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  • Life Is Strange

    Life Is Strange

    Life Is Strange foi um do jogos mais premiados no ano do seu lançamento e até hoje atrai novos fãs.

    Life Is Strange é um jogo eletrônico lançado no ano de 2015, feito pelo estúdio Dontnod Entertainment e distribuído pela Square Enix. Considerado atípico na época de seu lançamento devido a suas mecânicas de gameplay e sua divisão em episódios, até então incomuns a jogos de sua categoria, ele foi premiado como melhor jogo de aventura e melhor jogo original no Global Game Awards.

    Capa do Jogo Life Is Strange

    Sua história começa com a protagonista Maxine Caulfiled, tendo um terrível pesadelo e acordando no meio de uma de suas aulas de fotografia. Ela se levanta e vai ao banheiro e lá acaba vendo uma amiga de infância, Chloe Price, sendo baleada. Em um momento de desespero Max descobre que tem a habilidade de “rebobinar” o tempo e encontra uma maneira de salvar sua amiga. Agora que sabem sobre seu poder elas vão passar a investigar os desaparecimentos de alunas da universidade.

    A fotografia desempenha um papel muito importante no decorrer da história, sendo usada como guia para melhorar o entendimento da história ou ajudar nas escolhas do jogador. Um dos momentos mais marcantes em que a fotografia está presente é quando Max testemunha um segurança da universidade oprimido uma aluna. Neste momento você tem duas escolhas, usar a câmera para fotografar o ocorrido e assim produzir provas, ou ajudar a estudante sem produzir provas contra o segurança.

    Max sempre carrega uma câmera Polaroid, com a qual o(a) jogador(a)pode registrar lugares, objetos e pessoas e assim criar sua própria coleção de fotos. Mesmo com gráficos muito simples, essas fotografias ficam muito interessantes. Você poderá ficar um bom tempo olhando no diário na qual Max guarda suas fotos e faz anotações sobre elas.

    Diário da Max

    O jogo mesmo tendo uma gameplay muitas vezes monótona e melancólica, muito diferente dos outros jogo que existem no mercado, consegue prender a atenção do jogador, por causa da excelente construção dos personagens, dos momentos impactantes, das localizações belíssimas, e da trilha sonora que encaixa perfeitamente com a temática. Tudo isso resulta em uma experiência única que com certeza vai emocionar o jogador.

    Agora é sua vez de jogar! Life Is Strange está disponível para Windows, Linux, Xbox 360 e One, Playstation 3 e 4, e Android e iOS. E lembre-se de contar sua experiência para os outras fãs do jogo e da fotografia no nosso grupo do Facebook!

  • Fotomontagem

    A fotomontagem é resultado de uma expressão artística, da arte moderna. O gênero fotográfico gerou críticas sobre a arte e a cultura.

    Vista do Horizonte de Nova York. A imagem mostra alguns prédios luxuosos e acima, imagens diversas com rostos e feições dramáticas. No fundo da imagem, uma linha com formato de um corpo feminino.
    Grande série do Horizonte de Nova York

