Andy Goldstein

Fotógrafo conhecido mundialmente por retratar famílias latino-americanas em situação de extrema pobreza.

Nascido em Buenos Aires, Andy Goldstein – hoje com 79 anos – é um fotógrafo argentino. Sua obra mais famosa, intitulada como “Vivir en la Tierra”, conta, por meio do retrato, a vivência de famílias em condição de vulnerabilidade socioeconômica.

Andy em um cenário que aparenta ser uma galeria de fotos. Ele veste uma camisa preta e está centralizado na imagem, olhando diretamente para a câmera.
Andy Goldstein

Criado em uma família de ópticos, teve acesso ao mundo da fotografia desde criança, mas, não via o trabalho como uma profissão. Então, ingressou na faculdade de biologia, quando, por acaso, após realizar um ensaio para um amigo, ganhou visibilidade e começou a receber propostas de trabalho.

Em 1968, abriu seu primeiro estúdio fotográfico na avenida de Las Heras de Buenos Aires. Já na próxima década, Andy fundou a Escola de Fotografia Criativa, objetivando impulsionar a formação profissional que era pouco desenvolvida na cidade. Goldstein conta, em uma entrevista dada ao canal Fotógrafxs Argentinxs, sua relação de respeito com seu processo de inspiração. Quando está sem criatividade, ele afirma que concentra-se em si mesmo e foca em seu processo interno, para que consiga ter êxito no trabalho.

Menina de pele clara e cabelos loiros com a mão no nariz. Ela usa uma camisa de botão e manga longa, e encontra-se em um cenário pobre. Ao fundo, há latões e outros objetos metálicos.
Andy Goldstein
Há cinco pessoas na foto, dois homens, duas mulheres e um bebê. Aparentemente, são da mesma família, visto que se parecem fisicamente uns com os outros. Estão em cima de uma cama e em um cenário de pobreza e caos. Em torno, há várias outras camas, roupas e diversos pertences amontoados.
Andy Goldstein
Há quatro pessoas na foto, todas escoradas em uma poltrona. Encontram-se em uma casa humilde, com móveis simples e um buraco nítido no teto.
Andy Goldstein
Foto em preto e branco de uma menina em uma cozinha simples e deteriorada. Ela veste uma camisa branca, uma saia xadrez, e parece assustada. No cenário, há um fogão antigo, algumas panelas, um bujão de gás e uma mesinha.
Andy Goldstein


#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda segunda-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

Como citar esta postagem

SOARES, Maria Clara.Andy Goldstein. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotografica.com.br/andy-goldstein/>. Publicado em: 11 de out. de 2022 . Acessado em: [informar data].

Céu e mar: do infinito e além

Leitura com destino às terras férteis da imaginação


O que se vê, em primeiro plano, é um barquinho navegando no mar. Em segundo, quase imperceptível, há outro barco. Atrás dele, escondido sob uma espessa neblina, há prédios. Em terceiro e último plano, minuciosamente, é possível ver uma rocha. Sem mais perspectivas de vermos qualquer coisa, no entanto, nos deparamos com uma espessa camada de nuvem, de onde surge o emblemático Cristo Redentor. 


Em primeiro plano, há um barco velejando no mar. Em segundo plano, esmaecida pela neblina, está a cidade do Rio. No céu, há uma espessa camada de nuvens, de onde surge o Cristo Redentor.
Luiz Bhering

A neblina, de certo modo, produziu um efeito de descontinuidade aos elementos da foto, separando o barco no primeiro plano e o Cristo Redentor, no céu, enquanto que a cidade e seu relevo tornaram-se secundários, despercebidos em um primeiro olhar. Ao menos, essa foi minha experiência.

Por causa deste efeito, céu e mar se confundem até que, inesperadamente, há uma ruptura, seja pelo barco no mar, seja pelo Cristo sobre as nuvens. Me parece uma imagem do além, onde um navegante conduz as almas protegidas por Deus. Aliás, a cidade embaçada parece ser fantasmagórica, aparecendo e sumindo.

Quando analisei essa imagem pela primeira vez, me lembrei do bordão do personagem Buzz Lightyear, da franquia Toy Story, “ao infinito e além”. É lógico que, ao pé da letra, esse bordão é mera redundância, no entanto, com a devida licença poética, seu uso parece assertivo, porque reforça a ideia de tempo e espaço infindáveis. 

