Prêmios do fotojornalismo

Muitas vezes, o papel do fotojornalista é resumido a apenas “informar através de imagens”

Alguns fotógrafos produzem imagens carregadas de enorme valor estético, ético e político. Com a finalidade de reconhecer a excelência no exercício do fotojornalismo, existem várias premiações importantes que avaliam seus trabalhos.

Muitas vezes, o papel do fotojornalista é resumido a apenas “informar através de imagens”. Basta que estejam presentes nos locais dos acontecimentos para contar uma história ou ilustrar uma matéria, pois o valor de suas fotografias está em registrar os acontecimentos. Porém, alguns profissionais vão além e produzem imagens carregadas de enorme valor estético, ético e político. Com a finalidade de reconhecer a excelência no exercício do fotojornalismo, existem várias premiações importantes que avaliam seus trabalhos. Listamos abaixo algumas delas.

Pulitzer

Um dos maiores prêmios do jornalismo, o aclamado Pulitzer, tem categorias que contemplam a fotografia. A primeira, foi criada em 1942, mas, em 1968, foi substituída por duas: Breaking News Photography e Feature Photography. A foto a seguir é de 1993 e mostra uma criança magérrima, no Sudão, sendo observada por um abutre. A imagem foi vendida ao The New York Times, rendeu muitas críticas e venceu o prêmio Pulitzer na categoria Feature Photography em 1994. No mesmo ano, Kevin Carter, autor da foto, cometeu suicídio.
Um abutre observa uma criança magérrima, como se esperasse sua morte para servir de refeição
Starving Child and Vulture | Kevin Carter

World Press Photo

Outra premiação importante é a do World Press Photo, considerada por alguns como a maior premiação de fotojornalismo mundial. Existe desde 1955 e premia as melhores fotografias do ano em diversas categorias. A foto abaixo é de Ronaldo Schemidt, vencedor do prêmio de melhor foto do ano em 2018. Nela, vemos um venezuelano em chamas em meio a um protesto contra o presidente Nicolás Maduro ocorrido em 2017.
Uma fotografia avermelhada que mostra um protestante em chamas correndo
Venezuela Crisis | Ronaldo Schemidt

POY Latam

O POY Latam foi criado em 2011 para celebrar a excelência na fotografia documental e artística iberoamericana. A diferença para outros concursos, segundo eles, é a transparência e a transmissão ao vivo. Na categoria “News” de 2019, o vencedor foi Guillermo Arias. Sua foto mostra emigrantes hondurenhos participando de uma caravana em direção aos Estados Unidos, enquanto deixam a cidade de Arriaga, no México, em outubro de 2018.
Uma ponte no México repleta de emigrantes rumo aos EUA
Caravana | Guillermo Arias

Visa pour l’Image

Guillermo Arias venceu, também em 2018, o “Visa Pour l’Image” pela mesma fotografia. A premiação francesa é dada anualmente e condecora os melhores trabalhos fotojornalísticos de todo o mundo. Guillermo venceu na categoria Visa d’or Paris Match News.

Rei de Espanha

O Rei de Espanha é oferecido pela agência EFE e pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional. O prêmio é um dos principais do jornalismo, em nível ibero-americano, e é entregue todos os anos pelo Rei da Espanha. Em 2016, A brasileira Márcia Foletto, repórter-fotográfica do “O Globo”, levou o prêmio na categoria “Fotografia”. Seu registro fez parte de uma série do jornal chamada de “Os Miseráveis” (2015) e retrata duas crianças do Rio estudando em meio à pobreza.
Duas crianças, moradoras do bairro Belford Roxo, no Rio de Janeiro, estudam num quarto bagunçado, em meio à pobreza
Os miseráveis | Márcia Foletto
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Breve História da Fotografia

Há muito por trás do simples gesto de apertar um botão em uma máquina fotográfica.

Quer saber mais sobre a história da fotografia e conhecer trabalhos de fotógrafos incríveis? Então dá uma olhada neste #dicade livro!

