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  • Linhas retas e linhas curvas

    As linhas são componentes visuais muito importantes e devem ser usadas de modos diferentes se forem, por exemplo, linhas retas ou  linhas curvas.
    Fotografia de um estrada curva vista de cima. as luzes da cidade estão borradas.

    As linhas são componentes visuais muito importantes e devem ser usadas de modos diferentes se forem, por exemplo, linhas retas ou  linhas curvas.
    Fotografia um rio curvo, cercado por estrada dos dois lados. Há muitos carros nas estradas e os faróis estão embaçados.
    Claudio Edinger – Machina Mundi SP Plate 03
    Descrição: Fotografia um rio curvo, cercado por estrada dos dois lados. Há muitos carros nas estradas e os faróis estão embaçados.
    Aqui no blog já falamos diversas vezes sobre linhas e sua importância e você pode ler aqui (link) e aqui (link). Como tudo o que tem contorno tem linha, é quase impossível fugir delas na composição da fotografia. O ideal é, portanto, utilizar os significados que as diferentes linhas possuem para ajudar a compor a mensagem da fotografia.
    As linhas retas, por exemplo, transmitem no âmbito emocional o que elas são fisicamente, ou seja, rigidez, solidez e firmeza. Observe a fotografia abaixo, a ponte, composta por linhas retas, quebra a expectativa do rio como um elemento símbolo de calma, dando um pouco de austeridade à imagem.
    Fotografia da ponte Rio-Niterói.
    Claudio Edinger – Machina Mundi Rio Plate 06
    Descrição: Fotografia da ponte Rio-Niterói.
    A fotografia é de Claudio Edinger, carioca que já trabalhou paras as revistas Time, Newsweek, Life, Rolling Stone e Vanity Fair e publicou dezessete livros. Suas fotos são feitas com uma câmera de grande formato e utilizam foco seletivo. As fotografia escolhidas misturam elementos urbanos com paisagens naturais, mostrando como o ambiente pode nos proporcionar as linhas que comporão a fotografia.
    No caso das linhas curvas, que são tranquilas e maleáveis, pense, por exemplo, em elementos da natureza que transmitem calma como montanhas, ondas ou nuvens e como eles possuem linhas curvas. Observe, na fotografia abaixo, como os elementos sozinhos podem compor as linhas na fotografia:
    Fotografia de uma ponte curva em uma cadeia de montanhas.
    Claudio Edinger – Machina Mundi SP Plate 05
    Descrição: Fotografia de uma ponte curva em uma cadeia de montanhas.
    Com tudo o que foi explicado sobre linhas, é possível fazer incríveis combinações. Por exemplo, utilizar a orientação vertical para dar ênfase às linhas verticais e a orientação horizontal para enfatizar linhas horizontais. Também é possível utilizar linhas verticais e retas para levar a sensação de poder e solidez ao máximo e linhas curvas e horizontais para que aconteça o mesmo em uma foto em que se deseja transmitir tranquilidade.
    A fotografia abaixo mistura essas noções para equilibrar as sensações. As grades, que por si só são símbolos de dureza e cuja a orientação vertical a ressalta, aparentam serem curvas abrandando a mensagem de rispidez para tristeza.
    Fotografia em preto e branco de um homem segurando barras de grades de proteção. No pátio atrás dele há várias pessoas, algumas sem roupas.
    Claudio Edinger – Madness Plate 09, 1989
    Descrição: Fotografia em preto e branco de um homem segurando barras de grades de proteção. No pátio atrás dele há várias pessoas, algumas sem roupas.
    A fotografia faz parte do ensaio Madness, ou seja, “Loucura”, que retrata a vida no hospital psiquiátrico de Juqueri em São Paulo, onde 3.500 pessoas estavam internadas, sendo o maior hospital psiquiátrico no Brasil. Como é possível perceber pela fotografia, as condições no hospital eram precárias e, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo, houve cerca de 50 mil mortes no hospital durante todo o seu funcionamento. Em 2019, ainda haviam 57 pacientes internados, todos idosos, alguns morando lá há 70 anos. Esta fotografia, portanto, é um documento de uma era da psiquiatria brasileira em que internação e tratamento não eram sinônimos.
    Combine todas as noções sobre linhas já ensinadas no blog propositalmente para produzir a mensagem de sua fotografia. É importante que a mensagem e a composição sejam bem pensadas, para isso, utilize um caderno e anote as suas opções. Depois compartilhe suas fotos e suas anotações no nosso grupo de facebook.

    Referências

    • EXCELL, Laurie. Composição, de simples fotos a grandes imagens. Rio de Janeiro: Alta books, 2012.
    • Lightroom
  • Carta para Jane (1972)

     Para refletir sobre o papel dos intelectuais na revolução, Godard produziu Carta para Jane, uma verdadeira aula de como ler uma fotografia.