Essa é uma fotografia “do infinito e além”. Apesar de ser uma fotografia feita no tempo e no espaço do Planeta Terra, em nossa abstração ela pode parecer domínio de outros lugares, de outros tempos, universos que só existem graças à nossa imaginação e criatividade. 

Para sentir essa fotografia é preciso entrar em estado contemplativo. Ela é potente por ser lúdica e encantadora. Ela te estende as mãos e te convida para um passeio que, se feito com sensibilidade, extrapola os limites da realidade. O que era para ser um dia nublado no Rio de Janeiro pode tomar outras formas, evocar fantasias, aguçar a imaginação.


#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quarta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.


10° Salão Nacional de Arte Fotográfica

O Fotoclube ABCclick realizará o 10° Salão Nacional de Arte Fotográfica. 


Divulgação 

O clube de fotógrafos do interior paulista, Fotoclube ABCclick, irá realizar mais uma edição do concurso de fotografias. Os interessados em participar do concurso poderão submeter quatro fotografias coloridas, com tema livre até o dia 12 de outubro de 2022. A comissão de análise das fotografias será composta por voto popular e júri técnico.

Nesta edição, além das medalhas de ouro, prata, bronze e menção honrosa, o Foto Clube anuncia uma novidade: as 15 melhores fotografias serão convertidas em NFT e colocadas à venda. Metade do valor arrecadado em vendas será entregue ao autor da imagem. 

Mais informações sobre o pagamento da taxa de inscrição, contato do Fotoclube e a realização do evento podem ser consultadas no site http://www.abcclick.com.br/index1.asp 

#divulgação é uma coluna de divulgação científica e cultural. Utilize nossos formulários para divulgar seu trabalho em nossas mídias.

#divulgação, evento


Como citar esta postagem

{SOBRENOME, Nome do Autor(a)}. {Título da postagem}. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<{colar link da postagem}>. Publicado em: {colar data de publicação}. Acessado em: [informar data].

Rio de Janeiro por Luiz Bhering

Fotógrafo e artista visual carioca. 


Como muitos fotógrafos brasileiros, Luiz Bhering estudou Fotografia no exterior, no City Polytechnic of Arts and Design, em Londres. No Brasil, ele exerce as profissões de fotógrafo e printer de Fine Art. Carioca da “gema do ovo”, a cidade do Rio é o cenário principal de suas fotografias.   


A fotografia mostra o pôr do sol em uma praia no Rio de Janeiro. Em primeiro plano, é possível ver a silhueta de oito pessoas brincando no mar. No fundo, morros característicos da paisagem carioca compõem a cena.
Luiz Bhering

O artista participa ativamente de exposições de fotografia no Rio e em São Paulo. Ele já expôs em universidades, centros culturais, na Bienal Brasileira de Artes Plásticas, além de ter sua própria exposição, a Fábrica Bhering – Circuito Interno Bhering. 

Além disso, em 2018, suas fotos participaram do programa “Encontro com Fátima Bernardes”. Entre os anos de 1994 e 1997, Bhering realizou projetos para a editora espanhola HOLA, onde também publicou uma reportagem fotográfica. Em 2018, publicou na revista francesa AM Magazine Mensuel Avril.

O fotógrafo possui premiações em concursos e exposições. Em 2020, expôs “Território de Pesca e Poesia”, “Rio 50 graus” e “Lugar de Afetos”, todos no Rio.


A fotografia retrata a Ilha Fiscal, na zona portuária do Rio de Janeiro, no exato instante em que um avião passa no centro da torre principal do palacete, criando a percepção de que o prédio o sustenta.
Luiz Bhering

A fotografia mostra o anoitecer em uma praia carioca. Em primeiro plano, há uma canoa com dois homens atracada na areia. Como se estivesse saindo da canoa, há um coqueiro. Atrás, avista-se o mar e parte da cidade, respectivamente.
Luiz Bhering

A foto retrata uma praia, a partir da areia inundada pela maré. Há uma vara de pesca firmada na areia. Os morros circundam a paisagem, entre eles, o Morro do Sumaré, com suas torres, e o Morro do Corcovado, com o Cristo Redentor.
Luiz Bhering