Há muito por trás do simples gesto de apertar um botão em uma máquina fotográfica. Para além da técnica e suas múltiplas possibilidades criativas, existe uma vasta trajetória desde os primeiros experimentos com câmaras escuras até a aparente instantaneidade das imagens que produzimos hoje. Conhecer essa história pode ser revelador, não apenas por seu valor de conhecimento pessoal, mas também – e principalmente – como meio de compreender como a fotografia caminhou em direção ao que é hoje e como forma de obter-se referências fotográficas relevantes e inspiradoras. Por isso, o livro “Breve História da Fotografia”, de Ian Haydn Smith é uma boa opção de leitura tanto para curiosos quanto para grandes amantes da prática fotográfica.

Na foto, dois rapazes são vistos de perfil olhando para o horizonte ensolarado em cima de um trampolim de mergulho. Seus rostos não são visíveis e o fundo falso aparece desfocado.
A capa do livro Breve História da Fotografia. Editora GG, 2017. Foto: Mergulhadores. George Hoyningen-Huene: Cópia em Prata.

O livro foi publicado no Brasil em 2018 pela editora Gustavo Gili (GG), especializada em livros de arte, fotografia e design. Dividido em quatro partes (Gêneros, As Obras, Temas e Técnicas) apresenta textos curtos e imagens de referência para cada um deles, sendo esta a sua maior qualidade: falar sobre fotografia utilizando de fato uma grande quantidade de imagens. Ainda assim, em alguns momentos, o formato reduzido pode deixar a experiência de olhar para estas fotos a desejar. É na seção As Obras que as imagens ganham mais destaque, sendo 50 fotografias de diversos fotógrafos em diferentes contextos, desde aquela que é considerada a primeira imagem fotográfica, produzida por Nicéphore Niépce (1765-1833), um dos diversos inventores da fotografia que fazia experiências com a câmara escura, a nomes mais conhecidos e presentes na cultura pop como Alberto Korda, que produziu o icônico retrato de Che Guevara e Nick Ut, que fotografou a menina Phan Thi Kim Phúc correndo desesperadamente por uma estrada ao lado de outras crianças e soldados enquanto o seu corpo era consumido pelas chamas invisíveis do Napalm, uma das imagens mais marcantes da guerra no Vietnã. É possível notar que diversos fotógrafos se enquadram em mais de uma categoria, estando presentes em mais de uma seção do livro. São notáveis também possíveis associações entre temas e gêneros. 

A fotografia mostra Che Guevara, guerrilheiro argentino e revolucionário marxista, em ângulo contra-plongée (de baixo para cima), pose rígida, expressão facial séria e olhar fixo à sua direita. Seus cabelos compridos e bagunçados escapam por baixo de sua boina, uma de suas marcas registradas.
Che Guevara. Alberto Korda: Cópia em Prata.
A imagem mostra crianças correndo desesperadas por uma estrada. Ao lado e atrás, soldados as acompanham. Phan Thi KIm Phúc aparece no meio da estrada, nua, com a boca e os braços abertos. Embora não seja visível, estava queimando viva após ser atingida por Napalm.
Phan Thi Kim Phúc. Nick Ut: Cópia em Prata.

Temas e Técnicas retoma o formato de Gêneros, com as imagens presentes, porém recolhidas aos cantos das páginas. Tal seção pode ser interessante para conhecer os diferentes meios e materiais usados para se obter imagens fotográficas, embora seja, de todas, a que provavelmente menos chamará atenção para uma possível produção atual, uma vez que a tecnologia nos permite fazer registros com aparelhos bem mais fáceis de transportar, como nossos próprios celulares, sem grandes riscos de acidentes ao usar materiais como, por exemplo, o colódio de alumínio que é altamente inflamável.

