Links, Referências e Créditos
- HEDGECOE, John. O novo manual de fotografia: guia completo para todos os formatos. Senac, 2005.
- Elementos da Composição Fotográfica
- Instagram de Kai Ziehl
* Categoria de hierarquia superior.
Em um de seus ensaios mais premiados, Bittencourt nos apresenta o cotidiano de pessoas marginalizadas na cidade de São Paulo.
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Legenda: Retrato de Julio Bittencourt, Nereu Jr. (2011) Descrição: retrato do fotógrafo sobre o qual o texto fala, sorrindo para a câmera. |
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Legenda: Julio Bittencourt, Numa janela do edifício Prestes Maia 911 (realizada entre 2005 e 2008) Descrição: uma mulher joga em plantas que estão em baixo da janela. |
Durante a guerra fria os pesquisadores precisavam que as sondas espaciais mandassem imagens até a Terra, para isso foi criado o sensor CMOS, capaz de converter ondas luminosas em informação digital que era enviada por meio de ondas de rádio e depois (re)convertidas em imagens. Foi em 1965 que, pela primeira vez, a sonda Mariner 4, usando essa tecnologia, enviou imagens da superfície de Marte, porém as fotos não poderiam ser consideradas digitais, já que também usavam processos analógicos.
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Foto de Eugen Visan por Pixabay |
A primeira câmera totalmente digital foi feita em 1975 pela Kodak ela usava o sensor CCD, o sucessor do CMOS, e podia fazer imagens de 0,01 megapixels, mas nunca foi comercializada, pois os executivos da empresa acreditavam que a invenção poderia atrapalhar na venda dos filmes fotográficos, essa hesitação em adotar a tecnologia digital foi uma das principais causas da falência da empresa anos depois
Em 1981, a Sony lançou a primeira câmera digital para o público, porém ela era extremamente cara. Somente na década de 1990, as câmeras digitais passaram a ter preços mais acessíveis. Hoje elas dominam o mercado. A maioria delas é equipada com um sensor CMOS. Hoje também temos uma grande variedade de tamanho de sensores, e isso pode influenciar muito na hora de fotografar. Quanto maior o sensor, maior é o alcance dinâmico, menor o índice de ruído em ISOs altos, e menor a profundidade de campo.
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Campanha publicitária da câmera Mavica |
A variação de tamanho nos sensores causa algo chamado fator de corte. Esse fator altera o ângulo de visão proporcionado por um objetiva, por exemplo, nas câmeras DSLR os dois tipos de sensores mais comuns são os Full Frame (FF) e os APS-C, uma lente de distância focal 35mm não sofreria nenhuma alteração em um sensor FF, pois ele é o tamanho padrão, mas teria o aspecto de uma lente de 56mm, que tem um ângulo de visão menor, em um sensor APS-C, que é um pouco menor que o FF. Essa relação entre sensores pode variar com as marcas, por exemplo, no caso de sensores APS-C Canon a relação é de 1,6, já nos sensores APS-C Nikon e Sony a relação é de 1,5.
Hoje a maioria dos fotógrafos usam câmeras digitais, pelo fato de elas permitirem uma fácil organização de arquivos, e por produzirem imagens de excelente qualidade, mas esse não é o caso do fotógrafo japonês Daido Moriyama que diz que não se importa com a qualidade imagética que as mais modernas DSLR podem trazer, para ele o que mais importa é que a câmera seja leve, fácil de carregar e discreta, por isso só fotografa usando câmeras compactas. Ele iniciou a carreira com as versões analógicas, mas com o avanço da tecnologia rapidamente passou a usar os modelos digitais.
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Daido Moriyama , 2017 Getsuyosha |
Se olharmos a foto acima com atenção vemos que a imagem possui uma grande quantidade de ruído que acontece pelo fato de Daido usar uma câmera compacta com um sensor bem pequeno. Mas o ruído não é um problema, já que toda a estética dele se baseia em imagens cheias de ruído, muitas vezes tremidas e com grande contrastes.
Esse é um exemplo interessante de como uma boa foto nem sempre precisa dos equipamentos mais caros, mesmo câmeras compactas ou de celulares podem trazer resultados muito interessantes, e agora graças aos sensores digitais, que ajudaram a baratear a fotografia, uma parcela bem maior da população pode ter acesso a câmeras, e usar a criatividade para produzir as mais criativas fotos.
CAVALHEIRO, Pedro Olavo Pedroso. Sensores Digitais. Cultura Fotográfica (blog). Disponível em: <https://culturafotografica.com.br/fotografetodia-sensores-digitais/>. Publicado em: 07 de dez. de 2021. Acessado em: [informar data].
