O beijo na Time Square

A história por trás da mais famosa foto de Alfred Eisenstaedt

No dia quatorze de agosto de 1945, o fotógrafo Alfred Eisenstaedt registrou em Nova York, a polêmica fotografia intitulada “O Beijo na Times Square”. A imagem retrata a cena de um beijo entre um marinheiro e uma enfermeira na Times Square, após o término da segunda guerra mundial.

Alfred Eisenstaedt

O fotógrafo utilizou uma grande profundidade de campo, provavelmente para captar as reações das pessoas ao redor do casal. Ele conta, em seu livro, que um dos principais motivos para ter tirado esta foto, foi como achou interessante o contraste entre o vestido branco da enfermeira e a roupa escura do marinheiro.

Conforme a fama da imagem crescia, a identidade do suposto casal apaixonado era questionada, já que as pessoas queriam saber como e onde estavam os sujeitos daquela fotografia. Depois de muitas pesquisas, Alfred Eisenstaedt descobriu que o nome do marinheiro é George Mendonsa, tripulante do navio USS The Sullivans. Já a enfermeira se chama Greta Zimmer Friedman, na época ela trabalhava como assistente de dentista e tinha 21 anos.

 Em entrevistas, Greta conta que nunca tinha dado permissão ao marinheiro para beijá-la. Além disso, a futura esposa de George aparece na foto e seu rosto pode ser visto por cima do ombro direito dele.  A fotografia  “O Beijo na Times Square” já foi considerada extremamente romântica e muitas releituras foram feitas.

 Confesso que já achei que era simplesmente um casal apaixonado posando para o fotógrafo. Entretanto, quando pesquisei a história que estava por trás, houve uma mudança na minha percepção em relação a esta fotografia. Por causa disso, descobri que a captura da imagem aconteceu em meio às comemorações eufóricas, devido ao final da segunda guerra mundial, mas também, a demonstração de afeto que eu achava que tinha sido registrada, na realidade, era um beijo bruto e sem o consentimento de Greta, ato que, ao meu ver, foi extremamente abusivo.

Podemos pensar que esta ação praticada pelo marinheiro, pode ter sido influenciada pela simples presença do fotógrafo. Logo, um agravante para a situação preocupante que ocorre na fotografia, já que George pode ter agarrado Greta por causa da existência de Alfred na cena.

Em relação ao beijo, o que eu percebo é uma circunstância em que George agarra Greta enquanto ela estava passando pela rua. O ato não foi consensual, ou seja, esse tipo de situação não é aceitável, pois trata-se de assédio sexual. Penso que é importante e necessário problematizar para desnaturalizar essa prática que ocorreu devido à objetificação da imagem da mulher e ao machismo institucionalizado. Com isso, saber a história, com o intuito de trazer outros elementos para a fotografia, é extremamente importante para que tenhamos um olhar mais atento.

A objetificação dos corpos femininos é um problema social que está enraizado nas entranhas da nossa sociedade. No dicionário, a objetificação é definida como:  “Processo que atribui ao ser humano a natureza de um objeto material, tratando-o como um objeto ou coisa; coisificação.” Trata-se da anulação da posição de sujeito da mulher, ignorando seus desejos e emoções. É entendê-la como um objeto passivo de receber quaisquer ações de terceiros.

Em suma, a fotografia é mais um exemplo dos males que o machismo causa no cotidiano e na vida das mulheres. Greta estava em um local público, mas isso não significa que seu corpo seja público. Com isso, ressalto, mais uma vez, a importância da história, do diálogo e da luta para desnaturalizar este tipo de ação.

#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quinta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.

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HELENA, Beatriz. O beijo na Times Square. Cultura Fotográfica. Publicado em: 13 de out. de 2021. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/o-beijo-na-time-square/. Acessado em: [informar data].

Gerda Taro

Importante fotojornalista que fez história com a sua cobertura da guerra civil espanhola.

A fotojornalista judia Gerta Pohorille, mais conhecida como Gerda Taro, nasceu em Stuttgart na Alemanha no ano de 1910. Ela foi considerada a primeira mulher a documentar as linhas de frente de conflitos bélicos, mais especificamente a guerra civil espanhola.

Gerda Taro

Ela foi detida pelo governo nazista por fazer campanhas contra a ditadura instaurada na época. Por causa disso, a fotógrafa, juntamente com sua família, foi obrigada a deixar a Alemanha, indo então para Paris, em 1933.