    Foto publicada no jornal L’express, em 1972, mostrando a atriz Jane Fonda conversando com habitantes de Hanói.
    Descrição: Fotografia em preto e branco. Mostra Jane Fonda, à esquerda, olha atentamente para pessoas que estão à sua frente de costas para a fotografia.
    Em 1972, o Vietnã do Sul e o Vietnã do Norte se encontravam em guerra e os Estados Unidos recebiam constantes críticas por seu apoio ao Vietnã do Sul que resultava em estratégias violentas contra o norte, quando um episódio excepcional se desenrolou: a estrela de Hollywood Jane Fonda viajou a Hanói, convidada pelo governo do Vietnã do Norte, onde visitou as tropas norte vietnamitas, fez transmissões na rádio do país e foi fotografada com prisioneiros de guerra americanos e em uma base utilizada para derrubar aviões dos Estados Unidos. A visita foi resultado de sua militância contra a Guerra do Vietnã e, principalmente, contra a participação dos Estados Unidos no conflito, e foi planejada como uma propaganda pelos norte vietnamitas. O episódio rendeu a ela o apelido “Hanoi Jane”, pelo qual ela é conhecida até hoje, além de ser considerada uma traidora da pátria pelo americanos.
    Porém, enquanto os americanos a julgavam pela propaganda que realizou no país, os cineastas franceses Jean-Luc Godard e Jean-Pierre Gorin, tinham outras críticas a fazer sobre o ocorrido, lançando um curta-metragem para analisar a situação. “Carta para Jane”, é o resultado da reflexão de dois comunistas que desejam pôr uma amiga da revolução no caminho certo, e eles o farão através da leitura de uma única foto. Apesar de ter sido lançado para o cinema, o filme é muito parecido com o que conhecemos hoje como podcast, tendo algumas fotos exibidas (obviamente, a foto a ser analisada ocupa mais tempo na tela), enquanto Godard e Gorin literalmente leem uma carta para Jane.
    A foto que inspirou o filme foi publicada no jornal francês L’express, em agosto de 72, e a justificativa dos cineastas para que essa foto fosse analisada é que “milhares de pessoas usaram essa foto para ir ao Vietnã” e resta saber “como foram”, qual a maneira que as foto as transportou ao país asiático. Eles também utilizam a fotografia para discutir que papel devem ter os intelectuais na revolução, visto que ambos são diretores de cinema e o uso de imagens faz parte do seu método de revolucionar.
    A foto em questão  mostra a americana olhando uma pessoa a sua frente (um vietnamita), com uma expressão séria. A pessoa que ela observa está de costas para a foto e não é possível ver o seu rosto, enquanto o da própria atriz é visível. Em segundo plano supostos vietnamitas aparecem desfocados. Os diretores, porém, buscam interpretar, além da própria imagem, fatores externos a ela.
    Esse modo de interpretar me remeteu imediatamente ao ensaio “A mensagem fotográfica”, no qual seu autor, Roland Barthes, organizou os meios de construção da mensagem da fotografia de imprensa, cuja a totalidade “é constituída por uma fonte emissora, um canal de transmissão e um meio receptor. A fonte emissora é a redação do jornal […] O meio receptor é o público que lê o jornal. E o canal de transmissão é o próprio jornal…”. Não é absurdo, portanto, que Godard e Gorin considerem como elementos da sua análise o fato de que a foto foi feita do jeito que foi feita para que pudesse ser veiculada nos jornais ocidentais. Assim sendo, havia um  meio receptor específico para o qual a mensagem foi construída, além de um canal de transmissão que era alheio ao assunto da fotografia. Além disso, eles destacam que o texto que acompanha a foto, incluindo a informação sobre o fotógrafo e a atriz, foi escrito pelos redatores do jornal, sem consultar a delegação vietnamita na França, isto é, a fotografia possui uma fonte emissora que também tinha propósitos diferentes aos daquele que visavam os norte vietnamitas.
    A redação do jornal também é responsável pelas legendas da fotografia, fonte conflituosa de interesses, pois como Godard e Gorin enfatizam: “Essa fotografia, como toda fotografia, é fisicamente muda e fala pela boca da sua legenda”. E, neste caso, a legenda diz “Jane Fonda faz perguntas ao povo de Hanói”, enquanto a imagem mostra Jane de lábios fechados, aparentemente apenas escutando, enquanto o jornal não se preocupa em apresentar as perguntas que foram feitas ou as respostas que foram dadas. O jornal dá importância apenas à estrela de Hollywood, seja ouvindo ou perguntando, e não ao outro lado implicado na ação de ouvir ou perguntar.
    O que os diretores consideram “elementos menos elementares”, por sua vez, fala dos aspectos da composição, aqueles escolhidos pelo fotógrafo para que a foto chegasse no L’express. Eles citam a escolha de deixar Jane no plano principal (enquanto aos vietnamitas estão reservados os plano internos), o enquadramento que mostra a atriz que olha e não quem ela olha e a escolha do contra-plongé, que, como eles esclarecem, seus significados sociais já haviam sido delimitados por Orson Welles em seus primeiros filmes como um modo de colocar o ator enquadrado em uma posição de superioridade, ou no caso de Jane Fonda, na posição de uma estrela de Hollywood.
    Em conjunto com esses fatores, há a escolha das outras fotos que constroem a fotorreportagem do L’express, mostrando a atriz em cenas banais no Vietnã, sem que as fotos conversem entre si (principalmente para explicar o que não se pode captar na foto principal) e sem que o texto que as acompanha dê mais detalhes sobre os habitantes de Hanói que aparecem ali. Essas acepções também me remeteram a “Mensagem Fotográfica”, em uma parte específica em que é citada a relação entre o texto e a fotografia para a construção da mensagem. Para Barthes, o texto é um parasita da imagem que traz a tona significados secundários, como uma moral que não se pode ver. A legenda da foto em Hanói, ao sugerir uma conversa, preencheria, segundo Godard e Gorin, a expressão vazia de Jane de empatia e benevolência.
    Eu acredito que se a legenda nesse caso obtém êxito, é porque se une a um elemento que Barthes denomina “pose”. Mesmo que não estivesse consciente da fotografia, a maneira como foi retratada, com o olhar focado na pessoa que fala consigo (mesmo se esse foco tiver durado só o mísero instante que o obturador foi acionado) faz com que a fotografia aceite a legenda. Além disso, a combinação das fotografias dentro da reportagem pode ser vista como um processo que o semiólogo denomina “sintaxe”, ou seja, a mensagem é influenciada pela leitura da sequência de fotografias. Assim, se as outras fotografias relatassem outros momentos da suposta conversa com os vietnamitas, a construção da mensagem poderia pender para um maior protagonismo dos revolucionários.
    O filme foi capaz de me trazer essas e várias outras referências de leitura fotográfica, algumas que eu nem sabia possuir e, mesmo que eu ache que Godard e Gorin estavam agindo de má-fé e utilizando dos conhecimentos sobre composição fotográfica para tornar a sua interpretação verdadeira, me vi utilizando as minhas próprias referências para contemplar as referidas no filme, construindo aquela análise que nem era a minha. Não é à toa que, quando Susan Sontag trata do filme em seu livro ao discorrer sobre legendas de fotografias, o considera “uma lição exemplar de como ler qualquer foto, como decifrar a natureza não inocente do enquadramento, do ângulo, do foco de uma foto”. Na minha opinião (e eu me sinto à vontade para usar a expressão, tendo em vista a imensa quantidade de vezes que é usada no filme), é também um exemplo de como todos os princípios compositivos e aspectos da denotação e conotação fotográfica podem ser usados para reconstruir a mensagem da fotografia, de acordo com o sentido social que foi produzido em cima desses artifícios.