Boa parte do livro apresenta textos e imagens que dão ênfase à palavra “história” do título. Entre o documental, o jornalístico e a captura das mais ordinárias das cenas cotidianas, várias das imagens possuem muito mais valor devido à seu momento de produção e seu contexto que por suas qualidades estéticas (e destaco a palavra estética e não técnica, afinal, todas foram produzidas por pessoas que sabiam – mais o menos – o que estavam fazendo). Esta trata-se de uma perspectiva subjetiva; pessoal. Não identifiquei em todas as imagens o poder de serem capazes de mover algo no interior de cada cujo o olhar demora sobre elas. Particularmente, nunca vi qualquer graça no retrato de Che Guevara, por exemplo. Pouco me importa suas características iconográficas. De Korda, prefiro El Quijote de La Farola, sua imagem surreal e quase cômica (a meu ver) de um senhor de idade tranquilamente repousando sobre um poste de luz em meio a uma multidão que comemorava o aniversário da revolução cubana.

Foram imagens menos óbvias – tanto antigas quanto contemporâneas – que verdadeiramente me chamaram a atenção, e aqui, em disparidade com o que é o objetivo do livro, pois as motivações do meu interesse foram mais estéticas que históricas. Seria uma falha da leitura que cometi? Não sei dizer ao certo. Apenas digo que uma foto feita por Edward Weston de um pimentão estranhamente humana me pareceu bem mais interessante que, sei lá, as fotos que William Anders tirou da Terra enquanto estava flutuando pela Lua. Mesmo com tais ressalvas, trata-se de uma leitura válida e bastante informativa, sobretudo na seção As Obras, com suas doses de imersão em obras específicas de cada fotógrafo.

A imagem em preto e branco mostra um pimentão maduro com sinais de apodrecimento dentro de um funil, que dá a curvatura com textura áspera na parte inferior e o fundo escuro na imagem. A imagem possui um nível de abstração que permite que se assemelhe a uma figura humana retorcida.
Pimentão n° 30. Edward Weston: Cópia em prata coloidal. 24×19,1 cm. Museu de Belas-Artes, Houston, Texas, Estados Unidos.
A fotografia foi tirada da Lua, cuja superfície branca e estéril é visível na parte inferior da imagem. À frente e à distância, a superfície azul da Terra é visível, parte iluminada pela luz solar, parte escondida pela escuridão total ao redor.
Nascer da Terra. William Anders: Ektachrome Colorido. Nasa, Estados Unidos.

E aí? Gostou da dica? Você pode adquirir o livro no site oficial da editora GG: https://ggili.com.br/breve-historia-da-fotografia-livro.html

 

Links, Referências e Créditos

SMITH, Ian Hayden. Breve história da fotografia: um guia de bolso dos principais gêneros, obras, temas e técnicas. São Paulo: Gustavo Gili, 2018.

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Como criar uma fotografia

Editora Gustavo Gili
O livro Como criar uma fotografia, escrito pelo fotógrafo e professor Mike Simmons, tem como tese principal a oposição entre tirar fotos e fazer fotografias. Tirar fotos pressupõe uma abordagem simples e casual do objeto fotografado. Em contrapartida, para fazer fotografias é preciso que o fotógrafo desenvolva um processo estruturado que lhe ofereça as condições necessárias para explorar profundamente o objeto que será fotografado.

Na raiz dessa questão está o confronto entre duas maneiras de conceber a fotografia: uma passiva, que reduz o fotógrafo a um mero operador da câmera fotográfica, que seria responsável pela registro automático da imagem captada; outra ativa, em que o fotógrafo utiliza o aparelho fotográfico como um instrumento para se aproximar do objeto fotografado e produzir um conhecimento sobre ele.

O livro é apresentado como um guia com base no qual o leitor pode orientar o desenvolvimento de seu processo criativo, desde a concepção do projeto fotográfico até sua publicação, passando pelas etapas de desenvolvimento. Seu conteúdo está organizado em seis capítulos, cada um composto pela discussão de um tema, por um estudo de caso e por um exercício. Em todos eles, Simmons apresenta e comenta uma grande variedade de obras fotográficas. Dessa maneira, aborda diferentes práticas e técnicas fotográficas. No entanto, sem aprofundar nelas, pois o foco do livro é o processo fotográfico.

