Nair Benedicto

Importante fotógrafa para a história do fotojornalismo brasileiro. Sua obra mostra movimentos sociais e populares muito marcantes

 Filha de imigrantes italianos, Nair Benedicto nasceu na capital paulista, no ano de 1940. Estudou e se formou em Rádio e Televisão na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Ela queria produzir vídeos independentes, mas seguiu no ramo da fotografia, que foi uma “entortada no caminho” nas palavras da própria fotógrafa.

Nair Benedicto

Quando Nair ainda estava na faculdade, ela foi presa pela ditadura militar por causa de sua militância política junto à Ação Libertadora Nacional (ALN). Após sair da prisão, a fotógrafa decidiu registrar, através da fotografia, questões sociais e seu trabalho é fortemente marcado por temas populares e políticos.

Em sua obra, Nair registra o cotidiano e a realidade das classes minoritárias, a condição da mulher e da criança, alguns movimentos sociais, populares e eventos históricos que fazem parte da história da classe trabalhadora.

Em 1979, fundou a primeira agência brasileira de Fotojornalismo, intitulada como F4, juntamente com Juca Martins, Delfim Martins e Ricardo Malta. A  ideia principal da agência era uma produção pautada e editada pelo próprio fotógrafo, com isso, as fotografias passariam a pertencer ao mesmo e não mais às redações.

Nair Benedicto
Nair Benedicto
Nair Benedicto
Nair Benedicto

#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

Links, Referências e Créditos

 Como citar essa postagem

HELENA, Beatriz. Nair Benedicto. Cultura Fotográfica. Publicado em: 8 de nov. de 2021. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/nair-benedicto/. Acessado em: [informar data].

Ajude a desenvolver o Cultura Fotográfica

Querid_ leitor(a), queremos te fazer um pedido que, caso você aceite, nos ajudará a melhorar os serviços que oferecemos.
Kat Stokes | Unsplash

Em 2021, o Cultura Fotográfica consolidou e ampliou suas atividades. Continuamos a publicação periódica de postagens no blog e no perfil do instagram, publicamos conteúdos de colaboradores externos, estruturamos um percurso de aprendizagem autodirigida em fotografia, iniciamos a publicação de uma newsletter mensal, inauguramos um serviço de divulgação científica e cultural e abrimos nosso grupo de estudos para a participação de todos os interessados. Formalmente, deixamos de ser um projeto isolado de extensão universitária para nos tornarmos um programa de extensão composto por quatro projetos vinculados.
Durante esta expansão, algumas falhas foram identificadas e corrigidas. Por outro lado, reconhecemos que ainda podemos aperfeiçoar nossos processos e melhorar os serviços que prestamos.
Queremos que você nos diga como que podemos melhorar sua experiência com nosso projeto. Sendo assim, o pedido que te fazemos é que responda a pesquisa de opinião abaixo. O que você nos diz?
Abraço,
Prof. Dr. Flávio Valle
Coordenador do Cultura Fotográfica
http://lattes.cnpq.br/9224069355818051
-20.3775546-43.4190813

O garoto judeu de Varsóvia

A foto que se tornou o símbolo da violência praticada contra crianças na Segunda Guerra Mundial.

A foto que se tornou o símbolo da violência praticada contra crianças na Segunda Guerra Mundial.

O fotógrafo responsável pela fotografia é desconhecido, mas sabe-se que ela foi feita no ano de 1943 e retrata uma multidão de pessoas com as mãos para o alto, em destaque há um menino assustado, logo atrás dele há soldados nazistas armados. O local da foto é Varsóvia na Polônia, durante um levante de judeus, como última tentativa de expulsar as tropas alemãs da cidade.

Autor ou Autora Desconhecido(a)

A foto foi publicada no The New York Times em 1945, porém ficou famosa apenas nos anos 70, quando saiu na capa da edição inglesa do livro “A estrela amarela: a perseguição aos judeus na Europa” de Gerhard Schoenberner.  Depois disso, ela apareceu em inúmeros lugares e por causa disso, se tornou um símbolo da violência praticada contra crianças durante a Segunda Guerra Mundial, sendo colocada no ranking das 100 fotos mais influentes da revista Time.

Há muita controvérsia em relação ao futuro do garoto. Muitos dizem que ele foi morto um pouco depois da foto. Já vários historiadores acreditam que, a julgar pela aparência e pelos uniformes dos soldados, eles estavam ali apenas para transportar os prisioneiros, indicando a possibilidade de que ninguém, na fotografia, foi executado naquele momento. Também existem várias pessoas que dizem ter conhecido ou mesmo assumem ser o garoto da foto.

