Ruth Orkin

Fotógrafa e cineasta norte-americana que enfrentou obstáculos da discriminação de gênero para ascender profissionalmente.Fotografia em preto e branco em que uma mulher de cabelo curto e escuro está sorrindo, segurando uma câmera fotográfica analógica, um colar com esferas, blusa clara e calça escura.

Nascida em Boston, Ruth Orkin sempre foi apaixonada pela arte de fotografar. Com 10 anos, ganhou sua primeira câmera, uma Univex de 39 centavos de dólar. Aos 17, fez uma viagem de bicicleta, na qual atravessou os Estados Unidos para visitar a Feira Mundial de 1939, e registrou todo o trajeto percorrido.

 
Ruth Orkin com o semblante feliz e sorriso no canto do rosto está segurando uma câmera fotográfica. Seus olhos aparentam estar direcionados para uma figura que a traz felicidade. Ela usa uma blusa branca de botão, uma calça preta e um cinto da mesma cor. Em seu pescoço, a fotógrafa carrega um cordão de pérolas; vestimenta e acessórios muito característicos da época.
Ruth Orkin

Orkin frequentou o curso de fotojornalismo por um breve período, na Los Angeles City College, mas, em 1941, o abandonou. Fato ocasionado pelas políticas preconceituosas do sindicato, que não permitiam a integração de mulheres no setor de cinema. Com isso, no mesmo ano, Ruth ingressou no Corpo Feminino do Exército norte-americano na esperança de realizar o sonho de tornar-se uma cineasta, mas saiu após perceber que continuaria distante de seu objetivo profissional.

Em 1943, a fotógrafa se mudou para Nova York, onde atuou como fotojornalista freelancer. Dois anos depois começou a trabalhar para o New York Times e a publicar suas imagens em revistas mundialmente renomadas. Em 1951, quando planejava ilustrar um cenário que incentiva mulheres a viajarem sozinhas, Ruth “estourou” na mídia com uma de suas fotografias mais conhecidas: “American Girl in Italy”.

 
Ninalee Allen caminha pelas ruas de Florença, onde é assediada por uma multidão de homens que está a sua volta.  A modelo segura sua bolsa e seu xale próximos ao corpo, com visível desconforto. O movimento aparente de seu corpo transmite a impressão de que Allen está apressada, tentando passar o mais rápido possível por essa incômoda situação.
Ruth Orkin
Menina, aparentemente jovem, de olhar distante. A modelo parece estar sentada em um restaurante ou em outro lugar público, e passa uma sensação de tranquilidade, pois tem o semblante sereno e angelical.
Ruth Orkin
Um grupo de senhoras, aparentemente conhecidas entre si, andando por uma calçada movimentada. Todas bem vestidas e elegantes, passando a impressão de estarem indo a algum evento e pertencerem a uma classe financeira alta.
Ruth Orkin

Ruth Orkin faleceu aos 63 anos, em 1983, após uma longa luta contra o câncer. Em razão de suas belíssimas obras e de sua luta feminista no quesito trabalhista e pessoal, a fotógrafa se tornou inspiração para muitas mulheres, dentro e fora do universo profissional e, por isso, sua memória será sempre preservada. 

#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

Jogando com a perspectiva: a profanação do controle do acesso aos cenários de conflito durante a Guerra do Iraque

Artigo em periódico de Flávio Pinto Valle publicado em Galáxia, revista do Programa de Estudos Pós-graduados em Comunicação e Semiótica – PUC-SP.

Benjamin Lowy 


A cobertura fotojornalística da Guerra do Iraque (2003-11) foi marcada pela incorporação de profissionais da imprensa a unidades militares. Se, por um lado, esta prática oferecia aos repórteres condições para desempenharem suas atividades, por outro, restringia sua liberdade de ação. Neste ensaio, propomos observar a constituição deste dispositivo de controle do acesso dos fotojornalistas aos cenários de conflito. Nos dedicaremos, em particular, à reflexão sobre a maneira como o fotógrafo Benjamin Lowy, por meio do jogo com sua perspectiva e a dos soldados, o profana.

Autor(a/es/as)

Flávio Pinto Valle, (http://lattes.cnpq.br/9224069355818051, @flaviopintovalle).


Local de publicação

Galáxia, revista do Programa de Estudos Pós-graduados em Comunicação e Semiótica – PUC-SP (-.)

Acesse a publicação completa em https://tinyurl.com/2p86dw23


Esta publicação foi elaborada com base nas informações prestadas por Flávio Pinto Valle, através do formulário Divulgue suas publicações!

-20.3775546-43.4190813

Esperança em meio a destruição

A busca por sobreviventes mostra que, mesmo contra a menor possibilidade, ainda há esperança

A busca por sobreviventes mostra que, mesmo contra a menor possibilidade, ainda há esperança.

A imagem abaixo foi registrada pelo fotógrafo Carl de Souza, durante as buscas por sobreviventes em Petrópolis (RJ), cidade onde, no dia 15 de fevereiro deste ano, ocorreu um enorme deslizamento de terra em função de um temporal. O desastre aconteceu tão rapidamente que muitas pessoas não conseguiram se refugiar e acabaram sendo soterradas pelos escombros.

