Daniel Arroyo

De cenas cotidianas no ambiente urbano a registros em ambientes hostis: o cru e singular trabalho do fotojornalista Daniel Arroyo.

Daniel Arroyo é fotojornalista no portal Ponte Jornalismo, organização criada para falar de direitos humanos através do jornalismo. Entre as suas publicações, estão matérias relacionadas a minorias; Daniel coleciona registros de cenas fortes caracterizadas por protestos, pessoas em situação de rua e violência. 
Além disso, ele também retrata momentos singulares do cotidiano que passariam despercebidos. Como exemplo, temos a primeira e a quinta imagem desta postagem, que retratam um salto protagonizado por três meninos jogando bola num dia ensolarado e a identificação de mãe e filha com um grafite de pessoas negras, respectivamente.
Três meninos jogam futebol num espaço urbano. A foto registra dois meninos num pulo, enquanto outro está com os dois pés no chão. Há casas atrás do  campinho, que é de terra. Há um homem observando a ação um pouco mais afastado, à direita, e um menino numa bicicleta à esquerda.
Daniel Arroyo

O nome de Daniel Arroyo ganhou destaque nacional em 2019 quando foi atingido com uma bala de borracha disparada pela PM durante uma manifestação em São Paulo. O jornalista estava cobrindo os protestos feitos pelo Movimento Passe Livre (MPL) quando o fato ocorreu. Segundo o colega de Daniel, que também cobria as manifestações,  o clima estava tenso principalmente em relação aos jornalistas.
Uma mulher ensina outras a fazer exercícios físicos numa laje. Elas vestem roupas apropriadas para a ação e estão com os braços abertos, o corpo levemente inclinado para o lado esquerdo e uma perna se apoia à outra.
Daniel Arroyo

Um policial armado segura uma mulher pelos cabelos. Ela está agachada e ao redor, nota-se outros policiais.
Daniel Arroyo

Um pai e seu filho, uma criança pequena, sobem as escadas de uma viela. Ele guia a criança segurando-a por uma mão e segura uma bíblia com a outra. Está de noite e as luzes das casas iluminam a cena.
Daniel Arroyo

Uma mãe segura a filha no colo diante de um grafite com pessoas negras no desenho. Elas também são negras e sorriem para a câmera.
Daniel Arroyo

#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda segunda-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

Links, Referências e Créditos


Como citar esta postagem

MAIA, Amanda. Daniel Arroyo. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotograficaufop.blogspot.com/2022/06/Daniel Arroyo.html>. Publicado em: 27 de jun. de 2022. Acessado em: [informar data].

Imagens de um tempo suspenso: dramaturgia do não-acontecimento nas fotografias contemplativas da pandemia

Artigo em periódico de Greice Schneider, Renata Benia publicado em Revista Interin.

Artigo em periódico de Greice Schneider, Renata Benia publicado em Revista Interin.

Jonas Bendiksen pela Magnum (2020)
Minzayar Oo pelo The New York Times (2020)

Este artigo examina os impactos da pandemia de COVID-19 nas matrizes de representação dramática do fotojornalismo; em especial, no modo como o período de confinamento e isolamento social afetam a configuração visual dos acontecimentos. Para isso, mobilizaremos os conceitos de acontecimentalidade na teoria narrativa para examinar três dimensões: a tensão entre invisibilidade e visibilidade; a tensão entre a serialidade episódica da pandemia e a sensação de suspensão do tempo; e a divisão espacial entre o perturbador vazio das cidades-fantasma e o êxodo para um cotidiano doméstico. Através da análise de fotos selecionadas, examinamos como esses aspectos afetam a dramaturgia da pandemia, marcada por estados de absorção e pela desaceleração do olhar.

Autor(a/es/as)

Greice Schneider (http://lattes.cnpq.br/2440643360598169, @greices) e Renata Benia (http://lattes.cnpq.br/5056647378183771).

 

Orientador(a)

Greice Schneider (http://lattes.cnpq.br/2440643360598169@greices)

Local de publicação

Revista Interin.

Acesse a publicação completa em https://interin.utp.br/index.php/i/article/view/2403.

Esta publicação foi elaborada com base nas informações prestadas por Renata Benia, através do formulário Divulgue suas publicações!.

A primeira troca de olhares

O vislumbre do amor à primeira vista no instante em que ele ocorre.

O vislumbre do amor à primeira vista no instante em que ele ocorre.

