Félix Nadar

Quando Gaspard-Félix Tournachon, mais conhecido como Félix Nadar, começou a fotografar, em 1853, com o objetivo de registrar retratos que pudessem lhe servir de referência para a elaboração das caricaturas de sua obra, o Panteão Nadar, não imaginava que a fotografia se tornaria seu principal ofício.
Autorretrato de Félix Nadar
Autorretrato de Félix Nadar
Tampouco, que os retratos produzidos nesse período estariam entre os mais conhecidos de sua vasta produção, tanto em função das personalidades da política ou da cultura que que foram retratadas, quanto em razão da qualidade das imagens. São retratos nos quais os fotografados se posicionam para câmera com naturalidade. Sem recorrer aos cenários, figurinos e poses que caracterizam a prática comercial da fotografia na época, nesses retratos, Nadar servia-se apenas da luz e do gesto para destacar a personalidade fotografada. Ele fotografava como um desenhista ou um pintor, respeitando os cânones já estabelecidos, mas utilizando uma nova tecnologia de fazer visível. A contribuição de Nadar para a fotografia não se limita apenas aos retratos que produziu. Ele também foi o primeiro fotógrafo a realizar tomadas aéreas, durante um sobrevoo por Paris em 1858, e a realizar tomadas subterrâneas com o auxílio de iluminação artificial, nas catacumbas, em 1861, e nos esgotos de Paris, em 1864.

Como criar uma fotografia

Editora Gustavo Gili
O livro Como criar uma fotografia, escrito pelo fotógrafo e professor Mike Simmons, tem como tese principal a oposição entre tirar fotos e fazer fotografias. Tirar fotos pressupõe uma abordagem simples e casual do objeto fotografado. Em contrapartida, para fazer fotografias é preciso que o fotógrafo desenvolva um processo estruturado que lhe ofereça as condições necessárias para explorar profundamente o objeto que será fotografado.

Na raiz dessa questão está o confronto entre duas maneiras de conceber a fotografia: uma passiva, que reduz o fotógrafo a um mero operador da câmera fotográfica, que seria responsável pela registro automático da imagem captada; outra ativa, em que o fotógrafo utiliza o aparelho fotográfico como um instrumento para se aproximar do objeto fotografado e produzir um conhecimento sobre ele.

O livro é apresentado como um guia com base no qual o leitor pode orientar o desenvolvimento de seu processo criativo, desde a concepção do projeto fotográfico até sua publicação, passando pelas etapas de desenvolvimento. Seu conteúdo está organizado em seis capítulos, cada um composto pela discussão de um tema, por um estudo de caso e por um exercício. Em todos eles, Simmons apresenta e comenta uma grande variedade de obras fotográficas. Dessa maneira, aborda diferentes práticas e técnicas fotográficas. No entanto, sem aprofundar nelas, pois o foco do livro é o processo fotográfico.

Mike Simmons – Editora Gustavo Gili
Orientar o desenvolvimento do processo de criação de uma fotografia ou de uma série fotográfica é uma tarefa que comporta muitos riscos porque o processo criativo se desenvolve no encontro do fotógrafo com o objeto fotografado e, por isso, é sempre único. Nesse sentido, o leitor não deve ler este livro como se estivesse seguindo uma receita na qual cada etapa deve ser cumprida conforme descrita para que dê certo.
Entretanto, o debate e a reflexão acerca dos processos criativos de outros fotógrafos pode ser uma ótima referência para o desenvolvimento do próprio processo de criação. Nessa perspectiva, o livro Como criar uma fotografia deve ser lido como se fosse um roteiro de viagem, no qual a experiência de outros fotógrafos serve para balizar o percurso do leitor. Dessa maneira, percorrer o caminho sugerido por Simmons, perder-se e realizar as próprias descobertas constitui aquilo que de mais rico este livro tem a oferecer.
FICHA TÉCNICA
Título: Como criar uma fotografia
Autor: Mike Simmons
Editora: Gustavo Gili
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