    Referências:

  • Gioconda Rizzo

    Foi a primeira fotógrafa a dirigir um estúdio de fotografia na cidade de São Paulo, se tornando uma inspiração para mulheres de todo o país.

    Gioconda Rizzo nasceu em São Paulo em 1897, filha de Michelle Rizzo, dono do Ateliê Rizzo. Com 14 anos fotografava escondida do pai que, quando descobriu, permitiu que a filha fotografasse apenas mulheres e crianças. Na época, era comum fotografar as pessoas de corpo inteiro, em pé ou sentadas mas Gioconda surpreendeu por focar apenas nos ombros e no rosto.

    Foto em preto e branco com Gioconda Rizzo segurando uma foto dela com a família olhando para a câmera.
    Gioconda Rizzo, 2003, Maíra Soares

    Seus retratos chamaram atenção entre as mulheres da alta sociedade e, em 1914, abriu seu próprio estúdio de fotografia em São Paulo, chamado “Photo Femina”. Foi a primeira vez que uma mulher atuou como fotógrafa tendo que fechar seu estúdio, porque descobriu que entre suas clientes, profissional na cidade. Contudo, em 1916, apesar de todo o sucesso, acabou não lhe deu muita escolha. haviam cortesãs da França e da Polônia. A pressão conservadora da época.

    Mesmo com o estúdio fechado, Gioconda não abandonou a fotografia, voltando a trabalhar com o pai. Posteriormente, abriu um novo estúdio fotográfico e trabalhou até a década de 1960. Na década de 1980, teve seu trabalho revisitado, chegando a ganhar uma exposição. Faleceu em 2004, algumas semanas antes de completar 107 anos.

     

    Galeria de Imagens:

     
     
    Gioconda Rizzo

     

    Gioconda Rizzo
    Gioconda Rizzo
     
    Gioconda Rizzo

     

    E aí, o que você achou da história da Gioconda e do impacto dela na fotografia brasileira?Conta para gente aqui nos comentários.