 
Daido Moriyama é subversivo. Reconhecido pelo uso de câmeras compactas comumente utilizadas por turistas com o intuito de não deixar os transeuntes – recorrentes objetos de suas fotografias – desconfortáveis. O fotógrafo não teme a vida urbana e menos ainda a imperfeição proposital de seu trabalho.
 
No plano médio da foto duas jovens colegiais aguardam em frente de uma porta do metrô que está localizada no plano de fundo. E no primeiro plano uma mão segura num suporte do transporte. Fotografia granulada em preto e branco com alto contraste.
Daido Moriyama
Muito se debate se o amor à primeira vista existe e se pode ser fotografado. Como algo pode ser categorizado como “à primeira vista”? Onde é que acaba esse instante? O piscar de olhos? Os dois primeiros minutos de uma conversa? Daido Moriyama faz isso parecer possível; e fácil de responder.
 
A fotografia é dividida em três planos. No primeiro, uma mão segura num suporte do metrô. Esse plano contém apenas este elemento, mas me insere em seu contexto; consigo emergir totalmente naquela pessoa, observando aquela cena de dentro de seus limites. 
 
No segundo plano, estão duas jovens colegiais. Uma na esquerda, de costas, deixada aquém da fotografia, está ali parcialmente. Não é para ela que olhamos. Mas a outra jovem nos dá um vislumbre do perfil de seu rosto, e nos olha de volta. Ainda que de soslaio.
 
Seu rosto é jovial, simpático e flerta com a ideia de “romance de transporte”. A moça aparenta olhar para a pessoa no primeiro plano. Seus lábios estão entreabertos, o cabelo jogado para trás das orelhas; todos sinais de um flerte, de um diálogo não-verbal e possivelmente romântico.
 
No terceiro plano, os limites do metrô se impõe onde uma porta está posicionada logo à frente das jovens. Se colocando ali como o fim da linha, um adeus iminente entre duas pessoas que julgo nunca terem se visto até então.  E também uma futura barreira após o fim de um instante.
 
Esses três planos contam uma história comum e improvável, como uma paixão. Me pergunto se o amor à primeira vista é isso: olhar para alguém e estar ciente da improbabilidade de nunca mais vê-la e a frustração de uma conversa não iniciada. Isso explicaria a dúvida sobre a existência deste fenômeno.
 
É um vão entre duas pessoas que podem ou não se encontrar novamente, seja por contexto ou acaso. E a fotografia capta exatamente este momento. Não deixando claro, por impossibilidades da própria fotografia, como aquele momento sucedeu. Assim como muitos desses momentos não sucedem, de fato.
 
É mais fácil fotografar um evento astronômico, do que o vislumbre do nascimento de um amor genuíno entre duas pessoas desconhecidas numa fotografia; um momento efêmero, fadado à jamais se repetir tal como foi. O tempo muda tudo e ele escorre pelas nossas mãos.
 
Para mim a fotografia de Moriyama representa um sentimento inteiro, puro e verdadeiro e ao mesmo tempo tão facilmente amargado pela frustração de não se tomar uma iniciativa, de intervir ante a porta. Mas esperança não é capaz por si só de incidir o raio do amor novamente e no mesmo lugar.
 

#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quinta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.

 

Aline Motta

A fotógrafa que usa da arte para resgatar memórias ancestrais africanas.

A fotógrafa que usa da arte para resgatar memórias ancestrais africanas.

 
O acervo da artista Aline Motta combina fotografia, vídeo e instalação para discutir temas como ancestralidade e memórias familiares. Usando destes recursos, ela debate sobre a violência do passado colonial e sobre o patriarcado na sociedade brasileira.

A fotografia contém uma mão segurando um espelho que reflete o rosto de uma mulher negra que está usando um turbante; em seu rosto uma expressão séria. No fundo do cenário há água.
Aline Motta

Aline Motta é uma artista visual que nasceu em Niterói (RJ), graduada em artes visuais e pós-graduada em Cinema. Ela busca, com a arte, reconstruir memórias afetivas e ancestrais que perpassam o passado do povo negro, tanto brasileiro, quanto africano, utilizando de documentos de sua própria família. Motta também investiga corporalidades e memórias através de pesquisas em arquivos públicos e privados, de entrevistas e da ficção de narrativas.
Aline Motta combina fotografia, vídeo, instalação, performance, colagem e tecidos para dar sentido às suas criações, assim, reconstruindo as memórias afetivas dos seus antepassados. Suas obras usam cores, contrastes e sombras para evocar histórias e mostrar o passado, além de misturar elementos técnicos com cânticos africanos para voltar às origens e mostrar uma realidade geralmente não percebida.