A fotografia mostra um homem negro tocando saxofone em uma praia carioca. Ele está em primeiro plano. Ao fundo, um recorte da cidade, o Morro Dois Irmãos e a Pedra da Gávea.
Luiz Bhering

A fotografia mostra o céu do Rio de Janeiro, no exato instante em que um avião passa pelo Cristo Redentor. O sol aparece na foto.
Luiz Bhering

A fotografia mostra o crepúsculo na cidade de Niterói. No primeiro plano, o mar. Em segundo, o Museu de Arte Contemporânea. Atrás, é possível ver a cidade.
Luiz Bhering

A foto retrata duas pessoas com roupas de Carnaval em cima de duas estátuas. Uma delas, aparentemente uma mulher, beija um dos anjos. O homem, em pé nas costas da mesma estátua, olha a cena rindo.
Luiz Bhering

#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda segunda-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.



A aventura vai começar

Um garoto sozinho sai para visitar o mundo real e suas dificuldades

Um garoto sozinho sai para visitar o mundo real e suas dificuldades

 

Em Seul, crianças brincam no conforto de seus quartos acarpetados, numa casa com as melhores tecnologias da terceira década do século 21. Enquanto em Jakarta uma criança exemplifica a realidade de inúmeras outras ao redor do globo. Esse menino é um herói em sua própria fantasia, erguendo sua capa contra a tirania de um mundo cruel e austero que seus olhos não são capazes de identificar verdadeiramente.

Um menino gira sua camisa acima de sua cabeça em primeiro plano. Ele está imerso até os joelhos numa rua inundada em Jakarta. Ao seu redor, diversos estabelecimentos comerciais se estendem numa foto em preto em branco destacando o céu carregado.
Fanny Octavianus

 

Esse menino não tem nenhuma proteção contra possíveis doenças que a água suja de uma inundação possa lhe causar. Sua bermuda não lhe traz segurança e seu tórax está exposto. Ele se diverte sem o auxílio de qualquer responsável e parece resoluto em sua caminhada naquela rua inundada.

A fotografia em preto e branco realça um centro comercial fantasmagórico. Não é possível identificar nenhuma pessoa ou vida além das paredes de concreto que formam um corredor único, ladeando o garoto. O próprio céu com nuvens carregadas criam uma espécie de teto acima da cabeça do menino, como se o mundo estivesse lhe dizendo para onde ir e por onde ir.

A falta de escolha e oportunidades na vida não me escapam aos olhos. E isso é o que acontece com muitas crianças pobres no mundo. São essas crianças, desprovidas de iphones e coleções de brinquedos que estimulam a criatividade e as atividades físicas para se divertirem com o pouco ou com o nada que têm.

Além da diversão, essas crianças crescem sem as mesmas ferramentas, oportunidades, educação ou acesso à meios que possibilitem, futuramente, uma inserção num mercado de trabalho com a mesma facilidade que as crianças ricas possuem.

Na cena, o que era uma fantasia infantil, vira um meio de tornar a realidade mais palatável. Brincar com o caos ao seu redor, uma solução temporária para suportar o peso da vida, mas que pode ser letal.

É claro, uma criança jamais veria perigo numa rua inundada; seus olhos são infantis e ingênuos. Uma criança pobre, talvez enxergasse menos perigo ainda. Me colocando no lugar daquele menino, uma rua inundada seria pura diversão e possibilidades de explorar o mundo, de experimentar a sensação de suas canelas tocando a água, e tornar a travessia uma jornada admirável e tão fantasiosa quanto Papai Noel para crianças ricas ocidentais.

O garoto estando no meio da rua demonstra sua posição heroica e desbravadora. Ele aparenta até mesmo possuir uma estatura muito maior do que a que de fato possui. Pois, está tão centralizado na fotografia que de certo modo o centro comercial se torna achatado e o céu compactado.

Ainda que ele seja um herói em sua própria fantasia, aquele menino é só mais uma vítima de um mundo desumano e desigual. Essa aventura fantasiosa que o menino traça naquela rua me parece previsão duma árdua jornada futura. Jornada esta que remete a vida real, hoje, 12 anos após ter sido fotografado.

Sem as tecnologias de uma casa acolhedora e segura da terceira década do século 21 e sem um adulto o supervisionando, esse menino está exposto três vezes, desfavorecido três vezes: pelo governo que deveria cuidar de questões de saneamento básico, pelos responsáveis legais que deveriam cuidar de sua integridade e saúde física e pela sua própria ingenuidade.