Mike Simmons – Editora Gustavo Gili
Orientar o desenvolvimento do processo de criação de uma fotografia ou de uma série fotográfica é uma tarefa que comporta muitos riscos porque o processo criativo se desenvolve no encontro do fotógrafo com o objeto fotografado e, por isso, é sempre único. Nesse sentido, o leitor não deve ler este livro como se estivesse seguindo uma receita na qual cada etapa deve ser cumprida conforme descrita para que dê certo.
Entretanto, o debate e a reflexão acerca dos processos criativos de outros fotógrafos pode ser uma ótima referência para o desenvolvimento do próprio processo de criação. Nessa perspectiva, o livro Como criar uma fotografia deve ser lido como se fosse um roteiro de viagem, no qual a experiência de outros fotógrafos serve para balizar o percurso do leitor. Dessa maneira, percorrer o caminho sugerido por Simmons, perder-se e realizar as próprias descobertas constitui aquilo que de mais rico este livro tem a oferecer.
FICHA TÉCNICA
Título: Como criar uma fotografia
Autor: Mike Simmons
Editora: Gustavo Gili
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Leia isto se quer tirar fotos incríveis

Editora Gustavo Gili
O livro Leia isto se quer tirar fotos incríveis oferece ao leitor exatamente aquilo que ele propõe: acompanhar o usuário leigo de aparelhos fotográficos em seu primeiro contato com o universo da fotografia amadora. Com base na observação do trabalho de fotógrafos de renome, seu autor, Henry Carroll, apresenta as ferramentas conceituais e técnicas que eles mobilizam na produção de suas fotografias e incentiva o leitor a praticá-las.

O projeto gráfico simples permite ao leitor acessar com facilidade os conteúdos do livro. O livro é organizado em 5 grandes unidades: Composição, Exposição, Luz, Objetivas e Ver. Cada uma delas é composta por uma introdução geral, seguida por subseções que tratam dos assuntos individualmente. A maioria dos temas é abordado em duas páginas: uma de texto e outra de imagem. Carroll utiliza uma linguagem acessível para explicar os conceitos abordados e, embora não se aprofunde neles, os explica o suficiente para que o leitor iniciante possa compreendê-los com facilidade.  
Henry Carroll – Editora Gustavo Gili
As fotografias que ilustram cada um dos temas tratados não foram escolhidas apenas para tornar a publicação mais atraente. Cada umas delas integra a argumentação do assunto que acompanha. Após explicá-lo, Carroll comenta como o fotógrafo se apropria do conceito em questão para construir a imagem. A maioria das fotografias são de autores que marcaram a história desta arte, o que faz do livro um excelente ponto de partida para quem deseja começar a construir seu repertório fotográfico.
Carroll aborda de maneira suave, e às vezes superficial, assuntos que muitas vezes exigem ser tratados de modo mais duro e profundo. No entanto, ele aborda com correção as questões conceituais e técnicas que ele se propõe enfrentar. Por isso, o livro Leia isto se quer tirar fotos incríveis é uma publicação que sempre recomendo para pessoas que desejam ter um primeiro contato com a fotografia.
FICHA TÉCNICA
Título: Leia isto se quer tirar fotos incríveis
Autor: Henry Carroll
Editora: Gustavo Gili

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Jogando com a Perspectiva

A cobertura fotojornalística da Guerra do Iraque (2003-11) foi marcada pela incorporação de profissionais da imprensa a unidades militares. Se, por um lado, esta prática oferecia aos repórteres condições para desempenharem suas atividades; por outro, restringia sua liberdade de ação. Neste artigo, propomos observar a constituição desse dispositivo de controle do acesso dos fotojornalistas aos cenários de conflito. Nos dedicaremos, em particular, a reflexão sobre a maneira como o fotógrafo Benjamin Lowy, por meio do jogo com sua perspectiva e a dos soldados, o profana.

Leia o artigo completo na revista Galáxia, n. 32, publicada pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da PUC São Paulo.

VALLE, Flávio. Jogando com a perspectiva: a profanação do controle do acesso aos cenários de conflito durante a Guerra do Iraque. Galaxia (São Paulo, Online), n. 32, p. 106-120, ago. 2016.

