Categoria: Fotógrafas e Fotógrafos

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  • Radilson Gomes

    Radilson Gomes

    Radilson Gomes é um fotógrafo especializado em Saúde Pública. Possui um importante catálogo, onde, o principal objetivo é divulgar a realidade do nosso SUS.

    Radilson Carlos Gomes, é um fotógrafo formado em História, especialista em Gestão da saúde pública e Comunicação em Saúde. Teve início em sua carreira no ano de 1986, em Brasília. Professor de fotografia, deu aula de Iniciação à Fotografia na Universidade Católica de Brasília.

    A foto mostra um corredor comprido, ao final se encontram dois profissionais da saúde com roupas na cor verde.
    FotoSaúde – Radilson Carlos Gomes

    Em 1994, ingressou no Ministério da Saúde, passando a trabalhar com documentários fotográficos de saúde pública. Foi aí que surgiu o ensaio Foto Saúde, em 2011. O principal objetivo desse ensaio fotográfico é divulgar a realidade do nosso Sistema Único de Saúde, o SUS.  Conheça abaixo algumas das fotografias:

    Mostra pessoas vestidas com roupas cirúrgicas de proteção na cor verde, usando toucas e máscaras no que parece ser um centro cirúrgico de hospital.
    FotoSaúde – Radilson Carlos Gomes
    A foto mostra uma profissional da saúde em uma maternidade, cuidando de um recém nascido que se encontra em uma encubadora.
    FotoSaúde – Radilson Carlos Gomes
    A foto em preto e branco apresenta recém nascidos em encubadoras no que parece ser uma uti neo-natal.
    FotoSaúde – Radilson Carlos Gomes
    A foto mostra um barco que serve como Samu em Manaus. O barco esta pintado de branco com inscrições e símbolos vermelhos, como uma ambulância. Na fotografia também podemos ver três profissionais da saúde usando coletes salva-vidas laranjados.
    FotoSaúde – Radilson Carlos Gomes

    #galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.Compartilhe nossa postagem, comente em nosso grupo do Facebook e no

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    https://ndmais.com.br/entretenimento/exposicao-de-radilson-carlos-gomes-em-florianopolis-revela-um-haiti-singular-pos-tragedia/

  • Retrato e autorretrato

    Retrato é um gênero das artes visuais onde a intenção é destacar pessoas. Seja em um estúdio repleto de recursos ou numa pequena confraternização de família, o desafio consiste em como representar o fotografado da melhor forma.

    Retrato é um gênero das artes visuais onde a intenção é destacar pessoas. É, particularmente, um gênero que eu gosto muito porque cada pessoa é única e é possível captar diferentes expressões. Além do retrato, existe também o autorretrato (selfie), que se popularizou desde que Ellen Degeneres tirou aquela icônica foto na cerimônia do Oscar de 2014. O principal motivo, creio eu, é a autonomia. Não é preciso “incomodar” outra pessoa para pedi-la que tire uma foto sua.

    Uma garota guatemalteca posa para o retrato. Usa uma blusa azul, cheia de detalhes coloridos. Na cabeça, equilibra uma cesta de palha. Ela está escorada em uma parede azul e rosa, que se assemelha às cores de suas roupas.
    Young Girl, Atitlan, Guatemala | Joel Santos

    Como disse, retratos tem a ver com pessoas. Seja em um estúdio repleto de recursos ou numa pequena confraternização de família, o desafio consiste em como representar o fotografado da melhor forma. Para isso, é importante prestar atenção em alguns detalhes, como a luz, o foco nos olhos e a posição da câmera. Além disso, o cenário não desempenha um papel fundamental, isto é, dá para se fazer ótimos retratos sem se preocupar com plano de fundo.
    Veja que não é preciso muito para se tirar um bom retrato. No entanto, quanto mais conhecimento e recursos disponíveis, melhor serão os resultados.
    Joel Santos é um fotógrafo português. Desde 2003 trabalha com fotografia de viagem. Em um de seus trabalhos, chamado “Into The Eyes”, ele fotografa pessoas de diversos países, como Índia, China, Guatemala, Níger e Camboja. A descrição do projeto, segundo o autor, diz que somos diversos, mas não essencialmente diferentes. Abaixo temos um dos retratos deste trabalho.
    Retrato de um homem de cerca de 50 anos, moreno, de olhos azuis, cabelo e barba longos, com fios grisalhos. Em sua testa, uma pintura religiosa. Usa vários colares, brincos e um turbante.
    Blue eyes, Sadhu, Holy man, Jaipur, India | Joel Santos
    Nesse retrato, Joel fecha o enquadramento no rosto do fotografado. Os olhos azuis causam impacto imediato. A barba, cheia e grisalha, indicam que é um homem de mais idade. Nessa composição, não há cenário ao fundo, apenas seu rosto. A pintura na testa, seus colares e o turbante são demonstrações de sua cultura indiana.
    Aproveite a leitura e o fato de estarmos em quarentena, devido à pandemia causada pela COVID-19, para praticar retratos! Mesmo em casa, é possível fazer bons retratos! Não se esqueça de utilizar a tag #fotografetododia!