Folhas de papel estão espalhadas no tronco de uma árvore que contém musgos e pequenas plantas. Na folha que está mais atrás, está impresso uma carta escrita à mão. Mais acima folhas que se completam formam uma parte do rosto de uma mulher negra.
Aline Motta

Mulher boiando na água, aparentemente de um rio, com um pano em cima de seu corpo  no qual está impresso o rosto de um menino negro. Este tecido é translúcido e por baixo dele é possível ver um pouco do corpo da mulher.
Aline Motta

No meio da fotografia há um tecido transparente com o rosto de uma mulher negra impresso. No ambiente ao redor, encontra-se uma construção que está em ruínas, e ao entorno, um matagal.
Aline Motta

Braços seguram um espelho que enquadra o rosto de um homem negro que encara fixamente o observador. Ao fundo da foto se encontra uma construção ribeirinha e várias canoas no mar.
Aline Motta

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PAES, Nathália. Aline Motta. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotograficaufop.blogspot.com/2022/04/aline motta.html>. Publicado em: 20 de jun. de 2022. Acessado em: [informar data].

Análise Bibliométrica da Produção Científica brasileira sobre Jornalismo Visual entre 2012 e 2018

Artigo em periódico de Renata Benia publicado em Revista Ícone.

O panorama atual do jornalismo visual aponta não somente para os variados recursos integrantes da composição informacional, mas para uma relação dos protocolos de produção e recepção; sobre como a interação e diálogo entre os elementos visuais podem privilegiar um novo espaço para o agenciamento de leitura e experiências estéticas com a informação. A preocupação deste estudo é compreender, a partir da pesquisa bibliométrica, qual é o estado da arte de tal temática nas publicações brasileiras de 2012 até 2018, e para isso, são abarcadas as produções inseridas em revistas científicas e anais de eventos que versam sobre infografia, jornalismo visual, jornalismo gráfico e multimídia. Com este estudo, espera-se corroborar com pesquisas futuras preocupadas com o jornalismo visual, alargando assim o estado da arte desta temática, a partir de um olhar mais profundo sobre as possíveis lacunas, fragilidades, potencialidades e perspectivas no terreno das produções científicas.

Autor(a/es/as)

Renata Benia (http://lattes.cnpq.br/5056647378183771 |)

Orientador(a)

Greice Schneider (https://tinyurl.com/fxwkfact | @greices)

Local de publicação

Revista Ícone 

Acesse a publicação completa em https://tinyurl.com/374hmdrj


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Entre o choque e a agonia: os últimos momentos de uma maternidade interrompida

Registro de Evgeny Maloletka sintetiza a autodestruição da raça humana através da guerra.

A fotografia tirada pelo jornalista e fotógrafo Evgeny Maloletka tornou-se um ícone da atual guerra entre a Rússia e a Ucrânia. O registro é do bombardeio na maternidade e hospital infantil da cidade de Mariupol, Ucrânia, que aconteceu em 9 de março de 2022 — no começo da guerra que ainda não terminou. Entre os feridos estavam funcionários e mulheres em trabalho de parto, sendo uma delas a vítima na imagem. 
Uma gestante sendo socorrida em meio aos destroços da maternidade. Ela está sob uma maca e é carregada por quatro homens voluntários no resgate. É possível notar uma fumaça entre os destroços, pedaços da construção por todos os lados e galhos de árvores espalhados pelo chão.
Evgeny Maloletka

A foto de Maloletka é crua quanto à intensidade e seriedade do conflito.

Observamos na fotografia uma vítima que parece estar em transe. Seu olhar nos revela o choque diante do acontecido. Ao mesmo tempo que ele parece perdido, como se ela estivesse desorientada com tudo o que acabara de viver.

Parece que a vítima não é capaz de compreender o destino que a sua vida tomou. Por que isso acontecia justo com ela? Nada disso era sua culpa, ela não queria isso, ela não fez nada de errado para merecer essa tragédia.

Ainda com o instinto materno se manifestando, percebemos que — ainda que tudo ao seu redor esteja dando errado — ela aparenta demonstrar forças pela criança em seu ventre. Sua mão na barriga é o gesto disso. Aparentando querer se conectar com o filho de alguma forma. E constatar se ele estava seguro ou mesmo que para dizer simplesmente: “estou aqui, vai ficar tudo bem”.