Em 1935, conheceu o fotógrafo Endre Ernő Friedmann, conhecido por seu pseudônimo Robert Capa, que começou a dar aulas sobre fotografia para Gerda. Os dois acabaram se apaixonando nesse meio tempo. Ela recebeu sua primeira credencial de fotojornalista em 1936. A partir daí, Gerda e Endre começaram a fotografar conflitos armados.

Em meados de 1936, Gerda foi para Barcelona juntamente com Capa e o fotógrafo  David Seymour para cobrir a guerra civil espanhola. No ano seguinte, Robert pede Gerda Taro em casamento, mas ela se recusa, pois queria continuar sua carreira na fotografia de maneira independente. Além disso, Taro se junta aos grupos de intelectuais antifascistas europeus e milita contra o nazismo junto com George Warrel e Ernest Hemingway.

Gerda Taro morreu em 1837, enquanto cobria a batalha de Brunete. Seus filmes tinham acabado, então ela decidiu voltar em um jipe que estava sendo utilizado para transportar soldados feridos. Pouco depois da partida, o veículo foi atingido por um tanque de guerra desgovernado, que feriu gravemente a fotojornalista.

Gerda Taro
Gerda Taro
Gerda Taro
Gerda Taro

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HELENA, Beatriz. Gerda Taro. Cultura Fotográfica. Publicado em: 11 de out. de 2021. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/gerda-taro/. Acessado em: [informar data].

Cerimônia fúnebre de Kosovo

A controversa fotografia de George Mérillon, vencedora do World Press Photo em 1991.

Em 1990, George Mérillon registrou, em Kosovo, a fotografia “Cerimônia fúnebre de Kosovo” que posteriormente foi intitulada como “Pietá de Kosovo”. A imagem retrata a dor de uma mãe, rodeada por mulheres familiares, ao perder o filho, vítima de conflitos que ocorreram no território.

George Mérillon

A fotografia “Cerimônia fúnebre de Kosovo” mostra o corpo de Elshani, na época com vinte e sete anos, envolto em uma mortalha branca. Ele foi assassinado em um protesto contra a perda de autonomia da região. Nela também vemos sua mãe, Sabrié, dando um doloroso grito por causa do assassinato do filho.

A meu ver, a imagem da mãe, pode ser comparada com a da Pietá, escultura de Maria abraçada ao corpo morto de Jesus Cristo, após seu descendimento da cruz. A expressão do rosto da virgem é estranhamente sereno e idealizado. Já o semblante de Sabrié não mostra nenhum resquício de serenidade, pois é possível perceber a dor e o sofrimento diante do trauma da morte de seu filho. Seu grito atravessa a fotografia, é como se pudéssemos ouvir sua expressão angustiante.

Após algumas leituras, sinto um certo incômodo em relação ao embelezamento de uma cena trágica mediante a utilização de técnicas de composição e edição. Além disso, me veio o questionamento do motivo desta fotografia ter ganho o prêmio da World Press Photo Foundation, será que é por causa dela ser considerada esteticamente bela e não pela importância do acontecimento político?

Podemos observar que o fotógrafo captura a imagem no meio de um ritual fúnebre, ato que pode simbolizar um extremo desrespeito às pessoas ali de luto. Além disso, o fotógrafo se utiliza de técnicas de composição e edição para produzir uma imagem que se aproxima esteticamente de pinturas do renascentismo italiano, por exemplo a “Madona Sistina” realizada por Rafael Sanzio. Logo, uma possível hipótese é que o fotógrafo não se preocupe com o sofrimento causado pela perda e, talvez, busque apenas alcançar um valor estético.

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HELENA, Beatriz. Cerimônia fúnebre em Kosovo. Cultura Fotográfica. Publicado em: 25 de ago. de 2021. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/cerimonia-funebre-de-kosovo/. Acessado em: [informar data].

Tina Modotti

A força das mulheres é destaque em sua obra.

Tina Modotti, mulher, militante e artista, nasceu  em 16 de agosto de 1896 na cidade de Udine, no norte da Itália, batizada como Assunta Adelaide Luigia Modotti Mondini. Trabalhou como atriz, editora e fotógrafa, foi filiada ao Partido Comunista Mexicano, integrante do Escudo Rojo Internacional e voluntária na Guerra Civil Espanhola.

