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Foto divulgação – autor não identificado |
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Cena de Visages, Villages |
* Categoria de hierarquia superior.
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Foto divulgação – autor não identificado |
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Cena de Visages, Villages |
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Francisco Neto |
Quando vemos uma foto com a técnica do light painting (pintura com a luz) surge varias duvidas a respeito de como é feito. Parece algo de outro mundo, porém, com algumas dicas, você também consegue.
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Hannu Huhtamo |
Para realizar essa proeza com a fotografia precisamos focar no ISO, abertura e na velocidade . É importante lembrar-se de deixar seu aparelho já programado para fazer a foto em um lugar fixo, seja um tripé ou algo que lhe dê estabilidade. E claro, seu ponto de luz, esse fica a seu critério, pode ser lanterna, vela, diferentes estilos de fonte de luz.
É possível realizar essa arte tanto com as câmeras profissionais, quanto com seu aparelho celular. Hoje temos infinidades de opções de configurações no modo manual dos smartphones. Para que tenhamos a luminância correta é imprescindível nos lembrarmos de três importantes parâmetros: ISO, abertura do diafragma e a velocidade do obturador. A fim de realizar o light painting é necessário ajustar a exposição para 4 pontos abaixo do necessário para captar a quantidade de luz normalmente adequada. Dessa forma, a imagem ficará totalmente escura. Mas, ao realizar esse ajuste na exposição é fundamental que ocorra uma longa duração, já que para produzir os desenhos requer um certo tempo.
Hannu Huhtamo hoje mostra para o mundo suas obras de artes feitas com a luz. O finlandês aproveita as noites amenas do seu país para realizar suas façanhas. O fotógrafo gosta de chamar a escuridão de sua tela e a luz de seu pincel, dessa forma transforma as noites longas de verão em projeções surreais. Ele usa diversas variações de fontes luminosas, tais como: lanternas com variações de luz e cores, bastões com luminescência diversa e muitos outros instrumentos que sua criatividade permite imaginar.
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Hannu Huhtamo – Waiting to be found |
Nessa foto é possível observar as diferentes nuances de luz, logo se entende que Hannu optou por mesclar ferramentas de luminosas. Vemos também como ele utilizou das técnicas descritas acima. Usou um local escuro e focou em seus pontos de luz para criar esse efeito, pintando tanto a escultura quanto o ambiente com a luz.
Agora é sua vez de mostrar levar luz para todos os cantos. Tire suas fotos e aproveite de elementos como as luzes ao seu redor, como faróis, lanternas ou isqueiros. Nos marque através da hashtag (#Fotografetododia) ou do nosso instagram: D76_cultfoto.
Referências:
https://lightroombrasil.com.br/dicas-para-tecnica-de-pintura-com-luz-light-painting/
https://www.hierophant.com.br/arcano/posts/view/Strength/4323
https://www.flickr.com/photos/hhuhtamo/
http://www.hannuhuhtamo.com/
Nascido em 1956, Eduardo é filho do retratista Milton Trópia e da farmacêutica Maria José Trópia. Possui mais de 45 anos de experiência com fotografia. Começou a fotografar profissionalmente no início da década de 1980, em Ouro Preto. Mudou-se para Belo Horizonte no final da década de 1980, e a partir dessa data passou a trabalhar demasiadamente para agências de publicidade da capital mineira e de todo Brasil. Além disso, Eduardo Trópia foi repórter fotográfico da revista IstoÉ e do Jornal o Tempo. Seus trabalhos como freelancer foram publicados em diversas revistas como Los Angeles Time Magazine, National Geographic e Casa Cláudia.
Assim como Alexandre Martins, fotógrafo que pode ser conhecido aqui, Eduardo Trópia também é participante do Coletivo Olho de Vidro na cidade de Ouro Preto. Nos dias atuais, trabalha também usando o artifício de sobreposições e outros recursos de montagem de imagens, muitas vezes fazendo releitura de antigos arquivos guardados pelo fotógrafo. Além de produzir outras séries de fotografia sempre tentando mostrar a cidade por outros ângulos e perspectivas, Eduardo mantém uma galeria de arte permanente e dá oficinas anuais de fotografias na cidade de Ouro Preto.
#galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.
Splashes podem resultar em fotos incríveis. A imprevisibilidade de como as gotas irão se comportar é capaz de gerar fotos únicas a cada disparo. Fotógrafos que gostam desse tema são verdadeiros artistas pois é preciso muita criatividade, inspiração e paciência para conseguir a “gota perfeita”.
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Twins | Markus Reugels |
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Gooseasaurus 2 | Martin Waugh |
Nascido na França, em 1902, Pierre Edouard Léopold Verger foi um fotógrafo de grande relevância cultural que baseou inicialmente suas pesquisas e obras fotográficas nas análises étnicas culturais dos cinco continentes e mais tarde compôs seu trabalho de maior destaque, voltado para a religião e a cultura afro-baiana diaspórica.