A fotografia é a síntese do quão maldita é a guerra. Vemos aquilo que era um lugar cheio de vida, literalmente, se transformar em escombros que dividem espaço com árvores destruídas e fumaça. E notamos, ao redor da vítima, homens — que não imaginavam estar vivendo tudo isso — tentando acolhê-la; entre eles está um soldado.

A guerra mostra o lado mais podre do ser humano, capaz de atingir um lugar onde crianças estão nascendo em prol de um milhão de interesses que no fim não significam nada perante uma vida. As pessoas conseguem passar por cima de tudo para ter o que querem, até mesmo privar um inocente de ver a luz do dia. #leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quarta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.


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Maya Goded e o Sagrado Feminino

Maternidade, misticismo, violência de gênero, marginalidade, desigualdade e sexualidade feminina são alguns dos temas abordados pela fotógrafa Maya Goded. 
Maya Goded é uma fotógrafa e cineasta documental mexicana reconhecida mundialmente por seus trabalhos de cunho crítico, social e cultural. Além de retratar a violência de gênero na sociedade, a profissional também trata de mulheres curandeiras e defensoras de seu território.
A imagem apresenta uma vegetação seca com um céu em tons pastéis de azul e roxo, e no centro, entre a vegetação, existe um bezerro.
Maya Goded

Maya sempre manteve o foco no sagrado feminino. Tratar de temas relacionados a mulheres e considerados tabus pela sociedade é seu objetivo. Criou o projeto Land of Witches (Terra das Bruxas) que consiste em mostrar como a conquista espanhola e o catolicismo trouxeram e intensificaram a perseguição das mulheres – espanholas e indígenas – que, supostamente, estariam ligadas à feitiçaria e/ou bruxaria. Antes de realizar esse trabalho, Maya Goded se dedicou ao projeto Missing (Desaparecidas), que busca retratar as mulheres que foram sequestradas e assassinadas na fronteira do México com os Estados Unidos e a violência de gênero na sociedade local. 

A imagem apresenta um gramado verde e uma silhueta humana pegando fogo no centro da foto.
Maya Goded
A imagem mostra um garotinho deitado num chão de terra e pedras e uma senhora em pé, próxima à sua cabeça segurando um facão com a mão direita e um crucifixo com a mão esquerda.
Maya Goded

A imagem mostra uma garotinha em frente a um altar cristão enquanto segura algum objeto. Seu posicionamento mostra que ela está prestes a destruir as imagens cristãs.
Maya Goded
A imagem apresenta um cômodo com pouca iluminação, onde contém uma mesa e uma cadeira de plástico ao fundo. Em primeiro plano, existe uma pessoa coberta dos ombros para baixo com um lençol branco.
Maya Goded

#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda segunda-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

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Fotografia e Marketing: uma análise dos atrativos turísticos da cidade de João Pessoa-PB

Dissertação de Bruna Raquel Alves Maia Lobo publicado em Programa de Pós-Graduação em Turismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Cácio Murilo

A fotografia é um dos recursos mais utilizados e eficientes do marketing, como também é uma arte polissêmica e inesgotável de sentido; por isso permite diferentes leituras. Mesmo assim, existem aqueles que, por meio do controle e enquadramento, tentam organizar o seu significado. Haja vista as empresas de marketing. Outros, como é o caso dos artistas, incumbem os observadores de suas obras de atribuir algum entendimento. Recorrendo a uma iconografia fotográfica dos atrativos turísticos da cidade de João Pessoa (PB), este trabalho elegeu imagens publicadas em catálogos apoiados pelo Fundo de Incentivo à Cultura (FIC) e pela Empresa Paraibana de Turismo (PBTUR) no período de 2005 a 2010. A ideia central desta pesquisa qualitativa é a premissa de que, em geral, o turista almeja, mesmo inconscientemente, uma realidade de um atrativo turístico motivada pela imagem fotográfica veiculada no mercado das viagens, neste ínterim, ressalta-se que no mercado da arte, este mesmo atrativo é exposto e divulgado. Discute-se, por meio das fotos, como as características ambientais e socioculturais são mercantilizadas pelos órgãos que possuem finalidades diferentes não excludentes, haja vista que o FIC apoia a arte e a PBTUR patrocina o Turismo. Além da iconografia utilizada para a catalogação e análise fotográfica, foram realizadas entrevistas por meio do método de narrativas visuais, no intuito de aproximar os dados com a opinião dos turistas e dos fotógrafos. Em que resultou em uma reflexão acerca dos atuais processos imagéticos que envolvem a divulgação dos destinos turísticos de forma que se permitisse uma leitura crítica acerca da produção fotográfica como recurso mercadológico para se fomentar o marketing e a arte na cidade. Observou-se que tanto a fotografia de arte quanto a de marketing adquirem valores diferenciados no que diz respeito aos seus mercados promovidos pelos catálogos analisados.