#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quinta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.

Links, Referências e Créditos

Como citar esta postagem 

BRITO, C. S. A aventura vai começar. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: https://culturafotografica.com.br/a-aventura-vai-comecar/ Publicado em: 29 de Set. 2022. Acessado em: [informar data].

II Prêmio PHOTOIMAGE 2022

A Revista PHOTOIMAGE anuncia o concurso “Um olhar por uma Lente Fotográfica”.
O II Prêmio PHOTOIMAGE 2022 abre inscrições para submissão de fotografias, com tema livre, para concorrerem à seleção. As fotografias serão utilizadas como parte da homenagem ao diretor de fotografia Andrew Lesnie. Além de terem como objetivo “divulgar obras fotográficas, exóticas, de paisagem, arte de rua, natureza em si, arquitetura, cidades, e o ser humano e tradições culturais como indígenas, por exemplo.”
Os interessados poderão enviar no máximo três fotos para concorrerem ao prêmio. As fotos selecionadas serão disponibilizadas no blog e no twitter da Revista PHOTOIMAGE, em uma exposição virtual nomeada de “Olhar por uma Lente”. Os ganhadores também receberão prêmios que vão de câmeras fotográficas a medalhas personalizadas de participação.
Endereço da Chamada de Trabalho: www.revista-photoimage.org
Endereço para envio de inscrições: https://630fc412d9479.site123.me/
Prazo para envio de inscrições: 01/09/2022 até 01/12/2022
Valor da inscrição: R$25,00

Como citar esta postagem

PAES, Nathália. II Prêmio PHOTOIMAGE 2022. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<https://culturafotograficaufop.blogspot.com/2022/09/ii-premio-photoimage-2022.html>. Publicado em: 28 de set. de 2022. Acessado em: [informar data].

Clark Little

Surfista e fotógrafo apaixonado pela água do mar

Surfista e fotógrafo apaixonado pela água do mar

 

Clark Little, 54 anos, é um renomado fotógrafo e surfista, nascido em Napa, Califórnia, em 1968. Viciado em arrebentações perigosas, estar no mar é estar numa zona de conforto. “É sempre diferente. As luzes, as cores, a água, a areia e o que acontece com ela. E estar lá para capturar isso e compartilhar com o mundo… que sonho!”.

Clark Little fazendo hang loose no mar. Atrás dele uma costa rochosa e um arco-íris.
Clark Little

Em 2007, Clark descobriu sua paixão pela fotografia e pelo hobby de surfar e fotografar imagens de tubos, ondas e das belezas dos mares. Sendo um experiente surfista, conseguiu fotografar imagens inalcançáveis para outras pessoas aquém de suas habilidades sob o mar. E por conta disso, ganhou notoriedade internacional, inclusive no Brasil. Tendo sido publicado em jornais e revistas como: National Geographic, The New York Times, The Surfer’s Journal, entre outras. Ele também trabalhou para diversas empresas correlacionadas, como: Nike, Nikon, Facebook, Starbucks Coffee, Toyota, entre outras.

Fotografia de Clark Little fotografando uma onda de aproximadamente quatro metros de altura.
Clark Little

Tartaruga nadando em destaque. Acima da superfície é possível ver coqueiros e outras árvores.
Clark Little

Imagem de onda espumante em contraste com um céu nublado ao pôr-do-sol.
Clark Little

 

Imagem submersa de uma onda se quebrando. As cores são vivas e intensas e é possível enxergar um contraste muito vivo de luz e sombras na areia do mar.
Clark Little    

Arrebentação se formando com um contraste único de cores. A areia tem tons esverdeados e o mar é azul translúcido.
Clark Little

 

#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.
 

Links, Referências e Créditos

Continue lendo “Clark Little”

Liberdade de ser mulher

Fotografia que representa a liberdade das amarras sociais.

A autora dessa imagem, Claudia Regina, é conhecida por retratar apenas mulheres, com o pré-requisito de que as fotografias sejam feitas de forma natural e sem modificações estéticas virtuais. O motivo é a discordância de Claudia aos padrões corporais e psicológicos estabelecidos para as mulheres na sociedade. Além disso, ela acredita que a modelo fique mais confortável e à vontade em um contexto no qual sabe que sua aparência é respeitada.

