Melissa Spitz

Melissa Spitz encontrou na fotografia a oportunidade de “pausar o caos”, registrando a doença mental de sua mãe.
Fotografia de uma mulher loira de meia idade tomando sol na parte rasa da piscina. A mulher veste um maiô rosa e óculos escuros.


Melissa Spitz encontrou na fotografia a oportunidade de “pausar o caos”, registrando a doença mental de sua mãe.
Fotografia de uma mulher loira de meia idade tomando sol na parte rasa da piscina. A mulher veste um maiô rosa e óculos escuros.
Melissa Spitz – Pool Day (Dia na piscina), 2015
“Pausar o caos”, foi como Melissa Spitz, fotógrafa americana nascida no Missouri em 1988, definiu o ato de fotografar a sua mãe na sua conferência no TEDxIndianopolisWomen. Desde a infância Melissa conviveu com os altos e baixos da genitora, diagnosticada com esquizofrenia paranoide, depressão e transtorno bipolar. Ela se acostumou ao fato de que algumas vezes sua mãe iria comprar cigarros para que ela parecesse legal entre os amigos, outras vezes a tentaria apunhalar com uma tesoura por ter contado para a mãe de uma amiga que seus pais brigavam muito.

Melissa começou a fotografar no Ensino Médio. “Eu sempre matava aulas e gostava da detenção porque pelo menos eu não precisava ir para casa. Mas logo eu encontrei uma aula que eu não queria matar e ela oferecia atividades extra curriculares: Fotografia. Eu tinha sido exposta a fotos através do meu avô, que tinha uma câmara escura em seu porão, e minha avó frequentemente me mostrava fotos da parte da família de Viena que não escapou (dos campos de concentração). Então eu sabia que esse veículo tinha essa maravilhosa capacidade de misturar o presente e o passado. Aos dezesseis anos eu entrei de cabeça. Eu fui a todas as aulas de fotografia que minha escola oferecia. Eu frequentemente continuava na escola depois das aulas”, contou Melissa Spitz no TED.

Apesar das dificuldades em casa por conta do comportamento instável da mãe, Melissa sabia que a vida podia ser pior. Ainda na sua conferência para o TED, ela contou que: “Eu não havia nascido na época da minha avó. Eu não era uma mulher nascida em uma sociedade misógina, uma refugiada separada dos meus pais ou uma adolescente crescendo em uma América em guerra. Eu era uma garota branca judia de classe média, com um carro, uma terapista. Eu tinha minha liberdade de expressão. Minha avó tinha tido a capacidade de manter a cabeça dela erguida quando ela tinha muito com o que se preocupar. Por que eu não poderia?”.

E não é a toa que ela ficou famosa com um ensaio chamado “You Have Nothing to Worry About”, ou Você não Precisa se Preocupar com Nada. O ensaio teve início em 2009, quando um professor da universidade passou um trabalho que requeria tirar fotos de algo privado. No começo, Melissa chegou a se perguntar se tirar as fotos era correto, mas os anos de abusos  sofridos a deram confiança para continuar.

Segundo Melissa, o ensaio não só permitiu que ela se graduasse com honras e fizesse seu mestrado, como lhe ensinou sobre empatia. Com as fotos ela teve oportunidade de “pausar todo o caos”, de olhar para o passado e para o presente, de entender como era lidar com uma doença mental e de descobrir mais sobre a mulher que lhe deu a luz.

Confira algumas fotos do ensaio “You Have Nothing to Worry About”:
Fotografia de uma mulher loira em frente a um lago usando um casaco até aos pés.
Melissa Spitz – Mom at the lake Creeve (Mamãe no lago Creeve), 2016
Fotografia de uma mulher loira de perfil. Seu maxilar tem contusões e há um pequeno corte na sua testa.
Melissa Spitz – “I fell down and broke my jaw” (“Eu caí e quebrei o meu maxilar), 2012
Fotografia de uma mulher loira, de olhos fechados e com um pequeno sorriso segurando uma máscara com uma expressão parecida com a sua.
Melissa Spitz – Mom’s mask, part 1 (A máscara da mamãe, parte 1), 2011

Fotografia de duas mulheres em frente ao espelho. A mulher da frente é loira e idosa, usa bobs nos cabelos e está passando creme no rostoa de trás é morena e jovem e segura a câmera para tirar a foto.
Melissa Spitz – Mom’s mask, part 2 (A máscara da mamãe, parte 2), 2016

Retrato de uma mulher loira idosa.
Melissa Spitz – St Augustine, 2016

Referências


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