    Referências

  • Paolo Miranda

    Paolo Miranda é enfermeiro e fotógrafo. Suas fotos viralizaram na internet, mostrando a luta dos enfermeiros de um hospital na luta  contra a COVID-19, na região da Lombardia, epicentro da doença na Itália.

    Paolo Miranda é enfermeiro e fotógrafo. Há algumas semanas, ele fotografou os “bastidores” de um hospital na Itália em que estava trabalhando, retratando a luta intensa contra a COVID-19. Paolo vive em Cremona, na região italiana da Lombardia, epicentro do surto de coronavírus no país.
    Os registros mostram a realidade de toda a situação. Uma enfermeira dorme após uma jornada doze horas ainda com a máscara no rosto. Outra parece chorar agachada, enquanto é consolada por uma colega. Mas também há fotos de abraços e sorrisos da equipe. “Não vamos desistir apesar do cansaço. Fiquem em casa”, disse Paolo.
    Como seus colegas, Paolo trabalha em turnos de 12 horas e descreveu que se sente trabalhando numa trincheira. Além disso, ele afirma “Não quero esquecer nunca o que está acontecendo. Isso se tornará história, e, para mim, as imagens são mais poderosas que as palavras.”
    O italiano colabora com a revista Vogue de seu país e tem um perfil no Instagram que ganhou muitos seguidores após suas fotos viralizarem na internet.

    Duas enfermeiras, utilizando aventais brancos, máscara e touca verde, se abraçam
    Paolo Miranda, 2020

    Seis enfermeiros, homens e mulheres, posam para foto.
    Paolo Miranda, 2020

    Uma enfermeira se olha no espelho enquanto se equipa
    Paolo Miranda, 2020

    Uma enfermeira dorme sentada numa cadeira após horas de trabalho contínuo.
    Paolo Miranda, 2020

    Cinco enfermeiras numa sala vestindo os equipamentos de segurança.
    Paolo Miranda, 2020

    Uma enfermeira, agachada, com as mãos na cabeça, enquanto outra enfermeira tenta consolá-la
    Paolo Miranda, 2020

    Paolo Miranda tira uma foto de si mesmo no espelho durante o turno de trabalho. Ele usa aventais, luvas e máscara de segurança
    Paolo Miranda, 2020

    Dois enfermeiros escorados parecem conversar durante um intervalo.
    Paolo Miranda, 2020

    Retrato de um enfermeiro com o nariz machucado pelo uso contínuo da máscara de proteção.
    Paolo Miranda, 2020
    Retrato de uma enfermeira equipada com roupa adequada, máscara e touca
    Paolo Miranda, 2020

    Referências

    BBC
    Revista Glamour (Globo)
  • Linha do Horizonte

    Em fotografias de paisagens, salvo raras ocasiões, a linha do horizonte está presente. Aprenda a usá-la para transmitir naturalidade e equilíbrio.

    Em fotografias de paisagens, salvo raras ocasiões, a linha do horizonte está presente. Aprenda a usá-la para transmitir naturalidade e equilíbrio.

    Fotografia de três skatistas, um homem ao centro e mais a frente e duas mulheres, uma em cada lado, andando de skate em uma estrada. Eles estão de costas, andando em direção ao fim da estrada.
    Foto de Daniel Espírito Santo

    Na fotografia acima, de Daniel Espírito Santo, a linha do horizonte é bem definida pela divisão entre a estrada e o céu, não podendo ver o fim da rua a impressão é de que o caminho é bem longo. Mas nem sempre essa divisão será visível, podendo se tratar de uma linha do horizonte perceptiva. Ou seja, quando uma fotografia de paisagem não apresenta o horizonte bem definido, temos a tendência a acrescentá-la à imagem, imaginando o lugar onde ela ficaria, como na fotografia abaixo.


