A Better Camera promete deixar a câmera do seu celular com características de câmera profissional. Será que dá certo?
Foto promocional. Créditos: A Better Camera. |
Apesar de adorar fotografia, eu preciso ser sincera: eu nunca compraria um celular baseado em sua câmera. Na minha opinião, grande parte da graça das fotografias mobile é usar a criatividade para superar as desvantagens da câmera do celular em relação as DRLS e colocar a composição em evidência. Mas às vezes eu gostaria que a câmera do meu celular tivesse algumas funções a mais. Por isso, resolvi testar o aplicativo “A Better Camera” e comparar as fotos tiradas com ele com as da câmera do meu celular sem utilizar nenhum aplicativo.
A Better Camera
A Better Camera é um aplicativo somente para Android que, como a tradução do seu nome diz, te oferece “uma câmera melhor”. O aplicativo é grátis, mas certos recursos são pagos e os preços variam de R$ 0,99 a R$ 3,99. Sua versão grátis possui:
- 4 modos de medição de luz (automático, matrix, balanceado ou pontual);
- 8 tipos de balanço de branco (automático, incandescente, fluorescente, fluorescente quente, luz do dia, dia nublado, crepúsculo e sombra);
- 5 modos de foco (automático, infinito, macro, contínuo e trava de foco);
- 3 tipos de flash (auto, manual, tocha);
- 8 efeitos de cor (monocromático, negativo, ensolarado, sépia, posterização, whiteboard, blackboard e água);
- compensação de exposição;
- ISO até 1600;
- DRO;
- ferramenta de grid;
- ferramenta de histograma;
- ferramenta de nivelamento;
- modo noturno;
- best shot;
Além disso, na versão grátis é possível tirar uma quantidade limitada de fotos utilizando os modos HDR, panorama e multidisparo inteligente. Dentro do multidisparo inteligente existem as opções remoção de objetos, foto de grupo e sequência.
A câmera do meu celular tem ISO (se não sabe o que é, descubra aqui) máximo 800, controle de exposição, três modos de medição (centro ponderado, matricial e ponto) e cinco tipos de balanço de branco (auto, luz do dia, nublado, incandescente e fluorescente).
Primeiras impressões
Confesso que a interface me deixou um pouco confusa. O menu (que fica na parte de cima) possui uma seta para baixo paa acessar as configurações, porém, em determinado momento, o grid e o histograma saíram da tela e eu só descobri que para colocá-los de volta eu deveria deslizar a tela para o lado dias depois (e por acaso). Esse aspecto do aplicativo é pouco intuitivo.
A primeira coisa que resolvi testar foi uma comparação do modo automático do meu celular e do aplicativo. E, como você pode ver abaixo, não há diferença entre o modo automático de um e de outro.
Fotos tiradas com todas as configurações no automático: à esquerda foto da câmera do meu celular; à direita, do aplicativo.
Fotos tiradas com todas as configurações no automático: à esquerda foto da câmera do meu celular; à direita, do aplicativo. |
Foco
O que mais me impressionou foram os focos. Meu celular só consegue focar objetos que estão a aproximadamente 20 centímetros de distância da câmera. Utilizando o aplicativo e configurando o foco para o modo macro eu consegui focar objetos a um mínimo de 6 centímetros de distância.
Fotografia com foco macro. |
O foco infinito não fez nada de especial. Na verdade, em algumas fotos utilizando o foco infinito, a imagem nem parece estar focada. O modo contínuo e a trava de foco, porém, funcionam muito bem.
A razão pela qual eu gostei tanto dos focos é que, independente de qual eu escolhesse, os focos reduzem a profundidade de campo, deixando apenas um plano em foco e resto embaçado. A profundidade não é reduzida drasticamente, mas é mais do que já consegui fazer com a câmera do meu celular. Gosto de como o efeito enfatiza aspecto do que está sendo fotografado como a textura.
Fotografia utilizando trava de foco para reduzir ligeiramente a profundidade de campo. |
Foto utilizando trava de foco para reduzir ligeiramente a profundidade de campo.
DRO, HDR e Best Shot
As funções mais interessantes do aplicativo me pareciam ser o DRO, Dynamic Range Optimization (Otimização do Alcance Dinâmico), e o HDR, High Dynamic Range (Altíssimo Alcance Dinâmico). Ambos são tecnologias para ajustar a exposição quando uma parte da fotografia possui muita sombra e a outra muita luz. A diferença entre os dois é que o DRO faz o balanço diretamente na foto, enquanto o HDR tira duas fotos com exposição calculada para áreas diferentes e as junta em uma única foto. Além disso, no aplicativo, o DRO é grátis, enquanto o HDR é limitado a cinco fotografias.
Minha experiência com ambos, porém foi insatisfatória. O DRO baixava a qualidade da fotografia, a deixando granulada. O HDR, por sua vez, dava a aparência de uma pintura às fotos, o que pode ser legal quando proposital, mas não era a minha intenção.
Além desses dois elementos, o aplicativo possui um terceiro muito parecido: o “Best Shot”. Essa configuração faz várias fotos após o obturador ser pressionado, mas processa apenas a que tiver o melhor foco e nitidez. Para mim, o recurso cumpriu a mesma função do automático, porém demorando mais tempo para processar a imagem e impossibilitando que outras fotos fossem tiradas até lá.
Considerações finais
Ainda que o aplicativo tenha muitas configurações que a câmera do meu celular não oferece, a maioria delas não é necessária na maior parte do tempo ou não funcionam, se mostrando um excesso de funções. Elas servem para chamar atenção para o aplicativo, mas, na prática, poucas seriam usadas.
Para uma pessoa que busca apenas deixar fotografias mais nítidas ou corrigir problemas de exposição, as funções úteis se tornam ainda mais escassas, já que o DRO e HDR não funcionam bem. O aplicativo também pode ser difícil para alguém que não conhece termos como ISO ou exposição, porque o aplicativo só oferece manual para as funções originais.
Eu, porém, gostei muito da experiência criativa que o aplicativo proporciona. Mesmo utilizando poucas funções, as opções de balanço de branco, foco e flash aumentaram imensamente as minhas opções criativas para produzir uma foto.
Deixe um comentário