    #galeria é uma coluna de caráter informativo, com periodicidade semanal. É publicada toda terça-feira pela manhã. Trata-se de uma série de postagens que apresenta um recorte da obra de uma fotógrafa ou fotógrafo de relevância artística, cultural, estética, histórica, política, social ou técnica, acompanhadas por uma breve biografia sua. Quer conhecer melhor a coluna #galeria? É só seguir este link.

    Links, Referências e Créditos

    Como citar esse postagem

    COSTA, Clara. Gioconda Rizzo. Cultura Fotográfica. Publicado em: 28 de nov. de 2020. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/galeria-gioconda-rizzo/. Acessado em: [informar data].

  • Silhuetas

     

    O uso das silhuetas pode incrementar suas fotos e dar a elas um senso de mistério, como iremos ver em algumas fotografias de René Burri.

    Silhuetas são o contorno de um objeto posicionado contra uma fonte de luz clara, e que nos permitem identificar esse objeto, ainda que não possamos ver sua cor e textura. Esse elemento costuma trazer um senso de mistério e uma estética muito bonita para as fotos, sendo muito usado inclusive em fotografia de moda, como forma de realçar o corpo dos modelos.
    Legenda: São Paulo, Brasil. Rene Burri, 1960 (Magnum Photos)
    Descrição: vemos de um ângulo de cima quatro pessoas que caminham no terraço de um prédio no que parece ser uma metrópole. 
    Para criar uma silhueta na foto, basta posicionar o seu objeto entre a fonte de luz e a sua câmera, de forma que a parte que você irá fotografar não seja iluminada diretamente. Mas não é só isso. Para que a silhueta continue escura na foto o fotômetro precisa mostrar uma leitura negativa, -2 ou menor (utilizando o sistema de medição pontual). 
    A nitidez do contorno da silhueta depende do tipo de luz: com uma luz dura você terá uma borda mais evidente e com uma luz suave os contornos ficarão mais imprecisos. Para saber mais sobre a diferença entre luz dura e luz suave leia esse texto do blog. Dependendo do objeto, uma bicicleta por exemplo, é interessante colocá-lo de perfil para facilitar a identificação. Geralmente o pôr e o nascer do sol fornecem uma luz favorável para essas fotos.
    Um exemplo de fotógrafo que usava muitas silhuetas era René Burri. Nascido em Zurique, Suíça, trabalhou como fotojornalista, percorrendo o mundo e registrando diversos momentos importantes da segunda metade do século XX, como a Guerra do Vietnã e os protestos da Praça Celestial na China. 
    A foto abaixo foi retirada em um centro de treinamento militar em Chicago em 1971. Os helicópteros no fundo, a arma que o homem da foto segura e o capacete que ele usa passam a sensação de que algo muito violento pode estar acontecendo. O fato de vermos apenas o contorno do soldado traz um mistério para a fotografia. No site do museu londrino Tate, é dito que “a iluminação transforma o soldado em um instrumento sem rosto da guerra como os helicópteros atrás dele” (tradução livre). Essa frase define muito bem como o uso da silhueta nessa foto deixa de ser um elemento puramente estético, e ganha significado.
    Legenda: Chicago, Illinois, USA. Rene Burri, 1971
    Descrição: vemos a silhueta do que parece ser um soldado, pois ele está usando capacete militar e carrega uma arma nas costas. No céu atrás do sujeito vemos diversos helicópteros, o que reforça o contexto militar da foto.
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    Links, Referências e Créditos

  • Pássaro do Oriente

    Um filme misterioso e que usa sua fotografia para criar uma atmosfera única.

