Dia Mundial da Fotografia

Já imaginou um mundo sem câmeras?

Fizemos uma curadoria de lives para te contar como foi comemorado o Dia Mundial da Fotografia nas redes sociais.

Já imaginou um mundo sem câmeras?

Isto, felizmente, não é uma realidade e, por isso, nesta quarta-feira (19/08) foi comemorado o Dia Mundial da Fotografia, data que marca a apresentação no Instituto de França de um dos aparelhos, o Daguerreótipo, que possibilitou que o mundo desfrutasse desse processo mágico que resulta ao mesmo tempo em registro e arte e que é uma maneira que nós do Cultura Fotográfica encontramos para nos expressar. Dessa forma, resolvemos estender nossas homenagens à essa nossa paixão por toda a semana, com posts especiais sobre o assunto, mas não deixamos de prestigiar outros blogs, canais e perfis de Instagram que também comemoraram a data, produzindo ótimos conteúdos que compartilharemos agora com vocês. Cada membro de nossa equipe escolheu uma das lives que assistiu nesta semana para compartilhar com vocês na lista abaixo.

Imagem de Shutterbug75 por Pixabay

Ana Carolina – Festival de fotojornalismo de Brasília (Foto BSB) – Representações do Feminino na Mídia

Em uma live de 1 hora de duração no Youtube, Zuleika de Souza mediou uma conversa com a filósofa Marcia Tiburi e a jornalista Daniela Nahass, em que as três discutiram como os meios de comunicação representam a imagem das mulheres, principalmente daquelas em espaços de poder, através da análise de fotos de líderes políticas, em que elas foram retratadas como loucas ou descontroladas. Além de discutir o papel da mulher na sociedade e na política, a live também te faz pensar em como a fotografia contribui para manutenção de estereótipos e preconceitos. 

Clara: Museu da Fotografia de Fortaleza – A Fotografia e o Labirinto do Teseu

O Museu da Fotografia de Fortaleza realizou várias atividades que registraram a importância e relevância local do Dia Mundial da Fotografia. As homenagens retrataram as habilidades e a importância no fazer fotográfico produzido por artistas de todo o país.

A live “A Fotografia e O Labirinto de Teseu”, com o fotógrafo Luiz Santos abordou os caminhos da linguagem fotográfica, desde seu início à fotografia de telefone. A live provocou no público a reflexão sobre a fotografia na contemporaneidade.

Como uma forma de comemorar a data e celebrar essa maravilhosa arte, o Museu de Fotografia Fortaleza divulgará o resultado do primeiro “Concurso de Fotografia de Celular MFF”. A exposição poderá ser conferida entre os dias 24 a 28 de agosto no perfil do MFF no Instagram.

Daiane: Festival de Fotojornalismo de Brasília (Foto BSB) – Série Encontros: Ana Carolina Fernandes (RJ) e Walter Firmo (RJ)

Esta live não tratou do Dia Mundial da Fotografia, mas foi ótimo ter tido a oportunidade de assistir a conversa entre dois fotógrafos que eu adoro e até me fez voltar a ver o lado bom dessa proliferação de eventos online dos últimos meses, a qual, para ser sincera, já se tornou cansativa para mim. O encontro entre Ana Carolina Fernandes e Walter Firmo aconteceu às 21h30min desta quarta-feira e foi possível ver ambos os fotógrafos discutindo e explicando suas próprias obras, contando sobre o trabalho de fotojornalista, examinando os aspectos do jornalismo atual, além de uma prévia do livro que Walter Firmo está escrevendo.

Kaio: Lives da Revista ZUM

A revista Zum é uma publicação do Instituto Moreira Salles dedicada integralmente à fotografia. Nesse mês de Agosto, foi lançada uma edição super especial, gratuita e online e para o lançamento, várias lives foram promovidas – a última delas nesse último dia 19, Dia Mundial da Fotografia – explorando alguns dos conteúdos da edição com seus autores e artistas envolvidos. As 4 lives estão disponíveis no canal da revista no youtube, é possível assistir na playlist acima.