    Fotografia de um barco com um aspecto retrô no mar. Há um pequeno barco a motor amarrado nele. O mar está calmo, mas há muita névoa.
    Foto de Daniel Espírito Santo


    Para utilizar a linha do horizonte a seu favor a principal regra é manter a linha do horizonte reta. Uma linha do horizonte torta causa desconforto no leitor, como se algo estivesse errado, tira a naturalidade da cena e transmite a sensação de desequilíbrio. Mesmo em uma foto em que o horizonte não seja visível, é indicado que a linha do horizonte seja perceptivelmente reta. Há casos específicos em que a linha do horizonte torta cria uma sensação de conformidade com o resto da cena, como na fotografia abaixo, em que a linha segue as ondas do mar, transmitindo o seu dinamismo e, por isso, está inclinada.


    Fotografia de uma onda se formando, tirada de dentro do mar. O sol se põe no fundo da cena.
    Foto de Daniel Espírito Santo

    A linha do horizonte também pode ser utilizada como um auxiliar da regra dos terços, que pode ser aprendida aqui. Ela divide a cena em duas partes, mas essas partes não precisam ser iguais, deixe dois terços para a parte mais chamativa ou que você considere mais importante para a mensagem. Em uma fotografia em que o sol reflete na água talvez fosse mais interessante colocar a linha do horizonte acima, dando dois terços da imagem para o mar e um terço para o céu. Já em uma fotografia de pôr do sol, para colocá-lo em destaque, o céu poderia receber dois terços da imagem e o oceano um. Já uma fotografia em que se dá a mesma importância entre o céu e o mar poderá ter a linha do horizonte exatamente no centro. Na fotografia abaixo, por exemplo, não havia muito destaque nem no céu quanto no mar, por isso, o fotógrafo distribui igualmente o espaço da fotografia para os dois.

    Fotografia do mar tirada no próprio oceano. A metade inferior da foto mostra apenas água, dando a impressão de que se está dentro do mar.
    Foto de Daniel Espírito Santo

    Desta maneira, a linha do horizonte transformará as suas fotografias de paisagens, trazendo para a imagem toda a beleza da vida real, como nas fotografias de Daniel Espírito Santo que citamos neste post. Daniel é um fotógrafo que mora em Portugal. Suas fotografias retratam os seus interesses: o oceano, esportes, viagens e aventuras. Como ele mesmo as descreve em seu site: “As fotografias que eu faço se distinguem pelas paisagens energéticas, momentos de êxtase e espírito de aventura”. Saiba mais sobre ele em: https://www.danielespiritosanto.com/. Agora é sua vez: fotografe paisagens usando a linha do horizonte para pôr elementos em evidência. Não se esqueça de mantê-la sempre reta e de explorar o horizonte perceptivo.


    Referências

  • Borrar um movimento

    Muitos fotógrafos adoram a técnica de borrar o movimento. Neste método, o rastro do movimento do objeto principal é registrado. Para conseguir esse efeito, é preciso uma velocidade baixa do obturador, isto é, um tempo de exposição longo.

    Muitos fotógrafos adoram a técnica de borrar o movimento. Neste método, o rastro do movimento do objeto principal é registrado. Para conseguir esse efeito, é preciso uma velocidade baixa do obturador, isto é, um tempo de exposição longo.

    Uma árvore centralizada numa foto noturna. Devido à longa exposição, as estrelas parecem estar se movendo em espiral.
    The shortest night | Andrew Whyte

    A velocidade ideal vai depender do que você estiver fotografando. Para  registrar os rastros de faróis de carros em uma fotografia noturna, por exemplo, é necessário que a exposição leve vários segundos ou até minutos.
    Ao optar por velocidades baixas, é muito recomendado que você utilize um tripé ou tente apoiar a câmera em alguma superfície estável. Isso porque um mínimo movimento da câmera pode resultar numa foto inteiramente tremida.
    Nas câmeras em geral, existe um modo “prioridade de velocidade do obturador”, em que você define apenas a velocidade e a máquina ajusta o ISO e a abertura automaticamente de acordo com a situação. Se preferir, pode também utilizar o modo manual e configurar esses controles da maneira que achar mais adequado.
    Andrew Whyte é um fotógrafo britânico, apaixonado por fotografias de longa exposição. Seu portifólio contém fotos de cidades, do céu noturno e trabalhos com luz.

