Grupo de Cultura, Ensino, Extensão e Pesquisa visa oferecer valor a sociedade mediante a produção de conhecimentos úteis ao campo da cultura e da fotografia.
A escolha da orientação, horizontal ou vertical, de uma composição não tem relação alguma com o gênero, paisagem ou retrato, da fotografia que será produzida. Mas, sim, com a predominância de linhas em uma direção ou em outra na cena que será captada. A orientação da composição e as linhas da cena trabalham em conjunto para dirigir a leitura da imagem e produzir efeitos de sentido.
A maioria das cenas é mais longa em uma direção que em outra e, em geral, os fotógrafos concordam o alinhamento da composição com o da cena. Por essa razão, a maioria das paisagens são captadas em composições horizontais e a maioria dos retratos em composições verticais. O que nos leva a identificar um determinado tipo de orientação da composição com um determinado tipo de gênero.
A orientação da composição influencia na maneira como lemos uma fotografia. O horizontal induz nosso olhar a se deslocar de um lado para o outro. O vertical, por sua vez, faz com que ele se desloque de cima para baixo ou seu contrário. Essa influência pode ser reforçada quando a direção das linhas presentes na cena concordam com a orientação escolhida pelo fotógrafo e pode ser enfraquecida quando essas linhas discordam. Por isso, a escolha da orientação deve ser feita de maneira consciente e de acordo com os efeitos desejados pelo fotógrafo.
Na fotografia acima, a orientação vertical da composição concorda com as linhas presentes no portão de madeira e no muro. Juntas elas conduzem nosso olhar do alto da porta até o chão. Onde, no espaço entre um e outro, vemos a cabeça e as patas dianteiras de um cachorro. Temos a sensação de que o cachorro está preso debaixo desse portão e que o peso sobre ele é enorme. Ambas as proposições de sentido são proporcionadas pela concordância entre a orientação da composição e as linhas da cena.
Faça fotografias na vertical e na horizontal. Para isso, planeje sua fotografia. Teste ambas as orientações e as utilize para realçar o ambiente que está sendo fotografado. Em seguida, compartilhe com a gente e nos conte porque escolheu cada orientação.
A cobertura fotojornalística da Guerra do Iraque (2003-11) foi marcada pela incorporação de profissionais da imprensa a unidades militares. Se, por um lado, esta prática oferecia aos repórteres condições para desempenharem suas atividades; por outro, restringia sua liberdade de ação. Neste artigo, propomos observar a constituição desse dispositivo de controle do acesso dos fotojornalistas aos cenários de conflito. Nos dedicaremos, em particular, a reflexão sobre a maneira como o fotógrafo Benjamin Lowy, por meio do jogo com sua perspectiva e a dos soldados, o profana.
A terceira edição da Ensaio Fotográfico já está disponível no site da revista, www.revistaensaiofotografico.com/. Nesta edição, foram publicados os ensaios Fora do lugar, do fotógrafo Alex Oliveira, BH, do detalhe ao todo, de Junior Carazzato, e Grades de proteção, de Lucas Hallel. Trabalhos cuja potência nos faz acreditar que seus autores alçarão voos ainda mais altos. Duas entrevistas também integram este número, uma com Eustáquio Neves e outra com Leo Drumond, ambas escritas pela dupla Julio Boaventura Jr e Manuela Rodrigues.
A segunda edição da Ensaio Fotográfico já está disponível no site da revista, www.revistaensaiofotografico.com/. Este número traz ensaios dos fotógrafos Adriana Galupo, Helena Teixeira Rios e Beto Eterovick e do crítico Paulo Roberto.
A Ensaio Fotográfico é uma revista que tem o objetivo de promover a fotografia autoral e a pesquisa em fotografia produzidas em Minas Gerais. Publicada semestralmente, ela é distribuída gratuitamente no site www.revistaensaiofotografico.com. A publicação se configura como um laboratório onde fotógrafos e pesquisadores poderão colocar à prova seus ensaios fotográficos e críticos com o propósito de dar início à discussões que possam repercutir no desenvolvimento de seus trabalhos.
Nesta época em que a produção e o consumo de imagens se tornam cada vez mais rápidos e superficiais, devido ao desenvolvimento das tecnologias de informação e ao protagonismo que os dispositivos tecnológicos vem assumindo em nossa sociedade, a Ensaio Fotográfico tem a intenção de incentivar fotógrafos, pesquisadores e leitores a investirem mais tempo na construção e na apreciação de imagens e a experimentarem a fotografia mais profundamente. Por isso, a revista privilegia o processo por meio do qual o fotógrafo transforma suas ideias em imagens, destacando os aspectos criativos envolvidos na produção fotográfica.