    Todo mês diversos filmes entram na plataforma da Netflix, e em meio a dezenas de lançamentos, algumas boas produções passam um pouco despercebidas. É o caso de Pássaro do Oriente, lançado em 2019, dirigido por Wash Westmoreland e baseado no livro homônimo da britânica Susanna Jones. O filme conta a história de Lucy, uma mulher sueca que tem uma vida solitária no Japão, até conhecer um fotógrafo e uma americana recém-chegada.
    Legenda: pôster do filme (2019)
    Descrição: montagem que mostra três pessoas dentro de um círculo em posições diferentes, com as informações sobre o filme escritos ao redor.
    A primeira cena do filme já nos revela algo chocante: um desses personagens está desaparecido e um corpo semelhante ao dessa pessoa foi encontrado. A partir disso a história é contada em flashbacks, acumulando situações aparentemente cotidianas, em que os personagens revelam um comportamento cada vez mais estranho, trabalhando temas como culpa e obsessão. O elenco transmite muito bem essa sensação de intriga e de falso conforto.
    O longa não tem uma narrativa muito convencional, e o ritmo é um pouco lento, mas mesmo com cenas mais “calmas”, ele consegue criar uma atmosfera de suspense incrível, principalmente graças a sua cinematografia. O diretor de fotografia Chung-Hoon Chung usa cores lavadas, pálidas, e em quase todos os momentos há pouca luz em cena. Há uma escuridão constante, o que faz com que o espectador fique sempre esperando algo ruim acontecer. Esse é um dos filmes que vi em que a fotografia mais contribui para contar a história.
    Legenda: cena do filme Pássaro do Oriente (2019)
    Descrição: dois homens encaram uma mulher em um interrogatório. As cores das roupas que as pessoas usam e do ambiente ao redor são tons frios.
    Aliás, a fotografia não está presente somente na parte técnica, sendo também um ponto fundamental da trama. O relacionamento entre a protagonista e o fotógrafo japonês é construído através de uma foto que ele faz dela enquanto ela passa na rua. A partir desse momento, ele cria uma fixação pela imagem da protagonista, que só vamos entendendo a medida que o filme caminha.
    Legenda: cena do filme Pássaro do Oriente (2019)
    Descrição: um homem segurando uma câmera observa algo fora do enquadramento em que um parque. 
    Pássaro do Oriente é um filme único da Netflix, um suspense intrigante e bem-construído, e que aborda diversas temáticas interessantes. Outro ponto interessante é que, por se passar no Japão, o filme explora uma língua, uma cultura e cenários diferentes dos filmes ocidentais. Mesmo se a história não te interessar, vale a pena conferir para ver como a direção de fotografia tem um papel fundamental na construção de atmosfera e suspense.
    Já assistiu ao filme? Comente suas impressões aqui embaixo com a gente! E para mais conteúdos sobre fotografia, siga nosso perfil no Instagram.

    Links, Referências e Créditos

  • Nan Goldin

    Nan Goldin

    Autorretratos chocantes; registros do universo sexual underground; memórias de uma juventude transviada. Conheça o mundo intenso da polêmica Nan Goldin!

    Conheci Nan Goldin em uma aula de fotojornalismo. Na ocasião, não estávamos ocupando-nos com conceitos ou técnicas de nossa área de atuação, apenas compartilhando obras de fotógrafos que gostávamos; imagens que nos moviam e inspiravam. A primeira imagem, que reproduzo logo no começo desta galeria, me deixou completamente fascinado.

    Nan Goldin. Nan e Brian na Cama, Nova York, 1983

    Havia algo ali, algo não visto; algo na forma como aquele casal se portava na cena; algo no jogo entre a forte luz alaranjada que iluminava o homem, tranquilamente fumando um cigarro, e a escuridão cobrindo aquela mulher – a própria fotógrafa – com um olhar que de início não pude decifrar, mas logo compreendi como medo/apreensão quando a segunda foto foi mostrada: ela, com o rosto coberto de hematomas e um olho completamente vermelho, tirada dias depois de ter sido violentamente agredida por aquele homem aparentemente tranquilo da imagem anterior, explicitando assim a violência que era antes apenas sugerida. 

    Nan Goldin é assim. Logo que começou a fotografar aos 15 anos de idade, usou a câmera como meio para a auto-expressão e registro do estilo de vida que levava na Nova York das décadas de 1970 e 1980, revelando tanto sua própria  intimidade como a daqueles que a cercavam. Assim, acabou mostrando questões que eram silenciadas na época, como a subcultura gay e transsexual, a epidemia do vírus HIV e o vício em drogas, especialmente a heroína.

    Sua série de slides exibidos de forma independente em 1985, The Ballad of Sexual Dependency (A Balada da Dependência Sexual), transformada depois em um livro de fotografias, sintetiza muito do que é o estilo de Goldin e o teor de suas imagens, sobretudo nesse começo de carreira que a consagrou: Autorretratos sem retoques, casais em momentos de intimidade sexual, travestis se maquiando, jovens divertindo-se na vida noturna sem pudores (e sem prudência), além de sua já citada relação abusiva com  o namorado, Brian Burchill.

    Confira abaixo algumas dessas fotografias íntimas, intensas e polêmicas, que já renderam até censura a uma exposição de Goldin no Brasil em 2011. 

    Uma mulher (Nan Goldin) é vista encarando diretamente a câmera. Possui hematomas ao redor dos olhos e nariz, com o olho esquerdo totalmente vermelho.
    Nan Goldin. Nan um mês depois de ser agredida, 1984
    Duas drag queens são vistas em um banheiro, uma negra de costas para a câmera, olhando-se em um espelho com um colar chamativo no pescoço e uma branca, que olha para a câmera com o rosto maquiado com batom vermelho, sombra de olho e pó facial branco.
    Nan Goldin. Jimmy Paulette e Tabboo! No Banheiro, 1991
    Duas drag queens são vistas em um táxi, olhando diretamente para a câmera. Ao lado esquerdo, Misty usa uma roupa escura justa ao corpo, brincos chamativos, maquiagem carregada e peruca azul. Ao lado direito, Jimmy Paulette usa um cropped dourado, maquiagem carregada e peruca loira. 
    Nan Goldin. Misty e Jimmy Paulette em um Táxi, 1991
    Um grupo de jovens é visto em um cômodo de uma casa. À frente, um garoto de costas usando blusa branca e calça jeans dança acompanhando uma garota usando vestido preto. Ao fundo, dois rapazes são vistos comendo, e ao lado deles, Nan Goldin aparece fumando um cigarro e olhando em direção à câmera. Há uma grande quantidade de objetos no cômodo, como pilhas de caixas e pôsteres colados nas paredes.
    Nan Goldin. Dançando na minha festa de aniversário, Nova York, 1980
    Um casal homossexual masculino é visto em uma banheira. Os dois rapazes estão nus e Um repousado sobre o corpo do outro, que lhe afaga os cabelos e lhe dá um beijo na bochecha.
    Nan Goldin. Matt e Lewis na banheira, Cambridge, 1988
    Nan Goldin. Matt e Lewis na Cama, Cambridge 1988

