Robert Mapplethorpe foi um fotógrafo americano que, após ter obras recusadas por galerias e museus, foi alçado à fama sendo cultuado até hoje como um dos artistas mais importantes – e polêmicos – de sua geração. Criador de uma obra marcada pelo erotismo, levou aos olhos do público a cena gay sadomasoquista ao mesmo tempo que se descobriu sexualmente. Companheiro de longa data da cantora e poetisa Patti Smith, produziu arte junto a ela, como a icônica capa do disco Horses, e viveu com ela a cena punk que emergia na Nova York na década de 1970, incluindo encontros com figurões do meio artístico como Andy Warhol e Allen Ginsberg, noites agitadas em bares como o CBGB e a busca por criatividade e autenticidade em meio ao turbilhão de sexo, drogas e Rock n’ Roll no qual viviam morando juntos no lendário Hotel Chelsea.
Filho de pais católicos, Mapplethorpe teve uma infância regrada à qual buscou se opor em sua criação artística. “Costumávamos rir de nós mesmos quando crianças, dizendo que eu era uma menina má tentando ser boa e que ele era um bom menino tentando ser mau”. É dessa maneira que Patti Smith define a dualidade que existia entre si e Mapplethorpe no livro de memórias Só Garotos (2010). Pode-se dizer que dois acontecimentos mudaram o curso de sua vida pessoal e artística, quando após experimentar com as artes plásticas ganhou a sua primeira câmera Polaroid, encontrando-se na fotografia, e uma viagem que realizou para San Francisco quando ainda vivia ao lado de Smith, onde viveu experiências que levaram-no a descobrir-se como homossexual.
Mapplethorpe era um grande admirador de escultores como Michelangelo e buscou atingir aquele ideal de beleza em suas fotografias. Assim, algumas de suas fotografias mais famosas são nus masculinos e femininos, embora também tenha fotografado celebridades, crianças e flores, além de diversos auto-retratos. No entanto, são as fotografias que produziu representando o submundo da cultura gay sadomasoquista que se destacam em seu catálogo, sendo muitas tão explícitas que o próprio fotógrafo as considerava pornográficas. Devido ao teor de tais imagens, muitos museus e galerias se recusaram a exibi-las e quando o faziam, as expunham de forma reservada. Para contornar essa situação, contou com o apoio de um colecionador de arte chamado Sam Wagstaff, que também foi seu parceiro romântico e desempenhou uma grande influência na inserção de Mapplethorpe no mundo das artes.
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Referências:
SMITH, Patti. Só Garotos. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
ROIZMAN, Ilene. Robert Mapplethorpe’s Photography: BDSM and Beyond. In: Scene 360. 2016. Disponível em: <https://scene360.com/art/91031/robert-mapplethorpe/> Acesso em: 09 de Abr. de 2020
ARN, Jackson. Why Mapplethorpe’s Photographs Remain Subversive , Even without the Shock Value. In: Artsy. 2019. Disponível em: <https://www.artsy.net/article/artsy-editorial-mapplethorpes-photographs-remain-subversive-shock-value> Acesso em 05 de Abr. de 2020
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