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André Kertész – Autorretrato, Paris, 1926 Descrição: Fotografia em preto e branco. Mostra as sombras de um homem e de uma câmera na parede. |
Kertèsz começou a fotografar em 1912, após juntar dinheiro para comprar a sua primeira câmera. Nessa sua primeira fase como fotógrafo, registrava as paisagens rurais do seu país natal e a vida dos jovens que ele conhecia, como seu irmão mais novo. Ao servir o exército na Primeira Guerra Mundial, levou uma câmera leve consigo, mas não queria fotografar o conflito. Ele não enxergava a guerra como uma tragédia e não se interessava por retratos documentais e políticos, optando por retratar os momentos de lazer dos soldados.
Em 1925, motivado pela dissolução do Império Austro-húngaro, se mudou para Paris, como vários outros artistas da época. Na capital francesa, ficou amigo de outros fotógrafos de origem húngara como Man Ray, Robert Capa e Brassaï. Nessa época, sua característica inovadora se tornou mais marcante, enquanto ele eternizava em imagens parte da tradicional vida parisiense, como os cafés, as feiras e os parques. Também foi quando ele ganhou popularidade na França publicando em diversas revistas, período no qual seus trabalhos foram uma simbiose entre modernismo, realismo e humanismo.
Em 1936, as revistas franceses foram deixando de publicar os trabalhos de Kertész, por serem muito “neutros” para o contexto da guerra, antes mesmo de receber a resposta positiva do governo francês sobre a sua naturalização, aceitou um emprego em Nova Iorque, se mudando em seguida. Nos Estado Unidos sua adaptação foi difícil: lá a comunidade artística era pequena, Nova Iorque não o encantava como Paris ou Budapeste e ele não falava inglês. Além disso, seu ensaio “Distorções”, que havia sido aclamado na França, recebeu pouca importância ao fazer parte de uma mostra no Museu de Arte Moderna, mostrando que o estilo artístico da sua atual cidade era bem diferente do seu.
Nos Estados Unidos, Kertész trabalhou em diversas revistas de moda, mas a fotografia de estúdio não lhe agradava. Quando a revista Life o convidou para fazer um ensaio sobre os rios de Manhattan, ele fotografou rebocadores, sobre diversos ângulos, inclusive utilizando um dirigível. Era um trabalho que finalmente o animava, mas, ao entregar as fotos, a revista as recusou sob a justificativa de que elas “falavam demais” e que o redator era o responsável por escrever os textos, não precisando as fotos fazerem mais do que mostrar. Sobre a recusa, Kertész respondeu: “Eu não posso fazer nada, minhas fotos falam. Eu não consigo segurar a câmera sem me expressar”.
Permaneceu fazendo fotografias que não eram totalmente do seu agrado e ficou mais de quinze anos em um contrato exclusivo com a revista de decoração House and Garden. A partir dos anos 1961, Kertész voltou a ser reconhecido pelas suas fotografias despretensiosas, e se iniciou em sua vida um período que os biógrafos chama de “Período Internacional”, quando suas fotos foram publicadas em jornais e revistas e apresentadas em exibições em diversos países. Finalmente, passou a ser reconhecido por seus ângulos diferentes, sua composição inovadora e sua fotos que falam.
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André Kertész – Chairs (Cadeiras), Champ Elysées, Paris, 1927 Descrição: Fotografia em preto e branco. Mostra cadeiras alinhadas e suas sombras (também alinhadas). |
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André Kertész – Man Diving (Homem Mergulhando), Esztergom, 1917 Descrição: Fotografia em preto e branco. Mostra um homem prestes a mergulhar e seu reflexo na água. |
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André Kertész – Fork (Garfo), 1928. Descrição: Fotografia em preto e branco. Mostra um garfo apoiado em um prato. |
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André Kertész – Shadows (Sombras), Paris, 1931 Descrição: Fotografia em preto e branco. Mostra pessoas vistas de cima e suas sombras, |
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Andrés Kertész – Painting his Shadow (Pintando a sua sombra), 1927. Descrição: Fotografia em preto e branco. Mostra um homem em uma escada pintando o lado de fora de sua casa. |
Sabe quando a imagem vai diminuindo, diminuindo, em direção ao fundo, até que só seja possível enxergar um ponto? Então, esse é o ponto de fuga.
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Legenda:Susan Sontag em 1993, Alen Macweeney/Corbis/Getty Images
Descrição: uma mulher encara a câmera enquanto se encosta no que parece ser uma porta.
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Aguasujenses, Romaria, MG, Juvenal Pereira, 1975 |
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Congada, Silvianópolis, MG |
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Varal, Vale da Ribeira, SP, 1984 |
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Samba do Beka, Salvador, BA, 1982 |
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Negros, Alcântara, MA, Juvenal Pereira, 1981 |
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Interiores, Alcântara, 1979 |
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Caixeras do Divino, Alcântara, 1980 |