    Com o objetivo de criar uma nova imagem, a fotomontagem consiste na combinação de duas ou mais imagens sobrepostas. O gênero fotográfico surge na década de 1850. O sueco Oscar Rejlander, em 1857, apresentou em uma exposição, a alegoria ‘Two Way of Life’ (Duas maneiras de vida), resultado da produção de trinta negativos, em papel fotográfico, que foi combinado em uma única impressão. Semelhantemente, em 1901, Valério Vieiro, torna-se o marco da fotografia, no Brasil, com a composição de “Os Trinta Valérios”, em que o autor combina também, dois gêneros, retrato e fotomontagem.
    O que conhecemos hoje como Fotomontagem é resultado de anos de exploração técnica de processos químicos e físicos, além de novas invenções tecnológicas. Atualmente, com o emprego de novas tecnologias, a técnica de associar fragmentos de imagens, com o intuito de gerar uma nova imagem, pode ser realizada por diferentes processos, veja algumas dessas maneiras de produzir à fotomontagem:
    Colagem: Um dos processos mais simples, consiste em elaborar uma composição tendo como base imagens positivas sobre um suporte, neste caso, papéis, que podem ser apresentados exatamente desta forma, assim como os artistas dadaístas. Outra variante para técnica é a reprodução realizada para gerar negativos, que a partir deles pode-se produzir ampliações. 
    Negativos: Técnica pioneira da fotomontagem. Utiliza-se originais em transparência. Consiste na sobreposição de negativos ou diapositivos, que integra duas ou mais imagens para produzir uma terceira. Essa técnica pode ser projetada, utilizando slides, por exemplo, ou empregada  para conceber ampliações positivas sobre papéis, como é o caso do negativo.
    Dupla ou Múltipla Exposição: Este processo pode ser realizado na própria câmera. O efeito consiste em sobrepor duas ou mais imagens no mesmo frame, a câmera fundirá as partes claras da imagem, o que for escuro irá sobressair na imagem final. Para melhor resultado da imagem é importante manter o mesmo enquadramento em todos os cliques. Utilizando uma superfície fixa ou tripé. 
    Confira um exercício,  passo a passo:
      1. Posicione um objeto ou modelo no ambiente;
      1. Selecione o  modo de múltiplas exposições da câmera e configure a quantidade de cliques que você quer sobrepor;
      2. Faça uma fotometria, observe a exposição e configure para exata exposição;
      3. Tire a primeira foto, reposicione o objeto e faça a segunda foto. E assim sucessivamente, caso opte por múltipla exposição;
      4. Após à execução de todos os cliques, a própria  câmera processará o arquivo e exibirá a imagem finalizada.
    Embora a técnica seja conhecida desde a segunda metade do séc. XIX. Foram as vanguardas modernistas que mais fizeram uso, deixando um legado como gênero fotográfico. Muitos artistas aderiram a técnica  e agregaram a ela  diferentes características.  Anita Steckel (1930–2012) foi uma dessas artista. A feminista americana, de estilo irreverente e ousada ficou conhecida por suas fotomontagens e pinturas com imagens eróticas.  Em suas composições, ela explorou  temas como sexismo, racismo, e questões sócio-políticas. 
     
    Vista de grandes edifícios. No Empire State uma está pendurada nua.
    Mulher Gigante no Empire State Building


    Na série de obras “mulheres gigantes”, Steckel produz a composição “mulher gigante no Empire State Building”  em que ela sobrepõe na fotografia da cidade de Nova York,  pinturas e fragmentos de um auto retrato, ela como uma gigante mulher nua pendurada no edifício Empire State. Essa fotomontagem remete ao movimento de reivindicação das mulheres, ela explora ideais de feminismo, urbanismo, sexismo, racismo e história. 

    E aí o que achou sobre a fotomontagem? Inspire-se com Anita steckel ou teste  umas das técnicas apresentadas. Publique o resultado em nossas redes ou deixe seu comentário no nosso grupo de discussão.  
     
    Referências
    FOTOMONTAGEM . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo3870/fotomontagem>. Acesso em: 14 de Jun. 2020. Verbete da Enciclopédia.
    Fineman, Mia. Faking It: Manipulated Photography Before Photoshop. New York: The Metropolitan Museum of Art, 2012. no. 51, pp. 74, 220.
  • A Vida Secreta de Walter Mitty

    Walter Mitty leva uma vida pacata e monótona até que precisa embarcar numa verdadeira aventura para recuperar um negativo para a empresa em que trabalha.

    Walter Mitty parece flutuar sobre Nova Iorque. À direita, há escrito o título do filme
    Arte do filme “A Vida Secreta de Walter Mitty”

    A Vida Secreta de Walter Mitty é um filme de aventura lançado em 2013. Nele, Walter (Ben Stiller) costuma se desprender da realidade em seus sonhos em plena luz do dia. Ele trabalha no departamento de fotografia da revista Life. Após uma mudança na gestão da empresa, chega a notícia de que a revista vai encerrar sua edição impressa. No entanto, Walter perde o negativo que seria usado na capa da última edição.
    Quando isso acontece, o protagonista vê a oportunidade de sair de sua vida pacata e embarcar numa aventura atrás do fotógrafo Sean O’Connell (Sean Penn). Ele segue o paradeiro de Sean e viaja pela Groenlândia, Islândia e Afeganistão até encontrá-lo nas montanhas do Himalaia.
    O filme tem uma fotografia muito bonita, com algumas paisagens de tirar o fôlego e cenas com uma composição bem pensada. Fotografia no cinema, para aqueles sem familiaridade com o assunto, consiste “na sintonia entre os pequenos detalhes para criar imagens que além de tirar o fôlego, usam aspectos visuais para comunicar uma ideia implícita no roteiro.”
    Três mochileiros caminham pela água rasa, enquanto há uma enorme cachoeira ao fundo
    Cena de “A Vida Secreta de Walter Mitty”