Tina Modotti

Seu primeiro contato com a fotografia foi na infância, quando visitou o estúdio fotográfico de seu tio Pietro Modotti. Com 21 anos, se casou com o poeta e pintor Roubaix de l’Abrie Richey, mais conhecido como “Robo”, passando a conviver com artistas da Califórnia, entre eles o fotógrafo Edward Weston, com quem retomou seu contato com a fotografia. Em 1923, Tina Modotti se mudou para o México, onde posou como modelo para alguns murais de Diego Rivera. Em um deles, apareceu ao lado de Frida Kahlo, com quem manteve uma amizade.

Inicialmente, a obra de Tina Modotti mostra a beleza da natureza, como as flores. Entretanto com o passar dos anos, isso muda e ela começa a retratar a vida dos trabalhadores mexicanos. Um dos temas que ela aborda é a representação feminina, na qual é ressaltada a beleza e a força das mulheres fotografadas.

 Tina Modotti ,1926
Tina Modotti, 1929
   Tina Modotti, 1926
  Tina Modotti, 1929

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HELENA, Beatriz. Tina Modotti. Cultura Fotográfica. Publicado em: 23 de ago. de 2021. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/tina-modotti/. Acessado em: [informar data].

Helen Levitt: Semblantes de Nova York

Obra mostra o drama diário de nova iorquinos.

Helen Levitt nasceu na cidade de Nova York em 31 de agosto de 1913. Aprendeu o básico de uma câmera fotográfica enquanto trabalhava para J. Florian Mitchell, um fotógrafo comercial no Bronx. Entretanto, sua grande inspiração para seguir na carreira de fotografia foi o trabalho de Henri Cartier- Bresson. Helen ficou extasiada com suas imagens e, pela primeira vez, percebeu que o que via era arte.

Helen Levitt

Com sua câmera Leica, Helen fotografava as ruas de Nova York, ou melhor, o cotidiano das crianças, mulheres e homens de lá. Um de seus objetivos ao captar um pouco da vida dessas pessoas era capturar o momento em que os indivíduos desconhecem a presença da fotógrafa.

Outro ponto interessante é que Helen é considerada uma das pioneiras da fotografia colorida, mas possui um grande acervo de imagens em preto e branco também. A primeira grande exposição de Levitt foi no Museu de Arte Moderna de Nova York em 1943, e em 2007, ”Helen Levitt: Un Art de l’accident poétique” estreou na Fundação Henri Cartier-Bresson em Paris.

Helen Levitt
Helen Levitt
Helen Levitt
Helen Levitt

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HELENA, Beatriz. Helen Levitt: Semblantes de Nova York. Cultura Fotográfica. Publicado em: 12 de jul. de 2021. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/helen-levitt-semblantes-de-nova-york/. Acessado em: [informar data].

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O exército patrulhando as ruas

A fotografia de Koen Wessing pode causar diversas sensações com o contraste encontrado em seu interior.

Em 1979, Koen Wessing registrou, na Nicarágua, a contrastante fotografia intitulada “O exército patrulhando as ruas”. A imagem de três soldados em patrulha e o caminhar de duas freiras no período da Revolução Sandinista é de uma dualidade notória.

Koen Wessing

Koen Wessing nasceu em Amsterdã no ano de 1942. Apaixonado por fotografia e com uma alma viajante, visitou vários lugares do mundo e, por causa disso, registrou muitos acontecimentos em diversos países. Em 1978, Wessing viajou até a Nicarágua para fotografar a família Somoza, cujo regime ditatorial começava a ruir, por causa da Revolução Sandinista que dava seus primeiros passos na época. Um ano depois, voltou ao país para documentar a mudança ocorrida em virtude dos conflitos civis.

A fotografia “o exército patrulhando as ruas” mostra um cenário em ruínas. As casas parecem desabitadas e a superfície da rua está destruída, consequência dos combates e dos bombardeamentos que aconteceram na tentativa de conter a Revolução. O sistema ditatorial de Somoza foi repulsivo e violento. Por causa desta ditadura, a realidade social da Nicarágua era crítica, já que a maioria da população vivia em uma situação de extrema miséria. É um cenário doloroso, mas que resiste à brutalidade que está presente na fotografia.

Além do local danificado, a fotografia também carrega uma dualidade evidente, pois é mostrado duas freiras passando por três soldados em patrulha. Por fazerem parte da Guarda Nacional de Anastasio Somoza, a imagem dos militares, a meu ver, carrega uma violência exacerbada causada por um governo repressivo.

Em contraste com os soldados, a imagética da freira, na minha perspectiva, remete à tranquilidade e paz. Por causa disto, vê-las em um cenário bélico me causou estranheza na primeira vez que observei a fotografia. Entretanto, percebi um certo cansaço e uma certa preocupação com um passado doloroso, um presente duro e um futuro incerto no olhar de uma das freiras. Com isso, penso que elas podem ser um símbolo de resistência.