Dois homens se encontram em meio a escombros procurando por sobreviventes. Estes homens estão com enxadas na mão abrindo buracos em meio a lama e entulhos em busca de pessoas. Entre os escombros é possível notar algumas bonecas  sujas de terra.
Carl de Souza | AFP

Num primeiro momento, ao olhar a imagem, vemos dois homens com enxadas cavando a lama em busca de algo. No meio dos escombros, observamos brinquedos, roupas e outros objetos cobertos de terra e espalhadas pelo ambiente.

Ao fundo da imagem só se vê a lama, o que me causa uma certa agonia, pois não se enxerga nada além do marrom da terra por todos os lados. Os homens, no centro da imagem, parecem cansados, os músculos de seus corpos estão tensionados de tanto fazer força procurando entre os entulhos. Ainda assim, continuam procurando, usando a última energia que ainda lhes resta para procurar por possíveis sobreviventes.

Os objetos que estão espalhados no ambiente dão a entender que poderia haver alguma criança por ali, o que chega a ser aflitivo, pensar que alguém tão pequeno encarou uma situação tão desesperadora. Imagine uma criança que talvez estivesse brincando tranquilamente naquele momento, sem ao menos perceber, já estaria coberta de lama. Isso não deveria ser algo vivido por uma criança, um evento tão traumático que pode levar anos para ser ressignificado.

Na imensidão de escombros, naquela situação devastadora, o que mais importava era o tempo, as pessoas mal podiam pensar no que havia acabado de acontecer, e já estavam se mobilizando o mais rapidamente possível para poder resgatar alguém ainda com vida.

Ao olhar para o fundo da imagem, aquele mar de lama atrás dos dois homens, não dá para imaginar quantas pessoas poderiam estar ali, só fica a incerteza e a indecisão se aquele é o local correto para se procurar alguém. No entanto, procurar é só o que se pode fazer, a única coisa que resta é a esperança que os move fazendo-os continuar a busca.

Observando esta imagem, eu sinto uma certa frustração pelo ocorrido, o que é agravado ainda mais ao imaginar que possam haver pessoas soterradas embaixo do lamaçal. A determinação dos dois homens, também me comove muito, porque sozinhos eles realizam um trabalho que, sem dúvidas, é desafiador, mas que precisa ser feito por alguém. Todos os elementos da imagem, unidos, representam o desespero da situação, mostram o quão grave é. Em meio ao mar de lama, procurar por pessoas, por um familiar, por um amigo, por um conhecido que ainda possa estar vivo, respirando, embaixo de tanto entulho. E, nos escombros, o que resta é a esperança de poder salvar alguém, de achar um rosto conhecido e saber que tudo ficará bem.

#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quinta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.
 

Como citar esta postagem

PAES, Nathalia. Esperança em meio a destruição. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em:<{https://culturafotograficaufop.blogspot.com/2022/06/esperancaedestruicao.html>. Publicado em: 4 de mai. de 2022. Acessado em: [informar data].

Claudia Andujar

Importante fotógrafa responsável por ajudar a criar a Comissão pela criação do parque Yanomami (CCPY).

Importante fotógrafa responsável por ajudar a criar a Comissão pela criação do parque Yanomami (CCPY).

 

Claudia Andujar, suíça, nascida em 1932 na cidade de Neuchâtel e naturalizada brasileira em 1955, foi uma fotógrafa importante em favor da causa indígena, especialmente da tribo Yanomami. A fotografa e sua mãe fugiram do holocausto devido às suas origens judaicas. A perseguição fez com que ambas iniciassem uma sucessão de mudanças internacionais que posteriormente as trouxeram para o Brasil, onde Andujar iniciou e desenvolveu sua carreira como fotógrafa.

 

Claudia Andujar e uma criança indígena olhando para a câmera. O cenário é a tribo do povo Yanomami.
Claudia Andujar

 

No Brasil, sem falar português, Claudia utilizou a fotografia como forma de globalizar sua comunicação e se aproximar da cultura local e do povo Yanomami. Seu trabalho é reconhecido mundialmente, em especial pela forma como suas fotografias demonstram leveza em situações do cotidiano, demonstrando com delicadeza a vida de povos nativos do País. Andujar ajudou a introduzir a iconografia indígena na arte contemporânea.

 

Mulher indígena tomando fôlego enquanto nada num rio. Seu rosto exibe pintura tribal.
Claudia Andujar
 
Jovem indígena deitado numa rede no que aparenta ser o interior de uma oca. Seu corpo possui pinturas tribais nas pernas, abdome e braços. Seu rosto exibe relaxamento.
Claudia Andujar
Homem indígena nu aparentemente dançando em solo tribal. Há um cachorro deitado no chão à direita do homem. O cenário ao redor está ligeiramente borrado, causando efeito alucinógeno à fotografia.
Claudia Andujar

 

Close de Jovem indígena na penumbra. Seus olhos fitam o chão e o rapaz possui semblante reflexivo. A foto é em preto e branco.
Claudia Andujar

 

#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

Links, Referências e Créditos

Continue lendo “Claudia Andujar”

Sair da versão mobile
Pular para o conteúdo
%%footer%%