A única pessoa propriamente identificada na foto foi o homem que segura a arma. Seu nome é Josef Blösche, um oficial de alta patente da SS. Ele, que posa para câmera com uma expressão de orgulho e grandeza, foi julgado no tribunal de Nuremberg, onde foi sentenciado à morte por crimes contra a humanidade. Ironicamente, a fotografia, para qual ele posou com altivez, foi utilizada como prova cabal para sua condenação.

Da mesma forma que não é possível ter certeza da identidade do garoto, também não é possível apontar a do fotógrafo(a). Mesmo não sabendo quem realmente foi responsável por tomar a foto, é curioso pensar em como a presença da câmera impactou todos ali.

Nessa situação, a câmera não se diferenciava de um instrumento bélico, já que o fotógrafo dispara o obturador da mesma forma que os soldados disparavam suas armas em direção às pessoas durante a ocupação de Varsóvia. O efeito da câmera,  sobre a moral e esperança do povo oprimido retratado na foto, também não difere demasiadamente dos efeitos provocados pelas submetralhadoras. As fotografias feitas durante a ocupação foram utilizadas nos relatórios estratégicos e também para propagandas anti-semitas, sendo que ambos contribuíram muito para o extermínio do povo judeu.

As câmeras fotográficas são amplamente relacionadas aos instrumentos bélicos, desde a maneira como muitos fotógrafos se relacionam com seus equipamentos até com as pessoas fotografadas. Essas relações facilmente poderiam ser comparadas a um caçador e sua presa, até mesmo através de nomenclaturas como “disparo” ou “metralhada”

Na foto em questão, podemos ver um bom exemplo do fotógrafo como caçador e as pessoas fotografadas como presas. Sua posição demonstra que ele está ao lado dos soldados e não dos judeus. Na esquerda da foto, uma criança ergue as mãos ao alto, olhando diretamente para a lente. Seus olhos transparecem uma mistura de curiosidade e medo, como se ela não soubesse diferenciar se aquilo era apenas um objeto inofensivo ou uma arma de fogo.

#leitura é uma coluna de caráter crítico, com periodicidade semanal. É publicada toda quinta-feira pela manhã. Trata-se de uma série de críticas de imagens fotográficas de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica. Nela, a autora ou o autor da postagem compartilha com os leitores a sua leitura acerca da obra abordada. Quer conhecer melhor a coluna #leitura? É só seguir este link.

Links, Referências e Créditos

Como citar esta postagem

CAVALHEIRO, Pedro Olavo Pedroso. O garoto judeu de Varsóvia. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/o-garoto-judeu-de-varsovia/>. Publicado em: 03 de novembro de 2021. Acessado em: [informar data].

Luisa Dörr

Nascida no município de Lajeado, no ano de 1988, Luisa Dörr desde bem pequena era apaixonada pela fotografia. Começou sua carreira trabalhando no estúdio da tia, cuja especialidade era casamentos e recém nascidos. Em 2014, trabalhou como freelancer para veículos como Folha de São Paulo, Estadão, El País e Vice.

Fotógrafa responsável por fazer 12 fotos de capa para a revista Time, com apenas um smartphone.

Nascida no município de Lajeado, no ano de 1988, Luisa Dörr desde bem pequena era apaixonada pela fotografia. Começou sua carreira trabalhando no estúdio da tia, cuja especialidade era casamentos e recém nascidos. Em 2014, trabalhou como freelancer para veículos como Folha de São Paulo, Estadão, El País e Vice.

Luisa Dörr

Em 2014, conheceu a modelo Maysa Martins Leite enquanto cobria um concurso de beleza infantil. Ela, então, inicia a série Maysa, na qual a fotógrafa acompanha a trajetória da garota de apenas 11 anos de idade, em seu sonho de se tornar Miss Brasil. As fotografias feitas por Dörr possuem um caráter extremamente intimista e retratam uma história de superação e empoderamento da menina que saiu da comunidade da Brasilândia rumo às passarelas.

Em 2015, ela começa o projeto #womantopography, focado em estudar as feições femininas como paisagens complexas e com isso, contar as histórias das mulheres que encontra em suas viagens. Com o sucesso de seus dois trabalhos, em 2017 ela foi convidada pela revista Time, para  fazer 46 retratos de influentes mulheres do cenário político atual. O que ela fez utilizando apenas um smartphone, 12 de suas fotos foram selecionadas para estampar a edição especial da revista que recebeu diversas capas.

Luisa Dörr
Luisa Dörr
Luisa Dörr
Luisa Dörr

#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

Links, Referências e Créditos

Como citar esta postagem

CAVALHEIRO, Pedro Olavo Pedroso. Luisa Dörr. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/luisa-dorr/>. Publicado em: 01 de nov. de 2021. Acessado em: [informar data].

Sair da versão mobile
Pular para o conteúdo
%%footer%%