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Lins, Referências e Créditos

  • ROLAND Barthes. A câmara clara. 7 ed. Rio de Janeiro: Nova fronteira. 2018.

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HELENA, Beatriz. O exército patrulhando as ruas. Cultura Fotográfica. Publicado em: 7 de jul. de 2021. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/o-exercito-patrulhando-as-ruas/. Acessado em: [informar data].

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Parasita

É um filme de suspense e drama sul-coreano de 2019 com direção de Bong Joon-ho e cinematografia de Kyung-pyo Hong.

Vencedor de melhor filme do Oscar em 2020, não só apresenta uma narrativa ímpar como também uma direção de fotografia excelente.

É um filme de suspense e drama sul-coreano de 2019 com direção de Bong Joon-ho e cinematografia de Kyung-pyo Hong. Parasita foi uma das grandes surpresas do Oscar 2020, ninguém esperava que um filme não falado em inglês pudesse ganhar a principal premiação, mas ele superou todas as expectativas e além do prêmio de melhor filme também ganhou como melhor diretor, roteiro original e filme internacional.

No poster podemos ver vários personagens do filme parados em um gramado na frente de uma casa. Todas as pessoas estão com tarjas pretas no rosto.
Pôster do Filme

O filme  retrata a vida precária da família Kim que é composta por quatro integrantes. O pai (Ki-taek), a mãe (Chung-Sook), a filha (Ki-Jung) e o filho (Ki-Woo). Eles vivem em uma espécie de porão muito sujo e apertado e enfrentam problemas financeiros já que todos estão desempregados. A história começa a se desenrolar quando, por uma indicação de um  amigo, Ki-Woo começa a dar aulas de inglês para a filha dos Park, uma família de classe alta. Encantados com a luxuosa vida deles, os Kim pensam em um plano para entrar no âmbito familiar da rica família, e ao decorrer do filme, todos eles conseguem um espaço ao redor da família burguesa.

O filme carrega uma forte crítica ao gigantesco abismo social que há entre as parcelas mais ricas e mais pobres da sociedade, que é percebida durante toda a narrativa. A direção cria metáforas visuais que completam a mensagem transmitida pelo roteiro. A começar pelo usa das linhas, que aparecem sempre entre os personagens mais ricos e mais pobres para simbolizar a segregação que ocorre entre eles e como eles parecem não pertencer ao mesmo lugar. Outro artifício fotográfico é a variação dos ângulos da câmera. Os Kim quase sempre aparecem em plongée enquanto os Parks aparecem em contra plongée.

A iluminação também desempenha um papel importante nas metáforas visuais. A casa dos Kim sempre está como pouca iluminação, as cenas que se passam lá sempre são cheias de sombras, já a dos Park sempre está bem iluminada, e o diretor fez questão de gravar todas as cenas diurnas na casa com iluminação natural, já que a luz do sol é citada na história como um fator motivante para a família dos Kim.

a cena vemos a Sra Park segurando uma cachorro enquanto fala com KI-Woo, que está de costas para a câmera. 
Cena do Filme

Nessa cena podemos ver a importância da luz do sol na narrativa, quando Ki-Woo entra na casa dos Park pela primeira vez a câmera o acompanha subindo as escadas em contraluz, e com isso podemos perceber a enorme incidência de luz no lugar.

Na cena vemos a Sra Park segurando uma cachorro enquanto fala com KI-Woo, que está de costas para a câmera. 
Cena do Filme

Já nessa cena vemos claramente a alça da geladeira formando uma linha imaginária separando Ki-Woo de sua chefe.

Na cena vemos o pai Ki-Teak olhando por uma janela que fica no mesmo nível que a rua.
Cena do Filme

E aqui podemos ver o ângulo da câmera em plongée, que diminui o personagem, e o efeito ainda é maximizado já que ele está abaixo do nível do chão.

Parasita é um filme excelente que leva o espectador a refletir sobre o funcionamento da sociedade em que vivemos. Ele consegue prender muito bem a atenção, faz você torcer contra ou a favor dos personagens de uma maneira brilhante do início ao fim o filme surpreende seja pela bela fotografia, ou pela história cheia de plot twists.

Links, Referências e Créditos

Como citar essa postagem

HELENA, Beatriz. Parasita. Cultura Fotográfica. Publicado em: 18 de dez. de 2021. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/parasita/. Acessado em: [informar data].

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