    Fotografia do Big Ben, em Londres, durante uma noite chuvosa. Á direita, vê-se vários rastros de luz coloridos. São os faróis dos veículos que passaram enquanto o obturador ficou aberto
    Ben 10 | Andrew Whyte

    Na imagem Ben 10, Andrew registrou uma noite em Londres, bem em frente ao icônico Big Ben. Com uma longa exposição, o artista capturou diversos feixes de luzes dos carros que passaram durante o tempo em que o obturador ficou aberto. Pode-se ver tons de verde, vermelho, azul, amarelo, laranja e rosa. Essas cores vibrantes dão um aspecto mais vivo à cena. Percebe-se também reflexos de luz no chão e pingos na lente, que indicam chuva no instante em que a fotografia foi feita.
    Que tal agora praticar? Pegue sua câmera, pense em algo legal, como os próprios carros à noite ou até mesmo a água corrente (para dar o efeito de véu de noiva) e pratique! Compartilhe suas fotos com a gente, usando a tag #fotografetododia!

    Referências

    • Leia isto se quer tirar fotos incríveis – Henry Carroll

    Não é para qualquer um. A técnica exige equipamento profissional, experiência fotográfica e, talvez, conhecimentos de edição.

  • #1min1foto – Cartiê Bressão

    A coluna dessa semana, traz um fotógrafo das ruas e do cotidiano!


    A coluna #1min1foto é inspirada no projeto “Une minute pour une image” de Agnes Varda. Aqui, o participante é desafiado a olhar para uma foto, de escolha da editoria, durante um minuto e depois escrever suas impressões.

    A fotografia neste caso assume à qualidade de espontaneidade. Uma captura de um detalhe da vida de tantos corpos inseridos na imagem mas que não tem intenção quanto as ações dele. O foco da imagem parece estar apenas no olhar vago e fixado da mulher de blusa azul marinho. Em direção ao olhar da personagem, há algumas flores amarelas, e interessante pensar neste contexto a simbologia em torno da cor. Que remete ao vibrante e é constantemente associada a alegria e energia, símbolo de agradecimento, lealdade para com o outro. 
    Não há vestígios de semelhança entre o significado da cor e a fisionomia da personagem, que carrega em sua feição sentimentos vagos, e difíceis de decifrar. O enquadramento é recluso mas alguns detalhes trazem aspectos de ambientação para imagem. Os corpos de modo geral, estão voltados para o horizonte, como se estivessem contemplando o momento.

    Mulher negra, olhando para fotografia, com feições serias. Ela está em um culto a Iemanjá em Copacabana, Rio de Janeiro.
    Cartiê Bressão, Copacabana, 2016

    A fotografia parece remeter ao culto a Rainha dos oceanos, Iemanjá. Esta divindade, que no Brasil, anualmente recebe uma procissão até seu templo, o mar. Os devotos usam branco e azul em sua homenagem, e a ela levam oferendas como flores, sabonetes, bijuterias. A imagem te leva a devaneios contém poucos detalhes mas sugere a sensação de que mais coisas acontecem fora do que está registrado. O horizonte é um destes detalhes, é uma mistura de contrastes, pouco se vê o mar, mas muito o céu. E numa linha tênue eles se fundem. No entanto, a mulher não se mostra apreciadora do fenômeno como os outros, algo preenche seu olhar, mas em contrapartida sua feição fechada não diz muito sobre o quê se passa em sua vida. 
    Bom, à título de curiosidade, após a experiência de analisar, durante 1 minuto, a fotografia. Dediquei-me a uma rápida pesquisa sobre o autor da imagem. Cartiê Bressão é pseudônimo do fotógrafo carioca Pedro Garcia de Moura, o nome é uma homenagem antropofágica ao também fotógrafo de rua do século xx, o francês Henri-Cartier Bresson. Em suas composições, o artista brasileiro tenta retratar o cotidiano carioca de uma maneira leve, como uma captura do momento. A imagem analisada foi retirada de sua página no  Instagram, “cartiêbressão” . A legenda que acompanha a fotografia é um trecho de um poema do escritor Vinicius de Moraes que diz: “Uma beleza que vem da tristeza. De se saber mulher. Feita apenas para amar. Para sofrer pelo seu amor. E pra ser só perdão”. A fotografia foi tirada na praia de Copacabana em 2016. 

     E aí, o que acharam da fotografia? Façam esse exercício de observar uma foto por um minuto e compartilhe o resultado em nossas redes!!


    Somos bombardeados por imagens a todo momento. A coluna #1min1foto dessa semana, traz um fotógrafo das ruas e do cotidiano, não deixe de ler!
  • ISO

    ISO

    Você já deve ter percebido uma configuração em sua câmera chamada ISO, certo? ISO  é a sigla da International Standard Association, e que na fotografia ela define os padrões de sensibilidade do sensor da câmera com a luz.