Capoeira (Salvador, BA), 1955, Pierre Verger |
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Pierre Verger, 1990 , Juan Esteves |
Oito anos, antes de sua morte Verger, inaugura, em sua própria casa, a Fundação Pierre Verger (FPV) que abriga um centro de pesquisa acerca de sua obra e da cultura negra diaspórica. Em reconhecimento e memorial pelas contribuições fotográficas culturais e baiana, o estado da Bahia promove o concurso nacional que leva seu nome. Em 1996, ele faleceu, deixando um importante legado como antropólogo e fotógrafo itinerante.
Xangô – Ifanhin (Benin), 1950, Pierre Verger |
Sem título (Mali), 1936, Pierre Verger
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Sikasso – (Malin), 1936, Pierre Verger |
Carnaval, Embaixada Mexicana (Salvador, BA), 1950, Pierre Verger |
Rampa do mercado (Salvador, BA), 1955, Pierre Verger |
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Walter Firmo – Praia Grande e Senzala. |
A regra dos terços consiste em um exercício visual onde o fotógrafo posicionará o elemento mais atraente nos pontos privilegiados localizados nas intersecções das linhas imaginárias verticais e horizontais que se cruzam e dividem o quadro fotográfico em 9 seções retangulares iguais. Esse artifício técnico tem como finalidade trazer o equilíbrio para fotografia uma vez que o elemento principal a ser destacado não estará centralizado. Dessa forma, este enquadramento resulta em uma imagem contrabalançada e harmônica.
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Registro visual da Regra dos terços |
Walter Firmo renomado fotógrafo brasileiro, conhecido pelo gosto por temáticas que envolvem a figura humana, é adepto ao uso desta técnica. Em algumas de suas fotografias, ele explora visualmente a harmonia natural de uma composição não centralizada.
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Walter Firmo – Maestro Pinxiguinha, Ramos Rio de Janeiro, 1968 |
Firmo em 1968, compõe uma de suas fotografias mais clássicas retratando o músico Pixinguinha no quintal de sua casa em Olaria, onde o cantor e instrumentista aparece sentado na cadeira de balanço segurando um saxofone. Esta fotografia nos remete a uma tarde de repouso e tranquilidade. Perceba o visual de uma composição em que Pixinguinha aparece mais a esquerda em um segundo plano enquanto no primeiro plano há uma árvore que ambientaliza a cena.
Fotos são registros do mundo real dotados de informações visuais a respeito do que foi registrado. Possuem possibilidades praticamente inesgotáveis, indo de ensaios artísticos a registros de festas de casamento ou aniversários, além de momentos importantes para a história da humanidade como guerras e manifestações. As fotos registram tais eventos no momento em que eles acontecem, permitindo que possamos revisitá-los através das imagens produzidas. Mas, o que diferencia uma fotografia do cotidiano tirada despretensiosamente de um trabalho fotojornalístico?
Esta fotografia de Evandro Teixeira é um dos grandes registros da ditadura militar no Brasil. Na época, opositores ao governo eram perseguidos, presos, interrogados e muitas das vezes torturados e mortos. |
O professor e pesquisador Jorge Pedro Sousa (2002) escreveu muito a respeito do fotojornalismo e o define como uma atividade fotográfica em que há por fim a documentação ou a informação. Ele ainda diferencia fotojornalismo de fotodocumentarismo, sendo o tempo dedicado a cada atividade, atrelado às diferentes metodologias de trabalho, o que delimita essa diferença. Enquanto o fotodocumentarista tende a trabalhar por projeto, se dedicando por mais tempo ao tema, escolhendo métodos de elaboração e abordagem; o fotojornalista, por sua vez, lida com acontecimentos imprevistos, fatos cotidianos e ainda deve atender às demandas da empresa na qual trabalha.
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Nesta foto, Evandro Teixeira registrou um momento de descontração entre Chico Buarque de Hollanda, Tom Jobim e Vinícius de Moraes, grandes nomes da música, composição e literatura brasileiras, respectivamente. A ocasião tratava-se do aniversário de Morais.
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Nesse sentido, Angie Biondi (2014), professora e pesquisadora, no capítulo “Fotojornalismo: um campo, uma atividade ou um objeto”, do livro “Para entender o jornalismo”, deixa demarcados dois gêneros para compreender as relações que se desenvolvem entre o fotojornalista e os fatos registrados. São eles spot news e feature photos. O primeiro se refere aos flagrantes, quando o fotojornalista presencia o fato e rapidamente precisa registrá-lo no momento em que ele se desenrola, não tendo assim muito controle sobre a foto. Já o segundo é mais aplicado às reportagens, onde as imagens produzidas servem mais como modo de “ilustrar, exemplificar ou comprovar” o ocorrido, passando por uma elaboração prévia, como explica Biondi. De certo, a ideia de feature photos parece se mesclar à de fotodocumentarismo, mas é importante lembrar que tais divisões não constituem um conceito fechado, e sim, como apontado pela própria autora, servem para “orientar o entendimento sobre a produção fotojornalística”.