Marcelo: Eduardo Tropia – Live com Roberto Faria

Oi, sou o Marcelo e estou aqui para recomendar uma dentre as várias lives que assisti e que gostei muito!!

Eduardo Tropia durante o mês de agosto, está fazendo em seu perfil do Instagram uma série de lives com fotógrafos de todo Brasil para comemorar o mês da fotografia.

Uma das lives é com o fotógrafo baiano Roberto Faria, que exalta em suas fotografias a identidade do estado da Bahia, entre outros estados do nordeste do Brasil. Roberto Faria também já fotografou para capas de álbuns de alguns cantores baianos, como  a do álbum Ori de Luiz Caldas.

Vale a pena conferir a conversa, onde, o fotógrafo convidado comenta sobre uma série de fotos feitas durante todos os anos de profissão.

Pedro: Eduardo Tropia – Live com Walter Firmo

Para comemorar o dia mundial da fotografia, o fotógrafo ouropretano, Eduardo Tropia, convidou Walter Firmo para conversar em uma live no Instagram. Walter, que é um dos grandes nomes da fotografia nacional, comentou sobre algumas de suas fotos, contando desde como elas foram feitas às histórias por trás delas, e falou também um pouco sobre sua história de vida. A live teve um clima descontraído e irreverente, com uma pegada papo de bar. Se você gosta de fotografia, com certeza deveria dar uma olhada nessa excelente conversa.

Encerramos a semana da fotografia com essa seleção. É muito bom poder compartilhar nossa paixão pela fotografia aqui no blog em qualquer dia do ano, mas foi mais especial nesta semana. Por essa razão, tentamos transmitir o carinho que temos por fotografar, ver fotografias ou apenas ouvir falar sobre. Esperamos que tenhamos alcançado nosso objetivo.

#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quinta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhece

Como citar essa postagem

COSTA, Clara. Dia Mundial da Fotografia. Cultura Fotográfica. Publicado em: 21 de ago. de 2020. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/dia-mundial-da-fotografia/. Acessado em: [informar data].

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Fotos que nos inspiram: Dia mundial da fotografia

Hoje é o dia Mundial da Fotografia,  e também completamos 100 publicações, por isso o Cultura Fotográfica, preparou uma #galeria um pouco diferente, com fotos que nos inspiram. Confira!

Louis Jacques Mandé Daguerre (1787-1851). Litografia / Acervo da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos
No dia 19 de agosto comemora-se em todo o mundo, o dia mundial da fotografia. A escolha da data, para celebrar as diversas possibilidades de concepção dessa arte, é uma homenagem à invenção do daguerreótipo. Aparelho precursor das câmeras fotográficas, desenvolvido pelo francês Louis Daguerre, em 1837, tendo como base os estudos de Joseph Niépce, criador do héliographie, anos antes.  O motivo de escolha desta data, é que em 19 de agosto de 1839, a Academia Francesa de Ciências patenteou e noticiou em todo o mundo esta nova invenção. No mesmo ano em que o daguerreótipo ganhou fama, foi desenvolvido o calótipo, uma outra técnica de captura de imagens, elaborado por William Fox Talbot. E devido às notáveis invenções, o ano de 1839 foi aclamado como o ano referência da invenção da fotografia.
Louis Jacques Mandé Daguerre (1787-1851). Litografia / Acervo da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos

E é por isso, que hoje decidimos homenagear esse dia de um modo bastante subjetivo. Todo mundo já se viu, impressionado ou impactado por uma imagem, não é mesmo?  Afinal, pela fotografia contamos histórias, paralisamos um breve momento e internalizamos nela a arte. Por isso, nossa equipe optou em realizar essa manifestação em conjunto. Foi proposto a nossa equipe, que cada um escolhesse uma fotografia que de algum modo lhe cause algum sentimento e fizesse um pequeno relato sobre a importância ou significado da imagem para ela.