Uma proposta de reflexão a respeito da relação cidade, imagem e cidadão, o BH Elegante reuniu retratos e mensagens em uma exposição que aconteceu em dois espaços distintos de consumo de imagens – a rua e a galeria. Neste projeto, o Fora das Bordas se utilizou da linguagem publicitária para revelar não mais um produto, mas uma pessoa; não mais um slogan, mas uma mensagem de afeto. Dessa maneira, o grupo de fotógrafos propõe o início de um debate sobre a lógica das imagens na cidade.
Nos meses de agosto e setembro de 2012, o Fora das Bordas realizou sessões de fotografia e entrevista na região central de Belo Horizonte. Ao todo foram realizadas 06 intervenções urbanas para coletar o material que irá compor as exposições. Ao final desta etapa foram produzidas mais de 300 entrevistas e retratos. Construindo, assim, um importante inventário da população da cidade.
Em dezembro de 2012, o Fora das Bordas realizou a exposição nas ruas: 15 obras foram expostas em 30 totens publicitários instalados nos abrigos de passageiros de pontos de ônibus espalhados pelo centro de Belo Horizonte. Assim, utilizando-se do mobiliário urbano existente, o coletivo de fotógrafos viabilizou a realização de uma exposição ao ar livre, gratuita e difusa no espaço da cidade.
Em março de 2013, o Fora das Bordas realizou a exposição BH Elegante na Biblioteca Publica Estadual Luiz de Bessa que integra o Circuito Cultural Praça da Liberdade. A exposição na Galeria Paulo Campos Guimarães reuniu em um só espaço as 15 obras que em dezembro de 2012 foram expostas em totens publicitários instalados em pontos de ônibus espalhados pelo centro de Belo Horizonte. Desse modo, o grupo de fotógrafos oferece ao público a oportunidade de realizar a leitura integral de uma obra que até então só podia ser lida de maneira fragmentada pela cidade. Assim, as exposições na rua e na galeria se constituem como metonímias uma da outra e servem de pano de fundo para uma discussão a respeito dos modos distintos de consumo de imagens que cada um desses espaços propõem.
Em pé: Esther Gonçalves, Flávio Valle, Junia Mortimer, Antônio Fragoso. Sentadas: Ana Cláudia Vieira, Priscila Musa.
Os integrantes do Fora das Bordas – entre arquitetos, comunicadores sociais, designers, geógrafos, psicólogos etc – se reúnem em torno do interesse comum pela imagem fotográfica, seja como amadores ou profissionais. O objetivo principal do grupo é desenvolver trabalhos que investiguem diferentes aspectos de natureza, forma, função, uso e modo de apresentação da imagem na cidade contemporânea, em perspectiva com a história – tanto da fotografia como da cidade.
Há um interesse especial pela realização de retratos, reincidente nos principais projetos do grupo, e que deriva de uma preocupação dividida pelos integrantes com questões de identidade e deslocamentos, questões que tocam tanto os fotografados como os próprios fotógrafos. Além desse foco, os integrantes desenvolvem também, individualmente, trabalhos de fotografia de rua, de espetáculo e fotojornalismo, ademais de oferecerem oficinas de educação do olhar fotográfico.
A Lambança é um projeto inspirado nos lambe lambes: os antigos retratistas ambulantes que percorriam ruas e praças com suas câmeras de madeira e as imagens de propaganda espalhadas com grude pelos muros da cidade. Em 2011, os fotógrafos do Fora das Bordas percorreram alguns lugares do centro de Belo Horizonte com a Lambança, uma falsa câmera lambe lambe feita com caixas de papelão, canos de pvc e tnt, retratando o grito das pessoas. O resultado dessa deriva fotográfica pôde ser visto em cartazes lambe lambe espalhados pela cidade.
Em sua primeira edição, a revista Ensaio Fotográfico publica 4 ensaios fotográficos e 2 críticos: Este novo lugar, da fotógrafa Helena Rios, propõe uma ressignificação do espaço por meio do processo fotográfico; Laura Fonseca, em Hotel Esplêndido, narra o cotidiano das mulheres que trabalham como prostitutas em hotéis da Rua Guaicurus; em Exílio, Daniela Paoliello exibe a relação que seu corpo estabelece com a natureza ao seu redor em uma performance que realiza para a câmera; Guilherme Bergamini, em Educação para todos, registra o abandono da educação no país; em Fotografia, mediação e pesquisa biográfica, a pesquisadora Alexandra Simões apresenta o relato de uma pesquisa-ação de ensino em fotografia; Isabel Florêncio, em Fotografia e velocidade: o paradoxo do olhar, debate a temporalidade do gesto fotográfico por meio do comentário da obra de quatro fotógrafos contemporâneos alemães.