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Greenville, Carolina do Sul. Fotografias de Margaret Bourke-White (1958) |
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Greenville, Carolina do Sul. Fotografias de Margaret Bourke-White (1958) |
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Greenville, Carolina do Sul. Fotografias de Margaret Bourke-White (1958) |
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Greenville, Carolina do Sul. Fotografias de Margaret Bourke-White (1958) |
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Greenville, Carolina do Sul. Fotografias de Margaret Bourke-White (1958) |
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Greenville, Carolina do Sul. Fotografias de Margaret Bourke-White (1958) |
Você com certeza deve ter lembranças de livros infantis e infanto-juvenis repletos de ilustrações que ajudam a tornar a leitura mais interessante, lúdica e colorida. Mas o livro sobre o qual vou falar hoje neste #dicade é um pouco diferente daqueles que você já deve conhecer. Na verdade, ele é bastante surpreendente se levarmos em consideração como se deu o seu processo criativo. Uma dica: tem tudo a ver com o que nós do Cultura Fotográfica amamos. Isso mesmo… fotografia!
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Kaio Veloso. Capa de O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares. |
A experiência de leitura de O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares, publicado no Brasil pelas editoras Leya e Intrínseca, não poderia ter sido mais curiosa. Jamais poderia imaginar que aquela imagem da capa – uma garotinha flutuando alguns centímetros acima do chão, claramente uma montagem (do tipo tosco, que te faz querer rir) – poderia indicar, assim como as demais presentes ao longo do livro, algo mais do que um teor meramente ilustrativo. É com muita estranheza que adentra-se na história criada pelo americano Ransom Riggs , que começou a ter seus volumes publicados em 2011 e foi adaptado para o cinema em 2016, sob direção de Tim Burton.
Se até certa altura o fato de as personagens descritas terem as mesmas características que aquelas figuras misteriosas das fotografias parece uma mera coincidência (Ele deve ter tido sorte em achar essas fotos para o livro) ou uma estratégia pensada (Elas devem ter sido produzidas exatamente para isso) logo, as coisas começam a ficar um pouco mais complexas, afinal, parece que ambas as coisas, imagens e texto, são praticamente uma coisa só. Mas como isso é possível? A resposta vem ao final do livro, quando há uma listagem de colecionadores de fotografias vintage (o próprio Rigs consta na lista) e as coisas começam a ficar um pouco mais claras.
Tudo bem. As fotos são reais. Mas por quê alguém tiraria fotos tão estranhas e com esses efeitos de décadas atrás? Afinal, não estamos falando de uma foto posada em uma reunião de família ou uma cena de um cotidiano bucólico, mas de uma garota que parece segurar uma luz sinistra, gêmeos em fantasias esquisitíssimas e a já citada garota flutuante. Nesse ponto, as coisas já ficam mais nebulosas. É difícil dizer ao certo quais são as histórias por trás dessas imagens, mas o que podemos afirmar é que truques antigos de montagem fotográfica foram usados para criar muitas dessas cenas.
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Kaio Veloso. Visão interna do livro O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares. |
O mais legal nisso tudo é que o processo criativo aconteceu a partir de uma sugestão do editor de Riggs (que originalmente apenas faria um livro especialmente para o Halloween com uma seleção da sua coleção pessoal de fotografias antigas) que lhe incentivou a criar um romance a partir das imagens, imaginando como seria uma história em que aquelas crianças estranhas fossem as personagens. E assim, nasceu a saga que acompanha Jacob Portman, um garoto de 16 anos que parte para uma viagem ao País de Gales para buscar a verdade sobre o assassinato de sua avó, e descobre crianças com dons especiais, tais como invisibilidade e manipulação de fogo, vivendo no orfanato da Srta. Peregrine, uma mulher que é capaz de se transformar em um falcão, isso dentro de uma fenda temporal que os mantêm na década de 1940 como meio de sobreviverem a seus inimigos.
Pode-se dizer então que os livros que compõe a série (as continuações são os títulos Cidade dos Etéreos, Biblioteca das Almas e Mapa dos Dias) possuem uma forma de narrativa verbo-visual, já que as imagens presentes vão além da mera função de ilustração, mas compõem parte da história, sendo inspiração e parte dela ao mesmo tempo, à medida em que são mencionadas no texto e ajudam a compreendê-lo e até mesmo adentrar com mais intensidade na obra.