    Percebemos que o personagem ansiava por mudanças em sua vida. Assim, perante à mínima possibilidade de uma aventura, totalmente fora de sua rotina, ele se entrega, seguindo o que acredita serem pistas para chegar a um objetivo. Numa cena durante a aventura, começa a canção “Space Oddity”, de David Bowie, cujo trecho diz “agora é hora de sair da sua cápsula, se conseguir”. Podemos interpretar como uma mensagem de que a vida de Walter não seria a mesma. Outro trecho da música diz “me sinto bem inerte, e acho que minha nave espacial sabe pra onde ir”. Pode ser mais uma relação com a vida do protagonista: uma vez monótona, agora ele sabe qual rumo seguir.

    Walter Mitty descendo de skate em alta velocidade por uma estrada na Islândia
    Cena de “A Vida Secreta de Walter Mitty”

    Não é só o personagem que fica entusiasmado com a perspectiva de mudança. O telespectador também é fisgado por essa ideia. Eu acho difícil alguém assisti-lo e não desenvolver um desejo enorme de viajar ao final do filme. Se não for motivado a viajar, que seja para sair da zona de conforto e tentar algo novo.
    Quando Walter finalmente encontra Sean, eles observam um raro felino nas montanhas. Nesse instante, o fotógrafo solta a seguinte frase “coisas bonitas não pedem por atenção”. Lembro de refletir bastante sobre essa fala na primeira vez em que assisti o filme, há alguns anos. Faz um tempo que eu tento reparar nas pessoas mais tímidas, que normalmente passam mais despercebidas. É curioso ver como elas costumam ser muito agradáveis e uma das coisas que me inspirou nisso foi essa frase do filme.

    Walter Mitty e o fotógrafo Sean O'Connell se encontram no Himalaia e parecem observar algo.
    Cena de “A Vida Secreta de Walter Mitty”

    Garanto que é uma ótima pedida! Então, corre lá para assistir e nos conte o que achou!

    Referências

  • Fotografia Noturna

    Fotografia Noturna

     
     A fotografia noturna é, como diz o nome, a fotografia feita a noite. Registrar uma imagem feita a noite pode ser um desafio, porque demanda tempo e paciência.

    A fotografia noturna é, como o nome diz, a fotografia feita a noite. Registrar imagens a noite pode ser um desafio. Se a foto for feita ao ar livre, o fotógrafo tem que se programar para sair tarde da noite, ou antes do sol nascer. Por causa do seu processo, pode demandar bastante tempo e, com isso, paciência.

    Foto da ponte Golden State, nos Estados Unidos, a noite, com as luzes acessas
    Golden Gate Bridge, 2007, Andy Frazer

     O que ocorre devido a baixa intensidade de iluminação é que muitos fotógrafos recorrem a longas exposições. Outras opções seriam aumentar o ISO, o que costuma fazer com que apareçam ruídos na imagem, ou aumentar a abertura do diafragma, mas existe um limite máximo para essa abertura, que nem sempre é o suficiente para a foto, e tem como consequência a diminuição da profundidade do campo da imagem.

    Com a utilização dessas diversas técnicas de fotografia, podemos perceber diferentes resultados e efeitos nas fotos feitas a noite, como por exemplo o efeito Starburst (luzes estreladas). Quando tiramos uma foto com uma abertura pequena do diafragma a luz tem um espaço pequeno para passar, fazendo a mesma irradiar, nos trazendo esse efeito.

