Escala de Planos

Beto Eterovick - Edelweiss
Beto EterovickEdelweiss

A abrangência do campo visual representado em uma fotografia sugere a distância entre nós, espectadores, e a cena captada pela câmera. De maneira geral, quanto maior o espaço que se abre diante de nossos olhos, mais distante a nossa posição em relação a cena. Utilizamos uma escala de planos para descrever as dimensões dos campos visuais delimitados com a câmera fotográfica. Trata-se de uma hierarquia estabelecida em razão da ocupação do espaço representado pelo corpo humano. As unidades que compõem essa escala apresentam valores aproximados, porém suficientes para orientar nossa prática fotográfica.

Plano Panorâmico
Abrange um espaço com dimensões imensas, que constitui o contexto geral de uma história. As personagens, quando aparecem, são pequenas demais para serem identificadas.
Beto Eterovick - Edelweiss
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Plano Aberto
Abrange um espaço com grandes dimensões, que constitui o contexto geral de uma cena. As personagens, quando aparecem, podem ser identificadas, mas não dominam a composição.
Beto Eterovick - Edelweiss
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Plano Médio
Abrange o corpo inteiro da personagem e o espaço ao seu redor, que constitui contexto imediato da ação.
Beto Eterovick - Edelweiss
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Plano Fechado
Abrange apenas a parte superior do corpo da personagem.
Beto Eterovick - Edelweiss
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Plano Detalhe
Isola uma parte de um objeto ou do corpo da personagem.
Beto Eterovick - Edelweiss
Beto EterovickEdelweiss
As fotografias que ilustram esta postagem foram produzidas pelo fotógrafo Beto Eterovick e integram o ensaio Edelweiss, publicado na edição n. 2 da revista Ensaio Fotográfico. A série é um recorte da pesquisa sobre a influência da cultura alemã na região do Vale Europeu, em Santa Catarina, realizada pelo fotógrafo entre 2012 e 2014.

Na montagem do ensaio, o fotógrafo alterna entre planos de dimensões variadas para promover diferentes efeitos de sentido. Nos planos maiores e mais distantes, ele realiza a topografia da região. Nos planos menores e mais próximos, nosso envolvimento emocional e intelectual é maior. O fotógrafo nos coloca frente a frente com as personagens do ensaio e isola diversos elementos da cultura alemã.
Dê diferentes sentidos às suas imagens, utilizando diferentes planos para descrever um lugar ou narrar uma ação. Mãos à obra!
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Horizontal ou Vertical?

#fotografetododia
Flávio ValleFuga Frustrada
A escolha da orientação, horizontal ou vertical, de uma composição não tem relação alguma com o gênero, paisagem ou retrato, da fotografia que será produzida. Mas, sim, com a predominância de linhas em uma direção ou em outra na cena que será captada. A orientação da composição e as linhas da cena trabalham em conjunto para dirigir a leitura da imagem e produzir efeitos de sentido.

A maioria das cenas é mais longa em uma direção que em outra e, em geral, os fotógrafos concordam o alinhamento da composição com o da cena. Por essa razão, a maioria das paisagens são captadas em composições horizontais e a maioria dos retratos em composições verticais. O que nos leva a identificar um determinado tipo de orientação da composição com um determinado tipo de gênero.
A orientação da composição influencia na maneira como lemos uma fotografia. O horizontal induz nosso olhar a se deslocar de um lado para o outro. O vertical, por sua vez, faz com que ele se desloque de cima para baixo ou seu contrário. Essa influência pode ser reforçada quando a direção das linhas presentes na cena concordam com a orientação escolhida pelo fotógrafo e pode ser enfraquecida quando essas linhas discordam. Por isso, a escolha da orientação deve ser feita de maneira consciente e de acordo com os efeitos desejados pelo fotógrafo.
Na fotografia acima, a orientação vertical da composição concorda com as linhas presentes no portão de madeira e no muro. Juntas elas conduzem nosso olhar do alto da porta até o chão. Onde, no espaço entre um e outro, vemos a cabeça e as patas dianteiras de um cachorro. Temos a sensação de que o cachorro está preso debaixo desse portão e que o peso sobre ele é enorme. Ambas as proposições de sentido são proporcionadas pela concordância entre a orientação da composição e as linhas da cena.
Faça fotografias na vertical e na horizontal. Para isso, planeje sua fotografia. Teste ambas as orientações e as utilize para realçar o ambiente que está sendo fotografado. Em seguida, compartilhe com a gente e nos conte porque escolheu cada orientação.

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Utilização razoável de obras intelectuais

Estantes abarrotadas de livros.
Existem algumas circunstâncias em que a utilização de obras intelectuais, com ou sem autorização de seu autor, pode se realizar de maneira justa. Nesses casos, a utilização razoável não constitui uma ofensa aos direitos patrimoniais do autor da obra. De maneira geral, trata-se de situações em que o interesse público e social se sobrepõe ao interesse privado e particular.

Fotografia: Alfons Morales | Unsplash

Na legislação brasileira, esses casos estão relacionados taxativamente no artigo 46 da Lei 9.610/98. Entre as situações listadas, destacamos o inciso III que assegura o direito de citação, com propósitos de crítica, ensino ou pesquisa, de trechos de uma obra, na medida justificada para o fim a atingir. No entanto, o direito de citação somente pode ser exercido quando mencionados o nome do autor e a origem da obra e quando utilizada para fins argumentativos ou exemplificativos, nunca como o objeto principal da nova obra.

Na legislação internacional, essas circunstâncias estão previstas na Convenção de Berna, que determina o reconhecimento dos direitos de autor pelos países signatários. O acordo firmado em 1886, estabelece, no artigo 10, o uso razoável como condição para o exercício do direito de citação, na medida justificada pela finalidade a ser alcançada. Assim como previsto na legislação brasileira, destaca-se a exigência de menção ao nome do autor e a origem da obra citada. Desde 1975, o Brasil integra a União de países para a proteção dos direitos de autor instituída pela convenção.

Ainda em âmbito internacional, essas situações também são reguladas pelo conceito de “uso razoável”, baseado na doutrina do “Fair use”, presente na legislação estadunidense. Para determinar se a utilização de uma obra intelectual constitui um caso particular de “uso razoável” é preciso considerar alguns critérios: a finalidade e o caráter da utilização; a natureza da obra intelectual utilizada; a extensão e a substancialidade do trecho utilizado em relação a integralidade da obra de onde ele foi retirado; e o efeito da utilização sobre a exploração econômica da obra.

Com o objetivo de facilitar e estimular o uso razoável dos conteúdos que publicamos aqui, reservamos para nós apenas alguns direitos autorais. Por isso, todas as postagens feitas no blog Estudos Fotográficos são reguladas pela licença Creative Commons que permite a criação de obras derivadas, desde que para fins não comerciais, que sejam distribuídas sob a mesma licença e que nos seja atribuído o crédito devido.

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