Mulher gargalhando enrolada em uma cortina transparente. Aparentemente ela está nua e confortável com a exposição.
Claudia Regina
 

Sinto felicidade ao analisar esse retrato, porque, ao meu ver, ela sorri expressando confiança. Me passa a sensação de que não se importa com julgamentos alheios, que sabe se divertir sozinha e aproveitar os reais valores da vida.

Apesar de não conhecê-la, tenho admiração por essa mulher. Admiração pela leveza com que ela parece levar a vida. Admiração pela autoestima e confiança de se deixar ser fotografada nua. Admiração por esse sorriso tão sincero e singelo em um lugar no qual é tão difícil ser mulher, como o Brasil.

Quando a olho, de certo modo, me sinto convidada a gargalhar junto, pois ver o cenário em que ela está e a forma em que se encontra é acolhedor e reconfortante.

Lugar onde existe o machismo, a vulnerabilidade e a sexualização da mulher de forma potencializada. Lugar onde a mulher é vista como um objeto sexual, que deve seguir comportamentos e padrões físicos para agradar aos homens. Lugar onde a mulher tem seu corpo constantemente julgado e exposto a procedimentos estéticos para alterar o que é natural e socialmente visto como “feio”. Não é à toa que o país lidera o ranking mundial de cirurgias plásticas, sendo a lipoaspiração a mais frequente.

Por isso, a exalto pela entrega, de corpo e alma, ao momento do retrato. De certo modo, até a invejo pelo sentimento que desperta em mim: o de sentir-se autossuficiente. A impressão que tenho ao visualizar esta foto é que a modelo está extremamente contente consigo mesma, que tem consciência de seu valor como pessoa, profissional e que, como mulher, sabe reconhecer sua sensualidade. Não exclusivamente física, mas a de um ser humano empoderado, que se conhece e não tem medo de afirmar seus limites.

Além disso, a liberdade que ela aparenta é convidativa. Me faz refletir sobre os limites ou a falta deles ao longo da vida. Será que são todos realmente necessários? Será que permanecer em uma situação desconfortável é falta de limites? Até que ponto estamos nos privando da verdadeira felicidade?  São questionamentos que a imagem me faz ter. 

Espero que, no futuro, todas as mulheres, assim como a modelo, se sintam confortáveis e livres para sorrir tão verdadeiramente. 

#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quarta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.

18º Paraty em Foco

Galeria Zoom de Fotografia de Paraty realiza a 18ª edição do Festival Internacional de Fotografia em Paraty no Rio de Janeiro.

Estrutura do evento que conta com fotografias de diferentes tamanhos compondo um formato de cubo.
FOTO: Divulgação

Criado pelo fotógrafo Giancarlo Mecarelli, após uma visita ao Brasil, o Paraty em Foco é um evento anual realizado na cidade do Rio de Janeiro desde 2005 e reúne artistas do mundo inteiro para trocar conhecimentos e visões sobre a fotografia através de workshops, entrevistas, projeções e leituras de portfólios. 
O encontro recebe exposições diversas, entre as apresentações deste ano estão os trabalhos vencedores da Convocatória – mostrando os primeiros colocados nas categorias Ensaios e Foto Única – mostra de 25 autorretratos que compõem a exposição Selfies em Foco, além de curadorias e ensaios fotográficos. 
Para mais informações sobre os horários das exposições, encontros e valores dos ingressos para participar das entrevistas, entre outros, basta acessar paratyemfoco.com.

Local: CASA PARATY EM FOCO KLINK, Rua Dona Geralda,303 em  frente a Praça da Matriz – Centro Histórico

Data: De 21 a 25 de setembro

Contato: producaopef@gmail.com


Como citar esta postagem

{SOBRENOME, Nome do Autor(a)}. {Título da postagem}. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<{colar link da postagem}>. Publicado em: {colar data de publicação}. Acessado em: [informar data].

Cultura Fotográfica

Grupo de Cultura, Ensino, Extensão e Pesquisa visa oferecer valor a sociedade mediante a produção de conhecimentos úteis ao campo da cultura e da fotografia.

Pular para o conteúdo ↓

Sair da versão mobile
%%footer%%