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André Kertész

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 André Kertész se considerava um fotógrafo nato, amador e cujas fotografias falam.

André Kertész se considerava um fotógrafo nato, amador e cujas fotografias falam.

André Kertész – Autorretrato, Paris, 1926
Descrição: Fotografia em preto e branco. Mostra as sombras de um homem e de uma câmera na parede.
Andrè Kertèsz sempre disse ser um fotógrafo nato. Nascido no Império Austro-húngaro em 1894, foi, porém, ao seis anos de idade que nasceu o seu olhar fotográfico, quando viu pela primeira vez uma revista ilustrada. A partir de então, mesmo sem possuir uma câmera, passou a olhar o mundo como uma fotografia. Possuía, portanto, um jeito despretensioso de compor, tanto as suas fotos imaginárias como as reais, que depois de anos fotografando profissionalmente ele ainda se orgulharia de manter “amador”: “Eu sou um amador e pretendo continuar sendo um amador pelo resto da minha vida. A fotografia se torna bela com toda a verdade estampada nela. É por isso que eu me guardo contra qualquer tipo de truque ou virtude profissional”.

Kertèsz começou a fotografar em 1912, após juntar dinheiro para comprar a sua primeira câmera. Nessa sua primeira fase como fotógrafo, registrava as paisagens rurais do seu país natal e a vida dos jovens que ele conhecia, como seu irmão mais novo. Ao servir o exército na Primeira Guerra Mundial, levou uma câmera leve consigo, mas não queria fotografar o conflito. Ele não enxergava a guerra como uma tragédia e não se interessava por retratos documentais e políticos, optando por retratar os momentos de lazer dos soldados.

Em 1925, motivado pela dissolução do Império Austro-húngaro, se mudou para Paris, como vários outros artistas da época. Na capital francesa, ficou amigo de outros fotógrafos de origem húngara como Man Ray, Robert Capa e Brassaï. Nessa época, sua característica inovadora se tornou mais marcante, enquanto ele eternizava em imagens parte da tradicional vida parisiense, como os cafés, as feiras e os parques. Também foi quando ele ganhou popularidade na França publicando em diversas revistas, período no qual seus trabalhos foram uma simbiose entre modernismo, realismo e humanismo.

Em 1936, as revistas franceses foram deixando de publicar os trabalhos de Kertész, por serem muito “neutros” para o contexto da guerra, antes mesmo de receber a resposta positiva do governo francês sobre a sua naturalização, aceitou um emprego em Nova Iorque, se mudando em seguida. Nos Estado Unidos sua adaptação foi difícil: lá a comunidade artística era pequena, Nova Iorque não o encantava como Paris ou Budapeste e ele não falava inglês. Além disso, seu ensaio “Distorções”, que havia sido aclamado na França, recebeu pouca importância ao fazer parte de uma mostra no Museu de Arte Moderna, mostrando que o estilo artístico da sua atual cidade era bem diferente do seu.

Nos Estados Unidos, Kertész trabalhou em diversas revistas de moda, mas a fotografia de estúdio não lhe agradava. Quando a revista Life o convidou para fazer um ensaio sobre os rios de Manhattan, ele fotografou rebocadores, sobre diversos ângulos, inclusive utilizando um dirigível. Era um trabalho que finalmente o animava, mas, ao entregar as fotos, a revista as recusou sob a justificativa de que elas “falavam demais” e que o redator era o responsável por escrever os textos, não precisando as fotos fazerem mais do que mostrar. Sobre a recusa, Kertész respondeu: “Eu não posso fazer nada, minhas fotos falam. Eu não consigo segurar a câmera sem me expressar”.

Permaneceu fazendo fotografias que não eram totalmente do seu agrado e ficou mais de quinze anos em um contrato exclusivo com a revista de decoração House and Garden. A partir dos anos 1961, Kertész voltou a ser reconhecido pelas suas fotografias despretensiosas, e se iniciou em sua vida um período que os biógrafos chama de “Período Internacional”, quando suas fotos foram publicadas em jornais e revistas e apresentadas em exibições em diversos países. Finalmente, passou a ser reconhecido por seus ângulos diferentes, sua composição inovadora e sua fotos que falam.

André Kertész – Under the Eiffel Tower (Embaixo da Torre Eiffel), 1929
Descrição: Fotografia em preto e branco tirada de cima para baixo. Mostra a base das Torre Eiffel, sua sombra no chão e pessoas transitando em baixo dela.

André Kertész – Chairs (Cadeiras), Champ Elysées, Paris, 1927
Descrição: Fotografia em preto e branco. Mostra cadeiras alinhadas e suas sombras (também alinhadas).

André Kertész – Man Diving (Homem Mergulhando), Esztergom, 1917
Descrição: Fotografia em preto e branco. Mostra um homem prestes a mergulhar e seu reflexo na água.
 André Kertész – Fork (Garfo),  1928.
Descrição: Fotografia em preto e branco. Mostra um garfo apoiado em um prato.

André Kertész – Shadows (Sombras), Paris, 1931
Descrição: Fotografia em preto e branco. Mostra pessoas vistas de cima e suas sombras,

Andrés Kertész – Painting his Shadow (Pintando a sua sombra), 1927.
Descrição: Fotografia em preto e branco. Mostra um homem em uma escada pintando o lado de fora de sua casa.

Referências:

  • BORHAN, Pierre, et al. André Kertész: His Life and Work. Little, Brown and Company. Massachusetts: 1994.
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