Jorge Pedro Sousa (2002) coloca como questão em um de seus livros se todas as fotografias publicadas em jornais e revistas seriam de fato fotojornalísticas, e esclarece que, para ser considerada como tal, a fotografia precisa possuir valor jornalístico, ou, valor-notícia, levando informações de relevância junto ao texto que constitui. Então, não basta que a foto seja um registro de um acontecimento do cotidiano, até porque, todos os dias, milhares de eventos ocorrem em todos os cantos do mundo, e não são todos que se tornam notícia, principalmente ao se fazer delimitações de relevância, como o impacto regional, nacional ou mundial. Para que a foto seja jornalística, ela precisa possuir um caráter informativo e, em geral, estar acompanhada por uma notícia ou reportagem, uma vez que não é possível passar muitas informações importantes apenas através da linguagem visual.
No texto “Usos Jornalísticos da Fotografia”, a autora Dulcilia Buitoni (2011), usando como referência o pesquisador espanhol Pepe Baeza, explica que, para ser considerada fotojornalística, a foto tem que ter sido planejada pelo corpo editorial da mídia na qual é veiculada, seja a imagem produzida pelos jornalistas da empresa ou comprada, diferenciando-se assim das fotografias publicitárias, que também são veiculadas por esses meios.
Um bom exemplo de fotojornalista é o baiano Evandro Teixeira, que possui trabalhos diversificados na área, tendo registrado momentos marcantes da história do Brasil a partir da década de 60. As fotografias que aparecem ao longo deste artigo são de sua autoria, sendo possível notar a variedade de temas possíveis de serem trabalhados. Como última imagem, destaco este retrato feito na comunidade Vila do João, no Rio de Janeiro, em 1988. Construído como conjunto habitacional pelo Governo Federal em 1982, a comunidade tornou-se uma das favelas que compõem o Complexo da Maré, onde questões envolvendo a violência e o crime organizado são presentes até hoje. Trata-se de uma construção do fotógrafo, com o cadáver ao fundo e um menino sorrindo à frente da câmera, sendo uma representação do contraste entre a inocência das crianças que lá vivem e a realidade que as cerca.
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Evandro Teixeira fez um registro perturbador na comunidade Vila do João, no Rio de Janeiro, em 1988. Nela, um menino sorri para a câmera enquanto um cadáver é visto no chão ao fundo. |
Assim, o fotojornalismo pode ser entendido como sobretudo, imagens produzidas a fins de registro de acontecimentos em diálogo com os critérios de noticiabilidade jornalísticos, também atendendo aos propósitos editoriais da empresa que a irá publicar. Os temas possíveis de serem trabalhados são tão diversos como as múltiplas possibilidades da vida cotidiana. Muitas vezes, algo sutil pode se transformar em um grande registro, e imagens que de início destinam-se a circulação por meio de jornais, revistas e demais meios jornalísticos podem um dia serem vistas expostas em museus ou livros próprios à memória, crítica, análise e apreciação de imagens fotográficas, destacando tanto o momento histórico congelado ali quanto as características técnicas e subjetivas trabalhadas pelo fotógrafo.
BIONDI, Angie. Fotojornalismo: um campo, uma atividade ou um objeto. In: LEAL, Bruno; ANTUNES, Elton; VAZ, Paulo Bernardo. Para entender o jornalismo. 1ª ed. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2014, p. 171-178.
SOUSA, Jorge Pedro. Fotojornalismo: Uma introdução à história, às técnicas e à linguagem da fotografia na imprensa. 1ª ed. Porto: Editora Letras Contemporâneas, 2002
BUITONI, Dulcilia. Usos Jornalísticos Da Fotografia: Informação, Ilustração. Expressão. In: Fotografia e Jornalismo: a informação pela imagem. São Paulo: Editora Saraiva, 2011
GUERRA de Tóxico – Vila do João, Rio de Janeiro RJ. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: 23 de Fev. de 2017. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra28762/guerra-de-toxico-vila-do-joao-rio-de-janeiro-rj>. Acesso em: 24 de Out. de 2019.
SANTORO, Giovanna; PELLUSO, Tayana. “O pintor cria a própria arte; o fotógrafo conta com os fatos”. Portal PUC Rio Digital. Rio de Janeiro: 26 de Nov. de 2015. Disponível em: <http://puc-riodigital.com.puc-rio.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=27091&sid=55> Acesso em: 24 de Out. de 2019
FOTOS de Evandro Teixeira ao longo de 50 anos de carreira. In: O Globo. São Paulo: 24 de Set. de 2014. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/cultura/fotos-de-evandro-teixeira-ao-longo-dos-50-anos-de-carreira-14033861> Acesso em 24 de Out. de 2019.