     
    Um farol, a noite, com sua luz acessa, e algumas pessoas olhando para ele
    Pigeon Point Anniversary Lighting, 2006, Andy Frazer
     

    Outro efeito que pode ser feito é o Light Trails (caminho de luzes), que ocorre quando a velocidade do obturador é bem lenta, fazendo com que todo movimento de luz que aconteça enquanto ele estiver aberto, seja capturado, nos dando esse caminho feito pela luz.

     
    A imagem mostra uma ponte, a noite, com borrões dos faróis dos carros que passaram lá
    Golden Gate Fog, 2007, Andy Frazer

    Andy Frazer é um fotógrafo de Boston – Massachusetts, que tem como interesse primário a fotografia noturna e tem também alguns projetos de fotografia de rua. Diz se inspirar nas fotos de David Plowden, Richard Avedon, Michael Kenna e entre outros.

    Agora é com você, o que acha de testar a fotografia noturna? Compartilhe sua foto usando a hashtag #fotografetododia ou marque nosso perfil no instagram @d76_cultfoto para vermos o resultado.

    Links, Referências e Créditos

    • https://www.youtube.com/watch?v=iWtN36b0gxs
    • https://www.flickr.com/people/thelordofthemanor/

    Como citar essa postagem

    COSTA, Clara. #fotografetododia – Fotografia Noturna. Cultura Fotográfica. Publicado em: 8 de jun. de 2020. Disponível em: https://culturafotografica.com.br/fotografetododia-fotografia-noturna/. Acessado em: [informar data].

  • SHOT! O mantra psico-espiritual do rock

    Documentário aborda a carreira do fotógrafo Mick Rock, conhecido como “o homem que fotografou os anos setenta”, e sua importância para a construção imagética do rock daquela década.

    O documentário de 2016 foi dirigido pelo estreante Barney Clay que até então só havia dirigido videoclipes de bandas e comerciais. A partir de entrevistas com o próprio Mick Rock e análise de fotografias e gravações de seu acervo, o longa mostra como a fotografia pode ser usada para capturar o espírito de uma época.
    Montagem mostrando estrelas do rock, o fotógrafo retratado no documentário e o título do filme.
    Pôster de divulgação do documentário – Barney Clay
    As fotos de Mick Rock contribuíram para a formação do imaginário sobre o que é o rock, como por exemplo o visual glamouroso e andrógino. O documentário explora histórias por trás dessas fotografias, como a parceria do fotógrafo com os artistas, o método de iniciar sessões e as influências por trás de alguns ensaios. Um dos exemplos mostrados é da capa do segundo álbum da banda Queen, inspirado por uma foto da atriz Marlene Dietrich.
    Quatro homens com roupas pretas em um fundo escuro com uma forte luz iluminando-os de cima.
    Capa do álbum Queen II da banda Queen – Mick Rock
    Para os fãs de artistas do rock dos anos setenta o documentário é um prato cheio. Mick Rock conta diversos “casos” de sua convivência próxima com os fotografados, como por exemplo o fato de que David Bowie no início da carreira andava cercado por guarda-costas não por necessidade, mas pelo visual de estrela do rock. 
    Estas curiosidades com as entrevistas e o material de arquivo do fotógrafo tornam o longa muito divertido de acompanhar. Ao contrário do que muitos pensam, os documentários não precisam ser formais e sérios. SHOT! O Mantra Psico-espiritual do Rock consegue ser engraçado e ágil, na mesma medida em que nos faz refletir sobre como a fotografia faz parte da nossa construção imagética da realidade.
    Para assistir o documentário na Netflix acesse o link a seguir: https://www.netflix.com/br/title/80168033 
    Links e Referências
  • Diagonais

    O uso de linhas diagonais na fotografia pode ajudar a incrementar suas fotos, tornando-as visualmente mais chamativas. Para saber mais, confira o post! 