Você pode adquirir o livro aqui e aqui
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Capa do álbum Frank, de Amy Winehouse. |
Amy Winehouse, Nova Iorque 2003, CHARLES MORIARTY |
Amy Winehouse, Nova Iorque 2003, CHARLES MORIARTY |
Amy Laughing, The Ritz Tower, Nova York 2003 |
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Legenda: pôster do filme (2019) Descrição: montagem que mostra três pessoas dentro de um círculo em posições diferentes, com as informações sobre o filme escritos ao redor. |
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Legenda: cena do filme Pássaro do Oriente (2019) Descrição: dois homens encaram uma mulher em um interrogatório. As cores das roupas que as pessoas usam e do ambiente ao redor são tons frios. |
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Legenda: cena do filme Pássaro do Oriente (2019) Descrição: um homem segurando uma câmera observa algo fora do enquadramento em que um parque. |
Era Uma Vez No Oeste é um filme do gênero Spaghetti Western, dirigido Sergio Leone e lançado em 1968. Por buscar fugir dos clichês dos filmes de sua época e por ter um ritmo muito lento, ele foi mais um dos filmes que no lançamento foram fracassos de bilheteria e crítica, mas que no decorrer de vários anos passou a ser visto como revolucionário, e hoje, ele é considerado como o ápice dos filmes de velho-oeste.
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Pôster do Filme |
O filme tem como protagonistas três personagens: Cheyenne, um chefe de gangue. Jill, uma prostituta de Nova Orleans que se casa e vai para o oeste viver com seu marido. E por último Harmônica, um homem misterioso que busca vingança contra um pistoleiro chamado Frank.
Quando Jill chega em sua nova casa descobre que seu marido foi morto, o assassino é Frank, que tenta forjar evidências para culpar Cheyenne, com isso os caminhos dos protagonistas se entrelaçam e eles partem em busca de vingança.
Por mais que o enredo pareça um clichê de heróis vingativos, a progressão da história mostra que os personagens são bem mais complexos do que aparentam, demonstrado uma quebra das convenções do seu gênero.
Não é só na narrativa que ele foi contra as convenções de sua época. Para esse projeto, Sergio Leone, Pediu que o compositor Ennio Morricone compusesse a trilha sonora antes mesmo de começar as filmagens, assim toda a direção de fotografia teve como base a trilha sonora. Por isso, movimentação de câmera, iluminação, saturação das cores e posição dos personagens conversam perfeitamente com a música.
Um bom exemplo é a cena na qual os três personagens principais se encontram pela primeira vez. Ela acontece dentro de um bar escuro, Jill e todos presentes no local estão tensos com a chegada de Cheyenne, o silêncio predomina enquanto ele abre uma garrafa de bebida, mas é interrompido pela música de uma gaita, a música é aguda, áspera e muito misteriosa, combina perfeitamente com a atmosfera do lugar. Cheyenne olha para o lado onde está sentado um homem imerso em sombras, a música começa a ficar mais alta e Chayene joga um lampião em direção a figura misteriosa e nos revela Harmônica.
A maneira como Leone usa as sombras, e planos detalhes nos personagens para compor o sentimento de suspense e perigo é complementada, com maestria, pela trilha sonora, resultando em uma das melhores introduções de personagens do cinema. Esse elo entre a fotografia e música é revolucionário, não somente por criar uma atmosfera de suspense na cena, mas também por contar a história sem a necessidade de falas.
Hoje temos uma famoso diretor de cinema que se inspira muito nesse filme e que ficou famoso por usar essa mesma técnica! Você sabe quem é? Deixe a resposta aqui nos comentários! E não se esqueça de nos seguir no Instagram para ficar por dentro das novas postagens, e ver os conteúdos exclusivos que publicamos por lá!
CAVALHEIRO, Pedro Olavo Pedroso. Era Uma Vez No Oeste: Fotografia e Música. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/era-uma-vez-no-oeste-fotografia-e-musica/>. Publicado em: 16 de out. de 2020. Acessado em: [informar data].
Nessa história, acompanhamos Seymour Parrish (Robin Williams), um homem pacato, que trabalha no guichê de revelação fotográfica de um supermercado. O filme é contado em uma narrativa em flashback, onde conhecemos a história da família Yorkin que foi alvo da obsessão de Sy.
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Capa do filme Retratos de Uma Obsessão |
Através dos filmes que os Yorkins levam para serem revelados, Sy se torna obcecado pela família e passa a acompanhar bem de perto a vida deles. Essa família sequer imagina que Sy conhece os principais momentos registrados na vida deles. Ele revela fotos a anos e conhece várias pessoas pelas imagens, mas é no material da família Yorkin que ele projeta seus desejos diante de uma vida chata. É através dessas fotos que ele cria em sua cabeça uma história por trás do que está retratado, criando uma ideia de que tudo é perfeito.
A família perfeita e o indivíduo solitário são os elementos usados pelo diretor Mark Romanek para criar esse drama. A Iluminação serve para enfatizar a diferença entre os três mundos mostrados na tela, o da imaginação de Sy e os da vida real. A loja Savmart tem um colorido quase hiper-realista. Sua casa é toda branca, fria. E a casa dos Yorkins é cheia de cores quentes, aconchegante.