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Ensaio Fotográfico, #3, agosto de 2016

A terceira edição da Ensaio Fotográfico já está disponível no site da revista, www.revistaensaiofotografico.com/. Nesta edição, foram publicados os ensaios Fora do lugar, do fotógrafo Alex Oliveira, BH, do detalhe ao todo, de Junior Carazzato, e Grades de proteção, de Lucas Hallel. Trabalhos cuja potência nos faz acreditar que seus autores alçarão voos ainda mais altos. Duas entrevistas também integram este número, uma com Eustáquio Neves e outra com Leo Drumond, ambas escritas pela dupla Julio Boaventura Jr e Manuela Rodrigues.

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Ensaio Fotográfico, #2, março de 2016

A segunda edição da Ensaio Fotográfico já está disponível no site da revista, www.revistaensaiofotografico.com/. Este número traz ensaios dos fotógrafos Adriana Galupo, Helena Teixeira Rios e Beto Eterovick e do crítico Paulo Roberto.

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Revista Ensaio Fotográfico

A Ensaio Fotográfico é uma revista que tem o objetivo de promover a fotografia autoral e a pesquisa em fotografia produzidas em Minas Gerais. Publicada semestralmente, ela é distribuída gratuitamente no site www.revistaensaiofotografico.com. A publicação se configura como um laboratório onde fotógrafos e pesquisadores poderão colocar à prova seus ensaios fotográficos e críticos com o propósito de dar início à discussões que possam repercutir no desenvolvimento de seus trabalhos.
Nesta época em que a produção e o consumo de imagens se tornam cada vez mais rápidos e superficiais, devido ao desenvolvimento das tecnologias de informação e ao protagonismo que os dispositivos tecnológicos vem assumindo em nossa sociedade, a Ensaio Fotográfico tem a intenção de incentivar fotógrafos, pesquisadores e leitores a investirem mais tempo na construção e na apreciação de imagens e a experimentarem a fotografia mais profundamente. Por isso, a revista privilegia o processo por meio do qual o fotógrafo transforma suas ideias em imagens, destacando os aspectos criativos envolvidos na produção fotográfica.

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BH Elegante

Uma proposta de reflexão a respeito da relação cidade, imagem e cidadão, o BH Elegante reuniu retratos e mensagens em uma exposição que aconteceu em dois espaços distintos de consumo de imagens – a rua e a galeria. Neste projeto, o Fora das Bordas se utilizou da linguagem publicitária para revelar não mais um produto, mas uma pessoa; não mais um slogan, mas uma mensagem de afeto. Dessa maneira, o grupo de fotógrafos propõe o início de um debate sobre a lógica das imagens na cidade.

Nos meses de agosto e setembro de 2012, o Fora das Bordas realizou sessões de fotografia e entrevista na região central de Belo Horizonte. Ao todo foram realizadas 06 intervenções urbanas para coletar o material que irá compor as exposições. Ao final desta etapa foram produzidas mais de 300 entrevistas e retratos. Construindo, assim, um importante inventário da população da cidade.

Em dezembro de 2012, o Fora das Bordas realizou a exposição nas ruas: 15 obras foram expostas em 30 totens publicitários instalados nos abrigos de passageiros de pontos de ônibus espalhados pelo centro de Belo Horizonte. Assim, utilizando-se do mobiliário urbano existente, o coletivo de fotógrafos viabilizou a realização de uma exposição ao ar livre, gratuita e difusa no espaço da cidade.
Em março de 2013, o Fora das Bordas realizou a exposição BH Elegante na Biblioteca Publica Estadual Luiz de Bessa que integra o Circuito Cultural Praça da Liberdade. A exposição na Galeria Paulo Campos Guimarães reuniu em um só espaço as 15 obras que em dezembro de 2012 foram expostas em totens publicitários instalados em pontos de ônibus espalhados pelo centro de Belo Horizonte. Desse modo, o grupo de fotógrafos oferece ao público a oportunidade de realizar a leitura integral de uma obra que até então só podia ser lida de maneira fragmentada pela cidade. Assim, as exposições na rua e na galeria se constituem como metonímias uma da outra e servem de pano de fundo para uma discussão a respeito dos modos distintos de consumo de imagens que cada um desses espaços propõem.

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