    As linhas diagonais podem ser percebidas em diversos elementos paisagísticos como ruas, declives, árvores tombadas e até mesmo em poses de pessoas. Elas ajudam a criar uma sensação de movimento na foto, conduzindo o olhar do leitor de um canto a outro na fotografia, ajudando por exemplo a destacar um objeto que não está centralizado. 
    Um carro posicionado na diagonal em uma rua com prédios, como se viesse para frente
    Tatewaki Nio – Foto da série Neo-andina
    Na foto acima por exemplo, as diagonais formadas pela rua reforçam a ilusão que o carro se movimenta do fundo da foto para frente e da direita para a esquerda. O fato das linhas irem se aproximando no horizonte cria profundidade e tridimensionalidade, necessárias para uma paisagem realista.
    Tatewaki Nio é um fotógrafo japonês radicado em São Paulo, e a maior parte de seu trabalho envolve fotografias de paisagens urbanas com o uso de linhas diagonais de ruas e prédios. As fotos escolhidas para esse post são da série Neo-andina.
    Vários carros e prédios posicionados em uma curva, em diferentes posições de forma a criar ilusão de movimento da curva.
    Tatewaki Nio – Foto da série Neo-andina
    Na fotografia acima, as linhas diagonais presentes nos carros, nas ruas e nos prédios, criam a sensação de movimento da curva, fazendo com que percebamos que os carros estão se movimentando do fundo para a frente da foto.
    Observe as linhas de paisagens e poses, e as utilize a seu favor, para criar fotos interessantes, com movimento e profundidade de campo. Publique em nosso grupo no facebook.
    Links, Referências e Créditos
    Livro “O Novo Manual da Fotografia” de John Hedgecoe
  • Blow-up: Depois daquele beijo

    Presente em quase todas as listas sobre filmes que abordam a fotografia, Blow-up, que no Brasil recebeu o título “Depois daquele beijo”, é um clássico do cinema. Inspirado no conto Las Babas del Diablo, publicado em 1959, do escritor argentino Júlio Cortázar, o filme conta a história de Thomas, um jovem fotógrafo de moda londrino que, ao fotografar casualmente cenas em um parque, acaba revelando um grande mistério.
    O filme têm como plano de fundo a cidade de Londres dos anos 60, década em que foi lançado, e envolve na trama personagens bem caricatos, o que pareceu ser uma tentativa não só de mostrar o contexto cultural de uma época, mas também de divertir o espectador, já que a imagem revelada pelo fotógrafo expõe o oposto da atmosfera de diversão.
       

    Revelada em preto e branco, a imagem mostra em princípio apenas a cena de um casal passeando no parque, mas, depois de passarem pelo olhar atento de Thomas, junto com o auxílio de várias ampliações, outros elementos surgem. A imagem mostra um outro contexto, que não é o mesmo das experiências pitorescas que o fotógrafo têm durante o filme, como se a fotografia fizesse emergir uma outra realidade. Depois que Thomas entra nesse outro mundo revelado pela fotografia, não consegue mais sair dele. A fotografia misteriosa é a grande protagonista do filme, é por causa dela que Thomas entra em situações que rompem com sua rotina e com sua percepção sobre o que o cerca. Não é atoa que Blow-up está sempre nas listas de indicações, é um filme essencial para descobrir o poder de uma imagem sobre as nossas vidas.

  • Blow-up

    Blow-up

    Filme do aclamado diretor Michelangelo Antonioni é considerado um marco no cinema por causa de seu excelente roteiro é ótima direção.

    Blow-Up é um filme de 1966 que no brasil recebeu o nome de Depois Daquele Beijo. O filme foi o primeiro trabalho em inglês do diretor italiano Michelangelo Antonioni, e serviu como inspiração para vários filmes que vieram depois, como The Conversation de Francis Ford Coppola e Blow Out de Brian de Palma

     
    Cena do filme Blow-Up
     

    O filme é protagonizado por Thomas (David Hemmings) um famoso fotógrafo de moda. Enquanto passeava por um parque, ele observa um homem e uma mulher se beijando e resolve fotografá-los. Após revelar as fotografias do casal, uma delas chama sua atenção. Após uma série de ampliações desta imagem, ele percebe que acabou fotografando um assassinato, ele retorna ao parque e encontra o corpo do homem assassinado. Contudo, quando volta ao seu estúdio, descobre que quase todas as fotografias foram destruídas, restando apenas uma.

