Em Visages, Villages, a cineasta Agnés Varda e o fotógrafo JR se aventuram pela França em um caminhão adaptado com uma cabine fotográfica onde eles transformam e ressignificam locais, muitas das vezes já esquecidos. Durante a viagem são feitas algumas paradas em pequenos vilarejos e lugares diversos onde o acaso coloca a dupla em contato com diferentes pessoas. O documentário tem uma grande carga sentimental, que chega até a despertar uma vontade de sair e conhecer pessoas novas.
Foto divulgação – autor não identificado |
Casas, containers, bunkers, fábricas, trens e ruínas são alguns dos cenários em que os artistas fazem algum tipo de intervenção. Através do contato com esse “outro desconhecido’’, que geralmente mantém ligações sentimentais com os locais, são pensadas fotografias que viram lambes (posters que variam de tamanho e são colados em espaço público), assim, participam da ornamentação desses espaços. Quando questionados o motivo das fotografias os artistas respondem que a imaginação é o limite.
Cena de Visages, Villages |
O filme é gravado durante 18 meses e é possível ver que a relação harmônica de Varda e JR não acontece somente através dos gostos em comum, mas sim pela diferença de idade, que é o que realmente parece deixar a viagem com o ar de cumplicidade e afeto. Através de visitas a personagens íntimos para os dois como a avó de JR, ao amigo de Varda, Jean-Luc Godard, e ao túmulo de Henri Cartier-Bresson os dois destrincham mais ainda essa viagem de autoconhecimento.
Além de ter sido indicado ao Oscar, o filme ganhou o prêmio de melhor documentário no festival de Cannes em 2017. Visages, Villages nos mostra o processo de criação de importantes artistas e a importância do contato com o outro para suas criações.
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