Autor(a/es/as)

Bruna Raquel Alves Maia Lobo ( http://lattes.cnpq.br/8775029359416792)

Orientador(a)

Maria Lúcia Bastos Alves (http://lattes.cnpq.br/1719643619018288)

Local de publicação

Programa de Pós-Graduação em Turismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Acesse a publicação completa em https://tinyurl.com/4hbp2cx7 


Esta publicação foi elaborada com base nas informações prestadas por Bruna Lobo, através do formulário Divulgue suas publicações!.

Entre véus brancos e indecisão

Seria o sonho de muitos achar a sua alma gêmea e viver junto dela, mas às vezes pode existir a indecisão se essa é a escolha certa.

Seria o sonho de muitos achar a sua alma gêmea e viver junto dela, mas às vezes pode existir a indecisão se essa é a escolha certa.

Na imagem abaixo, fotografada por Dulce Soares, podemos ver uma moça com uma grinalda branca, ela não parece feliz, mas preocupada com algo. Não é possível saber as circunstâncias na qual a fotografia foi tirada, mas essa não é uma expressão muito comum de se ver no rosto de uma noiva, pelo menos não é uma imagem que é comumente associada ao casamento.

Fotografia, em preto e branco, contendo uma mulher negra, de costas, com cabelos curtos e usando uma grinalda de flores brancas.
Dulce Soares

Véus brancos remetem ao mundo dos sonhos, um sonho doce e tranquilo que faria qualquer um se sentir bem. É assim que a fantasia do casamento também nos é passada, desde os contos de fadas até os filmes de romance, crescemos com a ideia de que o casamento é o mesmo que achar sua alma gêmea e passar o resto da sua vida com essa pessoa. Mas a realidade pode ser muito diferente da ficção.
Na realidade, o casamento traz grandes responsabilidades, nem tudo é alegria e sonhos que sempre são associados a essa relação. Dividir sua vida com uma pessoa criada em costumes diferentes e com seus próprios medos pode ser algo extremamente difícil, pode gerar conflitos que nem mesmo poderiam ser imaginados antes de chegar a tal situação.

Os filmes nos ensinam que o amor sempre vence tudo, que mesmo com diversos problemas que assombram a relação, no final haverá um “felizes para sempre”. Essa ideia de que tudo é possível com o amor, pode prolongar relações desagradáveis que não fazem bem para nenhuma das partes.

Desde pequena eu tenho medo da  ideia do casamento, mas é no rosto dessa moça que eu me identifico, eu consigo me ver facilmente no lugar dela, com a mesma expressão. Embora eu não me deixaria chegar tão facilmente na posição dela, a ponto de estar vestida para a cerimônia. Para mim a ideia de viver uma vida solitária é bem mais doce e suave do que ter que dividir uma vida com alguém. A princípio, pode parecer um pensamento muito melancólico, mas eu já tenho medos demais para carregar comigo e lutar contra.

Pode ser que, em algum momento da minha vida, eu mude de ideia, as coisas são passageiras demais para sempre se manterem como são, principalmente pensamentos que são tão efêmeros.

Mesmo assim, eu vejo a beleza de uma união assim e, no fundo, invejo quem consegue se entregar tanto para outra pessoa, a ponto de compartilhar cada um de seus pensamentos e indecisões. Estas são pessoas que me parecem muito fortes e prontas a encarar tudo o que as espera, pois atingir tal nível de confiança não é algo fácil.

Talvez, seja sobre essas incertezas que a mulher retratada na fotografia estivesse pensando, em tudo o que está por vir. Ou, talvez, ela só estivesse se sentindo desconfortável por ser fotografada. Isto é algo que nunca dará para descobrir, mas é também esse mistério por trás de sua expressão que torna a fotografia ainda mais curiosa.

#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quinta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.

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PAES, Nathália. Entre véus brancos e indecisão. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotograficaufop.blogspot.com/2022/07/entre-veus-brancos-e-indecisao.html>. Publicado em: 08 de jun. de 2022. Acessado em: [informar data].

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