    Servindo-se da ideia de que Thomas acredita ter presenciado um assassinato que ele mesmo não viu, e sim sua camêra, e que só tem agora uma única fotografia que de te tão ampliada parece uma pintura abstrata, o filme vai refletir sobre o real e como ele pode não ser tão simples quanto parece. A escolha de um fotógrafo como papel principal chega a ser genial, devido a maneira como entendemos a fotografia. Ela que na maioria das vezes serve como prova final de verdade agora não serve mais, só Thomas consegue ver aquela foto como sendo prova de um assassinato. O filme continua passando essa ideia várias vezes, e mostra cada vez mais que a antiga visão do real que o protagonista possuía vai se alterando e na cena final o filme encontra uma maneira excelente de mostrar que a percepção dele já se alterou por completo.

     
    Cena do Filme Blow-Up.
     

    Não é somente a visão do protagonista que é alterada, Blow-Up, é um grande convite ao espectador para que este reflita sobre tudo a sua volta, eu mesmo me peguei olhando para o teto refletindo sobre as várias cena do filme que buscam essa reflexão. Blow-Up não é um filme fácil de se entender, e com certeza seu ritmo não é um dos mais acelerados, mas ele é um prato cheio para fotógrafos e cinéfilos que estejam dispostos a filosofar.

    Agora é sua vez de assistir e interpretar essa obra, lembrando que o filme fala bem mais do que é apresentado aqui. Depois de você assistir, lembre-se de ir ao nosso grupo do Facebook e nos falar qual foi a sua interpretação!

  • A Técnica da Múltipla exposição

    A Técnica da Múltipla exposição

    A Técnica da Múltipla Exposição vem desde as câmeras analógicas e é excelente para a composição de fotos com temática surrealista.

    A Técnica de Múltipla exposição consiste em sobrepor uma ou mais imagens a outra tendo como resultado apenas uma fotografia, ela pode ser utilizada para fotografar a mesma pessoa ou objeto várias vezes em uma única fotografia, misturar texturas, como por exemplo mesclar o rosto de alguém com as folhas de uma árvore ou até mesmo fazer uma sobreposição de vária imagens diferentes e no final ter uma fotografia abstrata.

    O Galope de um Cavalo
    Étienne Jules Marey; O Galope de um Cavalo

    Essa técnica pode ser feita em câmeras analógicas ou digitais, em softwares de edição e em laboratórios fotoquímicos. Nas câmeras analógicas é necessário impedir que o filme avance. Para isso, você pode usar um mecanismo de trava ou, caso sua câmera não venha equipada com ele, pressione o botão de rebobinar o filme.

    A primeira coisa necessária é saber que quanto mais clara for a fotografia menos ela vai ser sobreposta, por isso tenha muita atenção na exposição  e fotografe um pouco mais claro que da vez anterior, tendo em mente onde estão as partes mais escuras.

    Nas câmeras digitais, é preciso utilizar o modo exposição múltipla, que permite utilizar uma fotografia existente na memória do aparelho para servir como base sobre a qual serão sobrepostas uma ou mais tomadas. Importante destacar que, em razão de as câmeras digitais apenas emularem a técnica, não é necessário que o usuário se preocupe tanto com a superexposição da imagem final.

    Outro efeito  possível com essa técnica é o da duplicação de objetos ou pessoas, isso foi utilizado muito pelo biólogo francês Étienne Jules Marey  que produziu estudos sobre a movimentação dos seres humanos e de outros animais. Para isso, ele desenvolveu algumas técnicas de múltipla exposição, chegando até a inventar uma aparelho, ao qual deu o nome de fuzil cronofotográfico, que era capaz de tirar várias fotografias muito rapidamente, com a mesma pose de um filme.

    Fuzil Cronofotográfico de Étienne Jules Marey
    O Vôo do Pelicano 1882
    Étienne Jules Marey; O Vôo do Pelicano 1882

    A imagem acima foi com o fuzil cronofotográfico  A ideia dessa foto é analisar como um pelicano bate as asas ao voar. O fundo é preto para que a imagem do pelicano fique nítida. O fuzil cronofotográfico tirou pelo menos oito fotos em um período muito curto de tempo, tornando possível ver com precisão os movimentos do pássaro.

    Agora é sua vez de entrar em ação! Pegue sua câmera e tente pôr em prática o que você aprendeu aqui, lembrando que qualquer dúvida é só perguntar no nosso grupo do Facebook.