    Você já deve ter percebido uma configuração em sua câmera chamada ISO, certo? ISO  é a sigla da International Standard Association, e que na fotografia ela define os padrões de sensibilidade do sensor da câmera com a luz.

    A imagem mostra prédios fotografados a noite, de baixo para cima. Os prédios possuem janelas de vidro iluminadas.
    Robyn Rayn – Old World New World

    Para registrar uma imagem com luminosidade adequada, é necessário controlar três elementos: a abertura, a velocidade e o iso. De uma maneira geral, a sensibilidade é inversamente proporcional a intensidade da luz captada e ao tempo de exposição da superfície fotossensível a luz. Ou seja, quanto maior a intensidade da luz captada, menor pode ser a sensibilidade ou quanto maior o tempo de exposição a luz, menor pode ser a sensibilidade.

    Em um ambiente bem iluminado, é mais fácil de fotografar do que em um ambiente com menos luz. Quanto menor o número do ISO, menor será sua sensibilidade à luz.  Contudo, não é necessário ter muita luz no ambiente para que a fotografia fique clara. É necessário captar muita luz para que a fotografia fique clara, isto é, superexposta. Se o número do ISO é aumentado, a sensibilidade do sensor aumenta, e, mesmo captando pouca luz é possível fotografar o que se deseja.

    Apesar disso, existem algumas consequências ao se usar o ISO de forma imprudente. Um ISO menor capta pouca luz e não apresenta ruídos na imagem. O ISO maior permitirá fotografar com pouca luz, porém a imagem poderá ter um ruído perceptível, o que pode prejudicar a nitidez de sua fotografia. Por isso é necessário pensar sempre no uso da fotografia. Uma fotografia para uso profissional de casamentos, por exemplo, não é desejável que haja ruídos, há não ser que o fotógrafo deseja que o ruído produza sentidos na fotografia. Já fotografias caseiras ou somente para redes sociais, um pouco de ruído não atrapalharia na finalidade da fotografia, mas mais uma vez, é de acordo com o desejo do fotógrafo. Na dúvida, use sempre o ISO menor para tirar fotos externas e não correr o risco de estragar sua imagem.

    Robyn Ryan, é um fotógrafo de Vancouver, no Canadá. Ele se descobriu apaixonado pela fotografia noturna e pela profundidade das cores oferecidas por ela. Em suas fotos, utiliza um tripé, lentes grandes angulares, uma lanterna para iluminar áreas escuras e a imaginação.

    A foto mostra uma região portuária, fotografada a noite. As luzes da cidade refletem na água, formando diversos formatos e cores.
    Robyn Ryan – Vancouver in the Night

    Na foto acima, o fotógrafo utilizou o ISO alto para se fotografar a noite, sem auxílio de um flash. O ruído causado era desejado para causar diferentes efeitos de luz, sombras e produzir sentidos na fotografia.

    #artigos é uma coluna de caráter ensaístico e teórico. Trata-se de uma série de textos dissertativos por meio do qual o autor propõe uma reflexão fundamentada acerca de um ou mais elementos que constituem a cultura fotográfica. Quer conhecer melhor a coluna #artigos? É só seguir este link.

    #fotografetododia Agora, faça você uma foto utilizando o ISO a seu favor e nos mostre seus resultados marcando a nossa rashtag!

    Referências:

    FOLTS, James A; LOVELL, Ronald P.; ZWAHLEN, Fred C. Manual de fotografia. São Paulo: Pioneira 2007.
    LANGFORD, Michael John; FOX, Anna; SMITH, Richard Sawdon. Fotografia básica de Langford: guia completo para fotógrafos. 8.ed. Porto Alegre: Bookman 2009.
    https://www.tecmundo.com.br/internet/7978-fotografia-para-que-serve-o-iso-.htm
  • Fotógrafas nas linhas de frente: Lee Miller, Gerda Taro e Alexandra Boulat

    Fotógrafas nas linhas de frente: Lee Miller, Gerda Taro e Alexandra Boulat

    A guerra é geralmente pensada como um espaço masculino. Na contramão dessa convenção, encontramos mulheres que desempenharam papéis importantes na fotografia de guerra.    

    Convencionalmente, a guerra é pensada como um espaço masculino: homens guerreiam, disputam territórios, confrontam-se nos campos de batalha, escondem-se em trincheiras. Às mulheres fica reservado o papel de esperá-los, de sofrer pelas perdas familiares, pelas devastações de suas casas, de suas cidades, quando não são violentadas, aprisionadas, torturadas. De acordo com Susan Sontag (2003, p. 11), “a máquina de matar tem um gênero, e ele é masculino”.