E então, sem mais delongas, confira essa seleção de imagens!

Quatro homens negros trabalhando em condições precárias, sobre todas de madeiras fixadas nas paredes de pedra, amarradas por cordas e grossas correntes.
 Marc Ferrez, escravos em mina subterrânea,1888
Tenho uma forte ligação afetiva e familiar com Passagem de Mariana, um dos distritos da cidade de Mariana, Minas Gerais. Nele, existe a Mina da Passagem, uma das maiores minas subterrâneas abertas a visitação no estado, local onde foi tirada a fotografia. Fico imaginando quem seriam esses escravizados trabalhando na mina. Será que eram meus antepassados? Perguntas que permeiam por minha mente e trazem um misto de sensações. (Marcelo Gonçalves
Uma mulher vestida com roupas de aviadora do anos 40 olha para o céu enquanto aviões passam.
Nickolas Murray – Soldiers of the Sky, 1940
Comprei recentemente o livro “The Photography Book” e fiquei fascinada por esta fotografia de Nickolas Murray cujos aviões inicialmente me roubaram a atenção por seu aspecto irreal, como se eles, as nuvens e tudo acima da mulher tivessem sido pintados no teto de um estúdio. A quantidade e a altura a que voam pode ser inimaginável para quem nunca viveu o contexto de guerra. Depois de alguns dias voltando ao livro, porém, comecei a reparar na aviadora que, com sua maquiagem intacta em uma beleza e juventude eternizadas, me remeteu ao glamour hollywoodiano da época. Assim, objetos tão diferentes como os aviões e o batom vermelho da aviadora passaram a ter uma conexão na minha mente, porque separados eles comporiam apenas uma fotografia de guerra ou uma fotografia de moda, respectivamente, mas juntos eles se tornaram uma propaganda irrefutável do heroísmo simulado do American Way of Life, me lembrando de que as fotografias transformam realidades em conceitos. (Daiane Maciel)
A foto retrata uma rua estreita, cercada de prédios altos. No final da rua é possível ver apenas uma luz muito forte. No terceiro andar de um dos prédios pode-se ver uma janela, onde deus mulheres observam o fotógrafo.
Eugène Atget, Vieille Cour, 22 rue Quincampoix,  1908
Não sei se  é o fim da pequena ruela, que parece acabar em um infinito, ou se são os olhares curiosos das duas mulheres no segundo andar, mas essa foto me fascina, quando olho para ela me vem na cabeça uma jornada na qual não sei para onde vou, ou algo que contemplo, sem saber ao certo o que é. (Pedro Olavo)
A foto mostra uma bailarina clássica segurando uma bandeira do Chile,  dançando em frente a veículos da polícia militar.
María Paz Morales – Bailarina em frente a carros da policia. Marcha no Chile, 25 de outubro.

Essa foto foi tirada durante os protestos que aconteceram no Chile em Outubro de 2019, quando o povo chileno foi às ruas para cobrar melhores  condições de vida.  A fotógrafa María Paz Morales fotografou Catalina Duarte, uma bailarina do Teatro Municipal de Santiago que, portando uma bandeira chilena, dançou em frente aos carros da polícia no ponto de encontro dos manifestantes. Essa foto me impactou desde o primeiro momento em que a vi, pois mostra a arte como meio de comunicação, de protesto e sensibilização. (Kaio Veloso)

