa de bebida, mas é interrompido pela música de uma gaita, a música é aguda, áspera e muito misteriosa, combina perfeitamente com a atmosfera do lugar. Cheyenne olha para o lado onde está sentado um homem imerso em sombras, a música começa a ficar mais alta e Chayene joga um lampião em direção a figura misteriosa e nos revela Harmônica.
A maneira como Leone usa as sombras, e planos detalhes nos personagens para compor o sentimento de suspense e perigo é complementada, com maestria, pela trilha sonora, resultando em uma das melhores introduções de personagens do cinema. Esse elo entre a fotografia e música é revolucionário, não somente por criar uma atmosfera de suspense na cena, mas também por contar a história sem a necessidade de falas.
Hoje temos uma famoso diretor de cinema que se inspira muito nesse filme e que ficou famoso por usar essa mesma técnica! Você sabe quem é? Deixe a resposta aqui nos comentários! E não se esqueça de nos seguir no Instagram para ficar por dentro das novas postagens, e ver os conteúdos exclusivos que publicamos por lá!
Fontes, Links e referências.
- https://attena.ufpe.br/bitstream/123456789/2861/1/arquivo104_1.pdf
- https://www.planocritico.com/critica-era-uma-vez-no-oeste/
- https://www.youtube.com/watch?v=hVL2gc_CRTY
- https://www.cineset.com.br/50-anos-de-era-uma-vez-no-oeste-uma-carta-de-amor-de-sergio-leone-ao-faroeste/
Como citar esta postagem
CAVALHEIRO, Pedro Olavo Pedroso. Era Uma Vez No Oeste: Fotografia e Música. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/era-uma-vez-no-oeste-fotografia-e-musica/>. Publicado em: 16 de out. de 2020. Acessado em: [informar data].