    Habitualmente, também são os homens que fotografam a guerra. A atuação das mulheres como fotógrafas de guerra, se comparada à dos homens, é bastante limitada, embora  a história da fotografia seja marcada com nomes importantes como de Lee Miller (1907-1977), Gerda Taro (1910-1937) e Alexandra Boulat (1962-2007), entre várias outras. Cobrindo conflitos diferentes, em épocas e perspectivas distintas, cada uma dessas fotógrafas contribuiu para a conquista do espaço da mulher na cobertura de guerra.

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    Treinamento de milicianos republicanos na praia. Gerda Taro. 1936.

    Lee Miller

    Lee Miller (1907-1977) teve múltiplas faces: modelo revolucionária e fotógrafa consagrada, participou da vanguarda cultural europeia nos campos da literatura, música, pintura, fotografia e artes em geral. Foi correspondente de guerra, passou por alguns relacionamentos, entre eles dois casamentos, e teve um filho. Foi dona de casa e graduou-se na escola de gastronomia Le Cordon Bleu. Diante dos problemas que enfrentou na infância, optou por sair de sua zona de conforto e enfrentar o mundo. Nunca se acomodou no contexto de “mulher, branca, bonita, rica e frágil”, tendo sempre lutado contra esse tipo de enquadramento, desafiando, causando espanto e revolucionando a sociedade dos anos 1920, 1930 e 1940.

    Por sua coragem e forte personalidade, a fotógrafa americana foi exuberante em tudo que se dispôs a fazer. Miller foi uma das quatro fotojornalistas credenciadas como correspondentes da Segunda Guerra Mundial dos EUA. Conseguiu a credencial pela British Vogue, a mais improvável publicação a mandar uma mulher para guerra. Documentou a movimentação nos hospitais de campanha na Normandia, a vitória de Saint-Malo, a libertação de Paris, o avanço aliado na Alemanha, a batalha de Alsácia. Juntamente com o fotógrafo David E. Scherman (1916-1997), da revista Life, fotografou os campos de concentração de Dachau e Buchenwald, após a libertação dos sobreviventes.

    O fato de ser mulher foi determinante no seu modo produção. Usando uniforme e botas masculinas, Lee Miller era sempre o centro das atenções. Naquela época, era impensável a presença de uma mulher na cobertura de uma guerra, por isso eles a protegiam, cuidavam dela. Tal circunstância facilitava o acesso da fotógrafa a momentos reservados, restritos aos soldados. Ajudava também que ela conseguisse imagens exclusivas, em ambientes que dificilmente outras pessoas teriam acesso, como mostra a fotografia de dois artilheiros norte-americanos deitados na cama do apartamento do Hôtel Ambassadeurs, falando no telefone e observando pela janela o momento para lançar fogo.

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    Tropas americanas dirigem fogo mortal do Hôtel Ambassadeurs. St Malo. Lee Miller. 1944.

    Gerda Taro

    A relação da alemã de origem judaica Gerda Taro (1910-1937) com a fotografia teve início a partir do encontro com o jovem fotógrafo Andre Friedmann. Apaixonados, Friedmann ensinou seus conhecimentos à Taro e os dois passaram a fotografar juntos. Logo, Friedmann trocou seu nome para Robert Capa, personagem inventado pelos dois para capitalizarem melhor suas fotografias.

    Em 1936, com o começo da Guerra Civil Espanhola, Taro e Capa mudaram-se para a Espanha com o objetivo de cobrir o conflito. Eles documentaram diferentes episódios da guerra, suas fotografias foram publicadas em revistas como a Regards e a Vu. Muitas vezes, eles fotografavam as mesmas cenas. No início era possível distinguir a autoria das fotografias, pois usavam câmeras que produziam negativos de formatos diferentes. Taro utilizava uma Rolleiflex, de formato quadrado, e Capa uma Leica, de formato retangular. Depois, os dois passaram a trabalhar com câmera de 35 mm, dificultando identificar quem havia feito determinada fotografia.

    Em sua trajetória como fotógrafa, Gerda Taro procurou dar visibilidade à mulher. Como podemos observar na fotografia abaixo que mostra quatro jovens mulheres armadas e posicionadas em uma trincheira durante um combate. As protagonistas femininas demonstram entusiasmo e coragem. O olhar de Taro buscava sempre cenas como essa que rompessem com estereótipos.

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    Mulheres milicianas durante a Guerra Civil Espanhola. Gerda Taro. 1936.