    Descrição: O casal homosexual é visto na cama.  Os rapazes aparecem abraçados e sorrindo, um sem camisa sobre o outro, que usa uma camisa escura.

    Nan Goldin. Rise e Monty se Beijando, Nova York, 1980

    Descrição: Um casal heterossexual é visto se beijando. O rapaz está sentado em uma poltrona branca e a moça está sentada em seu colo, com as mãos em volta de seu rosto e sobre seu cabelo.

    Uma garota usando um vestido branco com saia semi-transparente e fita no cabelo aparece fumando solitária sentada sobre uma cama de lona, lembrando as macas usadas por socorristas. Objetos como uma revista, um copo e uma lata de cerveja também estão presentes no ambiente.

    Nan Goldin. Trixie numa Cama de Lona, Nova York, 1979
    Um rapaz é visto deitado sobre o capô de um carro conversível. Seus olhos estão fechados e sua camisa branca está desabotoada até abaixo do umbigo, revelando seu peito e barriga.
    Nan Goldin. French Chris no Conversível, Nova York, 1979
    Jovens são vistos em um carro. De perfil, sentados nos bancos, há uma moça e um garoto. Um outro rapaz é visto deitado sobre o capô do carro, com a cabeça apoiada por uma das mãos e uma lata de cerveja em sua frente.
    Nan Goldin. French Chris no drive-in, Nova Jersey, 1979
    Dois homens são vistos. Um deles está deitado em uma cama de hospital, visivelmente magro e debilitado. Trata-se de uma vítima de HIV/ AIDS. O outro, saudável, está de pé ao seu lado e dá-lhe um beijo sobre o nariz.
    Nan Goldin. Gotscho Beijando Gilles, Paris, 1993
    Um rapaz sem camisa é visto submerso em uma banheira cheia de água. Seus olhos estão fechados e suas mãos cobrem seu nariz. 
    Nan Goldin. Clemens Debaixo D’água, Sag Harbor, Nova York
    O reflexo de Nan Goldin é visto em um pequeno espelho pendurado em uma das paredes de um banheiro. Uma banheira é vista parcialmente.
    Nan Goldin. Autorretrato no banheiro azul, Londres, 1980

    Gostou da galeria? A minha foto favorita é a do Matt e Lewis na banheira. Gosto do romantismo nela por transparecer realidade, longe da pieguice dos ensaios de casal.

    Qual é a sua? Conta pra gente qual você gostou mais nos comentários!

    Referências:

    LARRAT-SMITH, Philip; GOLDIN, Nan. Embalos Noturnos. Revista Zum 8, 2017. Disponível em <https://revistazum.com.br/revista-zum-8/embalos-noturnos/> Acesso em 29 de Jun. de 2020

    Links:

  • Filmes Fotográficos

    Filmes Fotográficos

    No mercado atual os sensores digitais predominam, mas muitos ainda utilizam o filme e continuam essa importante parte da história da fotografia.

    O daguerreótipo foi uma das primeiras tecnologias fotográficas desenvolvidas, ela conseguia fixar imagens de maneira até então nunca vista. Porém ainda era uma tecnologia cara, o procedimento para sua preparação era complexo e os equipamentos necessários eram pesados. Isso motivou inventores como Richard Maddox e George Eastman a desenvolverem o que hoje chamamos de filme fotográfico.

    A imagem consiste em três pedaços de filme dispostos em uma superfície branca.
    moritz320 | Pixabay

    Foi em 1871 que o físico Richard Maddox expos no British Journal of Photography sua ideia de utilizar placas de vidro revestidas com gelatina misturada com brometo de cádmio e nitrato de prata para fixar imagens. Sua invenção possibilitou que o tempo de exposição necessário para captar a imagem ficasse mais rápido e as câmeras menores.

    Os rolos de filme que conhecemos hoje foram inventados por George Eastman em 1889, eles eram feitos de nitrocelulose coberta com uma mistura de gelatina e cristais de halogeneto de prata. Com o intuito de comercializar sua invenção Eastman fundou a empresa Kodak, que foi pioneira na criação de câmeras cada vez menores e mais fáceis de usar.