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Cena do filme “Retratos de Uma Obsessão” |
No decorrer do filme, Sy observa a família amadurecer por meio das fotografias, mas como elas são suas únicas fontes de informação, ele acaba percebendo que aquelas pessoas não são exatamente quem ele imaginava. Depois de receber uma série de fotos que ele julga inapropriadas, sua obsessão ganha novos rumos, e vai se tornando cada vez mais perigosa. Na minha opinião, o filme cria um grande paralelo com a nossa vida atual, onde a gente acompanha a vida de muitas pessoas pelas redes sociais e se baseia só nisso quando diz que a vida de alguém é perfeita.
Tem uma hora no filme que Sy fala que “Ninguém tira fotos das pequenas coisas, mas são elas que fazem a vida”. No final, nós espectadores somos lembrados disso de um modo devastador.
Durante todo o filme, Sy mantém uma relação profunda com a fotografia, uma relação de respeito, afeto e admiração. O que é uma coisa muito compreensível se olharmos como sua vida é, porque ele se apega na ideia de que somente registramos momentos felizes, que não queremos esquecer.
Agora é a sua vez, assista ao filme Retratos de uma obsessão e conta pra gente qual a sua opinião sobre Sy e a maneira como ele leva sua vida.
#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quinta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.
COSTA, Clara. Retratos de uma obsessão. Cultura Fotográfica. Publicado em: 9 de out. de 2020. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/retratos-de-uma-obsessao/. Acessado em: [informar data].
Que o Instagram se tornou uma das maiores redes de compartilhamento de imagens do mundo já não é novidade para ninguém. A rede social lançada em 2010 e que hoje pertence ao Facebook começou com a proposta de ser um ambiente propício para o consumo e circulação de fotografias e hoje, reúne tanto fotógrafos e fotógrafos profissionais e amadores quanto pessoas com outros interesses.
Ainda que possa ser encontrado muito mais que fotografias ao utilizá-lo, é através da publicação de uma imagem que se dá a comunicação no aplicativo, seja o conteúdo uma foto, um vídeo ou uma arte gráfica com uma frase, por exemplo. Talvez por isso o “insta” ainda remeta tão fortemente à fotografia – essa forma de expressão que tanto amamos! – contando com uma logotipo que faz referência às antigas máquinas Polaroid.
Hoje, vamos usar o #dicade para apresentar 3 perfis no Instagram que você precisa conhecer. Afinal, com tantos perfis e tantas imagens sendo publicadas todos os dias fica difícil saber quem seguir, não é? Em meio ao turbilhão de selfies, fotos de comida, lifestyle, pets fofinhos e mais recentemente, lives de todos os jeitos e a toda hora, há contas interessantes que merecem receber mais atenção.
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Prints de tela dos perfis do Instagram indicados |
Já parou para pensar em quantas fotógrafas você conhece? Quantas você segue no Instagram? Quantas você está apoiando e prestigiando hoje? O Women Photographers History é um perfil no insta dedicado a compartilhar trabalhos fotográficos feitos por mulheres ao longo da história. Vale muito a pena conferir e conhecer fotógrafas fantásticas como Kate Simon e Maureen Bisilliat.
Agora, já parou para pensar no poder político de uma imagem? Quando fez a curadoria da exposição Levantes, George Didi-Huberman selecionou diversas fotografias de protestos políticos em diversos países ao longo da história. Além disso, também incluiu imagens mais simbólicas, que representam a repressão, a indignação e o desejo por uma mudança que leva um grupo de pessoas à ação.
A partir dessa exposição e da publicação que derivou dela com ensaios do próprio Didi Huberman e outros pensadores contemporâneos, surgiu o projeto de pesquisa Levantes que conta com alunos, docentes e pesquisadores da UFPA e da UNIFESSPA. O projeto conta com um perfil no Instagram onde são publicadas imagens que bem poderiam ter feito parte da exposição, além de trazerem mais do contexto nacional e principalmente, amazônico (correspondendo à localidade das universidades envolvidas).
Por fim, o perfil Iconografia da História traz uma seleção de imagens de acontecimentos tanto antigos quanto atuais e serve como um verdadeiro centro de memória do Brasil e do mundo, os acontecimentos da política, os marcos da cultura e diversos recortes temporais que de alguma forma deixaram sua marca e renderam imagens icônicas. Vale a pena conferir para conhecer, rememorar e até se divertir ao ver no mesmo local um frame de O Rei Leão e um registro de 1988 com o presidente dos Estados Unidos e, ao canto, um jovem Vladimir Putin que possivelmente o espionava a serviço da KGB.
Gostou das dicas? Em breve traremos mais! Conhece algum perfil legal e acha que mais pessoas devem conhecê-lo? Compartilha com a gente nos comentários! Vale divulgar o seu perfil pessoal também! Ah… e o Cultura Fotográfica tem um perfil no Instagram também! Segue lá pra ficar por dentro dos novos conteúdos do blog, acompanhar o desafio #1min1foto e ficar sabendo das novidades!