    Na Batalha de Brunete, Gerda Taro estava trabalhando sozinha. Ela fotografou o front e assistiu terríveis bombardeamentos da aviação nacional, colocando em risco sua vida em várias ocasiões. Acabou perdendo a vida aos 27 anos, quanto voltava da batalha. Acidentalmente, um tanque republicano derrubou-a do carro, esmagando o seu corpo.

    Alexandra Boulat

    A francesa Alexandra Boulat (1962-2007) formou-se em artes gráficas e história da arte e iniciou sua carreira como fotojornalista em 1989, influenciada pelo pai, o fotógrafo Pierre Boulat, que trabalhou na revista Life. Boulat trabalhou na Sipa Press durante 10 anos. Em 2001, juntamente com outros fotógrafos, co-fundou a VII Photo, uma agência de fotojornalismo. Boulat cobriu vários conflitos em todo o mundo (Oriente Médio, Afeganistão, Iraque e antiga Jugoslávia), Atuou também como fotógrafa em Ramallah, na Faixa de Gaza. Publicou imagens em veículos como a Time, Newsweek, The Guardian, National Geographic, entre outros. Alexandra Boulat morreu em de 2007, vítima de um aneurisma.

    Um dos temas recorrentes nas coberturas que fazia era relacionado às vítimas de conflitos, particularmente as mulheres. Seu último trabalho importante foi sobre as mulheres muçulmanas na Ásia Menor e Oriente Médio. A sensibilidade do olhar de Boulat é marcante em seu trabalho. A fotógrafa parece encontrar humanidade na face da tragédia. Como acontece na fotografia em que uma luz suave incide sobre o rosto de uma senhora com um semblante abatido e desconfiado. Em segundo plano, outra mulher, mais jovem, parece compartilhar o mesmo sentimento. O plano plongée transmite a condição de inferioridade e vulnerabilidade das mulheres refugiadas.

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    Refugiadas afegãs em Quetta. Paquistão. Alexandra Boulat. 2001.

    Ao longo dos séculos XX e XXI, a participação da mulher no campo do fotojornalismo, principalmente na cobertura de guerras, vem crescendo expressivamente. Seguindo o exemplo de suas antecessoras, que romperam condições normativas e desafiaram a vulnerabilidade do corpo, a mulher vai timidamente conquistando respeito e espaço nos veículos de comunicação.

    Como Butler (2015), acreditamos que a vida excede aos esquemas normativos e enquadramentos. Pensando assim, o papel da fotojornalista contemporânea é o de procurar romper velhos esquemas e fazer emergir outras possíveis formas de chamar a atenção para as atrocidades da guerra. Nesse sentido, a vida e a obra de Lee Miller, Gerda Taro, Alexandra Boulat, de suas antecessoras e sucessoras, é um convite à produção de novos enquadramentos na fotografia de guerra.

    Clique nos nomes das fotógrafas citadas neste artigo para saber mais sobre a vida e a obra de cada uma delas: Lee Miller, Gerda Taro e Alexandra Boulat.

    Links e referências

    Chamada de Conteúdo de Colaboradores

    Quer publicar em nosso blog? Acesse nossa Chamada de Conteúdos de Colaboradores para saber como enviar seus trabalhos.

     

    Sobre as autoras

    Kátia Lombardi é fotógrafa e professora do curso de Jornalismo e do PROMEL (UFSJ). Doutora pelo PPGCOM da UFMG. Pesquisadora em imagem, fotografia e memória.

    Thais Andressa é graduada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). É fotógrafa e pesquisadora sobre o tema ” mulheres na fotografia”. Possui especialização (Senac) e trabalha com produção cultural. Realizou exposições individuais no Centro Cultural UFSJ (2018), no Museu Regional de São João del-Rei (2018) e no Centro Cultural Sesi Minas Ouro Preto (2019). Tem trabalhos fotográficos publicados nas revistas “Mais Saúde & Bem-Estar” e “Mais Vertentes”.  Obteve o 2º lugar no Concurso Cultural fotográfico (2019) promovido pelo site “Tudo pra foto” e teve uma de suas fotos como semifinalista do Brasília Photo Show (2019). Atuou na cobertura fotográfica do Inverno Cultural UFSJ nos anos de 2017, 2018 e 2019.

  • Patrick Demarchelier

    Patrick Demarchelier é destaque na fotografia de moda contemporânea. Conhecido por muitos como mestre, tem como marca composições com aspectos espontâneos e realistas.
    Patrick Demarchelier é um renomado fotógrafo de moda e publicidade contemporânea. Suas fotografias são marcadas por um senso estético espontâneo, onde a naturalidade  e a emoção são postas em cena.