    Atualmente é possível encontrar uma grande variedade de filmes fotográficos. É importante entender as propriedades de um filme antes de utilizá-lo. Eles podem ter vários tamanhos diferentes, sendo o de 35mm o mais comum deles. Outro fator importante de se observar é a composição, os filmes podem ser feitos de vários elementos químicos e, por isso, proporcionam pigmentações diferentes.

    Mas o elemento mais importante a ser observado é o ISO, que na fotografia química recebe o nome de ASA. Nas câmeras digitais podemos alterar o ISO a qualquer momento, mas nas câmeras analogicas é preciso trocar o filme, o que só pode ser feito depois de ter usado todas as poses, então é preciso pensar antes de sair fotografando.  Os filmes podem variar de ASA 32 a 3200, e vale lembrar que quanto maior a ASA maior o granulação das fotos.

    Muitos pessoas consideram as películas fotossensíveis ultrapassadas, porém ainda existem muitos fotógrafos que preferem fotografar com elas, seja pelo saudosismo, pelo mistério de não saber o resultado final da foto, ou pela materialidade da fotografia analógica. Esse é o caso do britânico Lewis Khan, fotógrafo emergente no mundo da fotografia e do documentário, vencedor do Shuffle Film Festival em 2016.

    No centro da foto vemos um garoto de cabelos loiros e olhos azuis encarando a câmera. Do seu pescoço para baixo ele está enrolado em um tecido branco, que dá a entender que alguém estava cortando seu cabelo. O fundo da foto está desfocado mas é possível perceber uma parede de tijolos a esquerda, e uma árvore com folhas verdes à direita.
    Foto de Lewis Khan; sem título; 2017

    A foto acima, que integra o projeto Fictions, foi feita por Khan quando ele estava em Cuba fotografando um festival de fogos de artifício. Todas as fotos foram feitas com filme, já que o fotógrafo diz se dar  melhor com as câmeras analógicas, pois, segundo ele, elas exigem que se tenham mais cuidado na hora de fotografar, já que você terá um número limitado de “cliks”, e não vai poder ver o resultado imediatamente.

    Se você se interessa em fotografar com filme não é difícil encontrar eles a venda em sites como eBAY ou mercado livre. A empresa Kodak mantém até hoje sua produção de filmes, e devido a uma considerável  aumenta na demanda, a produção dobrou desde 2015. E para ter informações sobre tipos específicos de filme vale a pena checar o site Filmtypes.

    Deixe seu comentário aqui embaixo sobre o que você achou da história dos filmes e desse excelente fotógrafo! E não se esqueça de nos seguir no Instagram para ficar por dentro de todas as nossas postagens e ver os conteúdos exclusivos que temos lá!

    Fontes, Links e referências 

    Como citar esta postagem

    CAVALHEIRO, Pedro Olavo Pedroso. Filmes Fotográficos. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/fotografetododia-filmes-fotograficos/>. Publicado em: 19 de out. de 2020. Acessado em: [informar data].

  • Era Uma Vez No Oeste: Fotografia e Música

    Era Uma Vez No Oeste: Fotografia e Música

    Nesta obra de Sergio Leone a fotografia se encontra com a música de Ennio Morricone para criar um dos mais icônicos westerns já feito.

    Era Uma Vez No Oeste é um filme do gênero Spaghetti Western, dirigido Sergio Leone e lançado em 1968. Por buscar fugir dos clichês dos filmes de sua época e por ter um ritmo muito lento, ele foi mais um dos filmes que no lançamento foram fracassos de bilheteria e crítica, mas que no decorrer de vários anos passou a ser visto como revolucionário, e hoje, ele é considerado como o ápice dos filmes de velho-oeste.

    No pôster do filme vemos os rostos dos três protagonistas e do vilão no canto inferior direito, e logo ao lado um desenho de uma das cenas de tiroteio do filme.
    Pôster do Filme

    O filme tem como protagonistas três personagens: Cheyenne, um chefe de gangue. Jill, uma prostituta de Nova Orleans que se casa e vai para o oeste viver com seu marido. E por último Harmônica, um homem misterioso que busca vingança contra um pistoleiro chamado Frank.

    Quando Jill chega em sua nova casa descobre que seu marido foi morto, o assassino é Frank, que tenta forjar evidências para culpar Cheyenne, com isso os caminhos dos protagonistas se entrelaçam e eles partem em busca de vingança.

    Por mais que o enredo  pareça um clichê de heróis vingativos, a progressão da história mostra que os personagens são bem mais complexos do que aparentam, demonstrado uma quebra das convenções do seu gênero.