 Temos os quatro integrantes da banda Beatles em cima da cama, em uma guerra de travesseiros.
Harry Benson, 1964
Essa foto dos Beatles foi tirada por Harry Benson, um famoso fotógrafo de celebridades, durante uma guerra de travesseiros da banda em um hotel de Paris. Não sei dizer o que exatamente me comove nessa imagem. Se é a simplicidade do momento em si, ou se é ver essa banda, que foi um fenômeno mundial, em um momento tão familiar e amigável. Como uma grande fã do trabalho dos Beatles, acho sempre muito bacana poder ver os músicos em momentos tão descontraídos, diferente da foto da capa do Abbey Road, por exemplo, que é uma foto muito marcante, mas não espontânea. (Clara)
quatro homens atravessam uma faixa de pedestres em fila indiana.
Capa do álbum “Abbey Road” (1969) do fotógrafo Iain Macmillan
Essa capa é uma das fotos mais icônicas do século. Eu adoro a estética retrô das roupas e dos carros e o fato de que é muito fácil recriá-la com seus amigos. E os fãs terem feito teorias da conspiração sobre se Paul McCartney estaria morto e encontrado simbolismos nas roupas que Os Beatles estavam usando só torna a foto mais fascinante para mim. (Ana Carolina)

Joaquim Riachão, o "cantador do sertão", sentado sobre uma mureta de pedra, em frente à casa, tocando sua flauta.
Joaquim Riachão, o Contador do Sertão, Chapada da Diamantina, Igatu BA. Zé de Boni, 1988

Entre registro do instante e a história por trás dos momentos, a fotografia torna-se uma arte que eterniza, registra situações que diz muito sobre a visão do fotógrafo sobre o mundo. Fotografia é arte, mas também um ato político, ela é capaz de recriar experiências vividas e reconta-las a quem as observa. Essa fotográfica ao meu ver tem um ar de abstrato, e ao mesmo tempo te leva imergir na cena. (Joana Rosário)

Agora é com você! Poste no seu instagram uma fotografia com a tag #fotografiaqueinspiradia19 e vamos eternizar juntos mais um aniversário da fotografia. 

Referências 

  • Brasiliana Fotográfica
  • Enciclopédia Itau cultural
  • MENINO e Rodinha. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. 
    ISBN: 978-85-7979-060-7 Acesso em: 18 de Ago. 2020. Verbete da Enciclopédia.  Disponível em <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra65453/menino-e-rodinha>. 
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19 de agosto, Dia Mundial da Fotografia

Cartão de Visita de François Arago – Fotógrafo desconhecido
Em 1826, o inventor Nicéphore Niépce produziu a primeira imagem obtida por meio de um processo fotográfico. No entanto, foi o ano de 1839 que entrou para a história da fotografia. Nesse ano, o cientista e político francês, François Arago, anunciou a invenção do Daguerreótipo, processo fotográfico desenvolvido por Louis Daguerre com base nas pesquisas de Niépce, e tornou público os procedimentos para a sua execução.

No dia 7 de janeiro de 1839, Arago apresentou aos membros da Acadêmia de Ciências de Paris alguns daguerreótipos. No entanto, ele não revelou os procedimentos elaborados por Daguerre, a fim de não colocar em risco os direitos que ele possui em relação a sua invenção.
No dia 3 de julho do mesmo ano, Arago defendeu, na Câmara dos Deputados, uma proposta de aquisição da invenção de Daguerre pelo governo francês. O discurso de Arago é uma apologia ao processo fotográfico desenvolvido por Daguerre. Nele, a importância dos trabalhos de Niépce é minimizada e os processos desenvolvidos por Bayard, o positivo direto sobre papel, e por Talbot, o Talbótipo, são rejeitados.
No dia 19 de agosto de 1839, o governo francês oferece a toda a humanidade os conhecimentos necessários para a produção de daguerreótipos. Em uma sessão aberta e conjunta da Acadêmias de Artes e da Academia de Ciências, Arago tornou público os procedimentos para a fixação automática das imagens naturais projetadas com uma câmera escura.

As três intervenções realizadas por Arago em 1839 foram fundamentais para disseminar a fotografia por toda a sociedade moderna e fundamentar a confiança em suas imagens. Por isso, o dia 19 de agosto, se estabeleceu como a data inaugural da história da fotografia. Pois, consagrou a fotografia não apenas como tecnologia de produção de imagens, mas sobretudo como patrimônio da humanidade.

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