    Shalom Harlow, Paris, 1996, Patrick Dem

    Natural da França, Demarchelier, nasceu na cidade de Le Havre, em 21 de agosto de 1943. Aos 17 anos, ganhou sua primeira Kodak e interessa-se por fotografia. No início da década de 60, mudou-se para Paris, aprimorou suas técnicas e conheceu o suíço Hans Feurer, fotógrafo da Vogue. Em 1975 partiu para Nova York , onde trabalhou para Vogue e assume uma carreira à nível internacional. Em 1989, Demarchelier, torna-se o primeiro fotógrafo estrangeiro oficial da família real, fotografando à princesa Diana e os príncipes William e Harry.

    Patrick Demarchelier posa para foto no Festival de Cinema de Tribeca em 2010. Com cabelos grisalhos, penteados para trás, seu aspecto  é cordial. Ele usa uma camisa preta de zíper, com um casaco no tom branco neve.
    Patrick Demarchelier, 2010, David Shankbone

    Com uma estética perfeita e técnicas ambientadas em luz natural, é referência em fotografias em preto e branco e nus artísticos, sem vulgaridade. Autor de numerosas imagens icônicas criadas para as publicações das revistas Vogue e Harper’s Bazaar, criou também campanhas para marcas como Chanel, Dior, Ralph Lauren, Yves Saint Laurent, entre outras.Devido à forte influência que exerce no mundo da moda, seu nome é citado no filme “O Diabo Veste Prada”. Aos 76 anos, Demarchelier vive em Nova York e continua sendo um dos fotógrafos mais requisitados na moda e publicidade.

    Confira algumas das produções de Demarchelier! 
    Fotografia em preto e branco, à modelo encontra-se pendurada em um galho de árvore, ela está nua e virada de costas. Seu cabelo é longo e cobre toda a extensão de suas costas.
    Nude St Barthelemy, 1989, Patrick Demarchelier

    Princesa Diana está sentada aparentemente no chão, usando um vestido branco longo, seus braços se entrelaçam. Em sua mão direita usa um anel. Seu cabelo é curto e está penteado para trás. Ela sorri. Usa adereços no cabelo, uma tiara de princesa e um colar de pérolas.
    Princesa Diana Londres, 1990, Patrick Demarchelier


    Dez modelos ao todo posam para foto. Todas vestidas com vestidos longos, e cabelos soltos. O ambiente é um estúdio, há uma escada no centro. Uma modelo está sentada no degrau de cima. Cinco modelos apoiam na escada.
    Aniversário da moda, 1992, Patrick Demarchelier

    A modelo usa lingerie de renda, está sentada aparece apenas da cintura para cima. Suas mãos estão para atrás do corpo. Sua cabeça inclina e encosta nas mãos de um homem que usa uma camisa social. Aparece apenas o braço desta figura secundária.
    Nadja Auermann, Paris 1994, Patrick Demarchelier

    A modelo negra Naomi Campbell, posa com adereços da cultura africana. Usa um turbante no cabelo, colares volumosos que cobrem toda a extensão do seu pescoço e  usa pulseiras que cobrem seus pulsos. Seus seios estão à mostra, usa apenas uma saia. À foto recorta à extensão da cabeça até os joelhos, não mostrando as pernas e pés.
    Naomi, 1991, Patrick Demarchelier

    À foto se assemelha à uma escultura greco romana. À foto cobre à extensão do pescoço até o joelho. Não mostra cabeça e pernas. À silhueta da modelo é a estética da foto, seus são levemente tampados pelos seus braços que se cruzam e se entrelaçam, tampando à extensão da virilha.
    Nude, St Barthelemy, 1994, Patrick Demarchelier


    Duas modelos, estão imersas dentro do que parece ser uma piscina. As águas criam reflexos na extensão dos corpos que estão nus e flutuam pela água.
    Nude, St Barthelemy, 1997, Patrick Demarchelier


    Silhueta do perfil dos rostos de duas modelos femininas que estão próximas inclinadas de frente para outra. As bocas ganham destaque e ambas carregam anéis de diamante que se encostam pelo beijo.
    Diamonds, Patrick Demarchelier


    Fotografia em preto e branco, modelo está de perfil, cabelos presos e pretos, aspecto sedoso. Usa um chapéu que cobre parte do seu rosto. Deixando visível apenas a boca. O chapéu que usa parece um grande e belo botão de rosas brancas.
    Christy Turlington, Nova York, 1990, Patrick Demarchelier

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