    Não é só na narrativa que ele foi contra as convenções de sua época. Para esse projeto, Sergio Leone, Pediu que o compositor Ennio Morricone compusesse a trilha sonora antes mesmo de começar as filmagens, assim toda a direção de fotografia teve como base a trilha sonora. Por isso, movimentação de câmera, iluminação, saturação das cores e posição dos personagens conversam perfeitamente com a música. 

    Um bom exemplo é a cena na qual os três personagens principais se encontram pela primeira vez. Ela acontece dentro de um bar escuro, Jill e todos presentes no local estão tensos com a chegada de Cheyenne, o silêncio predomina enquanto ele abre uma garrafa de bebida, mas é interrompido pela música de uma gaita, a música é aguda, áspera e muito misteriosa, combina perfeitamente com a atmosfera do lugar. Cheyenne olha para o lado onde está sentado um homem imerso em sombras, a música começa a ficar mais alta e Chayene joga um lampião em direção a figura misteriosa e nos revela Harmônica.

    A maneira como Leone usa as sombras, e planos detalhes nos personagens para compor o sentimento de suspense e perigo é complementada, com maestria, pela trilha sonora, resultando em uma das melhores introduções de personagens do cinema. Esse elo entre a fotografia e música é revolucionário, não somente por criar uma atmosfera de suspense na cena, mas também por contar a história sem  a necessidade de falas.

    Hoje temos uma famoso diretor de cinema que se inspira muito nesse filme e que ficou famoso por usar essa mesma técnica! Você sabe quem é? Deixe a resposta aqui nos comentários! E não se esqueça de nos seguir no Instagram para ficar por dentro das novas postagens, e ver os conteúdos exclusivos que publicamos por lá!

    Fontes, Links e referências.

    Como citar esta postagem

    CAVALHEIRO, Pedro Olavo Pedroso. Era Uma Vez No Oeste: Fotografia e Música. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/era-uma-vez-no-oeste-fotografia-e-musica/>. Publicado em: 16 de out. de 2020. Acessado em: [informar data].

  • Paula Sampaio

    Paula Sampaio concilia sua visão subjetiva com denúncias sociais. Confira um pouco de sua história e seu projeto de maior destaque, o Fronteiras!

    Com tradições marcadas pela fotografia documental, Paula Sampaio, compõe belas imagens a partir de pontos de vistas diversificados, em que evidencia sua sensibilidade e interação com os retratados. Natural de Belo Horizonte, MG,  Paula Gomes Sampaio (1965), muda-se para Belém em 1982, onde passa a praticar aulas de fotografia na Oficina Fotoativa. Em 1987, começa a trabalhar como fotógrafa nos jornais Diário do Pará e O Liberal. 
    Forma-se em Comunicação pela Universidade Federal do Pará – UFPA, em 1990.  No mesmo ano, Sampaio dedica-se a documentação das comunidades que vivem a margem das rodovias Belém-Brasília e Transamazônica, a série recebe o nome de Fronteiras, sendo seu projeto de maior destaque. Neste trabalho, as fotografias retratam as condições precárias das pessoas que moram nessas regiões e ainda, aborda alguns aspectos da cultura local e memórias orais do dia-a-dia. 

    Rodovia Belém- Brasília: Porto Franco, MA, Paula Sampaio, 1997
    Rodovia Belém- Brasília: Porto Franco, MA, Paula Sampaio, 1997
    Com o ensaio Fronteiras, a fotógrafa recebe, em 1993, o 4º Prêmio Marc Ferrez de Fotografia da Fundação Nacional de Arte (Funarte). Especializa-se em Comunicação e Semiótica pela PUC–MG. E em 1997, conquista uma bolsa do Mother Jones International Fund for Documentary Photography, nos Estados Unidos. 
    No início dos anos 2000, torna-se editora assistente do jornal O liberal e fotógrafa do Instituto  de Artes do Pará. Em 2004, dá continuidade ao registro da colonização na Amazônia. Em 2005, publicou o livro Paula Sampaio, da Coleção Senac de Fotografia. Foi responsável pelo Núcleo de Fotografia do Centro Cultural SESC Boulevard, de Belém/PA(2009–2018). Atualmente, ela continua desenvolvendo ensaios e projetos de teor social e conta com um vasto catálogo fotográfico. 

    Confira agora, uma seleção de imagens, da fotojornalista, Paula Sampaio!

    Rodovia Belém/Brasília, Município de Divinópolis/MA, Paula Sampaio, 1998
    Acauândia, Belém-Brasília, Paula Sampaio, 1998
    Rodovia Belém- Brasília: Carvoaria, Paraçominas, PA, Paula Sampaio, 1997
    Sem- Terra Urbanos; Invasão Riacho Doce, Bairro do Guamá, Belém, Paula Sampaio, 1995
    Sem Título, Paula Sampaio, 1997 

    E aí o que acharam da #Galeria de hoje? Um belo trabalho não é mesmo? Deixe suas impressões e comentários aqui, ou no nosso Instagram! Te aguardamos. 

    Referências